A Harmonia escrita por LittleLemonPie


Capítulo 6
Laranja e Uva, salada mista.


Notas iniciais do capítulo

~ATENÇÃO~
EU estarei narrando! A sim, eu sei que é pera, uva,maçã, salada mista. Mas, precisava ser assim! :3
Obrigada e boa leitura!



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Amber acordou com um barulho vindo de trás do armário. Ela não tinha aberto os olhos ainda, mas aquele barulho parecia ser...um pássaro...um pássaro?!

Ela abriu os olhos rapidamente e olhou em volta sentindo algo muito bom no peito. Liberdade.

Se levantou e correu pelo quarto tocando todos os móveis como quem tentava se convencer de que aquilo não era um sonho. E realmente não era! Ela estava livre!

Olhou para o armário,de onde o som dos pássaros continuava a soar, e reparou que havia uma claridade rala vindo detrás. Ela foi até ele o o empurrou revelando uma cortina de chumbo.Puxou-a e a claridade do sol inundou o quarto. No mesmo momento em que a claridade entrou, um guincho assustado veio de baixo da cama e um Pesadelo se desfez e voou para fora, passando pelas brechas e fechadura da porta.

Amber queria saber por quanto tempo e porquê aquele pesadelo estava lá. Ela tentou se lembrar se sonhou ou se teve um pesadelo. Uma sensação ruim a invadiu e ela afastou o pensamento.

Ela olhou para fora, viu pássaros e o sol, sorriu, recolocou a cortina e saiu em direção à sala.

Pitch estava sentado em uma poltrona em frente à uma lareira. Havia um Pesadelo ao seu lado e ele o acariciava.

–Finalmente!- Ele disse em um tom irônico, em quanto ela se aproximava. -Você podia ter acordado antes. Renderia mais tempo para descobrirmos com fazê-la voltar ao normal.

–Que horas são?

–Meio-dia.

–não foi tanto tempo assim...

–Você dormiu dois dias atrás.

–Retiro o que disse. -ela levantou as mãos em forma de rendimento e o Pesadelo relinchou como uma risada.

Os dois ficaram um tempo em silêncio e Pitch recomeçou a conversa.

–Não consegue se lembrar de nada? Da primeira vez que eu te vi como harmonia e de como ajudou um garotinho? De como o ajudou? Isso ajudaria bastante.

–Eu...eu não lembro o que é harmonia. Não lembro o que eu fazia...-ela respondeu com a voz magoada.

–Espera. Da primeira vez...um garotinho...-ela franziu o cenho. - Eu não me lembro de quando eu te vi pela primeira vez...ou de garotinho... - ela fechou os olhos como se estivesse pensando em alguma coisa que fosse falar mas não conseguia se lembrar. -Eu...eu...

Ela ficou pálida e cambaleou.

–Qual o problema? -Pitch largou da crina de seu Pesadelo e correu até ela achando que ela fosse desmaiar.

–Eu não me lembro de nada. -ela abriu os olhos.- É como se eu soubesse que há algo no passado, outra vida, objetivos...mas eles não me vêm à cabeça. Como se eu soubesse de algum jeito mas não consigo pensar nisso. Eu não me lembro de você...nem de garotinho... -ela o encarou tentando puxar a memória de onde o conhecera. Enquanto isso o violeta de seu olho direito aumentava.

–Mas você me chamou pelo nome no dia em que eu te ajudei. Como lembrou meu nome se não lembra de mim?

–Eu...não sei. Parecia tudo claro mas agora eu não...tudo isso...nada faz sentido! -Ela puxou os cabelos. -Não consigo me lembrar! -Ela olhou Pitch nos olhos. -Eu preciso... Isso é estranho, é como se eu soubesse mas não me lembro! Está em algum lugar mas eu não consigo pensar!


Pitch olhou bem em seus olhos e segurou a cabeça dela puxando-a para perto dele.




–Para! Acalme-se! - Vociferou. - Pare de se desesperar isso não vai adiantar nada! Eu não sei o que você fazia mas com certeza não se desesperava! -Ele parou um pouco e respirou, soltou a cabeça dela e retornou a falar em um tom mais calmo. - Você com certeza não se desesperava desse jeito. Tente relaxar um pouco.





Amber assentiu e se deixou cair sentada, abraçou os joelhos e se pôs a chorar. Pitch suspirou e colocou a mão na cabeça dela.





–Tente relaxar. Seu olho preto está transparente. Sem cor. Você provavelmente está se esquecendo de quem você é, e isso está afetando sua existência. Não pense no passado.





–E se eu desaparecer? Por que eu ainda estou aqui se ninguém precisa ou acredita em mim?





–Porque você tem um propósito assim como...-ele fez uma careta. -Jack Frost. Você não vai desaparecer. Não pode. Preciso que você continue aqui, só assim eu vou poder assustar à todos como antes. Não como a Idade das Trevas, mas como de quando as pessoas não pareciam mortos vivos.





Amber respirou fundo e enxugou as lágrimas. O laranja de seu olho aumentou um pouco fazendo o roxo diminuir razoavelmente.





Ela levantou um pouco a cabeça e respirou fundo novamente.





–Eu...





Um flash laranja iluminou a sala por milissegundos.





Pitch olhou em volta.





–O que foi isso?





–Isso o que? -ela indagou.





–Um...





Outra vez. Mas agora um flash roxo.





–De novo! Você viu? -ele olhou em volta.





O Pesadelo olhou para seu mestre com os olhos arregalados e assentiu.





–O cavalo viu.





–Já eu não vi nada...-Ela insistiu.





Novamente. Mas dessa vez eram as duas cores piscando muito rápido e em questão de segundos tudo voltou ao normal. Pitch havia caído no chão, derrubado pelos Pesadelos que saíram correndo, Amber continuava sentada. Ambos com os olhos fechados. O fogo havia se apagado e os pesadelos estavam amontoados em um canto.





–Mas que diabos...?- Pitch esfregou os olhos e os abria acostumando-se com a pouca claridade que entrava em seu covil. -Estou vendo pontinhos coloridos...





–Eu não consigo abrir os olhos. -Amber continuava sentada e calma, esfregava os olhos enquanto tentava localizar Pitch pelo som. - Ai! Nem com as mãos!





–Estou aqui. Deixe-me ver. -Ele caminhou até ela e tocou com as mãos seu olho esquerdo, mas este descarregou-lhe um choque fraco quando tentou abri-lo, e Pitch afastou a mão. -Seu olho me deu um choque!





–É por isso que eu disse "ai".





Ele bufou.





–Ótimo! Agora está cega a menina...





–Olha eu não pedi para... -ela começou.





Mas seus olhos a interromperam. Se abriram e brilharam rapidamente como se fossem feito de ouro e depois o brilho se desfez soltando uma espécie de pó brilhante que caíram em seu colo.





–Eu...estou vendo!





–Seus olhos... -ele fez uma careta.





–O que tem eles? O que?! Por que está me olhando assim? -Ela se levantou em desespero.





–O laranja e o roxo. Estão...normais.





–É? - Os olhos dela brilharam. -Me deixa ver! Me deixa ver! Me empreste aquele espelio!!





–Espelho!





–Eu quero ver... -ela choramingou.





–Criança mimada. -ele resmungou e sumiu nas sombras. Voltou alguns minutos depois segurando um espelho. -Aqui. Veja.





Ela segurou o espelho tremendo e se olhou. As cores estavam bagunçadas como sempre, menos o violeta e o laranja que estavam no lugares corretos e no diâmetro correto. Depois ela reparou que um pouco daquele pó brilhante estava em sua roupa.





–Parece areia do Sandy.- Ela passou a mão para analisar melhor.





–Com certeza não. -Pitch debateu.- Essa é muito mais fina como ouro em pó e também... -Ele franziu o cenho. -Como você se lembra de Sandy?





–Eu...-Ele parou e pensou um pouco. -Sandy...É o sonho. Quando eu sonhava me sentia tranquila. As vezes quando tudo era assustador, eu dormia. Me acalmava. Tranquilidade. É! -ela riu. -É! É! Eu lembro dele porque me senti tranquila! E violeta...confusão! Eu me lembro de algumas provas para aprendizagem de meu pai! Eram estranhas, eu não me lembrava das respostas! E aquela noite tranquila na floresta quando eu acordei, alua me tranquilizou! Eu me lembro!! -Ela pulou de felicidade enquanto ria. -E teve aquela vez em que a tia-avó Constance...





O Pesadelo, que antes estava ao lado de seu mestre, voltou olhando admirado para a garota que não calava a boca. Pitch tapou a boca dela com uma das mãos e rolou os olhos.





–Me poupe dos detalhes! Por favor...





Ela assentiu e Pitch soltou-a.





–Violeta e Laranja são opostos e se neutralizaram quando consegui junta-los. Ambivalência! É isso que precisamos fazer!





–Precisamos? Nós? -ele levantou uma sobrancelha.





–Você ofereceu ajuda e agora vai até o fim. Agora eu posso controlar esses dois sentimentos, mas preciso de ajuda.





–Ambivalência é? Vai ser fácil. Nem precisará da minha ajuda.





–Eu posso sentir esses sentimentos perfeitamente. Confusão e tranquilidade são apenas seus nomes oficiais, eles possuem subtópicos. E pelo que eu posso sentir, são vários. Tirando esse dois que eu precisarei manter, são mais 8 sentimentos, 4 pares no total e 1 por vez que devem ser sentidos com todos os subtópicos sentimentais por vez. -Ela levantou a sobrancelha desafiando-o. -Fácil?





Ele pigarreou.





–Ambivalência é? Talvez seja difícil. Vai precisar da minha ajuda.





Amber sorriu e o pesadelo bufou como um deboche do mestre.





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