The Hunger Games Saga - Infinity escrita por Principesa


Capítulo 1
Capítulo 1




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Volto da floresta um tanto ansiosa. Hoje dei sorte, consegui dois perus selvagens e um coelho. Sorte. Talvez seja apenas o destino me dando uma força. Vou para minha casa, e peço à que Greasy Sae prepare os perus pra mim. Enquanto ela cozinha, subo para o banheiro e tomo um banho. O problema é o que vestir. Acho que não tenho exatamente uma roupa para uma ocasião como essa. Poderia pedir à um estilista da Capital, mas quem? Ah, como queria que Cinna estivesse aqui...

Reviro meu guarda-roupa, na esperança de que ainda haja uma daquelas roupas bonitinhas que minha mãe chorava pra que eu usasse, mas que sempre acabava no fundo do armário. Sucesso. Encontro um vestido de seda verde, que pertenceu à minha mãe quando moça. Bonito, apesar de não ser muito a minha cara.Além disso, cobre as queimaduras, o que já é bom suficiente (não que ele nunca as tenha visto, mas né).

Tento fazer minha trança habitual, mas meu cabelo ainda está muito curto, então o deixo solto mesmo. Me olho no espelho e me surpreendo. Estou tremendo. "Vamos, Katniss! É só um juntar! Vocês já passaram por coisas piores". Quase me convenço. O que realmente não faz muito sentido, porque quem enfrentou milhões de pessoas te vendo num suposto "amor", não deveria ficar tão tensa por um jantar a sós. Mas eu sei porque tanto nervosismo. Porque agora é hora da resposta.

Desço os degraus, e o cheiro dos perus é tão arrebatador que quase tropeço no "degrau imaginário". Me aproximo da panela que Greasy mexe e vejo batatas borbulhando furiosamente na panela.

– É pra acompanhar o peru assado. Vai ficar uma entrada perfeita pra...- Ela não termina, e não sei o que iria dizer. Afinal, ela não sabe o motivo desse jantar. Ninguém sabe além de nós dois. De repente, estou super ansiosa pra sair logo de casa.

– Vai demorar?-pergunto, apressada.

–Não,não. - diz ela desligando o fogo e colocando a panela na pia- Já vou colocar junto e você já pode levar. Eu queria dizer muito obrigada, ou abraçá-la. Mas minha inquietação não me permite, então apenas sorrio de volta.

Observando-a colocar com todo o cuidado as batatas na travessa com o peru, lembro vagamente de minha mãe. Elas não se parecem, mas a cautela, o carinho com que Greasy despeja as batatas faz com que pareça o modo que minha mãe cozinhava. Ela termina, e me passa as luvas de pano grosso.

– Está bem quente pra te queimar. Mas perfeito pra comer. - Ela dá uma risadinha, e percebo como isso soa irônico. Eu, a garota em chamas que realmente pegou fogo recentemente, ser queimada por uma travessa de peru selvagem cozido muito quente.

Coloco as luvas e pego a travessa. Greasy coloca levemente um pano por cima, e saio. Cruzo a pequena distância da Aldeia dos Vitoriosos entre minha casa e a dele. Parada em frente à porta, respiro e fundo e tento me controlar. "É agora, Katniss". Respiro fundo mais uma vez e então bato.

Peeta abre a porta com um sorriso iluminado no rosto.

–Oi, Peeta.

–Oi, Katniss. Entra. - ele dá passagem, e quando passo por ele seus olhos vão até a travessa - Puxa! Que cheiro bom. Coloca na mesa.

Sei exatamente por onde ir, afinal, a casa de Peeta tem a mesma planta da minha. Aliás, todas as casas na Aldeia dos Vitoriosos são iguais. A mesa de centro - acho que é a única mesa - está deslumbrantemente arrumada. Daquelas que só se vê em filmes na Capital.





–Uau, Peeta! Isso está... Lindo!




Ele sorri, claramente satisfeito com minha aprovação e diz, naquele tom de voz gentil que só ele tem:


– Fiz pra combinar com você.

Deixei a travessa em cima da mesa e virei-me, observando-o. Ele estava com uma camisa azul, que destacava seus olhos cinzentos brilhantes.

–Você está me olhando daquele jeito de novo.

–Hã? Que jeito?

– Você lembra, pouco depois da Turnê da Vitória,quando nós completamos seu livro de plantas? - acenei com cabeça e ele continuou- Bem, quando eu desenhava uma das flores, peguei você me olhando, um tanto penetrante.

–Você lembra disso.

–Lembro. Lembro que aquele seu olhar me deixou bastante satisfeito e motivado, mesmo sendo uma visão uma pouco embaçada e distorcida. Foi por isso que te chamei aqui, acima de tudo. Eu lembro vagamente de muitas outras coisas também, Katniss. - Esperei que ele continuasse, falando o quê se lembrara. Mas ele apenas disse - Ora, Katniss. Vamos lá. Sente-se. Por que tanta formalidade?

Mesmo com um sorriso no rosto e um tom brincalhão, ele estava certo. Por que estava tão na defensiva? Lembrei a mim mesma que Peeta não me faria mal algum. Ele já provara isso diversas vezes antes. Ainda lutava contra flashbacks horríveis, mas cerrava os punhos e após pouco tempo os controlava de volta. Finalmente consegui me convencer, então sentei e comecei a me servir.

Nosso jantar recorreu tranquilo, com perguntas básicas sobre nós antes dos Jogos. Assim que terminamos, recolhemos os pratos e me ofereci para lavar a louça. Peeta tentou me impedir de início, mas logo o convenci que não seria nada de mais se eu o fizesse.

Ele ficou o tempo todo encostado à pia, do meu lado. Ele me olhava como se estivesse me avaliando.Já ia questioná-lo, quando ele falou primeiro, hesitante.

–Katniss? - hesitou por um momento - Posso... Tentar uma coisa?

Gelei. Mas não recusei.

–P-pode.

Ele se aproxima e minha respiração acelera e diminui ao mesmo tempo. Não me movo. Ele beija minha bochecha por uns 5, 6 segundos. Ele parecia se autoavaliar quando se afastou. Não sei como, mas tomei coragem e perguntei:

– E então?

–Não tenho certeza. - Ele parecia realmente confuso, como o antigo - e quase atual - Peeta. Então, não havia outra coisa a fazer senão ser a antiga - tentando ser atual - Katniss. Fiz a única coisa que deveria/queria fazer naquela situação.

Beijei Peeta.


Expontâneo. Desejado. Doce. Delicioso. Como na caverna, mas dessa vez estávamos à sós e não queríamos nenhum paraquedas. A mesma sensação de quero mais se instalou em mim. E, pra alívio e felicidade, nada nos interrompeu dessa vez.Ficamos lá, nos beijando por um bom tempo. Só me afastei porque lembrei que o Peeta não era o mesmo que na caverna - embora estivesse quase chegando lá -, e não sabia como reagiria. Nos observamos por um tempo. Ele é o primeiro a falar.


– Isso aconteceu na arena. Verdadeiro ou falso?

– Verdadeiro. Embora na maioria das vezes fosse só pra conseguir suprimentos.

-Mas ...Esse foi ... Natural. Verdadeiro ou falso?

-Verdadeiro.

Ele parece avaliar a situação. Então, lentamente se aproxima de mim e me dá outro beijo, mais intenso, porém menos demorado. Ele se afasta , arfando e percebo que também estou.

-Nossa. - ele recupera o ar por um tempo. Então enlaça suas mãos envoltas em minha cintura e sussurra em meu ouvido:



-Você me ama. Verdadeiro ou falso? 

E eu respondo:

-Verdadeiro.

Juntos, num impulso, selamos essas palavras com um beijo, o melhor beijo da noite. Nunca nos beijamos assim. Como se não nos víssemos há anos. E então eu sinto. Sinto que mesmo Peeta não se lembrando de todos nossos momentos, tendo impulsos de me matar -com menor frequência -, ele  ainda é o antigo Peeta. O meu Peeta. O garoto do pão. Ele se afasta lentamente.

-Katniss... Agora eu tenho certeza.

-Do quê? - minha voz está trêmula.

-Que eu jamais te achei meiga, bonita ou adorável. E jamais gostei de você. - ele faz uma breve pausa - Você é forte, decidida e linda de um modo totalmente seu. Agora tenho certeza do porquê eu te amava. - ele segura meu rosto com as duas mãos e olha no fundo de meus olhos - E nada que a Capital fizesse seria suficiente pra distorcer as lembranças que meu coração tem de você. Eu te amo, Katniss. Isso jamais mudou. -ele me deu um beijinho breve, mas cheio de amor - E jamais mudará. Sempre, lembra?

Sinto meus olhos úmidos. O que é estranho, porque eu não sou assim. Então percebo que esse é o momento de declarar o que estava escondido por muito tempo.

-Eu te amo, Peeta!

Mais um beijo. Estou prestes a ir embora, quando ele pede:


-Katniss? Você lembra na Turnê da Vitória?

-Qual parte?

-Então... - Estava hesitante no começo, mas prosseguiu tranquilo - Quando os pesadelos nos assombravam, e nós dormíamos juntos pra espantá-los.

Sorri com a lembrança.

-Lembro.

-Bem, depois que voltei telessequestrado, eles ficaram piorem do que nunca, e essa casa aqui é meio grande só pra mim. Você poderia...Passar a noite aqui comigo?

Isso soa uma proposta  maldosa pra mim, de início. Mas alguma coisa em Peeta - talvez a voz,ou o olhar infantil - me diz que ele não está mentindo ou omitindo qualquer coisa.

-Mas é claro. - respondo sorrindo.

Ele sorri de volta.

-Bem, creio que não vai  querer dormir com esse vestido. Se quiser pegar uma troca de roupa em sua casa, te acompanho.

Realmente, preciso do meu pijama. Passamos pela porta de sua casa sorrindo, dessa vez como um verdadeiro casal.

(...)













































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