Intermissão escrita por Miss Stilinski


Capítulo 16
15.


Notas iniciais do capítulo

Por Poseidon!, faz séculos que não posto aqui D:
Mas cá estou eu, pronta para alegrá-las (eu acho). Enjoy it ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/343995/chapter/16

Ane acordou com a sensação de alguém a observando. O que era estranho, pois, quando levantou-se e foi até a janela, não havia ninguém. Balançou a cabeça e dirigiu-se para o banheiro. Sua mãe bateu na porta e avisou que Embry a estava esperando na sala; Ane disse tudo bem e que já estava terminando.

Depois de se vestir — uma calça cinza de moletom e um casaco com um coração grande de um vermelho intenso —, Ane desceu e viu Embry andando de um lado para o outro, com a expressão preocupada. Ele a olhou e Ane entendeu que ele queria falar a sós com ela.

— Mãe, nós vamos lá para o meu quarto, ok? — gritou Ane, já puxando Emby para as escadas.

— Olha lá vocês dois, hein! — berrou em resposta Susana da cozinha.

— Pelo amor de Deus, mãe! — Ane revirou os olhos e empurrou Embry para dentro do quarto e fechou a porta atrás de si. Olhou para Embry, que ainda estava com o semblante preocupado. — O que houve, Em?

— Estão abafando isso, Ane — a garota franziu a testa. — Mas há pessoas sumindo.

— Como assim, sumindo? — perguntou Ane atordoada.— Tipo, sendo sequestradas?

— Não — Embry balançou a cabeça. — Só tem um vampiro que, recentemente, está aqui e que se alimenta de sangue humano.

E, então, a realidade caiu sobre Ane com o peso de um tanque de guerra. Ela sabia que havia vampiros que alimentavam de sangue humano, mas que estes não ficavam muito tempo no mesmo lugar. E, o único que parecia estar com residência fixa em Forks era Will.

— Will? — Ela mal conseguia respirar e Embry assentiu.

Ane engoliu em seco. Ela tinha que impedi-lo de cometer mais algum assassinato. Agora, como iria controlá-lo a fazer isso, seria outra coisa bem diferente e complicada. Ela sabia que a tarefa dos quilieutes era matar os vampiros que matavam hmanos. E, mesmo que Will fosse mau (?), ela não podia viver sem ele. Nunca conseguiria viver num mundo em que ele não existiesse. Ane ainda o amava.

Ela suspirou e foi até Embry, para distraí-lo. Ele não podia ter a ideia de matar Will.

— Eu estou tão... sem atrativos, não é? — disse ela com um sorriso amarelo, perfeito para a ocasião. — Olha só a minha roupa.

Embry a olhou de cima a baixo e sorriu. Puxou-a pela cintura, fazendo com que ela batesse em seu peitoral forte. Não pôde controlar um sorriso.

— Saiba que você está linda. E que não sou bobo. — Ane ficou tensa e o olhou. — Mas eu finjo ser. Ele tem mais uma chance.

— Ele não vai parar se... — Ela não completou a frase. Embry a levou para cama e deitou-se ao seu lado.

— Se não for você que o faça parar? — completou Embry. — Sim, eu sei. É por isso que eu vou me fingir de bobo. Ele tem que parar e você é a única que pode salvar os outros.

— Eu não queria... E tenho medo — admitiu Ane, se aconchegando ao peito de Embry.

— Ele não vai lhe machucar — disse ele, mas Ane balançou a cabeça.

— Não é por isso que eu estou com medo. — Ela o olhou. — Eu...

— Shh — ele a beijou. — Eu confio em você.

— Mas eu não confio em mim.

— Então eu confio por nós dois — Embry sorriu e a beijou mais uma vez.

(…)

Embry espaldava as mãos na base das costas de Ane enquanto as mãos da garota iam para a nuca dele. Ela nunca havia se despedido de Embry daquele jeito; como se fosse a última vez. Ma ambos sabiam que não era.

— Boa sorte — disse Embry ao ouvido de Ane, a apertando mais contra o seu corpo.

— Rá, rá. Vou precisar é de autocontrole, isso sim — respondeu Ane de mau humor. Embry riu e a beijou novamente. — Ele vai jogar sujo, Embry — disse Ane ao se separarem. — E eu não quero isso.

— Eu também, não, An — suspirou ele. — Mas pessoas estão morrendo. Ele tem de parar. Boa aula, querida.

— Valeu — Ane revirou os olhos, o beijou e foi para dentro do colégio. Nessie decidira encontrá-la apenas no intervalo, para que tivesse um tempo a sós com Will.

O que era quase impossível, já que, quando Ane o viu, estava cercado de garotas. Ela, infelizmente, não as culpava... Se ele já era lindo antes, agora, como vampiro estava perfeito. Só que ele era dela. Sempre foi e a raiva borbulhou dentro dela, mai forte do que nunca.

Então ela chamou o nome dele.

E, aparentemente, ele a ouviu. Abriu caminho entre as garotas para olhá-la. Ane estava parada, com a mochila pendendo em apenas um ombro, seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo mal feito, com a franja de lado, pois estava grande e caia-lhe sobre os olhos incrivelmente verdes. Como ele adorava olhara para aqueles olhos perfeitos!

— Com licença, meninas — disse ele, ignorando, pela primeira vez, os muxoxos que elas fizeram e foi até Ane, que o esperava trêmula.

Embry, Embry, pensou ela enquanto sua respiração ia ficando presa em sua garganta. Como seu coração podia bater tão depressa se ela mal respirava? Fácil. Mesmo com toda a arrogância, seu sorriso para ela era sincero — ou assim lhe pareceu — e seu andar lento, a fazia querer derreter novamente nos braços dele e nunca mais sair.

Ane reprimiu a vontade de bater na própria testa. Você está com Embry, sua idiota, pensou. Concentre-se. Só que era impossível. Will era quem movia seu mundo e não adiantava negar. E ela iria fazer com ele a mesma coisa que estava fazendo com Embry. Só que o final, ela já sabia, antes mesmo de dar uma chance à Embry. Era Will o seu final. Ela só não queria estar com ele e vê-lo olhá-la sem o reconhecimento, sem o calor de seus olhos castanhos líquidos e suas mãos macias segurando as dela... mesmo que Embry fizesse parte dela agora o medo de traí-lo a engolfou. Ela não sabia o que doía mais.

Will parou em sua frente e olhou com aqueles olhos frios e distantes. Novamente, ela viu que Will não estava mais ali, como estava ficando acostumada a ver. Os Volturi fizeram um ótimo trabalho, afinal.

— Me chamou, linda? — perguntou ele, com aquela voz rouca, porém com um toque de humor estranho. Ane sentiu vontade de socá-lo para ver se ele voltava ao normal. — Não adianta negar, Ane. Eu ouvi sua voz.

— Eu não ia negar. — Disse Ane irritada. — Eu o chamei mesmo.

— É? — Ele pareceu surpreso e depois sorriu. — Viu que o fedido não era bom para você, não foi? Eu falei.

— Não sonha, William — disse Ane, tentando não deixar a voz quebrar no final. Ele ergueu uma das sobrancelhas e inclinou a cabeça.

— Então por que me chamou? — Will pegou a mochila dela, inconscientemente. Não havia raiva na voz dele, por incrível que pareça. Havia apenas... frustração. Só que Ane ficou tão surpresa pelo ato do vampiro, que não saiu do lugar, lembrando-se de dias que ela havia deixado para trás. Dias em que Will fazia a mesma coisa. Ele a olhou. — Vai ficar parada aí?

Ela balançou a cabeça e o seguiu, ciente dos olhos das garotas em suas costas. Era óbvio que não estavam satisfeitas, já que Will nunca levava a mochila de nenhuma delas. Mas nada podia fazer quanto a isso.

— Ane, vai me dizer o por quê de você estar me procurando? — Will a olhou de um jeito zombeteiro. — Já que não é para ficar comigo.

Ane olhou para os lados e soltou o ar que estava prendendo. Havia poucas pessoas no corredor e, mordendo o lábio inferior, o puxou para uma sala vazia. Não que fosse fácil puxar um vampiro, mas Will ajudou um pouquinho. Se o coração dele batesse, apostaria seus dons que estaria batendo fortemente contra suas costelas.

Will a observou fechar a porta e olhar para fora, para constatar que estavam seguros. Ao ver que estavam sozinhos, Ane virou-se par encará-lo, com as mãos na cintura. Will a achou mais bonita do que nunca.

—Vamos encarar os fatos, Sher — disse Ane falando um sobrenome que ela achava ser dele, na opinião de Will. — Eu sei o que você é e você sabe que eu sei.

Will ergueu uma das sobrancelhas.

— Sei, é?

— Claro que sabe. — Rebateu Ane, se aproximando dele. — E não negue, pr favor. Sei de coisas que faria você repensar duas vezes ao seguir os Volturi.

— Espere um segundo aí, ruiva — ele parecia surpreso de um jeito ameaçador, mas Ane não se incomodou com isso. Sabia que ele não teria coragem para tanto; ainda havia uma parte — mesmo que esquecida — de Will que a amava.

—Will, você está matando as pessoas — ela foi direto ao ponto, fazendo Will recuar. Ela sempre o pegava despreparado.

— O quê? Você é louca, Ane — disse Will, tentando pessar. A mão de Ane o barrou e ele estremeceu com o toque. Seus olhos se encontraram.

— Você disse que poderia me amar mais do que Embry — Ane sabia que estava jogando verde para colher maduro. Entretanto, era o único jeito. — Matando pessoas não é nem o começo para que o meu amor por você volte.

— Ane, tem noção do que está me pedindo? — Will estava estranho. — Sabe muito bem que eu posso morrer se eu não fizer isso... — Ane balançou a cabeça e Will ficou feroz, indo para Ane como um predador avança em sua presa. Mesmo que disfarçasse, o seu coração entregava o medo que Ane sentia. Só que Will pareceu não se importar. — O que está dizendo, Bell?! Que eu casse animais para sobreviver, como seus amiguinhos Cullen? É isso?

Ane recuou para a parede oposta e em um segundo, Will a estava prendendo, a deixando sem saída. Ela lutava para não deixar as lágrimas escaparem.

— Sim, William. É isso que eu estou querendo dizer — a voz de Ane saiu firme, porém baixa. — Eu... eu posso fazer de tudo para amar você, mas você tem que me dar algo em troca.

Ele colou mais nela, sentindo o calor e o coração dela batendo... Roçou os lábios na curva do pescoço de Ane, que inclinou a cabeça para trás e sentiu o perfume mais cheiroso que ela teve o prazer de experimentar.

— Se... se eu fazer o que está pedindo, você vai largar aquele cão? — perguntou ele em seu ouvido, a fazendo derreter por dentro.

— Não posso... prometer isso — falou Ane com a voz entrecortada. Wil riu, sua respiração fazendo cócegas no pescoço da garota.

— Diga isso para o seu coração. — Ela tentou e afastar dele, mas Will não deixou; pegou seus braços e os prendeu acima da cabeça dela, encostando-a na parede. Agora estava difícil respirar ou acalmar a espiração. Ele a segurava num aperto forte e impossível de sair.

— Me... me larga, Will — disse Ane, olhando nos olhos do vampiro que um dia a amou.

— Lamento, querida. Mas agora isto não será possível — respondeu ele a beijando logo em seguida. Ela não conseguia e nem queria se soltar dele. Por mais que ele não fosse o Will que Ane conhecia, o seu beijo ainda tinha o mesmo gosto, agora apenas com um toque de urgência; o que fazia ficar mais perfeito.

Ele soltou as mãos dela para poder a puxar pela cintura — com uma força sobrenatural —, colando o corpo quente de Ane no frio de Will. O choque foi grande e, quase no mesmo segundo que Will sotou as mãos de Ane, ela segurou a nuca dele, fazendo com que seus lábios não se desgrudassem dos dele. Era algo que Ane não tinha controle; ela precisava dele. Ela sentia falta de seu beijo e seu calor, embora, agora, ele fosse mais frio que o gelo.

A mão de Will enrolou-se nos cabelo vermelhos de Ane, os puxando levemente, mas que, na verdade, fora forte. Ane não se importou: as próprias mãos estavam dentro da camisa de Will, arranhando as costas de mármore dele. Um gemido foi abafado, pois Will ainda estava com os lábios explorando os de Ane, numa dança frenética e urgente.

Os beijos que Will dava desceram para o queixo dela, bochecha e logo o pescoço... Ane inclinou a cabeça para trás com o coração pulsando tão fortemente, que o sangue golpeava em suas veias, na jugular... Will sentiu aquele cheiro hipnótico que apenas Ane emanava e seus lábios se abriram, prontos para sugar o sangue de Ane. Ele apertou Ane com mais força do que pretendia e, com o pavor se apoderando dele, a jogou para o outro lado da sala.

Ane caiu, derrubando metade das cadeiras, e bateu com a cabeça na parede. Ela não percebeu que lágrimas escorriam pelo seu rosto, apenas vendo o contorno de Will parado no mesmo lugar. A dor se espalhava por todo o seu corpo, mas nada superava a dor que tomara seu coração.

— Quem é... você? — sussurrou Ane, quando Will foi até ela. A expressão dele era arrebatadora, embora fosse indecifrável.

Will encostou nela com as mãos trêmulas. O que ele havia feito? O sangue dela escorria pela nuca e ele não suportava olhar para o resto do corpo de Ane. O cheiro do sangue foi suprimido pelo medo de perdê-la. E a ironia era que Will fora criado para odiar e sugar o sangue humano. Era natureza dele. Era quem ele era. Mas Ane estava perdendo a consciência e ele precisava fazer alguma coisa.

E, pela primeira vez, ele realmente se perguntou quem ele era. Ane ameaçou a fechar os olhos e Will ficou apavorado.

— Renesmee! — ele não gritou, mas foi o suficiente alto para que Nessie chegasse em um átimo.

Quando ela ela viu Ane totalmente machucada, as mesas derrubadas e espalhadas pela sala e Wil sentado ao lado da amiga, Nessie grunhiu, parecendo mais vampira do que humana.

— O que você fez com ela?! — Nessie o empurrou para o lado com tanta força, que Will tirou um pedaço da parede cinza ao bater na mesma enquanto Nessie pegava Ane no colo com cuidado. — Eu não sei mais quem você é. — Disse Renesmee, olhando com lágrimas nos olhos e logo depois correu com Ane nos braços, inconsciente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que gostem e...
Comentem!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Intermissão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.