Betrayed escrita por Diana


Capítulo 11
Dar uma chance


Notas iniciais do capítulo

Como eu disse, resolvi postar esse mais rápido. Então, espero que gostem e comentem depois :D



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- Natalie, posso falar com você? – eu a chamo assim que terminamos de almoçar. Ela para de lavar a louça, toda prestativa.

            - Claro – diz com um sorriso.

            Realmente não quero fazer isso. Mas vou fazer porque prometi a Drake, e não gosto de quebrar promessas. Também porque acho que pelo menos por um tempo, o tempo em que Natalie morar conosco, é melhor que convivamos bem do que comigo querendo matá-la a cada palavra que sai de sua boca. Se bem que eu acho que mesmo quando tivermos terminado, ainda vou vê-la por um tempo se eu me lembrar de que agora ela está com Drake.

            Esse pensamento me causa arrepios. Não consigo vê-lo com ela. É como imaginar a pessoa que você mais gosta no mundo com a que você menos gosta. Balanço a cabeça levemente para parar de pensar nisso e me concentrar no que vou dizer. Praticamente preparei o que vou falar para não cometer o erro de ser grossa.

            - É... eu estava pensando – começo. – Eu acho que fui e tenho sido um pouco incompreensiva demais com você desde que chegou.

            Natalie me encara com um olhar compreensivo e me espera continuar.

            - E eu queria mudar isso. Sabe, conversar mais e essas coisas. Eu não te conheci antes de tirar meu próprio julgamento, faço muito isso. Me desculpe. Então... podemos ser amigas a partir de agora?

            Os olhos azuis dela brilham e ela parece realmente encantada com o que acabou de ouvir.

            - Sério mesmo? – Natalie pergunta. – Quer dizer, você não está falando isso só porque Drake te pediu?

            - Não, eu também quero que a gente se dê bem – respondo rápido.

            O sorriso de Natalie aumenta e ela dá um gritinho. Em seguida, abre os braços e parece sapatear no lugar antes de vir me abraçar. Ela quase me esmaga e enche meu cabelo de sabão da louça. Hesito, mas acabo abraçando-a de volta e ela me chacoalha.

            - Somos amigas! – exclama ela quando se afasta e segura meus ombros. – Ai, como eu adoro essa palavra. Não tem pelo que se desculpar, Jen. Agora é tudo passado, foi só uma fase.

            Natalie faz um gesto displicente com a mão, como se abanasse uma mosca, sorri de novo e volta sua atenção aos pratos. Sorrio de volta.

            - É, só uma fase – repito. – Vamos treinar hoje à tarde, vai querer vir junto?

            - Posso até ir, mas só vou olhar. Não gosto muito de usar armas, parece que estou segurando a vida de alguém nas mãos. E vidas são muito valiosas para isso. Por isso prefiro deixar esse trabalho para outra pessoa.

***

            Jack apita e nós três começamos a correr.

            Estamos treinando há quatro horas em um campo afastado da cidade, porque não há espaço na cidade e o som dos disparos das armas atrairia muita atenção.

            Devemos percorrer um caminho que Jack demarcou com alguns obstáculos, fazer um círculo e chegar até uma pistola. Quem chegar primeiro obviamente ganha. Tudo é válido. Podemos tentar nos matar no meio do caminho que ainda está valendo e atrapalhar uns aos outros.

            Natalie só observa. Eu começo na frente por ser mais rápida e menor. Jack aperta algum botão e um taco de beisebol se solta do galho de uma árvore e vem em direção a nossas cabeças. Abaixamos em tempo e prosseguimos correndo. Somos obrigados a fazer uma curva e Max me passa.

            Me jogo na direção dele de braços abertos como se fosse abraçá-lo, mas empurro seus ombros com força e nós dois caímos de cara no chão. Vou me levantar para continuar e Drake agarra minha perna e me puxa para trás. Caio de quatro novamente e ele dispara a nossa frente, rindo. Max e eu nos pomos de pé para segui-lo.

            Drake olha para trás para rir de nós. Uma barra aparece para ele pular, mas ele não a vê e bate nela, rolando antes de desabar. Max e eu o ultrapassamos e ele ainda está na minha frente por ter se levantado primeiro. Viramos mais uma vez à direita e completamos o círculo. A arma está apoiada em um banquinho de madeira mais a frente.

            Não ouço mais os passos de Drake atrás de mim e por um momento me pergunto se ele está bem. Max alcança a arma um segundo antes de mim. Ainda estou com os braços automaticamente esticados para pegá-la. Ele me vira pelo cotovelo de costas e me empurra contra a parede do depósito de grãos do campo. O cano frio da arma toca minha cabeça.

            - Ganhei – diz Max e por sua voz posso perceber que está sorrindo. – O que vai fazer agora?

            - Isso – respondo, tomando impulso e erguendo o pé para chutá-lo nas partes.

            Natalie solta um arquejo horrorizada vendo a cena e Max me solta e cai no chão gemendo. Arranco a arma de suas mãos e a aponto para ele.

            - Agora eu ganhei – digo vitoriosa.

            - Vai se arrepender de ter me chutado – grunhe ele.

            Estou prestes a responder quando levo uma pancada nos braços tão forte que acho que vão quebrar. A arma mais uma vez voa de minhas mãos e Drake a pega, com o taco de beisebol ao lado do corpo.

            - Ai! – grito.

            - Sinto muito vocês dois. Mas fui eu que ganhei.

            - Tudo bem, chega dessa criancice – interrompe Jack soprando o apito. – Ou vão acabar dando um ataque cardíaco na garota – diz ele se referindo a Natalie com uma expressão de reprovação. Ele não gostou nada de saber que ela não iria participar do treinamento. Já disse o quanto amo Jack? Bem, essa é uma das razões.

– Os três foram bem – continua ele. - Hautler, recomponha-se e levante – diz para Max, que o faz de má vontade. Deixo uma risadinha escapar. – Jennifer, pode descansar um pouco. Vocês dois, quando eu apitar novamente quero que lutem.

Assinto e vou até o lado de Natalie, apoiando os braços na janela e pegando uma garrafa de água. Jack apita de novo e Max e Drake começam.

- Você não acha que ele pega um pouco... pesado demais? – comenta Natalie comigo.

            Encaro a luta e faço uma careta.

            - Depois de um tempo você se acostuma. Não é como se ele fosse querer que nos matássemos de verdade.

            Natalie bufa.

            - Eu me sinto uma inútil assim.

            Quase concordo com ela, mas me contenho. Dê uma chance a ela, penso. Ela merece isso, e eu prometi afinal de contas.

            - Você não é inútil – digo, tentando consolá-la. – Cada um de nós tem uma especialidade diferente. Só porque você não é boa em algo não significa que não seja no resto, não é?

            Ela sorri.

            - Acho que não. Obrigada.

            - Não há de quê. – Aponto para eles. – Em quem você aposta?

            Natalie parece hesitar se quer mesmo fazer essa aposta.

            - Drake.

            - Por quê? – quero saber.

            - Porque estou namorando ele, tenho que ficar ao seu lado – diz ela com naturalidade, empinando o nariz. Eu não me surpreendo com essa resposta; acontece que conheço Drake melhor que isso.

            - Não, minha aposta é no Max – digo. – A coisa do Drake é mais intelectual, sabe, pesquisas, dados e essas coisas, ou talvez tiro a distância. Max é mais forte que ele.

            Não dá outra. Depois de mais cinco minutos, Jack avisa que Max ganhou. Ele vem me beijar e abraçar como comemoração, mas está tão suado que eu recuo, brincando. Em troca, ele despeja a água restante na garrafinha na minha cabeça.

            Jack nos dá o resto do dia de folga e nós ficamos tirando sarro uns dos outros, cansados como se tivéssemos corrido uma maratona. Jack não diz mais nada, mas eu percebo seu olhar pelo canto do olho, nos observando com um sorriso no canto dos lábios. Ele parece mais cansado do que nunca pelo olhar, e não quero dizer fisicamente. Fico curiosa e quero saber o que o incomoda, entretanto, não acho que agora seja o momento para isso.

            Voltamos para casa de carro, ouvindo música no último volume. Mas entenda: eu disse que temos um carro, não que compramos um. Há uma grande diferença. Pedimos pizza no final da noite, e mesmo depois do longo treinamento, sinto como se esse fosse um dos dias mais leves que já tivemos por aqui.


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Notas finais do capítulo

Não é sempre que o capítulo acaba com uma frase assim né? Kkkkkkk bem, espero que tenham gostado, e deixem um comentário me dizendo suas opiniões *-* Até o próximo.



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