Intermissão escrita por Miss Stilinski


Capítulo 20
19.


Notas iniciais do capítulo

Minhas leitoraaaas! Eu tenho explicações sobre a explicação. O caso foi o seguinte: não sei se todas aqui sabem, mas eu tinha uma grande tendência a escrever minha histórias em cadernos. Eu escrevia Intermissão em um, que fora minha minha que meu deu. Maaas, não sei o que houve, ela teve um ataque e "reivindicou" o caderno, rasgando tudo o que estava escrito nele e não me dando as folhas que estavam escritas. Acreditem, eu briguei e, quando eu lembro do que ela fez, eu fico realmente MUITO chateada.
Eu tinha a metade desse capítulo no computador. Entretanto, tive de refazer o final. Ou seja: não era o que eu esperava :/
Bem, vamos ao capítulo. E me desculpem se ficou pequeno demais :/



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Eles continuaram os beijos e carícias na areia, ma Ane ainda tinha a mente nublada com a visão de Will. Ela sentia-se culpada, mas, ao mesmo tempo, não se sentia como se o tivesse traído. Mesmo assim, o olhar que ele lançara a ela, era carregado de dor e, por dois segundos, Ane vira o Will que ela tanto amava; porém, o reconhecimento que a garota ansiava, não estava presente nos olhos vermelhos deles.

Ane estava de frente para Embry, observando-o fechar os olhos enquanto ela acariciava os cabelos dele. Por que era difícil? Estar com um, magoava o outro e vice-versa. Odiava estar dividida; odiava odiar.

Já estava entardecendo quando Embry decidira levar Ane para casa. Ane tentava não parecer distante; ainda pensava em Will, ainda olhava para Embry; ainda se sentia dividida; ainda se sentia feliz; ainda se sentia triste. Às vezes, Ane pensava que queria ser uma esponja do mar, quando divida, sempre voltava a se reconstruir sem sentir nada. Quando ela iria se reconstruir?

Embry estacionou o carro em frente à casa de Ane e a olhou. Seus olhos tinham um brilho que Ane sentiu-se envergonhada. Ele merecia alguém melhor que Ane.

Ela tentou sorrir.

— O que foi? — Ele acariciou o rosto de Ane, que fechou os olhos, sentindo o calor emanar da pele dele. — Eu ultrapassei os limites?

Embry estava se referindo das carícias mais íntimas sobre a areia. Ane nunca fora tocada tão profundamente antes; ela e Will nunca foram tão longe. Mas ela gostara do toque quente de Embry em seus seios, quando suas mãos acariciaram a parte mais íntima de Ane, que retribuiu as mesmas carícias em Embry. Mesmo gostando, a garota desejava saber como era o toque magnetizante de Will.

Ane sorriu.

— Não — respondeu ela. — Na verdade, foi muito bom.

— Ainda bem. Eu estava começando a me sentir culpado — ele deu um sorriso nervoso. Ane pegou as mãos dele e beijou a palma.

— Foi bom para você? — perguntou Ane; afinal, ela também queria saber.

— Melhor impossível — ele sorriu. Não havia acontecido nada demais entre eles; apenas toques mais íntimos como namorados.

Embry olhou para a porta da casa de Ane e depois para a garota.

— Acho que é melhor você entrar — disse ele. Ane assentiu. — Boa noite, An.

— Boa noite, Embry — e se inclinou para beijá-lo.

Ane saiu do carro e ficou parada, esperando que Embry desaparecesse de vista. A temperatura já estava caindo e a garota entrou em casa, encontrando o pai e a mãe assistindo algum filme na televisão.

A mãe de Ane sorriu ao vê-la; ela sabia que o pai a estivera espionando enquanto se despedia de Embry, por isso Michel não a olhava diretamente.

— Se divertiu, querida? — perguntou Susana.

— Muito — Ane deu um sorriso. — Vou subir. Estou cheia de areia pelo corpo.

— Se estiver com fome, tem comida na geladeira — informou a mãe e Ane assentiu, subindo as escadas.

(…)

Ane sentou-se à escrivaninha e pegou algumas folhas de ofício em branco. Ela havia acabado de jantar quando pensou que não desenhava fazia tempo. Procurou lápis e borracha, parando para pensar o que desenharia.

Como não tinha ideia do que fazer, Ane começou a fazer um esboço, fazendo traços que, conforme ia desenhando, se tornavam um rosto. Ane não prestou muita atenção no que estava fazendo; apenas continuava as linhas de seu desenho.

Ela apagou os defeitos, consertou os olhos e a linha de expressão do roto e acrescentou alguns detalhes. Ao finalizar, a garota ergueu o papel para luz. Ane reprimiu um soluço ao ver o rosto de Will, retratado exatamente como ela se lembrava. Seus olhos ficaram marejados e ela afastou o desenho para longe.

Por que ela não conseguia esquecê-lo? Por que era tão difícil? Ane colocou a cabeça entre os braço, apoiada na mesa e adormeceu. Ainda tinha lágrimas no tampo da mesa quando Will se esgueirou para dentro do quarto.

Ele não podia estar ali. Ma não conseguia deixá-la. Will tinha a impressão de que Ane era dele; não importava quantas vezes ela lhe dissesse que gostava e estava com o transmorfo. Ele sabia que Ane sempre seria dele.

Wil esquadrinhou o quarto e a viu sentada à uma mesinha. Ela estava dormindo com a cabeça descansando em cima da mesa; os cabelos vermelhos espalhavam-se como um leque à volta dela, lisos como sempre, e usava uma camisola comum. Não aguentando, Will foi até ela, percebendo que havia vários papéis debaixo da cabeça da garota.

Devagar, Will tirou um dos papéis e sua respiração parou. Ele olhava para uma caricatura exata de seu rosto; com cada traço, cada detalhe que nenhum humano jamais reparara que ele tinha. Por exemplo, o sinal que ele tinha no pescoço. Era uma pinta singela, mas que Ane soube encaixar perfeitamente no desenho.

Ele olhou mais uma vez para a mesa e viu que Ane havia feito mais do que ele esperava encontrar. Um, Will percebeu, ele estava com uma expressão de desdém (este estava mais amassado); outro, ele tinha um sorriso feliz e seus olhos transbordavam carinho. Qual será que Ane o via? Com o sorriso ou o ar de descaso? De repente, Will desejou que ela o visse cm o sorriso.

Mas, ao olhar para o rosto vermelho de Ane, Will percebeu que ela o via como a segunda opção. Aquilo doeu mais do que esperava.

Ane pareceu fungar e respirar fundo ao mesmo tempo, fazendo Will sair de seu transe e pegá-la no colo. Ele viu que algumas folhas brancas e a mesa estavam molhada, dando-lhe a certeza de que Ane estivera chorando quando o desenhou.

Ele a colocou debaixo das cobertas e a olhou dormir. Ane estava tão mais bonita quando não o estava olhando de forma dura, porém dolorosa. Will tinha certeza que, na maioria das vezes, Ane o olhava com dor. Ele queria tanto saber o por quê!

Will se virou para ir embora, mas paralisou quando a voz de Ane o chamou. O vampiro virou-se lentamente e viu que a voz de Ane estava meio pastosa devido ao sono. Por um segundo, ele pensou que ela o expulsaria dali; mas Ane apenas o chamou outra vez. Ele sempre fora um vampiro firme, mas, ao ouvir a voz de Ane, Will voltou para perto dela em dois segundos.

Ele se sentou ao lado dela, que lutava para manter os olhos abertos.

— Will? — falou Ane.

— Estou aqui — respondeu o garoto num sussurro. Um sorriso lampejou nos lábios de Ane.

— O que veio fazer aqui?

Will ficou em silêncio, tentando responder a pergunta de Ane. Mas a verdade era que nem ele sabia o que estava fazendo ali; só sabia que não conseguia ficar longe dela.

Ele respondeu a verdade:

— Não consigo ficar longe de você.

Um sorriso espalhou-se pelo rosto de Ane, mas depois despareceu, dando lugar a um suspiro cansado.

— Estou tão farta de brigar, William — disse ela e Will a olhou com mais intensidade. — Você não está?

— Sim... eu estou farto de brigar também — ele realmente estava dizendo a verdade.

— Isso é muito bom — Ane suspirou mais uma vez e Will pensou que ela voltara a dormir, mas Ane continuou: — Mas você não se lembra de mim...

— E eu deveria lembrar? — perguntou Will, sedento por respostas. Contudo, ele não as recebeu.

— ... e isso dói muito, sabia? — Ane continuou; uma lágrima escapou dos olhos dela. Will a limpou.

— Dói em mi também — ele sussurrou. — Você é tão... tão diferente.

— Você costumava dizer isso para mim.

Costumava? — indagou Will e Ane assentiu, com outra lágrima escorrendo pelo rosto. Will a limpou novamente. — Por que você não me conta?

Ane negou com a cabeça.

— Pode me beijar? — Ane desviou do assunto. Por alguns segundos, Will ficou estático; ela estava mesmo pedindo um beijo? Ele a olhou e viu que Ane esperava alguma reação. Seria o certo beijá-la enquanto estivesse tão sonolenta?

Mas Ane ainda o encarava. Will se inclinou e encostou seus lábios nos dela. Imediatamente, pareceu que algo incandescente tivesse acendido entre os dois. Ele passou um dos braços por debaixo da cabeça dela, inclinando-a para frente. Ane envolveu o pescoço dele com os braços, puxando-o mais para ela.

Ambos estavam absortos um no outro e logo Will estava deitado ao lado da garota. Eles continuaram a se beijar, cada um tentando explorar mais um pouco do que tinham para oferecer. Era como se completassem de alguma forma estranha e absurda. Aquilo deveria incomodar Will. Entretanto, ele não conseguia se livrar da sensação de que Ane era dele. E que ela estar com um lobisomem era errado.

Will, então, parou o beijo. Ele olhou nos olhos verdes de Ane, desejando aber o que ela escondia dele. O que todos escondiam dele. Mas ele sabia que nenhum deles lhe dariam uma resposta completa.

Will percebeu que Ane não estava totalmente desperta; era como se ela o visse apenas como um sonho. Talvez ele devesse deixar daquele jeito e se levantou da cama de Ane. Quando ele estava prestes a deixar o quarto, Ane segurou seu braço com as mãos quentes. Era inevitável a corrente que perpassou o corpo do vampiro.

— Fique — ela pediu e Will continuou a olhá-la. —Fique esta noite comigo, Will.

Ele sabia que não deveria, mas resolveu atender o pedido de Ane e voltou para a cama de solteiro da garota. Ele a aconchegou Ane sobre as cobertas e deitou-se eu seu lado, fazendo com que ela ficasse perto de seu corpo.

Ane pareceu suspirar e encostou a cabeça no peito do vampiro. Se Will tivesse coração, ele tinha certeza de que estaria pulando para fora de seu peito. Engraçado... ele poderia ter todas as garotas que quisesse, mas apenas queria a garota que ele era proibido ter.

Ele afagou os cabelos de Ane, ainda pensando no que fora se meter. Depois de algum tempo, Wil ouviu a respiração de Ane ficar regular. Ela havia, finalmente, dormido.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem e...
Comentem!



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