Sussurros De Uma Suicida. escrita por Aprimorada


Capítulo 19
Capítulo 19 - "Tormento." - Hospital.


Notas iniciais do capítulo

A história vai dar uma revira voltar e ficar um pouco triste.
Espero que gostem.



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Acordei ainda meio sonolenta, vi a silhueta de uma mulher, quando finalmente minha vista desembaçou consegui ver uma mulher negra, com cabeços curtos, abriu um grande sorriso, acompanhado de um Olá, eu me ajeitei na cama, de forma bem lenta, pois ainda estava bem dolorida. Ela ficou sorrindo e começou a dizer:

– Oi, meu nome é Susan, e eu estou aqui para ti ajudar, serei sua amiga nos dias que você passará aqui.

– Hãm? – Disse eu um tanto intrigada. –

– Bem, sua mãe disse que você pulou do 2 segundo andar, gostaria de saber o porque dessa tentativa de suicídio? O que houve para você fazer isso?

– O QUE? EU NÃO PULEI, MEU PAI ME ESPANCOU. – Eu dizia aos gritos.–

– Se acalme, talvez você não se recorde do que realmente aconteceu, pois a pancada em sua cabeça foi forte, e talvez isso ti deixe confusa.

– EU NÃO ESTOU CONFUSA, EU SEI O QUE HOUVE..

– Quero que você fique calma, se não terei que pedir para eles aplicarem outra dose do remédio e acho que você não quer isso. – Disse ela com um voz lenta. então eu me silenciei. – Você se lembra do que?

– De estar em meu quarto, de acordar e ouvir meus pais brigarem, de descer as escadas e ver meu pai agredindo a minha mãe e de eu xingar ele, e ele vim até mim, me dando socos, pontapés e tapas....

– Eu quero a verdade mocinha.

– ESSA É A VERDADE. – E eu chorava. –

– Se essa é a verdade, por qual motivo sua mãe mentiria?

– Eu.. eu... não sei, talvez.. seja medo.. é medo.

– Nós vimos os cortes em seus pulsos, pare de mentir.

Ela ficou anotando em um caderno que se encontrava em sua mão, ela terminou e se levantou, e simplesmente saiu do quarto, sem dizer uma palavra. Eu estava confusa com aquela situação, não entendia porque minha mãe fez aquilo, ela estava sendo tão egoísta, eu estava ardendo em ódio, eu queria sair dali e matar o meu pai, eu queria sumir, eu queria uma outra vida, ou até mesmo uma nova, sabe, recomeçar, enquanto pensava, senti fortes pontadas na barriga, era insuportável, também não é para menos, eu havia fraturado 3 costelas.

1 semana depois.

E passei uma longa semana presa naquele quarto, com todos os dias, 3 visitas da Susan, e todos os dias tinha que contar a mesma historia para ela, mas ela não acreditava, obviamente. Recebi alta naquela tarde, e eu não sabia se aquilo era bom ou ruim, cheguei em casa, e meu pai se encontrava sentado no sofá da sala, aquela imagem nunca sairá da minha cabeça, seu rosto não tinha emoção, ele sequer piscava, subi para o meu quarto, meu irmão se encontrava deitado em minha cama, com uma de minhas blusas agarrada ao peito, me aproximei e o tocando calmamente o chamava, ele se virou assustado, e mal pudi dizer algo, ele se levantou e me abraçou, seus olhos estavam cheios de lágrimas, eu nunca tinha visto ele daquele jeito, nos ficamos em silêncio, até que ele me deu um beijo na testa, sorriu e saiu de meu quarto. Eu me sentei na beira da cama, e tentei tirar o pensamento de tudo que havia acontecido, tentei esquecer, e fugir dali, mas era impossível, minha mãe fingia que nada havia acontecido, e que eramos a família mais feliz do mundo e isso me dava enjoo, eu ter que viver naquele lugar. Fiquei mais alguns dias em casa, até tomar coragem para sair de novo, e assim fiz, acordei de manhã e fiquei decidida que iria para escola. Me levantei, me arrumei, tentei esconder o pouco de roxo que ainda se encontrava em meu rosto e logo depois fui para escola, quando cheguei todo mundo olhava para mim, como se eu fosse um ser de outro mundo, não sei se minha mãe contou para todos que eu tentei me matar, alias, foi isso o que ela fez, destruiu a minha vida, talvez eu devesse ter feito isso mesmo, pelo menos teria motivo para eles me olharem daquela forma, como se eu fosse um lixo, ou o pecado em carne viva, enquanto andava no corredor, ouvia os outros falando coisas sobre mim, alguns tinha questão de gritar em alto e bom som, coisas como: "OLHA A LOUCA, DEMENTE, DA PRÓXIMA VEZ VÊ SE PULA DO 4 ANDAR...". Eu continuava me silêncio, entrei na sala e vi o meu lugar ocupado por uma garota de figura um tanto enjoada, ela era loira, olhos castanhos, sorriso bonito, mas com uma cara de patricinha, sabe aqueles de filmes? Igual, até aquele jeito de vadia ela tinha, então me aproximei e disse:

– Licença, mas esse é o meu lugar.

– O que? A retardada decidiu sair do hospício.

A sala se pós a rir, e a minha unica atitude foi virar um tapa em sua cara, sei que fui um tanto rudi, mas não pudia deixar isso acontecer, se eu deixasse, todos começariam a me zuar, então eu tive que fazer aquilo. Ela se levantou e agarrou em meu cabelo, ela era magra, que só com um empurrão meu, ela caiu, o professor me puxou e mandou nós duas para a diretoria, em outra ocasião, eu estaria morrendo de medo de ir para lá, mas parece que eu tinha ficado mais fria. O diretor falou um monte, deu advertência e então saímos, ela nem ousou dizer nada, pois sabia que se disse-se eu daria outros tapas nela. No intervalo, vi Manu, fui até ela e disse:

– Oi.

– Ela me puxou para o canto – Por favor depois nos falamos, aqui não.

Fiquei sem entender, alias eu não queria entender, ela parecia estar com vergonha, não sei bem, só queria que ela e todo o resto se fodesse, fui para trás da escola e vi um garoto, alto, moreno, que fumava um cigarro, ele me ofereceu e eu não pensei duas vezes, peguei o cigarro e o fumei inteiro.

– Prazer Pamela e obrigada pelo cigarro.

– Prazer Ramon, foi nada.

Trocamos mais poucas palavras e o sinal tocou, voltei para sala e pareceu interminável as outras aulas que se seguiram. Assim que pudi sai rapidamente da escola e vi Fabio com outra garota, em um beijo quente, eu me aproximei, chamei seu nome bem baixo, ele se virou e assustado foi até mim, me abraçando.

– Como você esta?

– Bem. – Disse eu em um tom baixo. –

– Essa aqui é Carmen. Ela é minha namorada.

Fiquei abismada, e sem jeito, cumprimentei a garota e ele disse que depois a gente conversava, eu me afastei, andando calmamente até a minha casa, sem saber o que fazer, percebi que estava sozinha mais uma vez, até que o meu pensamento muda, vejo Vitor no portão de minha casa a me esperar, ele me abraçou forte e em seguida me beijou, eu não me controlei e comecei a chorar, ele apoiou minha cabeça sobre o seu peito e ficamos alguns segundos daquele jeito, em um silêncio total, meu coração doía tanto, que é impossível de descrever, pudi perceber, que só tinha ele para me ajudar, que ele era a unica pessoa que eu poderia contar e consegui me sentir feliz um pouco, por míseros poucos segundos.



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