- E aí, alguém foi pra alguma festa boa pra nossa idade? – perguntou Kazami. – Porque eu fui a umas e achei um saco.

     - Eu, o Shima-san e o Bon fomos a umas duas ou três – respondeu Konekomaru. – E eu achei todas um saco, porque o Shima estava dando em cima de um monte de garotas e enchendo a cara, e eu tive que ficar impedindo ele de fazer isso, e o Bon desapareceu no meio da festa e eu tive que procurá-lo porque estava com medo que ele estivesse  desmaiado e bêbado em algum lugar, o que seria ruim, ou se pegando com uma garota, o que também não ia dar muito certo.

     - E o que ele estava fazendo? – Kazami pareceu realmente interessado.

     - Não cheguei a descobrir. Ele me encontrou antes que eu o encontrasse.

     Suguro corou um pouco.

     - Não era nada demais.

     - Seeeeei.

     - Como vocês são irresponsáveis – comentou Poppo. – Não saiam dormindo com as garotas por aí. Não sigam o exemplo do Yukiatsu.

     - Mas o Shima não é monge? – perguntou Oyama.

     - Se o Shima é monge, eu sou gay – disse Kazami.

     - Então você é bastante hétero – disse Konekomaru. – Tecnicamente, ele é monge, mas é um monge meio suspeito.

     - Igualzinho ao meu pai – murmurou Suguro.

     - E você, fez alguma coisa além de ir a festas suspeitas e ruins? – Poppo perguntou a Kazami.

     - Quem disse que foram suspeitas? – retrucou o garoto de óculos.

     - Por favor, a gente te conhece. Você gosta de festas suspeitas.

     - As festas às quais eu fui eram completamente normais, obrigado.

     - Reparei que você não negou que gosta de festas suspeitas – comentou Oyama, fazendo o outro garoto corar furiosamente.

     - Como vocês são bestas...

     - Você falou com a Sakuragi-san nessas férias? – indagou Konekomaru inocentemente. Kazami agradeceu silenciosamente por não poder ficar ainda mais vermelho.

     - Hm. Às vezes. Por que isso te interessa?

     - Ah, nada não...

     Colegas de quarto, pensou Kazami. Eles se metem demais na sua vida. E às vezes, sabem um pouquinho demais.

***

     Mesmo antes de entrar no quarto, Menma sabia que Sekine e Irie já estavam lá, pois podia ouvir o som do baixo e alguém batendo em uma mesa de modo ritmado.

     - Oi! – exclamou ao entrar. Shiemi e Sakuragi também estavam lá. As garotas se cumprimentaram animadamente. – Animadas para a festa de amanhã?

     O dia seguinte era um sábado, e a escola iria fazer uma festa de boas vindas na piscina.

     - Não muito – respondeu Sakuragi, fazendo uma careta.

     - Tem certeza? Nem mesmo para ver o Kazami sem camisa? – provocou Sekine. A garota de óculos corou.

     - Q-quê? O que o Kazami-kun sem camisa tem a ver com... Qualquer coisa?

     - Hm, nada. Nós só pensamos que você gostaria dessa visão – explicou Irie.

     - Gente, vocês não estão vendo que a Sakuragi-san não é esse tipo de garota? – Shiemi se meteu.

     - Ah, é? E você por acaso não vai olhar pros irmãos Okumura? E a Menma não vai olhar pros loves dela? – retrucou Sekine.

     Shiemi corou enquanto Menma perguntava:

     - Meus “loves”? E quem seriam?

     - O Yadomi e o Atsume, claro.

     - Ah... – Ela não sabia o que responder.

     - E você, Sekine-chan – acrescentou Irie. – está louca para ver o Oyama, né? Se bem que ele não deve ser lá essas coisas... Mas gosto é gosto, né.

     - Pior você, que vai olhar todos os garotos porque não gosta de ninguém – a baixista rebateu.

     - O que é que uma coisa tem a ver com a outra? Isso quer que eu só vou olhar pros bonitos...

     As duas começaram uma discussão, enquanto Shiemi e Sakuragi pareciam perdidas em pensamentos (que provavelmente envolviam garotos e festas na piscina). Menma sorriu. Era bom estar em casa.