Os dois rapidamente se afastaram. Marceline estava vermelha de vergonha, mas mesmo assim tentou se explicar:

- Não aconteceu nada! Eu só estava...

- Só estava me traindo, não é?

- O que?! Simon, acho que você entendeu errado –dizia Flame- não aconteceu nada além de um simples abraço!

- Ele não vai entender, Flame. É um cabeça dura.

- Acha que eu sou idiota? Como pôde fazer isso comigo, Macy? E me trair justo com ele?! Pra mim já chega.

- Onde você vai? –ela perguntou.

- Eu não sei. –disse, antes fechar a porta e sair.

Simon tinha deixado os dois em uma situação bem desagradável, mas alguns minutos depois, Chama entrou para quebrar o gelo.

- Marshall ainda não chegou? –ela perguntou, pouco depois de entrar no quarto.

- Não... Nós brigamos e não tenho a mínima idéia de onde ele esteja.

Marceline não sabia, mas ele esteve lá. Quando Marshall soube da notícia, encontrou algum jeito de sair da escola e ir correndo para o hospital, mas quando chegou lá, Simon chorava com o rosto apoiado em suas mãos e percebeu que seria muito pior para ela se ficasse dentro daquele quarto.

O garoto fechou a porta e começou a andar pela cidade, até perceber que estava em uma rua totalmente desconhecida. Olhou para a esquerda e viu algo que paria ser um galpão abandonado com um carro preto parado alguns metros de distância.

“Reconheceria esse carro em qualquer lugar” –ele pensou- “Foi usado para que acontecesse a troca na saída da cidade.”

Ele foi se aproximando e entrou no velho galpão. Tinha algumas cartas espalhadas pela mesa, além de várias garrafas vazias, a maioria quebradas. Também viu uma porta de madeira meio aberta, onde pôde observar pilhas de papeis e diversos maços de dinheiro dentro de caixas de papelão. Na parede, uma foto de Marcy. Estava presa por um tipo de prego, o que o deixou muito intrigado.

Logo a baixo tinha alguns documentos, que após terminar de ler, não conseguia emitir reação nenhuma. Ele estava assustado, aquilo não podia ser verdade. O colocou dentro do seu bolso e pretendia correr para fora daquele lugar, até que ouviu um barulho.

“Pode ter chegado alguém” –ele pensava- “Preciso me esconder em algum lugar.”

E foi isso que fez, buscou um lugar onde ninguém pudesse vê-lo e novamente entrou em uma porta, cuja dava para o porão.

Rapidamente Marshall se enfiou em baixo de uma mesa e lá ficou por quase dois minutos, mas notou a presença de alguém e decidiu sair.

- Quem está ai? –ele sussurrou.

- Marshall, é você? O que faz aqui?

- Finn?!

- Saia enquanto é tempo! Hudson já deve estar chegando! Você não fechou a porta, fechou?

- Fechei, mas que importância isso tem agora?

- Toda! Ela só pode ser aberta pelo lado de fora, agora estamos os dois presos aqui.

Foram interrompidos pelo barulho de alguns passos. Marshall voltou para seu esconderijo enquanto Finn tentava ouvir o que eles conversavam.

- Não seria muita crueldade, Martines? –perguntou Hudson, enquanto fechava o galpão.

- Está brincando? Você iria adorar. Além do mais, já fez coi... –respondia o segurança, antes que Hudson tapasse sua boca.

- Fique calado Martines! –ele ordenou- acho que tem alguém aqui.

- Besteira! Estamos no bairro menos movimentado da cidade, quem é que se interessaria em entrar aqui? Hahahah, não seja tolo, patrão.

- Já mandei ficar calado! Veja isso, um relógio e de boa qualidade. Parece que caiu do pulso de alguém.

- Pode ser de algum de nós, Pablo adora colecionar esse tipo de coisa.

- Não é do Pablo... Sei de quem é, eu mesmo fiz questão de dar a ele. Peça para que os outros procurem em todos os lugares, temos um intruso aqui.