Laura e Edgar- Um romance desde o Início escrita por Nanda


Capítulo 49
Dor




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Edgar deixa o escritório. Tem uma reunião com um cliente. Matilde havia reparado que a carta que entregara ao patrão era de sua ex-esposa e pensa que devem ser más notícias, afinal o semblante do Dr. Vieira está mais soturno do que de costume. A empregada está fazendo a limpeza da casa e havia esperado Edgar sair para limpar o escritório... entra... espana os móveis... arruma papéis sobre a mesa... varre o chão e por fim vai tirar o lixo... quando percebe que entre outros papéis há um envelope amassado dentro do mesmo... Ela retira o envelope e percebe que é o que entregara ao Dr. Vieira... e que ele nem sequer abriu...

Matilde: O Dr. Edgar está com a cabeça quente... uma hora isso há de passar e ele vai querer ler esta carta... é melhor guardar...mas não aqui... se voltar com o humor em que se encontra é capaz de por fogo nesse papel e ainda me demitir.... vou guardar entre minhas coisas... 

Enquanto isso na fazenda, Laura resolveu encontrar uma atividade para se distrair e sentir-se útil. Há algum tempo tem se dedicado a ensinar os filhos dos trabalhadores do cafezal, em uma escola improvisada no alojamento dos mesmos. Isso lhe faz muito bem... ensinar aquelas crianças, em sua maioria filhos de imigrantes que ao aportar ao Brasil foram mandados a trabalhar nas fazendas de café, para ela era algo instigante... em sua maioria aquelas crianças pouco falavam português... e isso era mais um desafio que Laura se dispôs a enfrentar. Esta nova ocupação lhe tomava boa parte do dia, sendo que não tinha tempo para pensar em coisas que a faziam sofrer. Porém, naquela noite em seu quarto, enquanto acaricia sua barriga, conversa com seu bebê

Laura: Meu filhinho.. meu pequeno... está chegando o dia em que vou conhecer você... estou tão feliz pela sua chegada... só não estou mais contente por que seu papai não está aqui conosco... a esta altura ele já deve ter recebido a carta que enviei... o que será que ele vai fazer? Acho que logo ele vai querer vir conhece-lo... essa ideia me apavora...não sei o que farei.. sinto tanta saudade do seu pai... mas não posso.. não devo demonstrar isso... mas vocês devem ser amigos...  

No Rio de Janeiro, Edgar está no apartamento de Guerra conversando...

Edgar: Guerra... o que mais posso pensar depois do que ouvi aquele dia na biblioteca.. Laura está orgulhosa do divórcio... para quem dizia que amava, não parecia estar nem um pouco abatida com o término da relação...e... ainda estava começando a relacionar-se com outra pessoa...essa carta.... só pode ser para me informar que está feliz ao lado de outro... me ferir... tripudiar...

Guerra: Meu amigo.. você está muito magoado..você nem leu o conteúdo da carta e já está pensando bobagens... você conhece bem sua ex-esposa... isso não seria uma atitude que Laura tomaria... deve ser outra coisa... 

Edgar: Tem razão..

Guerra: Claro que  tenho...  Edgar... leia a carta... e depois tire as conclusões... não fique se martirizando por suposições...

Edgar sai do apartamento de Guerra e vai para sua casa. Entra e vai direto para o escritório e vê que a lixeira está vazia...

Edgar: Ah não... a Matilde limpou o escritório enquanto eu estava fora... agora nunca vou saber o que Laura queria...só se eu for até Petropolis... mas....com que cara vou até lá? Vai pensar que estou atrás dela... e de repente ainda posso encontrar o sujeito que ela estava esperando... não... se for importante e ela não  receber resposta ela vai escrever novamente...

Passa-se mais dois meses. Laura está a ponto de dar a luz. Ela se prepara para mais um dia de aula enquanto conversa com D. Gertrudes

D. Gertrudes: Mas  você vai sair com esse barrigão? Você não devia ficar fazendo tanto esforço... esse bebê pode nascer a qualquer momento...

Laura: Babá... eu preciso.. me comprometi com as  aulas.... posso estar me sentindo cansada e pesada, mas o olhar de  meus alunos a cada nova descoberta não tem o que pague...

D. Gertrudes: É... eu te vejo bem mais animada agora... a única coisa que te faz perder a paciência é aquele doutorzinho que teima em continuar vindo aqui...

Laura: Não sei  o que o Dr. Castro está pensando... já deixei bem claro a ele que não estou interessada nele... já pedi várias vezes para parar de me procurar... 

D. Gertrudes:  Eu sei... acho que só vai desistir se um dia te ver com alguém... Filha... falando nisso... e o Dr. Vieira... ele não escreveu?

Laura: Não... acho que ele não se importou com o fato de que vamos ter um filho... 

D. Gertrudes: Talvez ele não tenha recebido a carta... por que não escreve outra?

Laura: Para que? Ele deve ter recebido... só não está interessado... quem vai sair perdendo com isso é ele...

D. Gertrudes: E o seu bebê...

Laura: Meu bebê não precisa de um pai que não o quer... ele é meu.. e eu vou dar todo o amor e o carinho que ele precisar... Agora deixa eu ir... estou atrasada...

Ela sai da casa grande... está se  dirigindo à escola... de repente sente uma dor muito forte em seu ventre.. sente sua barriga endurecer... logo depois a dor some... ela anda mais um pouco... está quase na escola... sente outra pontada forte em sua barriga... um grupo de mulheres que estava voltando do rio com suas trouxas de roupas percebem que Laura está passando mal... ela se contorce com a dor.... a ajudam a retornar para casa...as dores vão se tornando cada vez mais fortes e ocorrendo em um menor espaço de tempo... finalmente chegam no jardim... Gertrudes ouve os gritos de Laura e vai encontra-la

Gertrudes: Meu Deus... Laura.... o que foi?

Laura: Não sei... estou com muitas dores... 

Gertrudes: Vem... vamos para seu quarto... alguém chame o Dr. Assunção... ele saiu cedo e disse que ia até os silos... o bebê vai nascer...


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