Laura e Edgar- Um romance desde o Início escrita por Nanda


Capítulo 68
Alecrim




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Edgar olha para o relógio... já são 16:00 horas

Edgar: Acho que podemos ir... que tal irmos tomar um lanche na Colonial?

Laura: Melhor não... lá todos nos conhecem... e vão começar os comentários...

Edgar: Tem razão... então vamos para casa...assim eu falo  com a Matilde sobre o que conversamos...

Laura: Está bem... vamos para sua casa então... vou chamar o Daniel...

Edgar: Deixa que eu vou...

Edgar levanta-se e vai ao encontro do filho... encontra o menino colhendo algumas flores

Edgar: Que está fazendo?

Daniel: Vou dar um ramo de flores para mamãe.... olha...

Edgar (observando com um nó na garganta): Alecrim?

Daniel: Sim... ela diz que lembram o meu papai....

Edgar (tentando disfarçar como aquilo lhe afetou): Seu papai? 

Daniel: Sim... sabe, eu não sei onde ele está... eu nunca vi ele... queria tanto saber como  é.... Você conhece ele, Edgar?

A vontade que Edgar sente é de dizer, sim, seu pai sou eu e encher seu menino de abraços e beijos, mas sabe que ainda não está na hora e que essa revelação assim, tão rápida, poderia por tudo a perder.. Assim, acaba dizendo: Sim...  um dia você vai conhece-lo... e pode ter certeza que mesmo longe ele te ama muito... Bom... sua mãe está nos esperando... venha...

Daniel dá a mão  para Edgar e traz a outra escondida em suas costas...

Laura (olhando desconfiada): O que tem aí?

Daniel: Flores... para você... (entregando um  belo raminho de alecrim... )

Laura: Alecrim (olhando para Edgar)

Edgar: Ele me disse que você gosta...

Laura: Sim... (olhando para Daniel)Obrigada meu anjo... Vamos agora?

Daniel:  Mas é tão cedo! Já vamos para casa?

Edgar: Não... você vai conhecer a minha casa...

Eles entram no carro... depois de algum tempo eles chegam a residência de Edgar... Daniel entra tímido e escondido atrás de Laura...

Edgar: O que  foi? Não precisa ter vergonha... essa casa é minha mas também de todos os meus amigos... então é sua também... fiquem à vontade...vou falar com Matilde para preparar um lanche para gente...

Laura senta-se no sofá da sala... sente algo estranho... está em sua casa... e pela primeira vez seu  filho a acompanha até ali... Daniel olha para tudo curioso...

Laura: Filho... não mexa em nada...

Daniel: Está bem... que casa bonita e grande o Edgar tem, né?

Eles ficam conversando na sala... enquanto isso Edgar conversa com Matilde na cozinha:

Edgar: Matilde

Matilde: Sim, Dr.

Edgar: Prepare um lanche para três... temos visitas... 

Matilde: Pode deixar... o senhor quer que prepare um chá completo?

Edgar: Sim...  e sirva muitas guloseimas... acho que  Daniel deve estar com fome...

Matilde: Daniel?

Edgar: Esqueci de te contar... ainda mais sendo tão importante nisto tudo... na carta que me entregou, Matilde, a Laura estava me avisando que nós iriamos ter um filho... ele  está aí na sala com ela...

Matilde (sorrindo, dá uma espiada para a sala de visitas e vê o menino) Não há como dizer que não é seu filho Dr..... é muito parecido...

Edgar: É... mas eu vejo muitas coisas da Laura nele... ao conviver com ele você vai perceber também... Por falar nisso, Matilde, preciso que faça algo a partir de amanhã..

Matilde: Pois não?

Edgar: Preciso que cuide do Daniel por uns dias.... a babá dele teve um problema pessoal e precisou viajar para o interior... então... amanhã vou leva-la para a casa da Laura... você vai ficar lá o dia todo...

Matilde: Mas e o serviço daqui? 

Edgar: Não se preocupe... eu dou um jeito... não sou o melhor em prendas domésticas mas vou me virar...

Matilde: Está bem...

Edgar:  Matilde... só mais uma coisa...não diga que sou pai dele... estou me aproximando aos poucos, para não assusta-lo... para ele eu sou um amigo...

Matilde: Tudo bem.. Dr. Vieira... 

Edgar volta para a sala... eles conversam um pouco e logo Matilde serve o lanche para o casal e seu filho... Daniel se farta com todos os doces que Matilde colocara na mesa, muitos deles preparados pela avó paterna, que ele ainda não conhece... Ao terminarem e conversarem um pouco mais Edgar leva Daniel e Laura para casa...

Edgar: E então... gostou do passeio?

Daniel: O passeio foi supimpa! Adorei ver todos aqueles bichos e depois ir na sua casa... ela é bem grande né?

Edgar: Sim... grande demais... ainda mais morando sozinho (olhando para Laura)

Daniel.. agora vem brincar comigo um pouco..

Edgar: Meu amigo... dessa vez eu não posso... está tarde e eu preciso ir...

Daniel: Ah... (fazendo beicinho) mas quando é que vou te ver de novo?

Edgar: Amanhã... eu vou trazer a Matilde para cuidar  de você enquanto a Gertrudes não está aí...

Daniel: A Matilde? Tudo bem... acho que vou gostar dela... não como da Tude... mas vou gostar...

Edgar (rindo) Está bem... Boa noite...

Daniel: boa noite...

Laura: Bem... obrigada pelo passeio... e... obrigada pelo que está fazendo...

Edgar: Não estou fazendo nada demais... que bom que gostou do passeio... eu também gostei... é sempre bom ter vocês por perto...(olhando ardentemente para Laura)

Laura: Bem... então espero a Matilde amanhã pelas 7 horas... pode ser?

 Edgar: Claro... ela vai estar aqui pontualmente...Boa Noite...

Laura: Boa noite...

Edgar vai para casa feliz... passou o dia com sua família... pena que não possa ficar mais tempo com eles, pensa... se tudo se resolvesse, a estas horas Daniel estaria em seu quarto na nossa casa e Laura e eu estaríamos juntos no nosso... Daniel disse que o alecrim a faz lembrar de mim... se ele soubesse o quanto essa flor me faz sentir saudade da mãe dele...

Em sua casa, Laura põe Daniel para dormir. Vai para seu quarto. Vê o ramo de alecrim que Daniel lhe dera à tarde e pensa em Edgar... no quanto foi gentil, educado,divertido... em como foi bom ter passado aquelas horas junto dele e seu filho... parecia que tinham voltado no tempo e o Edgar que conhecera quando ainda era uma mocinha estava ali, diante dela... ele ainda a entende... sabe de sua necessidade de trabalhar... ser independente... sentir-se útil... claro que se tivesse de ficar em casa cuidando do filho o faria  de bom grado, mas precisa do emprego para se sustentar e não depender de ninguém... Se tudo aquilo não tivesse acontecido.... eles com certeza ainda estariam casados... e felizes...

A noite passa e o sol ilumina mais um dia na capital fluminense. Pontual como sempre, Edgar está em frente a casa de Laura com Matilde...bate a porta

Edgar: Bom dia

Laura: Bom dia... já estava esperando vocês...

Matilde: Bom dia  D. Laura... como vai?

Laura:Bem Matilde... que bom que está aqui... Edgar não sei nem como te agradecer... não sei o que faria se não fosse você me ceder a Matilde por uns dias...

Edgar: Não é nada... a Matilde vai ficar aqui pelo tempo que precisar... você demora muito a sair?

Laura: Um pouco... vou ter de explicar a Matilde o funcionamento da casa...

Edgar: Eu espero... te levo até o Arquivo... tenho que ir ao Fórum e é caminho... e o Daniel?

Laura: Ainda está dormindo... se quiser ve-lo já sabe onde é o quarto dele...

Edgar vai sorrateiramente até o quarto de Daniel... observa o menino dormindo... arruma seus cobertores... dá um beijo em sua testa e sai...

Laura: Estou pronta... vamos?

Edgar: Vamos

Laura: Matilde... eu volto na hora do almoço... nos primeiros dias pretendo vir para casa para ver como está tudo por aqui... até logo

Edgar leva Laura até o Arquivo... ela pede para parar o carro um pouco afastado do prédio

Laura: Edgar...por favor... para o carro aqui... 

Edgar: Tudo bem... eu sei que não fica bem você chegar ao trabalho comigo já que disse que é viúva... pode gerar comentários...

Laura: Entenderam errado... eu já te falei... Eu não disse que sou viúva... por sinal... acho que você está bem vivo, não?

Edgar: Você quer testar? (aproximando mais seu rosto ao de Laura) Eu quis morrer quando você foi embora..... mas você voltou... e trouxe minha vida de volta....nunca me senti tão vivo quanto agora...(ele  beija levemente os lábios dela, que lhe retribui)

Laura: Eu preciso ir... já devo estar atrasada... bom dia... (descendo do carro)

Edgar: bom dia... quando posso ir ver  Daniel?

Laura: Já  disse que pode ve-lo quando quiser... desde que tenha alguém de minha confiança com ele... 

Edgar: Não se preocupe... não vou quebrar nosso acordo... só vou vê-lo quando você estiver...

Laura caminha cerca de um quarteirão até chegar ao Arquivo Nacional. Mal sabe que escondidos atrás da cerca viva da casa em frente ao seu trabalho estão Fernando e Osvaldo...

Fernando: Ela vem vindo... prepare a máquina...

Osvaldo: Está pronta... mas ela precisa parar... faça como combinamos...

Fernando: Está bem... lá vem ela...

Fernando grita o nome de Laura... permanece escondido... a moça para e olha para os lados procurando quem a chama... como não avista ninguém segue... sobe as escadas do Arquivo e começa mais um dia de trabalho...

Fernando: E então? Conseguiu?

Osvaldo: Sim... logo que estiver revelado, publicaremos o retrato e a nota no jornal...

Fernando: E quando acha que conseguem fazer isso?

Osvaldo: No máximo em dois dias... 

Fernando: Ótimo... a reputação da família Assunção está há dois dias de ir para lama...


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