Sussurros De Uma Suicida. escrita por Aprimorada


Capítulo 29
Capítulo 29 - "Duvidas" - Perca.


Notas iniciais do capítulo

Decidi escrever mais um capítulo, já que ultimamente ando muito inspirada kkk' Boa Leitura. Preparem o coração, porque esse vai ser triste.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/344744/chapter/29

Peguei o celular, e vi que o número estava em desconhecido, fiquei na esperança que talvez fosse engano.

– Alô?

– PAMELA? – Uma voz masculina gritava do outro lado. –

– Eu mesma. – Meu coração apertou em meu peito e sabia que o pior havia ocorrido. –

–  Não sei como ti dizer, mas... mas aconteceu uma coisa. Seu irmão, levou um tiro. – No momento que ele começou dizendo "Seu irmão." as lágrimas já começaram a descer sem pausa. – Passe o telefone para a sua mãe, pode ser? Tente ficar calma.

Desci as escadas e sem dizer uma palavra estendi o celular para a minha mãe, ela pegou e poucos segundos começou a chorar. Naquele momento é como se eu visse minha vida passando em meus olhos, eu não pudia perder o meu irmãozão, meu coração queimava, ardia em dor. Creio que nunca tinha sentido aquela dor, ela era tão forte e intensa, que minha respiração saiu do controle, minha vista embaçou e eu cai, bem, não desmaiei de vez, pudi ver a minha mãe e os gritos dela, eles pareciam estar distantes, abafados, então finalmente apaguei. Acordei com a bela imagem de Vitor sentado na beira da cama, aquela cena me lembrou tantas outras que já haviam ocorrido, ele só se aproximou e não disse uma palavra. Ele pode ver que meus olhos pediam socorro, então ele me abraçou e nessa atitude, eu voltei a chorar, descontroladamente, o apertava forte contra meu corpo, o soltei e coloquei a mão em meu peito, que latejava de dor, na esperança que com  a pressão ela aliviasse, mas claro, de nada adiantou. Meus pensamentos só se passaram na seguinte situação, meu irmão estava devendo e o mataram, com talvez um tiro na cabeça, creio que foram mais de um, e a probabilidade dele estar vivo, era minima, em minha mente. Voltei a sentir o abraço forte do Vitor, que se tornou perfeito no momento, o único som que ali havia era da minha respiração ofegante e dos meus soluções, dos gritos que eu dava, pensando que a dor sumiria com isso, mas ela só aumentava, mais, mais e mais, sendo impossível de controla-la. Eu queria tanto me cortar, bem fundo, até que meu sangue escorresse bastante, que eu ficasse debilidade e esquecesse de tudo, de toda aquela dor, mas eu não pudia Vitor estava ali.

– Seu irmão esta vivo. – Disse ele meio sem jeito. –

– Vivo? Ele ta bem? –Dizia eu entre soluços–

– Nã.. Não.

Assim que ele disse, voltei a chorar. Não sei o que eu faria se eu perdesse o meu irmão, então em meio aquela dor toda, eu fiz algo que eu não devia.

– SAI DAQUI, EU QUERO FICAR SOZINHA. –Disse eu aos gritos para Vitor.–

– Eu não vou ti deixar sozinha.

– PORRA, VAI EMBORA. – Gritava eu quase sem forças.

– Não.

– EU TE ODEIO, SOME. SÓ VOLTEI A FALAR COM VOCÊ POR DÓ, SÓ POR ISSO. SOME PORRA.

Errei e errei feio, não sei porque eu disse hoje e até hoje eu não entendo o motivo daquelas palavras que quando saíram de minha boca, pareciam facas voando em direção a Vitor e seu rosto ao ouvir tudo aquilo, me machucou. Ele saiu de minha casa, depois daquilo até eu sairia. Então corri no banheiro, peguei minha caixinha que ali tinha algumas lâminas, a joguei na pia do banheiro, peguei uma delas e cortei meu pulso, cortes seguidos, uns atrás dos outros, o sangue começou a pingar na pia, eu já havia esquecido como era a sensação daquela endorfina no corpo, suspirei por uns minutos, e minhas lágrimas pararam de escorrer, até que olhei para o meu pulso. Nossa, ele estava tão feio, todo estraçalhado, então me senti culpada, me senti uma inútil e voltei a chorar, chorei por raiva por eu ser tão fraca. Enrolei um pano no braço e sem me importar com a sujeira no banheiro, fui dormi, querendo que nunca mais eu acordasse, essa era o meu objetivo.

Acordei depois com os gritos de minha mãe, levantei e desci e recebi a pior noticia que eu poderia receber naquele momento. A dor tomou conta de mim e enquanto ouvia minha mãe dizer, parecia que aquilo era um pesadelo, um daqueles que você luta para acordar. Como, mais como doía, eu nunca tinha sentido aquela sensação, aquela dor, aquela agonia no peito, a dor havia se tornado física, e aquilo era mais que horrível, não tem palavras para que eu possa explicar, só vivendo, só sentindo para saber. Então meu irmão morreu, é com um tiro na cabeça e mais três no peito. Eu sabia que não haveria nada que pudesse substituir, nada que fizesse o vazio sumir, ele se foi e com ele, também se foi uma parte de  mim, uma grande parte, que NADA nesse mundo irá poder aliviar, nem cortes, nem drogas, nem sexo, nem um amor, NADA. simplesmente NADA

Flashback - Uns 8 anos atrás.

Eu devia não ter assistido aquele filme, isso me passava na mente, dormi naquela noite foi um desafio. Acordei chorando, me lembrando do filme de terror, que eu tinha assisto, mas meu irmão era um herói ele deitou comigo na cama e disse que nada iria acontecer, e cantou pra mim uma música bem calma, não lembro o nome, mas me fez dormi. Ele tinha uma linda voz e me deixava com calma no coração e eu me sentia protegida ali em seus braços.

Uns 6 anos atrás.

Era uma tarde ensolarada, passamos a tarde inteira nadando e meu irmão me tratando com uma criança, eu era isso né. Brincamos a tarde inteira, pulamos aqui e ali, ele se portava como criança perto de mim, só para me fazer feliz.

Uns 3 anos atrás.

Passamos aquele dia conversando sem parar, havia tanto assunto que eu até me assustava, viramos a noite conversando, ele já bêbado e talvez drogado também, mas continuava legal. Ele fez macarrão pra gente comer e até jogamos umas partidas no play.

Um ano atrás.

A imagem dele me fazia chorar, ele estava magro, pálido e sem vida, mas continuava me dando tanto amor, que até me fazia transbordar de felicidade na maioria das vezes.

É todas as cenas possíveis de meu irmão, me passou pela mente, naquele momento de dor, de tristeza. Seria muito mais que difícil passar por aquilo, mas sei que ele não ia querer me ver por ai jogada, isolada de tudo e de todos, eu tentaria me reerguer, não porque eu queria, mas por ele. E depois de tanto chorar, eu finalmente dormi, pelo menos para sentir um pouco de alivio em meu peito.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, eu ia estender mais, mas estou morrendo de sono e dei uma diminuída. Só pra constar, na vida real, meu irmão não morreu, GRAÇAS A DEUS, ok?
Mil beijos e não esqueçam do review.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sussurros De Uma Suicida." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.