Sempre escrita por TomTom


Capítulo 2
Sonhos ignorados


Notas iniciais do capítulo

Espero que vocês gostem da versão do Jonathan das ultimas horas antes de escolher seu Pokémon.



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- Tudo vai dar certo – disse o menino a si mesmo.

Jonathan sempre teve um sonho desde que era pequeno: competir em concursos Pokémon, e ele estava certo que iria conseguir, mas sua família não é do tipo que lhe permitia ter alguma escolha se não batalhar e batalhar... Ele já perdera as contas de quantas discussões já haviam acontecido por este assunto.

Jonathan passou a escova novamente pelos cabelos e sorriu para seu reflexo no espelho. Seria este o mesmo sorriso que ele daria quando saísse pela porta daquela casa e todos acreditassem o quanto ele estava feliz por ir competir em batalhas sem graça, sem brilho, sem charme!

O garoto sentou-se na ponta de sua cama, reclinando o corpo até que sua cabeça estivesse passando por entre suas pernas e ele pudesse enxergar o que tinha debaixo da cama. Jonathan esticou seus braços, puxando uma velha caixa de papelão lá de baixo e pondo-a bem ao seu lado, na cama.

Ele lembrava quando passava a madrugada confeccionando suas próprias fitas de concurso usando retalhos velhos; sempre disposto a esconder tudo caso alguém ameaçasse descobri-lo; lembrava-se do dinheiro que escondia para comprar a Pokéchik, a maior revista de estilo Pokémon que já haviam inventado.

O loiro sorriu com sigo mesmo ao recordar e tirou do fundo da caixa um pedaço de pano esverdeado, dava para sentir o cheiro desagradável que emanava, mas ele não se importava. Jonathan jogou a caixa para baixo da cama novamente e se dirigiu até sua bolsa e pôs o cachecol esticado sob a bolsa, e foi neste mesmo momento que a porta se abriu e sua mãe, Angélica, entrou.

- Algum problema, mãe? – a voz do garoto saiu cansada, sonolenta.

- Ho, não, não, querido – ela sorriu – Eu queria apenas falar com você.

A mulher fechou a porta e entrou, sentando-se no mesmo lugar onde anteriormente seu filho estava sentado. O menino sentou-se a seu lado.

- O que foi?

- Querido, você sabe o quanto nós o amamos não sabe?

Ele assentiu.

- Então não importa se você ganhar todas as batalhas ou não... Nós ainda te amaremos. – ela falava de um modo tão afetuoso que fazia com que quase Jonathan se importasse em ganhar ou perder alguma batalha; QUASE, até porque ele ainda não se importava.

- Sem problemas, mãe, eu estou bem tranqüilo com isso – ele sorriu.

- Ótimo – Angélica falou mas para si mesma que para seu filho.

- Mas alguma coisa? – Jonathan queria ficar logo só, seria seus últimos momentos de liberdade antes que o derramamento de sangue começasse e ele queria aproveitar cada momento de paz que pudesse.

- Há, sim, lembra-se do irmão da Candace, aquela amiga do seu pai?

- Há... Não.

- Tyler – ela anunciou – vocês brincavam juntos no lago, não lembra?

Sim, Jonathan lembrava. Como ele poderia esquecer? Aquele garoto sempre o obrigava a comer aquelas frutinhas nojentas que cresciam perto do lago e sem falar na parte que ele não o deixava ter um minuto de paz, sempre que ele vinha a casa ficava de pernas para o ar.

- Acho que lembro – ele disse um tanto hesitante. Só o que faltava agora era a mãe querer relembrar o quanto eles brincavam e tudo que aprontavam juntos, ou melhor, o que Tyler o brigava a aprontar.

- Ele vai chegar amanhã cedo na balsa de Snowpoint, seu pai e eu queríamos que você fosse recebê-lo e depois você poderia levá-lo até o laboratório do professor Rowan, ele também vai pegar o primeiro Pokémon.

- Ele ainda come meleca do nariz? – perguntou o garoto relembrando as coisas nojentas que o outro fazia, ele não podia ser visto com alguém que comia meleca, o quanto arruinada ficaria sua imagem?

- Não, acho que não – angélica ficou pensativa por um momento – Mas, querido, lembre-se que já faz alguns anos, ele está com a sua idade, acho que vão se entender tão bem quanto antes. – ela concluiu.

- Assim espero... – esta foi a última palavra de Jonathan antes de dar um “boa noite” final a sua mãe e ele sair pela porta do quarto.

                                         ●●●

Jonathan podia escutas os gritos de despedida da sua família. Ele olhou sob o ombro e pode ver o balançar das mãos acenando para ele. Não tinha sido tão difícil quanto ele imaginava, fácil de mais para ser exato. Não que ele não fosse sentir saudades, mas talvez a liberdade fosse maior que outro sentimento no momento.

Havia sido combinado: ele passaria no porto e esperaria pela balsa de Snowpoint e levaria Tyler, FIM, sua missão estaria completa, não teria que aturar o garoto se gabando de quanto era forte ou de quantos Pokémons pegaria, seria um alivio.

O garoto parou em um estacionamento de bicicletas, amarrando o veiculo a grade de segurança e ficou sentado em um pequeno banco de madeira que dava de frente para as grandes plataformas de embarque e desembarque de passageiros.

O garoto não sabia se reconheceria Tyler, quer dizer, já fazia dez anos desde o ultimo encontro, agora ambos já estavam perto de completar seu décimo quinto aniversário, era tempo suficiente para alguém mudar.

Jonathan só parou para prestar atenção nos passageiros quando o terceiro sinal da balsa já havia sido soado. Ele havia esquecido completamente o que estava fazendo, passara a maior parte do tempo tendo seus devaneios Pokémons.

- John? – uma voz familiar soou nas costas do garoto sentado no banco.

O loiro se virou curioso e se surpreendeu com o que viu.

- Ty-tyler? – gaguejou.

- Sou eu mesmo.

                          Continua...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. por favor, comentem sua opinião é muito importante! Críticas são sempre bem vindas =)



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