Solo Quedate En Silencio escrita por VondyDyR


Capítulo 3
E esse Diego, não parecia aquele que eu conheci


Notas iniciais do capítulo

Gente, por favor, digam o que estão achando! Brigaada!



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Roberta:

Por que? Você sentiu? – Perguntei, cínica, certa de que minha resposta deveria ser negativa, afinal, era negativa.

-Eu perguntei primeiro, e você fez outra pergunta, de novo. – Ele falou, ainda comprimindo o meu queixo em sua mão.

-Porque eu não quis responder, de novo. – Rebati, tirando sua mão de meu queixo e depois o limpando ironicamente.

-Turma, eu quero esse texto para amanhã, valendo um terço de sua nota, amanhã logo cedo, então, terminem hoje à noite. Estão liberados. – A professora de filosofia falava, enquanto apagava o que estava escrito em seu caderno.

-Então... A gente termina hoje à noite? – Perguntei.

-Sim, eu... Eu vou lá no seu quarto.

Pouco depois do jantar, eu estava no meu quarto, já nem me lembrava mais do trabalho, Diego, ou qualquer outra coisa.

-Amiga eu estou indo terminar o meu texto com a Jena.

-Ok Lupe. – Então eu fui arrumar meu guarda-roupa, que eu por sinal ainda não havia desfeito as malas. Escutei o barulho da porta se abrindo. – Lupe? – A luz do nada se apagou. – Lupita? Lupita? Acende por favor vai, deixa disso, eu tenho que terminar de arrumar minhas coisas. – A porta bateu muito forte. – Lupita, sério, eu não estou com medo. – E então eu senti um braço envolvendo minha cintura, encontrando com o outro braço, e eu percebi que estava presa. – Quem é? Me solta, isso não tem graça, sério, me solta! – Senti uma boca se encostando no meu ouvido, com seus braços ainda em volta de meu corpo.

-Não. Sabe por que? Porque eu vim aqui para... Para fazer o trabalho sobre amor.

-Diego idiotaaaa! – Disse, o empurrando e correndo para acender a luz e jogando um travesseiro em seu rosto. – Sério Diego, você parece uma criança de 7 anos.

-Ah Roberta, eu não tinha o que fazer.

-Mas eu tenho né? Espera aí enquanto eu desfaço minhas malas.

-Não, deixa que eu te ajudo.

-Ok... Você vai me dando as roupas e eu vou colocando no guarda-roupa no andar de cima do quarto. – Diego pegava uma pilha de roupas e levava lá para cima, e eu as guardava. Só que ele estava demorando muito. Então eu desci.

-Roberta quem é essa? – Diego me perguntou me mostrando uma foto de um álbum de fotos.

-Onde... Onde você encontrou isso? – Respondi, tomando o álbum involuntariamente.

-Estava na sua bolsa, mas quem é essa que está te carregando? Essa é você né?

-Ninguém Diego, ninguém. Olha, quer saber, vamos começar logo o texto, e depois eu termino amanhã de arrumar as coisas.

-Não, hã? Por que você se estressou tanto depois disso?

-Eu não me estressei, eu só me lembrei que está ficando tarde e ainda não fizemos nada. – Falei enquanto buscava um caderno e me sentava na cama. Ele se sentou ao meu lado.

-Roberta, sério, sem fingimento, o que aconteceu?

-Nada, eu já disse que nada e pronto!

-Ela é... Sua mãe?

-Isso Diego, isso. Agora você já sabe, e já acha também que a minha mãe é muito mais bonita do que eu, agora vamos começar. – Falei, enquanto começava a escrever uns rabiscos inúteis, só para ele pensar que eu já estava fazendo alguma coisa.

-O que Roberta? Não, não, não... Eu não pensei isso nem nada.

-Eu sei que pensou, todos pensam. Você não sabe como é difícil ser filha de Alma Rey. – Falei, engolindo o choro.

-Roberta, para. – Ele falou, tomando o lápis da minha mão. – Me explica isso, você quer desabafar, eu sei que quer, e eu imagino que você... Bom, como disse na aula que o amor para você não é nada, nunca deve ter tido laços fortes com ninguém não é?

-Hm, é.

-Então, se abre comigo, por favor. – Ele falou, entrelaçando os seus dedos nos meus, fazendo com que eu olhasse nos seus olhos com um pouco de dúvida.

-É que... É que... – Eu não consegui me controlar, não consegui controlar as lágrimas e o desespero, e involuntariamente “voei” para cima dele, o abraçando muito forte e sem conseguir parar de chorar. – Diego, minha mãe me teve quando ainda era adolescente e ela ainda estava iniciando a carreira dela, então ela nunca me deu atenção nem nada. Fui criada por empregados. E ela é muito mais bonita do que eu, você não tem noção como é ruim você ficar sendo comparada o tempo todo com a sua própria mãe.

-Roberta... Você, você é linda. Não tem que dizer nada disso. Com certeza todos os garotos te conhecem, querem ficar com você.

-Não antes de conhecer minha mãe. – Falei, fitando o chão.

-As pessoas que comparam vocês devem ser cegas porque... – Ele parou de falar, levantando minha cabeça pelo queixo com a ponta de seus dedos, e logo depois enxugando os meus olhos. – Porque qualquer homem daria tudo para te ver naquele ângulo que eu te vi hoje mais cedo. Não chora, eu só peço isso. – E naquele momento, ele colocou a mão por trás da minha nuca, perdendo os seus dedos no meu cabelo, me puxando para mais perto. Até que os nossos narizes ficaram encostados de novo. E eu pude sentir o seu hálito quente entrando na minha boca enquanto ele sussurrava bem baixo. – E... Da maneira como eu estou vendo agora. – Então, eu senti sua língua explorando cada parte de minha boca, me puxando para mais perto. E esse Diego, não parecia ser aquele que eu conheci. Era a primeira pessoa que mostrou se importar comigo, em toda a minha vida.


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