Eu não conheço esse caminho, não sei onde estamos indo, mas tudo bem, me sinto segura.

Jack me passa segurança.

- Estamos chegando – ele disse.

 Sorri e olhei para meu celular. Sete horas.

- Você não vai beber muito, né? Vai ter que me levar pra casa – digo.

- Relaxa Mia, tá comigo tá com deus.

- Eu espero. – ele riu do meu nervosismo.

Ele estacionou o carro e descemos em um bar/restaurante chamado Grill.

Nunca tinha vindo aqui, mas parece em aconchegante.

Tem o bar, onde você pode sentar em banquinhos em volta do balcão, no centro tem algumas mesinhas, e no canto esquerdo tem uma mesa de sinuca.

- É Legal aqui, vem sempre? – pergunto quando sentamos nos banquinhos na frente do balcão.

- Não muito...

- Yo! Jack! O de sempre? – perguntou o barmen.

- Ok, eu passo um tempinho aqui – ele disse – Pode ser, e pra você Mia?

- O que seria o seu “de sempre”?

- Whisky puro.

- Ok, então também quero o de sempre.

- Tem certeza? – ele perguntou.

- O que? Acha que é muito forte pra mim? Ah meu bem, precisa ver oque gosto de tomar quando me animo. – ri.

- Tudo bem então Mia, mas ainda quero ver essa Mia animada.

- Ri e olhei para o lado.

- Você sempre faz isso né? – ele perguntou.

- Isso...

- Olhar para o lado.

- Ah, não sei... deve ser uma mania.

- É legal.

- Obrigada.

- Olhei para o lado, não pude evitar. Ele riu e deu uma golada em sua bebida que tinha acabado de chegar. Fiz o mesmo.

Olhei para o lado de novo (não consigo evitar) e percebi um homem olhando para mim.

Desconfortável.

Me encolhi e virei para o Jack.

- Quer jogar sinuca?

- Eu contra você?

- Eu contra você.

- Cuidado, sou competitivo. – ele disse.

- Não mais que eu. Quer apostar? – perguntei.

Ele deu uma gargalhada, pegamos nossas bebidas e fomos para a mesa.

- Um aviso: você vai perder.

- Veremos – digo.

- Começamos a jogar, ele estava ganhando.

Por em quanto.

Meus gritos quando eu conseguia fazer com que algumas bolas caíssem naquele buraco no canto da mesa estavam chamando atenção de todos no lugar, ja tínhamos até expectadores.

- Vamos fazer isso ficar interessante – disse alguém no meio do bar. – Cada vez que um de vocês fizer um ponto, o outro tem que dar uma golada nessa garrafa de Whisky – o alguém era um menino de no máximo 19 anos. Apareceu na nossa frente com duas garrafas.

- Por mim tudo bem. Mia? – perguntou Jack.

- Você vai ficar tão bêbado.  – digo fazendo que varias pessoas rir.

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15 Minutos e eu ja tinha bebido praticamente metade  da garrafa.

Eu estava perdendo.

- Ok, chega. – disse Jack – Ela esta ficando muito bêbada.

- Nãoooo não toooooo – digo eu – estou super bem.

- É, da pra ver. – ele disse – vamos.

O pessoal que estava nos assistindo ficou bem triste, mas depois voltaram a beber e tudo ficou bem.

Tropecei quando ia até a saída do bar e algumas pessoas riram bem alto, mas não liguei.

- Espera aqui ok? – disse Jack quando estávamos na porta.

- Ok, mas do lado de fora certo? – perguntei rindo.

- Aham... e tenta não cair ok?

- HAHAHAHAH – Gritei.

Vi Jack se afastar e ir até o carro que estava um pouco longe.

- Uma mocinha tão linda aqui sozinha? – ouvi uma voz atrás de mim. Não não não, era o cara que estava me olhando mais cedo.

- Não enxerga não? – perguntei.

- Por que tão irritadinha? – ele disse passando a mão na minha cintura.

- ME LARGA – o empurrei.

- Ohoho, gosto das irritadinhas. – ele disse me empurrando na contra a parede.

- ME SOLTA, NOJENTO – chuto ele.

Que diabos? – perguntou Jack. Eu estava tão nervosa que não havia percebido que ele ja tinha pegado o carro e estava assistindo tudo isso.

Ele saiu do caro deixando a porta aberta e deu um soco no nariz do... não sei o nome dele, mas o homem que estava... digamos... abusando de mim.

O homem nem tentou brigar mais, pois Jack era muito mais forte que ele.

- Você está bem? – perguntou Jack quando sentamos no banco no carro.

- Eu só fiquei um pouco assustada, mas ta tudo bem.

- Eu devia ter matado aquele cara... – ele disse olhando para mim.

- Ei, olhos na estrada – digo – E ta tudo bem, muito obrigada por ter me protegido.

- Eu sou sempre te proteger.

- Obrigada, mesmo assim.

Continuamos quietos até minha casa.

Ele desceu do carro comigo e me levou até a porta.

- Obrigada por passar o dia comigo, Mia.

- Magina, eu me diverti muito.

- Sério, você é especial, é divertida.

- Também gosto de você, Jack. – não sei porque diabos eu disse isso, ele não disse que gostava de mim.

Ele se aproximou, me puxou pela cintura. Eu podia sentir como sua respiração quente cada vez mais perto.

E então ele me beijou.

Foi um beijo inesperado.

Eu gostei.

- Então... até? – digo quando me afasto.

- Até...

Eu estava fechando a porta da minha casa quando Jack gritou meu nome no meio da rua.

- Mia!

- Oi? – pergunto.

- Eu também gosto de você. Muito.