Casa Ao Lado escrita por Laís Oliveira


Capítulo 6
Daylight


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Primeiro eu peço desculpas pelo horário, hoje eu passei por aqui realmente tarde.
A quem comentou no ultimo capítulo eu tentei mandar os spoilers mas só consegui para uma pessoa, o Nyah não me deixou mandar pois estava dizendo que eu estava fazendo propaganda e minha conta poderia ser bloqueada, vê se pode u_u Por isso, decidi não enviar e como compensação a quem deixou reviews no capítulo anterior eu peço que vocês me mandem o e-mail de vocês por mensagem privada ou nos comentários mesmo, para que assim eu possa mandar um spoiler do próximo capítulo. (Não esqueçam de me mandar o e-mail de vocês)

Obrigada a todos que comentaram no capítulo anterior, vocês são meus anjoss! Desculpe pela falta do spoiler, eu realmente sinto muito e não sabia que o Nyah fazia isso, então quem comentar nesse capítulo também eu mandarei um spoiler do próximo capítulo!

Vamos ao que interessa porque vocês tem 16 páginas do Word para ler! HAHA

Ah! Desculpe se houver algum erro de português porque agora eu tenho até o capítulo 9 mas está sem revisão, então amanhã eu passo aqui e edito os erros (se houver) e os próximo estarão revisados! HEHE!

Boa leitura!



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Estacionei minha picape no estacionamento da escola e desci do carro, conectei meu fone de ouvido no celular e o coloquei para tocar músicas aleatórias enquanto esperava Rose chegar. Alice a contou sobre o ocorrido e antes mesmo que eu saísse de casa para a aula, ela ligou-me exigindo que eu a esperasse por aqui. Sabendo que eu não poderia discutir contra, concordei.

– Bella?

Eu poderia jurar que conhecia essa voz, mas há algum tempo eu não ouvia, quase um ano, talvez? Ergui minha cabeça para encarar o dono da voz e me surpreendi pela pessoa que encontrei a minha frente.

– Jacob?

Jacob estava sorrindo e era impossível não sorrir também. Seu sorriso como sempre não havia mudado em nada, ainda era grande, contagiante e extremamente branco.

– Em carne e osso. – Ele disse apoiando-se na lataria de meu carro.

Jacob era meu ex-namorado. Nós ficamos juntos cerca de seis meses até ele decidir ir morar na Califórnia para cursar sua faculdade, talvez fosse essa a explicação para a sua pele estar mais avermelhada que o normal. Ele era sim um cara legal, porém não pensou duas vezes antes de me deixar aqui para seguir seu sonho. Eu por minha vez, não sofri o quanto eu imaginava, mas também não foi como se nada tivesse acontecido.

Jacob me abraçou forte e retribui o gesto, tentando parecer confortável mesmo não estando com aquela situação.

– O que está fazendo aqui? – Perguntei tentando soar interessada.

– Vim visitar meu pai na reserva, então decidi passar por aqui para ver como você estava. – Disse passando a mão no meu queixo e eu me desvencilhei.

– E pretende ficar quanto tempo?

Eu estava sendo uma idiota com perguntas atrás de perguntas, parecendo uma completa obcecada por ele. Mas eu não estava fazendo por mal, eu só queria saber quanto duraria a sua estadia e quando ele finalmente iria embora. Não que eu me importasse com o fato, a sua presença era até agradável mesmo não fazendo nenhuma diferença – agora – para mim.

– Poucos dias, no máximo cinco. Só para fazer uma visita ao velho mesmo.

– Ah sim, e como está a faculdade?

Como eu fazia para me calar?

– Está bem, na verdade estou adorando. Não me arrependo de nada, engenharia mecânica é mesmo o que eu queria para mim.

– Isso é bom.

– Aquele ali é o seu amigo? O Edward? – Jacob perguntou-me arqueando uma sobrancelha.

Olhei na direção que ele me indicava. Edward estava encostado na porta do carona do carro de Alice com a expressão longe e ele parecia um tanto perturbado, já Alice estava ao seu lado na mesma posição, agora olhando para mim.

Desviei o olhar, desejando saber o que estava acontecendo ali.

– É ele sim, por quê?

– Ele parece estar com dor de barriga ou algo do tipo. – Ele disse rindo.

– Eu percebi isso. – Falei lembrando-me de como era o humor negro de Jacob. – Vou lá ver o que está acontecendo.

– Antes de ir, quando a gente se vê novamente? – Perguntou-me.

– A gente se vê por aí. – Deixei no ar e caminhando até meus amigos.

Antes que eu fizesse meu caminho até os gêmeos uma loura entrou na minha frente fechando totalmente a minha passagem.

– Ai, Rose! Você me assustou! – Reclamei.

– Eu disse para você me esperar na picape, agora você volta para lá que eu estou indo para o lugar marcado.

– Você está falando sério?

– Sim.

Bufei e rolei os olhos, logo em seguida andando preguiçosamente até a minha picape. Rose já estava lá a minha espera.

– Olá Rose, bom dia! Tudo bem com você, como passou a noite? – Falei sarcasticamente.

Foi vez de Rose rolar os olhos.

– Antes de tudo, quem era aquele cara? – Perguntou-me com seus grandes olhos verdes alarmados.

– Um ex-namorado. – Eu disse indiferente.

– E você ainda gosta dele?

– É claro que não, depois eu te conto toda a história.

Rose soltou um suspiro aliviado e passou a mão entre os cabelos.

– Então vamos direto ao assunto. Por que você não quebrou a cara dela?

– Primeiro, eu não estava na minha casa, e segundo, eu não sou voltada a esse tipo de atitude.

– Mas Bella, você deveria ao menos...

– Rose, por favor! Tudo o que eu não preciso agora é falar dela. – Disse eu alterada.

– Mas você não vai poder fugir desse assunto por muito tempo, essa menina está indo longe demais.

– Mesmo assim, que vá longe. Eu não quero falar sobre esse assunto e pretendo continuar neutra sobre isso até ser realmente necessário falar algo.

– Você é tão calma...

– Isso deve ser bom.

– Deve ser bom até você perder o controle, quando isso acontecer eu vou ter medo de você.

Sorri sem graça, considerando realmente essa hipótese.

– Eu vou falar com o Edward, ele parece não estar bem e se sentindo culpado. – Eu disse.

– E ele é culpado, Bella. Olha o tipo de gente que ele coloca na casa dele.

Olhei Rose assustada por um momento, realmente surpresa com a sua ousadia de falar qualquer coisa que seja. Edward não era culpado, ele só não enxergava quem realmente era a sua namorada. Eu colocaria minha mão no fogo por ele, e se ele soubesse que ela traria esses transtornos talvez não estivesse junto dela; somente se gostasse de verdade de Heidi, tal pensamento me irritou.

– Desculpe se eu estou sendo intrometida, eu sou assim mesmo na maioria das vezes, mas é verdade.

– Tudo bem... De qualquer forma você não está mentindo.

Quando virei-me para encontrar Edward ele já não estava mais ali e senti uma ponta de decepção no peito. Se eu dissesse que não estava chateada com ele era mentira, eu esperava realmente que no dia anterior ele ao menos tivesse falado comigo antes de sair por aquela porta para acompanhar sua namorada até a casa dela. Porém, para todos os malditos efeitos ela era a namorada dele e eu era apenas a sua amiga, e por um momento desejei realmente ser mais do que aquilo, muito mais.

Sem me arrepender do pensando, segui para a primeira aula ao lado de Rose e respondendo suas perguntas em relação à Jacob.

– Aula de biologia? – Alice perguntou aparecendo repentinamente ao lado do meu armário enquanto eu fazia a troca dos meus livros.

– Sim? – Minha afirmação soou mais como uma pergunta, sua animação me deixou desnorteada o suficiente para não ter certeza de qualquer coisa.

Caminhamos juntas em silêncio até a sala de aula e assim que adentrei na classe eu pude ver Edward sentado ao lado de Heidi. Antes que eu pudesse ficar emburrada com o fato eu pude perceber que ela tentava a todo o custo falar com ele, Edward por sua vez a ignorava totalmente e eu me senti extremamente bem com isso. Eu poderia soltar fogos de artificio ali mesmo.

Passei ao lado de Edward caminhando até o fundo da sala como de costume, agora dando falta do professor na classe. Alice se sentou ao meu lado dando um mínimo sorriso e quando eu pensei em dar início em um diálogo eu percebi Edward parado bem em frente a minha carteira.

– Alice, você poderia, por favor, trocar de lugar comigo nessa aula? – Ele parecia impaciente.

– Você não está me pedindo para eu sentar com a Heidi, não é?

– Se quiser pode se sentar no chão, contanto que me ceda o lugar.

Alice bufou e arrastou sua cadeira fazendo um proposital barulho, sentando-se ao lado de Heidi. Meu queixo quase caiu quando eu observei Alice iniciar um diálogo e então desviei minha atenção delas.

– Você parece péssimo, Edward. – Eu quase sussurrei olhando em seus olhos um tanto tristes.

– Me desculpe por ontem ter saído e não ter dito nada para você, é que...

– Tá tudo bem Edward, eu entendo você. – Eu disse ainda sussurrando.

– Isso não vai acontecer novamente, eu prometo. Eu fiquei sem reação, é sério, mas olha... Não vai acontecer de novo...

– Edward – Falei um pouco mais séria – Você está um tanto desesperado, para um pouco... Olhe, eu fiquei chateada sim, mas agora tá tudo bem... À noite você me ligou e eu percebi que nada ia mudar, sabe? Tá tudo certo agora. Não precisa ficar desse jeito. Pra todos os efeitos ela é sua namorada e eu...

– Bella – Interrompeu-me – Não era para ser assim... Você não está entendendo... Nem eu entendia...

– Boa tarde turma! – Era o professor Greene entrando na classe – Desculpe pelo atraso, hoje a aula vai ser diferente. Eu vou passar um documentário para vocês sobre genética então peço silêncio a todos.

Dito isso, ele abaixou a televisão que ficava suspensa ao teto e apagou as luzes, deixando o ambiente calmo e iluminado apenas pela luz da tevê.

– Por que ele voltou? – Edward perguntou de repente e eu fiquei perdida até perceber a quem ele se referia.

– Veio visitar Billy. – Eu disse simplesmente.

– E o que ele veio fazer aqui na escola?

– Ele disse que queria me ver, só isso.

– Ele ainda vai embora?

– Isso está parecendo mais um interrogatório policial – Eu disse e sorri – Ele ira embora rápido, eu menos de uma semana, segundo ele.

Edward não disse mais nada e passou pela minha cabeça que ele tivesse se sentido ofendido com a minha brincadeira. Quando eu ia me desculpar o professor deu inicio ao documentário e os sons das vozes encheram a sala, sendo assim preferi não falar nada.

Repentinamente senti minha mão ser tomada pela mão de Edward. Ele não olhou em meu rosto, contudo, meus dedos sem unhas pintadas ou grandes o suficiente para serem julgadas bonitas estava parecendo ser bastante interessante para ele. Sem mais nem menos, Edward a soltou deixando repousada em cima de minha coxa esquerda e eu senti falta imediatamente do seu toque. Olhei para o seu rosto que mantinha uma expressão que era difícil de identificar, ele retribuiu meu olhar, olhando tão intensamente em meus olhos que eu senti todo o meu interior se desmanchar.

– O que Heidi disse para você sobre mim e os Hale’s? – Edward perguntou desviando o olhar.

– Nada de importante. – Dei de ombros.

– Diga, Bella. – Sua voz foi ácida o suficiente para eu perceber que ele estava falando sério comigo.

– Disse que vocês não eram meus amigos de verdade e que eu deveria excluir vocês da minha vida, basicamente isso.

– Você não vai fazer isso. – Ele afirmou olhando novamente para mim.

– Eu não vou. – Confirmei.

E novamente a troca de olhares intensa aconteceu. Edward arrastou sua cadeira junto a minha e em um ato repentino me puxou para seus braços, fazendo com que eu deitasse a cabeça em seu peito ao mesmo tempo em que era me permitido ter a visão para o documentário. Eu já tendo consciência do que estava acontecendo ali – e estando totalmente assustada com isso, aliás, Edward não olharia para mim da mesma forma – não relutei; e tais pensamentos não foram o suficiente para me impedir de relaxar naquela posição enquanto ele deixava um braço em volta da minha cintura.

Naquela posição confortável o suficiente para não querer sair mais dali, eu pensei. Pensei em como eu e Edward tínhamos mudado tanto depois que ele começou a proteger-me das crises de meus pais. Em como ele parecia tão preocupado comigo que abria mão de muitas vezes passar noites fora de casa, apenas para estar comigo. Pensei em suas palavras uma noite quando ele pediu para eu lhe prometer que iriamos para a mesma faculdade, e pensei principalmente da forma que ele vinha me mantendo perto dele, com toques cada vez mais intensos. Seus braços em volta do meu pescoço, em volta da minha cintura, olhares indescritíveis, e hoje ele decidiu por estudar minha mão; porém, agora parecendo totalmente consciente de seu ato.

Desistindo de vez agora da aula, fechei os olhos desejando com todo o meu coração pela segunda vez no dia que eu fosse algo mais do que apenas sua amiga.


Fechei a abri os olhos repetidas vezes sentindo uma claridade forte, e depois de alguns momentos tomei consciência de que a aula havia acabado e as luzes se acenderam. Olhei para Edward que mantinha uma expressão calma, quase serena.

– Eu acho que eu dormi. – Falei envergonhada.

– Estava linda, de qualquer forma. – Respondeu simplesmente.

Senti meu rosto esquentar, agora ele resolveu dizer que eu estava linda. De qualquer forma, eu estava gostando dessas mudanças. Gostando muito mais do que deveria.



No horário do almoço eu não vi Heidi e nem Edward. Senti-me completamente abandonada, como ele poderia estar sendo tão fofo comigo na aula de biologia e sem mais explicações resolvesse me deixar sozinha no almoço? Tudo bem, eu não estava sozinha, mas eu estava me sentindo dessa maneira sem ele por perto.

– Procurando alguém, Bellinha? – Alice me perguntou.

– Não. – Era claro que ela havia percebido meu olhar correr por todo o refeitório sem parar.

– Haha, tudo bem então. – Ela disse sarcasticamente – Está difícil com Jasper.

– Como assim?

– Eu não sei, eu consegui ser amiga dele depois de muito custo, mas ele me trata apenas como amiga, e eu não sei o que fazer para ser algo mais, eu não sei como demonstrar que realmente gosto dele. Jasper não me olha diferente, ele não pega na minha mão, não tem atitudes de que está interessado.

– Mas você sabe que ele tem esse problema com o contato social, não sabe? Se você conseguiu ser amiga dele já é um grande passo, vai demorar mais um pouco para que ele se sinta seguro em chamar você para sair, acredite, você está no caminho certo.

– Espero, ele é tão fofo, Bella!

– Eu há havia esquecido como é chato aguentar amigos apaixonados. – Resmunguei sorrindo.

– O que o Edward falou para você na aula de biologia? – Alice perguntou-me de repente com os olhos alarmados.

– Eu só quis se desculpar.

– Mas eu vi vocês dois abraçados, a Heidi saiu da sala soltando fumaça pelos ouvidos. – Ela gargalhou.

– Também não sei o que deu nele para me abraçar daquela maneira na aula. – Tentei soar indiferente.

– Ele não falou nadinha? – Seus olhos brilharam.

– Não.

Alice balançou a cabeça negativamente parecendo saber de algo, não me importei em perguntar sentindo que naquela hora ela não me falaria nada.

– E o que você estava conversando com Heidi? – Perguntei realmente interessada.

– Foi a melhor conversa dos últimos tempos. – Ela disse com um sorriso estonteante no rosto.

– Espera! Que conversa foi essa? – Rose disse sentando-se com Emmett logo ao seu lado.

Jasper chegou logo em seguida, sentando-se ao lado de Alice e sorrindo para ela.

– Eu vou contar para vocês!


Alice POV.

– Alice, você poderia, por favor, trocar de lugar comigo nessa aula? – Edward me disse aparecendo do nada aparecendo estar impaciente.

– Você não está me pedindo para eu sentar com a Heidi, não é? – Questionei incrédula.

– Se quiser pode se sentar no chão, contanto que me ceda o lugar.

Pensei por um curto momento. Seria muito, muito ruim estar ao lado daquela garota durante cinquenta minutos, mas se era pelo bem do meu casal preferido eu o faria; e para tonar tudo aquilo divertido eu precisaria ter uma conversa muito legal com ela.

Arrastei minha cadeira a contra gosto, caminhando elegantemente pela classe e sentando-me ao lado de Heidi.

– Oi! – Eu a cumprimentei sendo simpática.

– O que você está fazendo aqui? – Ela olhou-me parecendo não acreditar no que estava vendo.

– Bem, pelo menos durante essa aula nós vamos ser parceiras! Então temos de nos dar bem, não é mesmo? – Bati os cílios.

– Mas você não gosta de mim e para falar a verdade eu poderia dizer até que odeio você. – Ela falou tentando entrar no meu jogo. Mas claro, eu a faria perder a linha.

– Fico feliz que o sentimento é recíproco. Aliás, que dia foi ontem! Eu adorei todo o diálogo familiar que nós trocamos! Por sorte você é de casa, imagine se não fosse? Estaríamos perdidos.

Minha voz estava soando completamente teatral e eu estava adorando isso. Heidi enrijeceu-se ao meu lado e eu até poderia dizer que a tinha ouvido rosnar.

– Vocês ainda vão ter de me aceitar Alice, se não for por bem vai ser por mal.

Foi somente quando as luzes se apagaram que eu percebi que o professor Greene já estava na sala e parecia que iria passar algum tipo de filme.

– Acho que nem por mal, ninguém consegue dobrar a senhora Cullen.

– O Edward vai ficar bem de novo comigo, não é por causa de vocês e da sua amiguinha ridícula que ele vai me deixar, é claro que ele entende meu lado. É claro que ele prefere a mim do que ela! – Heidi disse alterada.

Soltei um suspiro pesado, continuando meu teatro.

– Ele está tão bem com você estava te ignorando totalmente, e sabe? Eu achei isso tão fofo... – Olhei para trás e pude ver uma cena espetacular. Edward e Bella abraçados como um verdadeiro casal de namorados, mas era claro, ela ainda não estava enxergando isso.

– Você quer apostar? – Heidi questionou-me.

– Eu apostaria, mas seria muito mal da minha parte jogar sujo com você.

– Você não estaria jogando sujo comigo.

– Então olhe para trás e tire suas próprias conclusões. – Falei agora analisando minha unha distraidamente.

Não demorou muito para que Heidi levantasse furiosamente de seu lugar abandonando a classe, e eu prendi uma gargalhada por realmente tê-la feito perder a linha.


Edward POV.

– Edward, baby, nós precisamos conversar! – Heidi disse me encurralando no corredor da minha aula de história.

– No almoço. – Respondi.

Ela nada mais disse, já que eu não lhe dei chances para retrucar e entrei direito para a minha aula, não querendo olha-la por muito mais tempo.

Na aula de história tudo o que eu pude fazer foi pensar em Isabella. Como eu pude sufocar todo o sentimento que eu sentia por ela dentro de mim por dois anos? Como eu pude deixar que outros caras como Jacob chegassem perto dela? Quis me bater por ser um completo idiota, um completo covarde. Era claro que os caras chegariam, Isabella era definitivamente linda e chamava a atenção para si de muitas formas. Ela não era do tipo de “linda com maquiagem” e sim “linda naturalmente”, era pedir demais que ela não fosse notada. Senti o ciúme revoltante subir até minha cabeça, eu estava ficando louco! Sim, eu estava ficando louco, porque aquele cara havia de aparecer justamente agora que eu admiti o que sentia para mim mesmo? Quando eu aceitei o fato de estar apaixonado por ela? E se ela ainda gostasse dele? E se ele resolvesse ficar aqui e eles acabassem reatando? E se, e se.

No horário do almoço eu guardei meus livros no armário e esperei Heidi ali mesmo, quando ela chegou eu pedi que fossemos até a biblioteca da escola, talvez isso a impediria de ter um surto pelo que eu estava prestes a fazer.

– Por que você me trouxe aqui para conversar? É o lugar onde não deve ter conversas. – Disse-me baixo.

– Exatamente por isso, eu não quero prolongar por muito tempo. – Sussurrei.

Heidi arregalou os olhos, entendendo aonde eu queria chegar.

– Você não está fazendo isso. – Alterou a voz.

– Me desculpe, de verdade. Mas não está dando certo e eu não quero continuar com você, eu quero romper.

– Mas eu não vou romper! – Ela gritou e ganhamos um olhar reprovador da supervisora.

– Quando uma não quer duas pessoas não ficam juntas! – Ralhei ainda sussurrando com a voz dura.

– Mas você não pode fazer isso, eu já te pedi desculpas, baby! – Ela tentou passar a mão no meu rosto e eu me esquivei.

– Heidi, não está dando certo, na verdade nunca deu! Eu só percebi isso agora!

– É por causa da sua amiga, por causa do que eu fiz! Você está de cabeça quente, tem que pensar e eu sei que você não ter isso, não quer ficar longe de mim.

Esquivei-me de seu toque novamente.

– Aceita algo que não fazia parte dos seus planos pelo menos uma vez na sua vida! Desculpe-me se eu estou sendo muito duro com você, mas eu não quero mais. Não dá!

Heidi nada disse; apenas me encarou com um olhar totalmente intimidador que eu sustentei até que ela entendesse que eu não estava blefando.

– Você ainda vai pedir para voltar para mim, e o pior é que eu vou aceitar. Ou pode ser tarde demais e você vai se rastejar.

– Não diga tal absurdo.

– Edward, é por causa da Isabella? Você é apaixonado por ela! Droga, você é apaixonado por ela! Tania tinha razão, não adiantou de nada eu tentar mantê-la longe de você! – Ela gritou levantando-se de sua cadeira. – Você ainda vai perceber que ela não é para você e quando perceber isso vai vir correndo atrás de mim! Você é um idiota! – Esbravejou e me deixou na mesma posição, saindo furiosamente da biblioteca deixando a supervisora desnorteada com a cena que havia acabado de ver.

Sim, eu era um cego e Isabella deveria ser mais ainda.

Fiquei esperando em frente ao carro de Alice que ela chegasse para irmos para casa, ainda aéreo com toda a situação. Eu não havia tido uma oportunidade concreta para dizer o que eu sentia para Isabella, e mesmo sabendo que ela deveria compartilhar o mesmo sentimento que eu, eu tive medo de que fosse coisa da minha cabeça e ela acabasse se afastando de mim. Estremeci com o pensamento.

Coloquei minhas luvas que estavam no bolso de meu agasalho – estava muito frio – e passei a observar os alunos saírem distraidamente da escola até seus carros ou ao ônibus escolar. Alguns pareciam felizes, outros tristes, outros de mãos dadas com seus respectivos namorados e muitos amigos se provocando. Tudo da mesma maneira, como sempre era e como sempre seria. Observei a relação que cada par de amigos compartilhava, pensando da onde poderia surgir tal sentimento avassalador que quando percebemos é tarde demais para recuar. Mas tudo bem, eu não queria recuar, eu queria seguir de encontro a ele.

Alguns metros de mim eu pude ver Isabella saindo da escola com os cabelos soltos estrategicamente para proteger sua nuca do frio, ela também colocava luvas e tinha seu fone de ouvido branco em volta do pescoço caindo por seu agasalho. Ela estava acompanhada de Alice e Rose.

Assim que ela me avistou abriu o seu melhor sorriso, o primeiro que ela me ofereceu depois de eu aceitar meus sentimentos e percebi que eu faria qualquer coisa para ver aquilo sorriso novamente. Isabella veio de encontro até mim e eu a abracei como eu sempre o fazia, foi um abraço forte e delicado ao mesmo tempo.

Ela olhou-me como uma criança no natal e levantou-se nos próprios pés ainda sorrindo, aparentemente tentando ficar na minha altura e eu sorri também, dessa vez sentindo meu rosto esquentar. Eu estava mesmo completamente apaixonado por ela.

– Vamos Edward? Hoje eu vou fazer compras. – Alice disse-me com um olhar reprovador.

– Hm... Vamos... – Eu disse coçando bagunçando meu cabelo ainda envergonhado.


O fim da minha tarde foi um verdadeiro saco. Alice fora fazer compras, Carlisle estava dormindo, Esme cozinhando e Emmett havia ido treinar. Fiquei jogado no sofá durante horas pensando e repensando em que palavras eu poderia usar para dizer a Isabella que eu a amava. Porém, o medo perambulava em meus pensamentos trazendo-me insegurança e um frio estranho na barriga. O ‘e se’ ainda continuava ali me atormentando, eu não conseguiria guardar isso por muito tempo.

– Edward, o que aconteceu filho? – Esme parecia preocupada.

Ela se sentou ao meu lado no sofá e eu prontamente me endireitei, passando a mão nervosamente cabelo e pigarreando.

– Eu terminei com Heidi, mãe.

– Oh! – Ela não estava surpresa, parecia mais estar fazendo algum tipo de reflexão. – E é por isso que você está... Assim? Meio atordoado?

Falo ou não falo, falo ou não falo?

– Não, mãe. Foi até melhor, de qualquer forma.

– É a Bella não é? – Céus! Estava realmente tão na cara assim?

Olhei em seus olhos rapidamente e tudo o que eu vi ali foi amor e compreensão de sua parte. Eu podia jurar que seus olhos ameaçavam lacrimejar, mas pensei ser coisa da minha cabeça.

– É mãe, a Heidi não tinha o direito de fazer isso. – Tentei disfarçar depois de algum tempo em silêncio – Ela não podia ter a tratado assim.

Agora sim Esme parecia surpresa com a minha resposta e engoliu em seco, agora era ela quem estava tentando disfarçar.

– Eu pensei que você me falaria o que está realmente acontecendo, mas eu posso esperar. – Ela estava chateada.

Olhei-a interrogativamente.

– Mãe...

– Edward, eu sei o que está acontecendo, eu sou a sua mãe e você não pode mentir para mim. Eu sei que você percebeu, eu olho e sinto isso, entende? Assim como você. – Disse pegando em minha mão.

– Estou com medo. – Confessei.

– Isso é bom, eu nunca vi você com medo. – Ela sorriu tímida.

– Obrigado, isso me ajudou muito. – Debochei.

– Edward, vai me surpreender se Bella não sentir o mesmo por você.

– Mãe, por que todo o mundo viu menos a gente? Era tão fácil perceber, só agora eu estou percebendo o quanto era fácil.

– Às vezes nós não aceitamos sentimentos mais complexos porque queremos tudo fácil demais, e são essas coisas fáceis que acabam complicando as coisas.

Eu não disse nada, sabendo que era a mais pura verdade que Esme estava falando. Eu simplesmente a abracei tentando sentir todo o conforto que ela me transmitia apenas com um abraço.

– Eu estava esperando ansiosamente esse dia chegar. – Disse afagando minhas costas.

– Mãe, não precisa jogar na minha cara que todo o mundo sabia disso menos eu. – Falei já irritado – Eu sei que fui burro.

– Todo o mundo? – Perguntou olhando agora em meu rosto.

– Foi a Alice que conversou comigo e me deixou assim.

– Ah, claro! Como eu pude não desconfiar? – Perguntou retoricamente.

– Eu vou subir para o meu quarto. – Eu disse levantando-me.

– Não vai comer nada?

– Não, estou sem fome. Obrigado. – Agradeci.

Antes que eu fosse para o meu quarto Esme já estava na cozinha e eu pude ouvi-la dar gritinhos lá dentro. Achando a cena engraçada e ficando novamente envergonhado subi escada acima rumo ao meu destino.



Estou embaixo da sua janela.

Edward.


Alguns segundos depois eu recebi uma resposta.


Incrivelmente hoje eles nem se falaram, não acho que seja necessário, Edward, eu estou bem.

Bella.


Eu duvido que esteja. Eu aposto que eles mal estão falando com você, pare de frescura e desce logo, magrela.

Edward.

Segundos depois Isabella estava descendo a escada enquanto eu a esperava no fim da mesma. Assim que ela me viu rolou os olhos cruzando os braços.

– Odeio, odeio quando você me chama de magrela. – Ela disse irritada. – Deveria arrumar algum apelido mais original.

– Vou pensar no seu caso. – Dei de ombros enquanto posicionava a escada em minha janela.

Como de costume Isabella subiu primeiro e logo depois eu o fiz, agradecendo pela temperatura agradável que meu quarto fornecia em relação ao frio ao lado de fora.

– Está quentinho aqui. – Ela olhou em volta – Hm... Cadê o colchão?

– Como se você fosse dormir no colchão num frio desses.

Isabella me olhou de forma estranha e eu quis me bater por isso. Ela não queria ficar na mesma cama que eu como da ultima vez, era isso. Sentindo-me inútil, porém sem demonstrar, comecei a balbuciar.

– Eu vou pegar o colchão para mim, eu já volto.

– Pará, Edward. Você não vai dormir nesse chão.

– Eu...

– Cale a boca, você pode dormir na cama... Comigo. – Ela corou.

Parei instintivamente ao ouvir sua frase, ela não estava me pedindo isso, estava?

– Eu não quero incomodar você.

– Você não vai me incomodar, por favor...?

Isabella quebrou minhas pernas. Ela parecia tão sincera em suas palavras que foi impossível negar o que ela estava me pedindo, e o pior de tudo é que eu queria ficar com ela, abraça-la e senti-la junto a mim como eu jamais havia desejado antes. Era muito intenso.

– Está frio – Ela gaguejou – Eu... Por favor, fica aqui. – Disse por fim.

Eu ainda estava de costas para ela, mas pude perceber sua aproximação enquanto as palavras fluíam de sua boca. Virei-me derrotado pela primeira vez por ela.

– Eu preciso te contar uma coisa. – Avisei inseguro.

– Tudo bem, vamos nos deitar primeiro. – Disse olhando algo atrás de mim, tentando não me encarar.

Pela segunda vez na minha vida eu observei a movimentação de seus lábios – a primeira foi quando a conheci. Eles eram tão convidativos e eu quis toma-la em um beijo ali mesmo, sem ao menos preocupar-me com as consequências. Isabella deve ter percebido minha observação, pois se virou rapidamente deitando-se na cama, obviamente envergonhada.

Juntei-me com ela, primeiro jogando uma manta por cima de seu corpo minúsculo e depois um cobertor grosso, logo em seguida deitando-me na cama e deixando apenas a luz do abajur acesa.

Ed, hoje meu pai me deu bom dia. – Ela disse rindo como se um bom dia fizesse toda a diferença em sua vida, vindo de Charlie naquela situação, realmente fazia.

– Isso é um avanço, vai ficar tudo bem de novo. – Eu disse feliz por ela.

– Eu não sei, Renée parece tão distante... Eu preciso saber o que está acontecendo ou o que aconteceu pra entender tudo isso.

– Deve ter sido algo sério, isso não é normal.

– Me ajuda a descobrir, Ed?

– Garota, você está muito irritante hoje. – Eu disse virando-me de lado olhando dentro de seus olhos.

– Quando eu estou feliz fico incrivelmente simpática. – Disse sarcasticamente, na verdade ela queria dizer irritante.

– Você precisaria de cocegas até fazer xixi nas calças, exatamente como há quase dois anos atrás. – Falei irritado, eu realmente odiava esse apelido.

– Você não faria isso. – Disse desafiando-me.

– Ah sim, eu faria.

– Dez dólares.

– Como?

– Isso é uma aposta, dez dólares. É a sua cama que vai estar com xixi, não a minha, então...

Antes que ela terminasse eu escorreguei rapidamente para os seus pés enquanto ela começava a ter um mini surto sabendo o que eu estava fazendo. O prendendo ali, tirei suas meias e comecei a fazer cocegas nos dois pés enquanto ela gritava e gargalhava ao mesmo tempo contra o travesseiro. Para a minha surpresa ela se moveu para frente caindo por cima das minhas costas e envolvendo os braços em volta do meu pescoço, parecendo um filhote de macaco. Sem pensar eu a joguei por cima do meu ombro a fazendo cair novamente no travesseiro, agora de frente para mim enquanto eu estava por cima dela.

– Edward – Ela sussurrou – Você fechou a porta?

Desconfiei, ela queria rir ao mesmo tempo em que parecia assustada, porém por via das dúvidas olhei para a porta ao meu lado esperando que alguém estivesse parado ali observando nossa baderna. Bella com uma força que eu não sabia da onde tinha tirado me rolou na cama ficando por cima de mim, prendendo-me ali com o uma perna de cada lado do meu corpo e os braços da mesma forma.

– Dez dólares. – Ela disse depois de alguns segundos olhando intensamente em meus olhos, seu rosto tão próximo ao meu que eu podia sentir seu hálito.

– Você... É... Você roubou. – Gaguejei sem conseguir falar direito, afetado por sua aproximação.

Sem mais nem menos Isabella começou a gargalhar e despencou o corpo em cima do meu, me envolvendo em um abraço quente. Não sabendo que reação deveria ter o retribui imediatamente, acolhendo seu corpo pequeno junto ao meu enquanto ela enterrava o rosto em meu pescoço. Senti todos os meus pelos da nuca se arrepiarem com o contato ao mesmo tempo em que sentia os dela se arrepiarem contra a minha pele.

O contato era realmente bom, tão bom que nós não saímos daquela posição até eu ouvir uma batida na porta. Isabella se assustou levantando-se rapidamente jogando os cabelos para trás e eu tentei manter minha voz firme.

– Quem é? – Perguntei alto.

– Edward, se você quiser sair hoje eu vou estar em casa. – Emmett avisou-me.

– Vou ficar por aqui Emm, boa noite.

– Boa noite. – Respondeu e ouvi os passos sumirem no fim do corredor.

Isabella deitou-se no seu lugar original cobrindo-se novamente e pela luz do abajur eu pude ver suas bochechas coradas.

– O que você queria me dizer? – Perguntou-me depois e alguns minutos em silêncio observando o teto.

Minha garganta secou. E se eu dissesse para Isabella que eu a amava de um jeito diferente e ela não se sentisse da mesma forma em relação a mim? Ela poderia sair correndo e gritando pela casa, dizendo que não queria ser nada mais do que minha amiga, que eu havia destruído a nossa amizade.

– Edward?

– Eu rompi com Heidi. – Falei a primeira coisa que se passou na minha cabeça.

– Uau. – Ela disse depois de absorver a informação – Quero dizer, eu... Edward, eu não gostava dela. Mas eu sinto muito e me desculpe se eu tive alguma participação nisso por conta do episódio anterior... Você... – Ela engoliu em seco – Vai encontrar uma pessoa melhor.

– Não sinta muito, nem eu sinto para falar a verdade.

Silêncio.

Por que era tão difícil falar a verdade? Por que eu não conseguia lhe dizer que eu a amava não só como amigo, mas como homem também? Como eu poderia dizer que eu queria beija-la até perder o fôlego? Eu simplesmente não conseguia falar. Eu não sabia como.

– Está ouvindo? – Perguntou mudando o assunto.

Fiquei em silêncio tentando captar ondas sonoras quando eu escutei alguns gritos de fundo, quase passando imperceptíveis aos meus ouvidos.

– Vem aqui.

Virei de lado e sem me importar realmente com o que ela pensaria e a puxei para mim envolvendo-a em meus braços. Isabella não relutou, ela me ajudou a encontrar uma posição confortável para nós dois. A última coisa que me recordo era ela dormindo em meu peito enquanto sua mão esquerda repousava também em meu peito, ao lado de seu rosto, e meus braços envolviam sua cintura de forma possessiva.


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Notas finais do capítulo

Em breve vocês irão saber o que causou essa crise dos pais da Bella! Beijos galera, até amanhã! ♥