Laura e Edgar- Um romance desde o Início escrita por Nanda


Capítulo 86
Falta Entendimento


Notas iniciais do capítulo

Nunca escrevi um capítulo tão longo.. espero que não durmam ao ler..



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Edgar está possesso diante do que Laura acabara de informar... olha para ela com os olhos injetados... não acredita que Laura esteja fazendo isso... não agora... ele havia cedido.. estava tentando entende-la... mas aquilo era mais do que poderia compreender...

Laura: Amor... não me olha assim...

Edgar: Me sinto traído.. apunhalado pelas costas... sem dó nem piedade!... Você rejeitou a minha oferta para ir para um escritório de advocacia fazer exatamente o mesmo que faria aqui...

Laura: Edgar... você sabe os meus motivos... se acalma, por favor

Edgar (aos gritos): Me acalmar? Você vai trabalhar para um concorrente meu e me pede para me acalmar? E pior... um concorrente que tem em seu escritório um sujeito que tentou abusar de você!!! Eu simplesmente não vou tolerar isso!!!

Laura (baixando o tom de voz): Pare de gritar... o Daniel pode ouvir... Não vou trabalhar no mesmo escritório... vou ser secretária do Dr. Freitas

Edgar (falando baixo... lembrando-se que Daniel está em sua casa): Secretária... você tinha que ser secretária... de outro advogado... e não importa se for no outro escritório...mesmo assim vai ter contato direto com o Joaquim... Laura... não creio no que ouvi... como você pôde aceitar isso?

Laura: Você está com ciúme?

Edgar: Não... não estou...

Laura: Então... O que você tem contra o Dr. Freitas?

Edgar: Nada... absolutamente... é um advogado brilhante... o que me magoa é você trabalhar para ele e não para mim...

Laura: Amor... tenta me entender...

Edgar: Não me pede para compreender o que é simplesmente incompreensível... eu desisto de tentar te entender.... com licença... vou trabalhar... (dando as costas à Laura)

Laura: Você quer que eu vá embora?

Edgar: Eu não disse isso... mas faça o que quiser... minha opinião e muito menos minha vontade te importam...

Laura: Não fala assim... eu me importo... eu te amo... só quero que me entenda

Edgar: Então tenta me entender também...

Laura resolve deixar Edgar sozinho... talvez assim se acalme, pense e perceba que não haveria condições dela trabalhar com ele... sobe as escadas... seu filho está desenhando tão concentrado que não percebe que ela chegara ...aproxima-se e observa o que o filho está fazendo..

Laura (chegando por trás, dando um abraço e um beijo nos cabelos do filho): Que desenho lindo...

Daniel: Oi Mamãe... estava desenhando o dia que você e o papai me levaram no zoológico... olha.. aqui é você... eu... o papai... e o jardim...

Laura: Hum... bem... agora está na hora de irmos... vem... vamos nos despedir do papai...

Daniel: Ele não vai junto com a gente?

Laura: Não meu filho... o papai tem que trabalhar.. e ainda é cedo... vamos de bonde... ou eu alugo um coche...

Daniel: Está bem...

Eles descem e se encaminham para o escritório...

Daniel: Papai? Posso entrar?

Edgar (levantando os olhos do documento que analisava ao ouvir a voz do filho e sorrindo) : Oi! Entra meu filho...

Daniel: A gente já vai... vim te dar tchau...

Edgar: Mas já? É cedo ainda...

Laura: A gente precisa ir...

Edgar: Filho... amanhã o papai vai te buscar... eu quero que você conheça uma pessoa...

Daniel: Quem?

Edgar: Sua avó... amanhã a gente vai lá na casa dela...

Daniel: Supimpa!!! Mamãe você conhece a vovó?

Laura: Claro que sim... mande um beijo bem grande para ela por mim... agora vamos?

Daniel: Tá bom... tchau papai.. (dando um abraço e um beijo em Edgar)

Edgar: Tchau...Daniel... espera um pouquinho lá fora.. preciso falar com sua mãe...

Laura (enquanto Daniel sai): O que foi?

Edgar: Só quero te pedir uma coisa... se a gente não...

Laura: Eu sei... o Daniel é seu filho.... Edgar... não fala isso.. eu só quero ter um trabalho que não dependa de você, nem de ninguém...

Edgar: Tudo bem Laura... agora me deixa trabalhar... outra hora a gente conversa...

Laura (se aproximando dele): Tá... então tchau...

Edgar: Tchau Laura...

Laura encontra Daniel na sala e ambos deixam a casa de Edgar em direção a sua... Edgar permanece em seu escritório... mas não consegue trabalhar...pensa no que acabara de se passar.. precisa conversar com alguém... pensa em Guerra... talvez o amigo possa ajuda-lo a entender tudo isso... Sem refletir mais vezes, toma o rumo do Correio da República...

Enquanto isto, na casa de Catarina, Fernando e ela estão muito felizes... Seus planos deram certo... riem e conversam animadamente enquanto brindam pelo feito de Fernando...

Catarina: Meu amor! Um brinde ao novo acionista majoritário da Tecelagem Vieira!

Fernando: Um brinde! Como é doce o sabor da vingança, não? Mas o melhor está por vir... a humilhação de meu pai... que sempre se julgou tão astuto... e de seu filhinho querido... tão esperto... ao verem que o filho bastardo é o novo sócio majoritário da empresa... são dois estúpidos...

Catarina: Tente manter Edgar ao seu lado... ele nos pode ser útil.. lembre-se que ele ainda tem 10% de ações... e pode ser importante nas decisões que tomar...

Fernando: Quero mais que Edgar vá para o inferno! Não sei porque o defende tanto...

Catarina: Apenas quero manter uma boa relação com o pai de minha filha... faço isso por Melissa...

Fernando: Logo nem mesmo ela precisará dele... Ergamos um brinde a Melissa e minha futura esposa!

Catarina: Como é?

Fernando: Sim... agora que sou o acionista majoritário... vamos oficializar nossa união.. vamos promover um jantar para anunciar o noivado... logo depois nos casamos, meu rouxinol...

Catarina: Certo... mas primeiro é preciso que saibam que você comprou as ações... quando vai ser isso?

Fernando: Dentro de uns dias... mal posso esperar esse momento...

Edgar, enquanto isto, chega ao Correio da República... e novamente encontra Guerra discutindo com Neto..

Guerra: Eu vou publicar e não se fala mais nisso... este é um jornal imparcial... se tenho agora uma crítica contrária a sua... e tão bem escrita... é meu dever como editor publica-la...

Neto: Pois então eu não escrevo mais... esse jornal não dá valor a seus funcionários... isso é um desrespeito comigo!

Edgar: O que houve?

Guerra: Deixa o Neto para lá Edgar... só está zangado por que vou publicar uma crítica positiva ao espetáculo da Isabel... o Paulo Lima me mandou hoje... está muito bom.. não há como não colocar no jornal...dê uma lida

Edgar (lendo): É... ele escreve muito bem... estou vendo que Antonio Ferreira tem um concorrente à altura...

Guerra: Tem mesmo....Mas... o que te traz aqui? Pela sua cara coisa boa não é...

Edgar: Não... não é mesmo... a Laura..

Guerra: A Laura.... Vai.. conta o que aconteceu...

Edgar conta tudo o que está se passando... o emprego na sapataria... a demissão... sua oferta de emprego e, finalmente, que Laura e ele brigaram por ela ter aceito trabalhar com outro advogado...

Guerra: Edgar... desculpa... mas eu entendo em parte a Laura...

Edgar: Entende? Então me ajude... pois eu não consigo... por mais que tente...

Guerra: A Laura quer ser independente.. conquistou isso enquanto estava no interior... e trabalhar para você seria como ser dependente sua... e ela jamais conseguiria te enfrentar como a um patrão...e você não a trataria como uma secretária... não conseguiria separar o pessoal do profissional...

Edgar: Claro que conseguiria...

Guerra: Edgar...

Edgar: tá... talvez não... mas o que tem de errado eu querer ter minha mulher por perto? E mais... eu realmente preciso de uma secretária... E ela também.. tinha que ir trabalhar justo onde trabalha o Joaquim?

Guerra: Ela mesma disse que é com o Dr. Freitas... não se apoquente tanto e trate de fazer as pazes com ela.. dê o braço a torcer....os argumentos que ela usou são totalmente plausíveis e compreensíveis....procure ela.... ou prefere que se ela tiver realmente algum contato com o Dr. Castro esteja sozinha? Edgar... não compreendo por que tanto ciúme do teu colega... ele tentou flertar com a Laura... mas até onde sei ela nunca deu abertura para ele se aproximar dela...

Edgar: Se você soubesse de tudo meu amigo... se soubesse...

Guerra: Bem... se há algo que não pode dizer... não diga... mas pense nas coisas que te falei...

No Cosme Velho, Laura chega em casa com Daniel. Trata de cuidar de seu filho, dando-lhe banho, vestindo, servindo o jantar, e logo o pondo para dormir.. Após o menino ter adormecido, conversa buscando conselhos junto a Gertrudes sobre os acontecimentos dos últimos dias...

Gertrudes: Menina... você está cutucando a onça com vara curta! Onde já se viu aceitar emprego de um concorrente do marido? E ainda mais com o Dr. Castro trabalhando no mesmo lugar... lembro do quanto aquele doutorzinho era insistente quando morávamos na fazenda...

Laura: Não é com o Dr. Castro... é com o chefe dele... em outro escritório... o que queria que fizesse, Gertrudes? Nenhuma escola me aceita... e eu preciso trabalhar! Tenho que sustentar essa casa... e trabalhar com o Edgar...seria como voltar a depender dele... quero poder comprar o que preciso com o meu dinheiro... conseguido com o meu trabalho... um trabalho que consegui sem depender de ninguém...e não depender dos outros...

Gertrudes: Eu te entendo... mas tenta compreender o Dr. Vieira... deve ser muito difícil assimilar tudo isso...

Aquela noite o casal, cada qual em sua casa, não consegue dormir... Edgar rola pela cama e só consegue pensar que a partir de amanhã Laura estará trabalhando para outro homem... que tem em seu quadro de funcionários o seu agressor... por que é tão difícil para ela entender que ele quer protege-la... tornar sua vida mais fácil, pensa... anda pelo quarto e torna a deitar... ela deveria estar ali... mas não está... Já no quarto de Laura, ela tenta dormir... terá um dia cheio amanhã...será seu primeiro dia no emprego... tem de estar descansada para tudo o que terá de aprender sobre o escritório... mas não consegue... os olhos acusadores e as palavras cheias de mágoa e raiva de Edgar não saem de sua cabeça... não queria que a situação chegasse a este ponto.. espero que esse ressentimento dele passe logo, pensa... e com esses pensamentos invadindo a madrugada de ambos, o sol não tarda a aparecer, anunciando o amanhecer...

No dia seguinte, Laura acorda cedo... toma café apressadamente e enquanto faz seu desjejum olha as manchetes do Correio da República.... ao chegar na coluna sobre crítica de arte, fica eufórica... Guerra publicou... sua crítica fora publicada... levanta-se e dá as últimas instruções a Gertrudes...

Laura: Gertrudes... não me espere para o almoço... vou ficar pelo centro da cidade mesmo... e depois do expediente vou conversar com a Isabel...

Gertrudes: Sim,senhora..

Laura: E.. o Edgar vai vir buscar o Daniel para conhecer a D. Margarida... deixe-o pronto para saírem... ele vem pelas 14:00 horas...

Gertrudes: Tudo bem...

Laura: E agora me deseje sorte... vou para o escritório...

Gertrudes: boa sorte...

Ela sai e encaminha-se até o bonde... em pouco tempo está no escritório da Av. Mém de Sá... lá apresenta-se a D. Márcia, que já ciente de que ela é a nova contratada da empresa, começa a passar-lhe as instruções sobre o novo trabalho e vai lhe apresentando aos demais funcionários e dependências do local... Laura procura gravar cada informação que D. Márcia lhe dá, para desempenhar da melhor forma suas funções... É recebida de forma amistosa por todos...fica feliz... parece que ali as pessoas não se importam com sua condição civil...

Já na casa dos Vieira, D. Margarida está completamente atarefada... Dá ordens para as criadas... conversa com a cozinheira... quer que tudo esteja perfeito para aquela tarde... Seu marido desce as escadas e estranha aquela movimentação toda... antes de encaminhar-se a fábrica resolve descobrir o que se passa em sua casa...

Bonifácio: Margarida... o que está acontecendo? Por que tanta correria? Por acaso vai dar uma festa e não estou sabendo?

Margarida: Bem.. não é uma festa... mas bem teria motivos para isso...

Bonifácio: Motivos? Margarida... não vejo motivo para festas... ainda mais agora que o capital da fábrica foi aberto e uma única pessoa comprou as ações... e não temos ideia de quem seja...

Margarida: Não se preocupe... não é uma festa... apenas quero que a pessoa que vou receber se sinta muito bem nesta casa...

Bonifácio: E quem é essa visita tão importante?

Margarida: Bem... o Edgar não me disse se podia te contar ou não... mas... acho que tens o direito de saber... hoje vou conhecer meu neto...

Bonifácio: Não me diga que além daquela bastardinha, o Edgar aprontou isso agora... mais um filho ilegítimo na família...

Margarida: Não fale assim de Melissa... acho que você não é a pessoa mais indicada para tecer comentários, meu querido... quanto ao meu neto... ele não é ilegítimo... é filho do Edgar... com a Laura...

Bonifácio: Com a Laura? Como pode ser isso... eles estão divorciados há anos...

Margarida: A Laura estava grávida quando eles se divorciaram... escondeu a gestação... o Daniel tem 4 anos... o nosso filho só soube dele há pouco...

Bonifácio (sorrindo de satisfação): Um neto! Um homem! Isso é maravilhoso Margarida! Há que horas eles vem?

Margarida: Marcamos para às 15 horas...

Bonifácio: Vou fazer o possível para estar aqui... quero ter o prazer de conhecer meu primeiro neto...

Edgar resolve seus assuntos profissionais pela manhã... enquanto termina de datilografar um contrato que um cliente pediu para ser lavrado, lembra-se que tem de resolver a situação de Melissa... não quer a colocar em um internato... mas não encontrou nenhuma escola que a aceite... ao pensar em escolas, lembra-se novamente de Laura... como será que está sendo seu primeiro dia de trabalho? Será que a trataram bem? Não tem dúvida que vai ser uma ótima secretária... que deveria estar ali... o ajudando... e não em outro escritório... após conversar com Guerra e pensar muito, começara a entender os pensamentos de Laura... e embora não consiga aceita-los.... pelo menos respeita sua decisão.. Olha para seu escritório e reflete... já que ela não quis... a vaga está aberta... para ser preenchida por outra pessoa...

As horas passam... Edgar vai a casa do filho... ao chegar conversa com Gertrudes por um instante... sente vontade de pedir como sua amada está, mas contem-se... despedem-se e em pouco tempo ele e Daniel chegam a mansão dos Vieira....

Edgar: Boa tarde...

Margarida: Olá meu filho... como vai?

Edgar: Mamãe... este aqui é Daniel...

Margarida (agachando-se e olhando com carinho para o menino): Olá Daniel... eu sou sua vovó... Vovó Margarida... queria muito conhecer você...

Daniel: Olá vovó..... também queria te conhecer... desde que o papai me falou da senhora...

Margarida: Querido.. vem.. me dê um abraço... (abraçando com ternura o menino)... Edgar... ele é lindo... é como se eu estivesse te vendo criança novamente...

Nisto, Bonifácio adentra a sala... olha para Margarida abraçada ao menino... Edgar espanta-se ao ver seu pai ali... mas mantem-se calado e observa a cena

Bonifácio: Meu Deus... parece que voltei no tempo... parece que estou vendo meu filho quando pequeno...

Daniel (olhando para Bonifácio): Quem é o senhor?

Bonifácio (sorrindo e agachando-se, enquanto Margarida levanta-se): Eu sou seu avô..... sou pai do seu papai... e estou muito feliz por te conhecer, Daniel... vem... também quero um abraço...

Daniel não sabe se deve... mas Edgar o olha e acena positivamente para abraçar o avô... Bonifácio tem uma reação que não se podia esperar... estava comovido... verdadeiramente emocionado por ter o neto em seus braços...

Margarida: E Laura? Por que não veio?

Edgar: Ela não pode... está trabalhando...

Margarida: Trabalhando?

Edgar: Outra hora te conto...

Bonifácio: Edgar... Laura é muito avançada para nossos tempos... mas é uma pena que não está aqui... gostaria muito de conversar com minha nora.....

Margarida (percebendo que Edgar está tenso): Daniel... a vovó mandou preparar um lanche gostoso para todos nós... vamos indo para mesa....

Edgar (quando o menino sai da sala): Pai... o que faz aqui?

Bonifácio: Vim conhecer meu neto... Edgar não sabe o quanto estou feliz por ver seu filho... dentre tantos acontecimentos nefastos... hoje sua mãe me deu essa notícia maravilhosa... que tenho um neto.... não sabe o orgulho que estou sentindo de você por ter me dado este menino... um homem que vai continuar com a descendência dos Vieira...

Edgar: Pai... a Melissa também é sua neta... e nunca o vi manifestar interesse em conhece-la... isso me magoa profundamente...

Bonifácio: Edgar... essa menina é uma filha natural... e levando em consideração a reputação da mãe dela... quem garante que essa menina é sua? Já o Daniel.. não há dúvidas... ele é um Vieira...

Edgar: Diferente de você... não faço distinção entre meus filhos... Daniel me enche de orgulho... mas Melissa também.. e quanto a reputação da Catarina... o que o senhor sabe?

Bonifácio: O suficiente para afirmar que essa menina pode ser filha de qualquer um... ela é uma artista... e como tal tem costumes muito mais liberais.... e agora com licença... quero desfrutar um pouco mais da companhia de meu neto legítimo...

Edgar engole as últimas palavras do pai em seco e junta-se a eles na mesa... a visita segue de forma relativamente agradável... Margarida e Bonifácio estão fascinados pelo menino, que aos poucos sente-se a vontade junto aos avós... após algum tempo e algumas conversações mais amenas, Edgar e Daniel despedem-se...enquanto Bonifácio ainda conversa com Daniel convidando-o para conhecer a tecelagem, Edgar conversa rapidamente com a mãe..

Margarida: Venha mais vezes com ele... por favor... e na próxima vez... diga a Laura para vir junto... estou com saudades dela...

Edgar: Eu direi... mãe... tem algo que quero lhe perguntar.... a Heloisa... aceitaria um emprego como secretaria?

Margarida: Acredito que sim... mas posso falar com ela...

Edgar: Faça isso.. estou precisando de uma secretária... se ela quiser... a vaga é dela...

Edgar coloca Daniel em seu carro e embarca... Tomam o caminho do Cosme Velho...

Edgar: E então... gostou do passeio?

Daniel: Muito... a vovó e o vovô são supimpa... e que casa grande eles tem... e o vovô me disse que é para eu ir conhecer a fábrica...

Edgar: Certo.. um dia desses te levo lá... mas agora vamos para casa... a Gertrudes deve estar te esperando...

Daniel: Papai... eu queria...

Edgar: O que?

Daniel: Queria dormir na sua casa...

Edgar: Mas sua mãe não sabe... ela vai ficar preocupada...

Daniel: Você avisa ela... e aí está tudo certo...

Edgar: Está bem... vamos então...

No escritório, tarde passou depressa... Laura termina de redigir um memorando que Dr. Freitas pedira e leva-o para o advogado assinar... o mesmo lê e vendo que está de acordo com o que lhe fora mandado, assina e libera Laura para ir para casa... a moça sai dali cansada, mas feliz... tem certeza que sua estadia naquele local será duradoura...anda depressa pois não quer se demorar... está curiosa quanto a visita que Daniel fez a casa da avó, mas precisa conversar com Isabel antes... quer saber se a crítica publicada surtiu algum efeito positivo... entra no Teatro e vai direto ao escritório... Isabel está lá... terminando de contabilizar os ingressos vendidos para a apresentação de logo mais...

Laura: Olá! Como vai?

Isabel: Bem! Muito bem! E graças a um senhor chamado Paulo Lima, posso dizer que tenho minha alma lavada! Laura... obrigada por tudo que escreveu...

Laura: Não escrevi nada além da verdade... Como está a bilheteria?

Isabel: Esgotada... vendemos todos os lugares...

Laura: Que bom! Agora preciso ir...

Isabel: Espera... como está o trabalho na sapataria?

Laura: Não trabalho mais lá...

Nisto toca o telefone... Isabel atende...

Isabel: É para você... é o Edgar..

Laura (estranhando e pegando o telefone): Alô... o que houve Edgar?

Edgar: Laura... a Gertrudes me disse que você ia falar com a Isabel. estou ligando para pedir se o Daniel pode dormir aqui..... ele me pediu...

Laura: Não sei se é boa ideia... ele nunca dormiu aí sozinho...

Edgar: Mas acho que ele não vai estranhar... eu e Matilde tomamos conta dele... não se preocupe... mas... se te deixa mais tranquila... pode vir ve-lo e conversar com Daniel um pouco...

Laura: Tudo bem.... boa noite...

Edgar: Boa noite...

Isabel: Alguma novidade?

Laura: Algumas... mas não posso contar agora... preciso ir... o Daniel quer dormir na casa do Edgar...

Isabel: E...

Laura: Quero ir até lá... não vi meu filho o dia todo... quero pelo menos lhe dar um beijinho...

Isabel: Acredito que queria dar um beijo no Daniel... mas acho que não é só nele...


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