Depois de Michael fechar os olhos, o alvoroço foi completo. Pessoas começando a discutir, os médicos correndo até o homem agora sem vida no chão, os seguranças correndo em direção as saídas e fechando o prédio por completo. Pelo que eles pensavam, o "assassino" ainda estaria ali, mas era puro engano deles. Jaime sabia que quem cometera aquele crime não estava por ali e ele até mesmo já sabia de quem era. Mas naquele tumulto todo, quando estava prestes a falar algo para qualquer um, sua visão enturvou, suas pernas bambearam e então a visão do hospital se apagou, enquanto outra visão surgia.

Jaime estava parado onde anteriormente se localizava o H de Hollywood, que no momento estava caído, bem no pé do morro onde ficava localizado. Tudo ao redor estava um caos, prédios em chamas, alarmes de carros alheios, pessoas - mesmo longe se ouvia - gritando e claro, as sirenes dos carros de resgate.

Mas Jaime não estava sozinho, ao seu lado estava uma mulher, a mesma que tinha visto antes, ainda segurava sua lança, mas a arma parecia está partida por um instante, até começar a se reconstituir novamente, simplesmente do nada. O sorriso na face dela, demonstrava um Q de maldade em sua alma; se é que possuía uma.

– Esta gostando de ver o meu trabalho, garoto? Vocês humanos, não sabem nem enxergar a verdade por trás de cada tragédia. Nenhum de vocês tinha me notado. Até agora... Você é diferente... – a voz da mulher até que era doce, mas dava para se notar toda a raiva que ela escondia dentro de si.

– Se estou gostando? Você está acabando com milhares de vidas, isso é imoral...

A mulher teve de gargalhar ao ouvir Jaime falar aquilo. – Imoral? Só estou fazendo com que paguem pelo que me fizeram... Vocês vem acabando com o planeta desde que surgiram e isso deve parar e serei eu quem acabarei com vocês, meus irmãos nem precisaram se preocupar... Me vingarei de toda a poluição causada por vocês, por culpa dessas usinas, desses carros que expelem CO2...

– Se vingar? Agora entendi o que está acontecendo. Por culpa de uns, todos os outros sofrem? Você está ferindo inocentes, pessoas que não tem nenhuma ligação com tudo isso... E tem pessoas que estão tentando reverter todo este problema causado por outros... E eu sei que está com a minha irmã. Sei que pegou ela e a quero de volta, ou irei te caçar e lembre, que eu consigo te ver, então consigo te encontrar...

– Jaime, não seja inocente. Você sabe tanto quanto eu, que todos sem exceção, tem uma culpa. É uma árvore destruída para se criar cadernos, livros, jornais. É lagos drenados para se criar represa, para se ter energia. Vocês acabam com algo que foi dado de presente para vocês, sem nem mesmo perceber... O mundo que vocês conhecem está para acabar, ou pelas minhas mãos, ou pela dos meus irmãos ou pela de vocês... E sua irmã estará bem, se você não vier atrás de mim... Está avisado Jaime Hartwood. – depois de a mulher ter falado, Jaime novamente se sentiu fraco, queria saber mais sobre sua irmã, mas quando tentara abrir a boca, nenhum som saia. Até que sua visão voltou a se escurecer e novamente tudo se apagou.

Jaime acordara em fim, estava deitado em uma maca, com alguns aparelhos ligados em si e com alguns médicos a sua volta. Quando notaram que finalmente estava desperto, voltaram a fazer exames e perguntas, deixando ele finalmente sozinho alguns minutos depois, sem claro responderem suas perguntas. Mas então a cortina que envolvia sua cama, fora aberta e Bianca e Luanna entraram juntas.

– Jaime, o que aconteceu com você? Ficou mais branco do que a parede do próprio hospital. E os médicos disseram que teve um pequeno ataque cardíaco, o que é impossível! Já que não encontraram nenhum sintoma do problema em você... Você ficou por trinta minutos sem batimentos, mas o sangue continuava a correr pelo corpo. Você estava sem coração! Mas não precisava dele... E finalmente agora está de volta, depois de uma hora. – Bianca agora falava e falava.

Trinta minutos sem batimentos e uma hora desacordado? Foi exatamente isso que ouviu? Ah, ele precisava falar algumas coisas para as garotas.

Depois de contar para as garotas sobre a tal visão que teve ao receber o beijo da garotinha que estava com ele e depois o "sonho" que tivera, nenhum dos três falou por exatos cinco minutos. Jaime esperava algo das garotas e pela cara delas, elas esperavam algo dele.

– Jaime – Luanna finalmente acabaram com tal silêncio –, isso é impossível! Essas suas visões devem ser apenas stress. Não tem como algo desse tipo acontecer... ou tem?

– Eu já esperava que não acreditassem, mas eu tenho que fazer algo! Tenho que ir atrás da Julia, tenho que procurar por ela. Seria isso que ela faria por mim e eu desconfio que sei onde ela possa estar. E ninguém pode me impedir, irei atrás dela e agora. Antes que seja tarde demais...