Kubikova

05 de Julho

Eu não ligaria de confrontar aqueles desgraçados, não tenho medo da morte. E ainda mais pessoas sujas como estas, deveriam queimar no inferno junto comigo.

Seguro o velho pelo cangote de sua blusa de frio, a flecha de Bethany deve ter perfurado algum órgão, certamente o pulmão pois o sangue está com uma cor mais escurecida. Ele agoniza e sangra muito mas mesmo assim continua com um sorriso no rosto. Chase, Phil e Markus estão pegando as mochilas e enchendo com alguns suprimentos. Escolheram fugir, pois não temos forças para lutar agora. Bem. Eles não têm. Covardes.

– Se cortamos por este lado da floresta vamos chegar até o Burger Ring. – Diz Alexander enquanto Markus o carrega nas costas. April está em pânico, é uma mulher inútil também. Não deu tempo de pegar os carros, então vamos a pé. Todos cortam o caminho pela floresta, Chase carrega o velho nas costas, ele vai ser de grande utilidade. Ainda mais em minhas mãos perversas, tenho muitos planos para ele.

Todos correm o mais rápido que podem, vou os acompanhando. Alguns infectados vagam entre as arvores, eles são muito lerdos, ainda mais com a neve e o frio. Somente um retardado para ser morto por um deles.

Depois de muito correr resolvemos parar. Estamos perto da rodovia Sid Martin. O velho está quase morrendo, April conseguiu fazer um curativo na perna de Alexander usando uma camisa velha. Vou até o homem ferido com a flecha de Bethany.

– Me diga uma coisa. – Ele me olha com o olha frágil e pálido de tanto perder sangue.

– O que?

– Porque nos atacarão? – O sangue escorre pela boca do velho e ele responde com a voz tremula.

– É ordem “dele”. – Diz com ênfase.

– Dele quem?

– Do profeta. – Todos ficam me olhando conversar com o velho. Parecem confusos.

– Que profeta?

– Do profeta do apocalipse. – Isto é algum tipo de religião americana ou algo do tipo? Do que diabos este homem fala?

– Seja bem claro com suas ultimas palavras senão vou te fazer sofrer muito mais. – Digo retirando Kubie Junior da bainha em minhas costas e colocando a ponta da lamina perto do rosto do velho.

– Não o mate. – Diz Markus me impedindo de dar mais sofrimento ao velhote.

– Não se intrometa. – Ele se aproxima e me lança um olhar frio. Não gosto desse cara. Ele abaixa perto do velho, retiro a lamina de seu rosto mas continuo com a espada em mãos.

– Aonde fica seu refugio? – O homem ri e responde a pergunta idiota de Markus.

– Porque eu falaria? Você acha que sou idiota? – Markus acerta seu rosto com um soco, ele cospe todo sangue acumulava na neve a manchando. Isso porque não me deixou fazer as coisas do meu jeito. Olho ao redor e vejo Mary encostada em uma arvore assustada com a morte do primo. Chase e Bethany estão perto de April e Alexander. Phil observa os arredores caso algum infectado se aproxime. – Não me convenceu ainda. Vou morrer logo logo. – Ele sorri nos encarando com os olhos fundos sem brilho de vida.

– E quem disse que vamos deixar você morrer? April. – Ele se levanta enquanto April e Bethany se aproximam do velho.

– Beth o segure e quando eu retirar a flecha pressione o ferimento com este pano. – O velho fica assustado e logo solta algumas palavras no momento que April iria quebrar a flecha.

– Não! Eu conto! – Elas param. – Nós ficamos em um reservatório de agua no lago Lochloosa ao leste daqui.

– E quem é esse tal profeta? – O interrogo curiosa sobre tal titulo.

– É um cara que nos obriga a entregar pelo menos uma pessoa por semana para ele. Caso não fizermos isto ele leva um de nós.

– O que? E quantos vocês são?

– Quase quarenta. – Quarenta homens se rendendo a uma única pessoa? Algo está errado nisso tudo.

– E quantos homens este “profeta” tem? – Diz Markus fazendo aspas com os dedos.

– É só ele.

– Você está brincando não é? - Indago suspeita.

– Não. Estou falando sério, aquele cara é esperto, esperto até demais. Já tentamos mata-lo várias vezes, mas nunca conseguimos, ele sempre sabia cada passo nosso mesmo estando longe. Todos nós o tememos. Ele é imbatível. – Todos se assustam com a historia do estranho “profeta do apocalipse”, permaneço calma, mas por dentro estou muito curiosa com tal homem. Como ele consegue ser tão temido sendo somente um?

Depois de algum tempo continuamos a viagem, o velho acabou morrendo e abandonamos seu corpo onde estava. Alexander anda com a ajuda de April. Está a noite e estamos quase perto da rodovia de acordo com Alexander.

– Será que aquele cara estava falando sério sobre esse tal profeta? – Pergunta Chase caminhando junto com a irmã.

– Talvez sim. Ou talvez ele só queria nos assustar. – April responde carregando Alexander que está quase dormindo de tanto cansaço.

– Aquilo me parecia bem real. – Digo cortando os galhos secos das arvores que estão no caminho. O frio está aumentando mais e já é noite.

Esse tal profeta.... Isso despertou minha curiosidade, ainda mais pelo fato de ele sozinho botar tanto medo em quarenta homens armados. Ele deve ter algum truque na manga. E caso for tão poderoso como o velho descreveu eu não vou hesitar em me juntar a ele e abandonar esses pesos.

Ao continuar minha caminhada em direção ao fim da floresta coberta por neve algo me chama a atenção, não só a minha como a de todos. Uma garota com um manto amarelo, as roupas com alguns rasgos, ela tem os cabelos loiros quase brancos, os olhos azuis bem claros e um corpo magro e com curvas, a garota carrega uma espada europeia na mão direita de lamina longa e aparentando estar muito afiada e com manchas de sangue que caem na neve a deixando pintada, deve ter uns cinquenta centímetros a lamina, a garota cai de joelhos na neve e nos observa, ela usa uma touca negra que faz seus cabelos ficarem jogados sobre seu rosto em algumas partes e está ofegante. Alexander não consegue dizer nada como a “voz” do grupo. Markus se aproxima da garota, ela aponta a arma com as mãos tremulas de cansaço para o careca. Ele levanta as mãos mostrando não estar armado. A garota abaixa sua lamina e ela cai sobre a neve, é uma bela espada medieval.

– Meu... N-Nome é.... Akey. – E ela perde a consciência, se não fosse Markus a garota iria de encontro com a neve fria. Ele a pega no colo e olha para os outros. Continuo o caminho ignorando-os.

– Vamos leva-la? – Ele pergunta para os outros.

– Vamos. Quando ela acordar vamos tirar uma conclusão sobre quem é e se merece ficar no grupo ou não. – Responde Chase passando por ele também. – Mas quando Alexander estiver consciente nós vamos ver isso direito.

E lá estava Burger Ring, é um restaurante grande de estrada com vários carros estacionados e infectados também, deve ter uns dez por ai, o resto pegou a estrada e seguiu sem rumo. Todos entramos no restaurante atentos. De entrada estamos no hall principal onde as pessoas reservam suas mesas, são enormes mesas e o local está muito escuro. Escuto os tiros de Chase misturados com os de Markus e Phil. Eles estão limpando a área dos poucos infectados que habitavam por lá.

As lanternas estão acesas e uma lamparina ilumina nossa estadia detrás de um balcão, todos colocaram seus cobertores por lá e resolveram dormir todos juntos. A garota misteriosa está perto de Markus coberta com vários trapos velhos e fedidos. April suturou o ferimento de Alexander com seu kit de primeiros socorros. Chase depois de recarregar sua arma e comer o ultimo enlatado caiu no sono ao lado da irmã mais nova. Phil foi o primeiro a dormir, não consigo resistir, meus olhos chegam a doer de tanto cansaço que estou sentindo, foi um dia exaustivo. Acabo dormindo perto de Mary, a garota que perdeu o primo no tiroteio. Não consigo tirar de minha cabeça o quão poderoso deve ser esse tal “profeta”.

E quem é essa garota? De quem estava fugindo?

Escolhas:

1- Interrogar a garota nova.

2- Ir atrás do profeta e abandonar o grupo.

3- Permanecer quieta e recolher alimentos junto a Phil.