Radioatividade escrita por Camy Caroline


Capítulo 1
Prefácio




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/345013/chapter/1

Prefácio

Brasil - São Paulo/SP – 00:00h do dia 6 de Abril

Sentia os longos cabelos ruivos grudarem-se a sua nuca e o suor escorrer pelas costas apesar do local ser ventilado. O ambiente era por si só opressivo, uma sala, repleta de monitores, com iluminação efêmera, dada quase exclusivamente pela luz que saiam das telas que estavam a sua frente, cada uma, com uma imagem diferente.

Ele não deixava passar um só detalhe do que se passava nos monitores a sua frente. Ele não poderia deixar passar e estava alucinado em busca da resposta que lhe cobravam. Silvio Makoski, seu chefe, estava prestes a chegar.

Aquele homem era tão mais influente no mundo, quanto o próprio presidente dos Estados Unidos e, justamente pelo o que ele estava exigindo de Rafael ali, o pobre empregado tinha certeza que ele passaria por cima de qualquer um que não atendesse seus interesses. E isto não poderia ser, exatamente, de uma forma politicamente correta.

-Onde está o garoto? –perguntou Silvio rudemente adentrando o recinto bem vestido com seu terno perto Armani, sapatos italianos bem lustrados, uma postura rígida e o rosto parcialmente coberto por um chapéu Fedora, da mesma cor de seu terno.

Rafael tremeu ao ouvir a voz do chefe retumbar pelo recinto ao falar do próprio filho como se fosse um objeto. A falta de sentimentos aparentes só tornava aquele homem ali ainda mais assustador. O homem não parecia ser humano e a frieza com que tratava as coisas só o tornava menos humano ainda.

_ T-temo q-eu ele tenha descoberto sobre a câmera acoplada a seu anel, senhor. – Rafael disse, com voz tensa, se dirigindo ao homem como se ele fosse mais seu senhor do que só seu patrão. Talvez, assim fosse. De qualquer forma, não olhou em seus olhos e se encolheu, esperando uma explosão de fúria diante de sua ineficiência…

Mas o contrariando, Silvio apenas sorriu sinistramente e encarou o maior monitor observando um mínimo movimento próximo a lata de lixo do beco mostrado pelo maior monitor da direita.

-Mais atenção Rafael! Ele ainda está ali.  –exigiu apontando firmemente para uma sombra que por vezes se movia minimamente. –Ele desconfia de algo?

-Nã...não senhor, ele acha que está sendo vigiado por causa das drogas. –Rafael se calou por alguns segundos escolhendo as próximas palavras a dedo para que fossem bem interpretadas pelo chefe. –Ele nem imagina o verdadeiro motivo.

Mas a verdade era que o garoto desconfiava de que algo estivesse prestes a acontecer.

As drogas não passavam de uma mera desculpa que Silvio inventara para os funcionários, para justificar o que estava prestes a fazer. Com isso, todos achavam que o garoto era um rebelde sem causa e que merecia uma lição. Só não concordavam com a lição que o pai havia escolhido, mas quem iria questionar o tão intimidador e poderoso chefe?

-Bom, muito bem. –Silvio disse enquanto assentia para si. –Qualquer movimento do garoto, me avise. –e saiu dali sem mais delongas.

Rafael encarou confuso a porta que seu senhor havia acabado de fechar. Ele não entendia o porquê de Sílvio fazer isso com o filho, mas de uma coisa Rafael tinha certeza, nenhuma das intenções de seu chefe era boa.

Ao sair da sala de monitores, Silvio sacou o celular do paletó e rapidamente discou os números já decorados por sua mente e consequentemente por seus dedos.

-Hans na escuta. –o segurança atendeu após o segundo toque.

-Quero relatórios. –exigiu Silvio, sua voz era dura como pedra e fria como gelo.

-O garoto está no beco ao lado de uma boate ilegal, é provável que a polícia chegue logo. –Hans respondeu com cautela, ele fazia de tudo para não decepcionar o chefe.

-Então se prepare para leva-lo ao local combinado, pois será hoje. –Silvio ordenou feliz, ele não via a hora em que seu filho se transformaria em um verdadeiro cientista chegasse.

-Tem certeza senhor? –pela primeira vez na vida Hans deixou o medo transparecer em sua voz, ele achava aquilo que Silvio faria com o filho era extremamente cruel.

-Sim Hans, eu tenho certeza. –disse Silvio impaciente. Ele odiava que o questionassem. –Agora, faça o que tem que fazer. –e desligou na cara do “segurança” de seu filho.

Silvio seguiu andando até sua limusine, convicto de que tudo iria mudar a partir desta noite.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Radioatividade" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.