Aquela frase me fez sentir um frio na barriga. Nosso quarto. O nosso quarto? Edward estava sorrindo, um sorriso feliz e eu temendo tanto toda essa loucura que estávamos vivendo. Meu lado racional estava gritando para que eu tomasse a decisão mais acertada e voltasse para os EUA, mas o meu lado emocional estava encantada. Eu queria Edward como meu e isso estava mais forte agora que estávamos aqui nessa casa, na casa que ele queria formar uma família... eu queria uma família desesperadamente. Eu queria tanto o que meus pais e James viveram que só agora me dava conta dessa necessidade tão intensa que reprimi.

Deixei que as mãos de Edward me guiassem pela casa, era linda realmente. Tudo que uma pessoa pudesse querer estava ali. Não era questão de dinheiro e sim de aconchego, os corredores tinham paredes com quadros de diversas épocas que mostravam o trabalho de Edward de encontrar os que equilibravam o ambiente. Ele abriu três portas e os quartos estavam vazios, mas mesmo assim tinha algo neles que me lembrava filhos. Poderíamos um dia preenche-los, o vazio não era ruim, era a expectativa de algo que pudesse preenchê-los. Depois mais dois quartos devidamente organizados. Um com cama de solteiro e outro de casal e  móveis com linhas mais finas que dava um ar romântico e sereno. Hóspedes, um dia teríamos hóspedes e eles seriam bem recebidos. Edward não falava nada, deixava as informações serem absorvidas no meu tempo e eu ficava em cada quarto olhando o quanto eu precisasse.

O último quarto do segundo andar tinha portas duplas. Ele parou e sorriu antes de abrir. Edward abriu e entrou na minha frente abrindo as janelas. A luz do sol deixava tudo mais lindo. Era quarto de revista. Tinha uma grande cama com lindos lençóis beges, almofadas em tons variados e listras. Na parede um lindo quadro artesanal. Tinha um coração feito de pedras pintadas e a moldura rústica dava um ar ainda mais artesanal, olhei para ele questionando.

- Um artista de Veneza. Quando olhei para esse quadro senti algo diferente. O amor é assim, lindo... mas ao mesmo tempo bruto e complicado. As pedras são de uma praia na Itália que ele disse e só existem lá. Todo ano ele viaja e faz cinco quadros desses. Eu comprei o último.

Fiquei encantada com aquele quadro. Olhei o resto do quarto. Tinha uma linda penteadeira na parede do lado da cama. Toquei no espelho que apesar de novo era a punica coisa nova naquilo. Ele me lembrava a França de Luiz XV, toquei ele e abri as gavetas pequenas e lindas. Ele era branco com detalhes dourados por toda a sus extensão.

- Comprei numa viagem a Inglaterra. Um antiquário que havia lá. O branco combina com qualquer coisa não é? – Edward tinha um sorriso meigo quando contava isso.

- Tudo está um uma harmonia tão grande.

- Venha, vou te mostrar uma coisa.

E então me guiou para uma porta que ficava do outro lado do quarto, ele abriu e vi o enorme closet. Era imenso. O tapete vermelho e os espelhos davam um clima tão sensual de certa forma e ao mesmo tempo me fazia querer encher de coisas. Tinha uma linda bancada de mármore no meio e gavetas. Abri e vi que dentro estavam forradas com veludo. Joias, ali deveriam ficar as joias. Foi tudo projetado com tanto carinho e cuidado que emocionava.

O banheiro ficava por lá, como se quisessem sair do banho e se vestir. Era lindo, banheira de uma mármore branco e por todos os lados tinham detalhes dourados e diversas luzes que deveriam ser ajustadas para um clima mais sensual ou relaxante. A vista. Eu respirei fundo quando vi que dava para uma linda praia. Não tinha visto isso antes.... era uma praia que estava deserta, e como essa parte ficava no alto poderíamos ver todos sem eles nos verem. Era perfeito, simplesmente magnífico.

Voltei a mim depois de alguns segundos e então percebi que estava sozinha e fui voltando procurando Edward. Então o vi sentado na cama me esperando.

- Gostou?

- Não tem como não gostar. – disse me aproximando dele e sentando no seu colo. – A casa toda é de um esplendor impressionante. Quanto tempo ela demorou para ficar pronta?

- Um ano mais ou menos. A reforma  não demorou tanto, mas a decoração sim. Viajei o mundo todo em busca das coisas certas, não tive pressa de montá-la, só queria que ela fosse perfeita.

Beijei Edward, um beijo calmo e tranquilo. Ele colocou suas mãos em meus cabelos, fez carinho em meu rosto e eu me entreguei ao momento. Queria pensar que aquela cama era nossa e que ali seríamos felizes, mas eu tinha medo dos castelos de vidro que construímos e depois desmoronavam na nossa frente. O medo parecia me sufocar enquanto Edward fazia carinho em minhas costas e beijava meu pescoço entregue. As lágrimas caiam finas, mas eu não parava nada do que estávamos fazendo. Eu queria ser feliz, tanto que já tinha me iludido antes.

- Vamos ser felizes... seremos...

Edward distribuía beijos por todo meu corpo, ele ia tirando a roupa devagar e beijando. Eu tirei a roupa dele com muita calma apesar de todos os sentimentos contraditórios dentro de mim. Sim, era ótimo tê-lo assim, eu soltava gemidos baixos enquanto ele era estimulado por isso e me deitou na cama com carinho. Fechei meus olhos e senti suas mãos passeando pelo meu corpo. Ele tinha os movimentos exatos para me deixar nas alturas e depois ele se abaixou e começou a beijar e chupar meu sexo. Era ótimo e perfeito, eu me contorcia de tanto prazer e Edward parecia não se abalar com minha movimentação e era preciso em cada movimento com a língua. De repente ele parou e nos olhamos, foi intenso e lindo. Edward voltou me beijando, ele subia e beijava minha barriga, meus seios, meu pescoço e quando chegou na minha boca eu vi como pegava fogo em mim. Ele me penetrou sem parar de beijar e eu fechei minhas pernas ao redor dele recebendo ele mais fundo. Era ótimo, não tínhamos pressa e nem desespero, eram movimentos calmos e ritmados. O ritmo foi aumentando conforme o prazer vinha com mais urgência e eu e ele chegamos ao nosso clímax juntos e ofegantes.

Ficamos alguns minutos somente nos recompondo, sem dizer nada. E então Edward me abraçou de maneira carinhosa, eu lembrei do beijo no escritório depois que transamos de maneira mais selvagem. Edward era muito carinhoso. Ele fazia carinho em meus cabelos e distribuía beijos em minha testa.

- Um dia precisaremos sair dessa cama. – disse sonolenta.

- Um dia... não hoje.

E foi a última coisa que ouvi dele. Meu sono veio tranquilo e restaurei minhas forças. Quando estive tão entregue entregue a Morfeu? Quando foi que meus sonhos tinham sido tão bonitos? Não lembrava dessa época. Acordei e vi um lindo buquê de flores ao meu lado. Sorri e sentei para ler o lindo cartão que estava entre as rosas vermelhas.

“ Espero que as flores te façam sorrir como você me faz. Minha linda namorada.”

Merda! Merda o que Edward tinha na cabeça? Eu olhei ao redor e vi que tinha uma camisola de seda azul. A vesti com pressa e desci, será que tinha mais alguém na casa? Da onde tinha vindo aquilo? Eu não tinha trago nada comigo. Era de Vitória? Merda Edward eu não sou sua namorada! Eu não namoro caralho!

E descendo as escadas encontrei a casa com um cheiro bom na parte de baixo, eu queria comer, estava com fome. Que horas seriam? Encontrei a sala de jantar e tinha um linda mesa arrumada para duas  pessoas e antes que pudesse apreciar mais Edward saiu de uma porta com uma travessa que tinha algo dentro quente, muito quente.

- Fiz uma sopa.... gosta?

- Sim.

- Não tinha muita coisa e acho que sopa é algo leve e gostoso.

- Que horas são? – eu estava confusa. Ele cozinhava?

- Três da tarde.

- Caramba! Dormi muito. Acordou a muito tempo?

- Eu não dormi, vim resolver algumas coisas.

- Ah... deve estar cansado então.

- Não. A camisola ficou linda.

- Edward... de quem é...

- Sua! – ele disse indignado.

- Não tenho camisola assim.

- Eu mandei uma loja trazer algumas peças. Só voltamos daqui a um dia e meio, acho que não vai querer ficar com uma roupa só até lá.

Precisei concordar e percebi que ele usava uma roupa mais descontraída também. Bermuda e uma blusa. Chinelos. Nunca vi Edward de chinelos antes.

- Vamos comer antes que esfrie.

E então me sentei para tomar a sopa dele. Estava deliciosa precisei admitir. E ele tomava olhando para mim e sorrindo.

- Edward eu não sou sua namorada. – disse quando tinha terminado. Ele pareceu não se abalar nem um pouco.

- Então o que estamos fazendo aqui? Eu abro minha vida, meus sonhos e você? Faz o quê? Se fecha? Foge mais?

- Eu não namoro Edward. Não gosto disso.

- Você não gosta de Alec e eu sou Edward! Achei que isso tivesse ficado claro!

Edward parecia mais abalado com a informação agora. Respirei fundo antes de continuar a conversa.

- Eu... não me sinto preparada. – confessei.

- Nunca vai estar eu sinto muito.

- Belo pensamento. – disse irônica.

- Eu não estou! – ele gritou – Eu não estou, mas mesmo assim estou aqui.

- Eu não posso estar aqui. – disse triste.

- Então não namoramos.

Eu olhei para os olhos dele assustada. O que ele estava querendo?

- Não namoramos.  – ele reafirmou – ficamos juntos. Está bom assim? É melhor para você?

- Ficar junto? – não entendi aquilo direito.

- Juntos, não ficamos com outras pessoas e nos encontramos fora do trabalho. Juntos.

- Vivemos na mesma casa Edward. – disse séria.

- Bom, passa no meu quarto quando quiser, não vou me importar. – disse divertido.

- Edward isso não vai dar certo!

- Já está dando. – ele disse rindo. – Lava a louça e eu arrumo a cozinha.

- Edward...

- Estava pensando em te mostrar a praia, tem biquíni nas bolsas que pedi... você é P, eu acho que vai caber perfeitamente. Mas eles mandaram vários modelos, então experimenta... Você fica linda de azul.

Edward levantou me ignorando. Juntos.... juntos... Isso não ia prestar! Não ia mesmo!