A Volta da Garota Sobrenatural escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 6
Capítulo 6 - Família


Notas iniciais do capítulo

Capítulo escrito com muito carinho e dedicação total a vocês. Oi? kkkkkkkkkk

Espero que gostem e muito obrigada por todas as reviews!

Simbora!



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Sam e Dean abaixaram as armas e tossiram para chamar a atenção do intruso que mexia na geladeira. Então Garth se virou segurando uma lata de cerveja e sorrindo:

– Olá, amigos! - cumprimentou e em seguida se aproximou e abraçou Sam, Dean, Castiel e quando chegou em Mia a levantou do chão. - Olá, garota sobrenatural! Não acredito que você voltou! Esses caras fizeram uma bagunça na sua vida, não foi?

– Também senti sua falta, Garth! - disse Mia de volta ao chão - Mas, sem ofensa, o que você está fazendo aqui?

– Além de roubar a minha cerveja, é claro. - completou Dean visivelmente aborrecido.

– "Eu" não. "Nós". - corrigiu ele.

– "Nós"? - repetiu Sam.

Então todos se viraram para olhar alguém que vinha da sala.

– Kevin...- reconheceu Dean.

– Hey, cara. Como você está? – cumprimentou Sam se aproximando dele.

– Tudo bem, Sam. Dean, Castiel... – respondeu Kevin e ao olhar para Mia Kevin ficou esperando alguém apresentá-la.

– Oh! Esta é Mia! - esclareceu Sam.

– A garota que matou os Cães do Inferno? - quis confirmar ele.

– Nossa! Parece que eu fiquei meio famosa por aqui... - brincou ela o abraçando – Eu também ouvi falar muito de você, profeta.

Os dois riram e Dean interrompeu:

– O que está acontecendo aqui, Garth? O combinado era você manter o Kev escondido. Por que o trouxe para cá?

– Bem, foi uma situação de emergência. Eu não tive escolha. Era caso de vida ou morte. - excplicou Garth.

– Para de enrolar e fala logo. - resmungou Dean.

– Bem, como ele não atendia as minhas ligações há dias, eu achei melhor ir lá e... Bem, eu o encontrei desmaiado no chão da cozinha. Com o nariz sangrando. - contou Garth.

– Kev, você está bem? - preocupou-se Sam.

– Ah! Não se preocupe. Garth está exagerando. Do jeito que ele fala, parece até que eu estava morrendo... - tranquilizou o profeta.

– Kev, eu acho que decifrar aquela tábua está exigindo muito de você. – continuou Sam - Talvez seja melhor pegar mais leve.

– Sammy, infelizmente nós não podemos pegar mais leve. Precisamos mandar todos aqueles malditos demônios para o Inferno. Ainda mais agora que eles sabem que a Mia está viva. - disse Dean.

– Eu sei disso, Dean, mas ele não está bem... - constatou Sam.

– Hey! Eu ainda estou aqui, caras. - interrompeu Kevin. - Além disso, eu não vim tirar férias, ok? Eu vou continuar trabalhando naquela maldita tábua... Garth só ficou preocupado e pensou que eu poderia continuar trabalhando nela e me escondendo. Só que desta vez, aqui... Com vocês.

– Embora a casa não seja minha, eu acho uma ótima ideia. – aprovou Mia. – Além disso, precisamos de ajuda com aquela... Pesquisa bibliográfica.

Dean pensou um pouco e então respondeu olhando para Garth:

– Tudo bem. O Kev fica. Mas você não.

– Mas cara, eu dirigi o dia inteiro! Será que eu não poderia ficar... Pelo menos... - protestou Garth.

– Não. - cortou Dean.

– Qual é, cara! Eu não vou bagunçar o seu lar doce lar. - prometeu Garth.

– Não. - repetiu Dean.

– Vai ser divertido.... E eu até lavo a louça. - disse o magricela.

– Não. - insistiu o Winchester mais velho.

– Só está noite. - implorou Garth.

– Não. - repetiu Dean.

Sam interveio dizendo:

– Dean, só por esta noite.

Dean olhou para todos e depois de um tempo, concordou ainda relutante:

– Tudo bem. Mas só esta noite.

Dean tentou fugir do abraço de Garth, mas não conseguiu. Por um momento, Mia esqueceu de tudo que passou até chegar ali e simplesmente riu. Por um instante esqueceu da dor de ter perdido os seus pais, ou Ric, ou de ter saído da faculdade daquele jeito. A vida de caçadora podia não ser fácil, mas aquelas pessoas ali valiam todos os riscos. Eram as melhores pessoas que ela tinha conhecido. Pessoas que salvam outras pessoas de coisas que elas nem sabem que existem e que não levam o menor crédito por isso. Sim, aquela era a vida que ela queria. E desde que perdeu seus pais, aquelas pessoas eram o mais perto que ela tinha de uma família. Eles eram a sua família agora. Sam e Dean eram como irmãos. Garth e Kevin, primos.E Castiel... Ainda não tinha encontrado uma referência para ele. Notou ele a observando sorrir. No fim, até ele valia a pena. Evasivo nas respostas, mas sempre por perto quando ela mais precisava.

Garth abriu a geladeira e pegou cervejas para todo mundo. Foram para a sala e sentaram ao redor da mesa. Sam procurava alguns livros que podiam falar sobre o tal ritual de Samuel Colt. A dica da Meg reduzia bastante o número de livros a se pesquisar. Enquanto isso, Kevin tentava decifrar a tábua da Palavra de Deus. Mia tomou o último gole da cerveja e não pode evitar, sem perceber olhou para Castiel mais uma vez. Ele era o único que não bebia. Será que anjos não podem beber? Por que ela estava curiosa? Levantou e foi ajudar Sam com os livros. De repente, Garth se virou para Mia e Castiel e perguntou todo empolgado:

– E então? Quando vai ser o casamento?

Mia saiu do transe em que estava até aquele momento e sentiu seu rosto ruborizar. Dean pisou no pé de Garth embaixo da mesa e ele gritou. Sam derrubou um livro. Kevin parou de decifrar a tábua e os olhou apreensivo. Castiel ficou perdido. Do que Garth estava falando? Do que todo mundo ficava falando? Indiretas e segredos sobre ela e Castiel?

De repente Mia começou a juntar as peças. Garth estava com eles há dois meses. Ele estava no cemitério. E ele também conhecia Castiel. Embora, ele fosse muito brincalhão, aquela pergunta não era uma de suas brincadeiras. Mia e Castiel se conheciam de antes do dia em que ele a surpreendeu naquela lanchonete. De antes dele a ter trazido de volta da morte. Garth sabia. Garth tinha os visto juntos. Antes. De alguma forma. Todos tinham visto. Todos sabiam. Menos ela. Por algum motivo, Castiel não queria que ela soubesse. Castiel conhecia os Winchesters há anos. Portanto, era óbvio que ele estava com eles há dois meses. Quando ela também estava. O vazio que sentia. As lembranças que não faziam sentido. Aquela sensação de que faltava alguma coisa. Aquela coisa... Era Castiel. Não sentia aquele vazio quando ele estava por perto. Não queria pensar sobre isso. Não podia aceitar que ele mentisse para ela. Que todos mentisse para ela. Sentia-se uma idiota. Quis sair dali imediatamente. E ficou surpresa consigo mesma por ter tido frieza suficiente para responder a pergunta de Garth como se aquilo não a incomodasse:

– Nós ainda estamos decidindo.

Castiel segurou o seu braço impedindo que ela saísse da sala e começou a dizer:

– Mia...

– Não. - cortou ela soltando-se - A não ser que seja a verdade. - intimou e como ele não disse nada, acrescentou - Foi o que eu pensei.

Mia saiu da sala, mas ainda ouviu Garth perguntando:

– O que eu perdi?

Castiel saiu logo atrás dela e por um momento quis lhe contar tudo. Estava disposto a contar. Não queria mais ver aquele olhar que ele tinha acabado de ver. Um olhar de raiva e mágoa. Não queria mais mentir. E nem sabia explicar por que estava fazendo aquilo com ela. Ia contar a verdade. Ia fazê-la lembrar da parte que estava mantendo em segredo. Mas antes de alcançá-la foi parar em outro lugar. Na sala de Naomi. No Céu.

– Castiel, o que você pensa que está fazendo? - indagou ela deixando transparecer uma certa impaciência.

– Eu não posso continuar mentindo para a Mia... - respondeu ele ainda confuso por estar ali - Por que eu estou mentindo pra ela, afinal..?

– Porque você está seguindo as minhas ordens. - respondeu friamente.

Era verdade. Naomi o tinha obrigado a ocultar certos detalhes de Mia. Agora ele lembrava.

– Por quê? - questionou o anjo.

Naomi levantou da cadeira e caminhou até ele enquanto explicava:

– Porque esta garota é a sua fraqueza, Castiel. Você não vê? Por causa dela você já me enfrentou uma vez. Mas, dessa vez, eu preciso de você concentrado no que está por vir. Eu preciso que você se concentre em ajudar os Winchesters a fechar as portas do Inferno, apenas. Antes que o Crowley descubra mais sobre nós com a tábua dos anjos...

– Não! - recusou ele levantando e a encarando – Não se eu tiver que continuar mentindo...

– Você devia me agradecer por eu ter permitido que você a salvasse naquela biblioteca, Castiel. Que você a trouxesse de volta quando ela morreu naquele cemitério. Aquele era o destino dela. Você sabe disso. E você o mudou. Mas agora eu não posso permitir que você arrisque tudo o que está em jogo por causa de uma garota. Por causa dessa garota! Olha pra você, Castiel. Você é um anjo. Não um homem. - expôs Naomi.

– Eu não sei do que você está falando... - disse ele.

– Sabe sim. – pressionou ela – Mas o que mais me intriga é você achar que pode amar e ser amado por uma simples garota? Como pode achar que isso vai dar certo e que não vai interferir nesta missão? Você está arriscando condenar todos nós por causa dessa garota. A cada segundo Crowley está mais perto de decifrar a tábua dos anjos. Eu não posso deixar você perder o foco. Por causa dessa garota...

– Você não sabe nada sobre essa garota! – interrompeu Castiel empurrando Naomi contra a parede tomado por uma fúria que desconhecia – Então pare de falar sobre essa garota.

– Castiel... Olha o que está fazendo... Desde que essa garota entrou na sua vida... - começou a dizer Naomi.

– Desde que eu reencontrei Mia e a levei até os Winchesters, tudo o que temos feito é procurar uma forma de atrasar o Crowley. - interrompeu Castiel sentindo que tinha controle sobre si e sentindo o desespero de Naomi ao perceber isso - E estamos perto de descobrir como. Mas se eu continuar mentindo pra ela... Eu não vou conseguir. Você diz que ela é a minha fraqueza, mas você está enganada, Naomi. Ela me faz mais... forte. Com ela eu tenho um propósito...

Naomi o observou intrigada. Ele estava intrigado consigo mesmo. Começou a se afastar.

– O que está acontecendo com você, Castiel? - temeu Naomi - Antigamente era fácil te convencer a fazer a coisa certa. Mas desde que essa garota apareceu, alguma coisa mudou em você. Você me questiona quando deveria somente me obedecer... Eu não entendo...

– Tudo o que você precisa entender é que você precisa de mim para esta missão, Naomi, mas eu preciso daquela garota para conseguir fazer isso. Além disso, você parece esquecer que foi com a ajuda dela que um dos testes foi completado. Estamos mais perto de terminar isso graças à Mia. É você que está arriscando tudo, Naomi, não eu. Então, se você quer a minha ajuda, dessa vez terá que ser nos meus termos. - esclareceu o anjo.

Naomi ficou em silêncio pensando no que Castiel dizia. Era absurdo como ela não consegui contralá-lo quando o assunto envolvia aquela garota. Mas talvez ela estivesse dando atenção demais para aquela.. relação. E quanto mais ela tentava afastar Castiel de Mia, mais os sentimentos dele cresciam. Já tinha visto de tudo entre o Céu e a Terra, mas nunca tinha visto um anjo ter sentimentos tão fortes por alguém. Estava lidando errado com aquela situação. Quanto mais ela colocava empecilhos...

– Tudo bem, Castiel. – concordou ela por fim - Mostre o resto da história para ela. Mas se por algum motivo, você se desviar da missão novamente ou me questionar novamente, eu mesma vou acabar com a Mia. E desta vez, eu não deixarei você trazê-la de volta. – Naomi se afastou, sentou a mesa e terminou - Você voltará agora. Ninguém notou a sua ausência. Você saberá que pode contar tudo para ela, mas não se lembrará desta conversa. Espero que nós não tenhamos mais problemas por causa... daquela garota. Não se esqueça, Castiel: nós temos uma missão a cumprir e só desta vez eu vou deixar que seja nos seus termos.

De repente, Castiel estava de volta. Segurou o braço de Mia que subia as escadas a fazendo parar. Era estranho como seu coração batia tão forte quando estava perto dela. Como era possível sentir aquilo? E por que tinha demorado tanto para contar a verdade para ela? Toda a verdade? Por que estava agindo daquele jeito com ela? Como um anjo idiota? Tinha que lhe mostrar o resto da história. Precisava. Precisava dela. Precisava que ela lembrasse dele. Que ela soubesse de tudo. Mia parou e se virou um tanto confusa.

– Nós precisamos conversar. – afirmou ele, mas em seguida o celular dela tocou e interrompeu os seus planos.

Mia pegou o telefone no bolso do casaco. Só então percebeu que suas mãos tremiam. Ótimo. Será que ele tinha percebido? Por que estava tremendo, afinal? E por que se importava se ele tinha percebido ou não? Por que estava agindo como se estivesse... Não. Aquilo era muito constrangedor e inapropriado. E sobre o que exatamente ele precisava conversar? Ia lhe dizer a verdade? De verdade? Mesmo? Mia percebeu que o olhar dele dizia que sim. Ok. Então ele estava disposto a contar. Tudo? Ok. Isso a deixou com certo medo. Não que não quisesse saber toda a verdade, claro que queria. Mas... E depois? O que ela faria com a verdade? Havia um motivo para ele achar melhor ela não saber, não havia? Estava pronta para descobrir o que era ou só queria descobrir? O que era a tal verdade, mesmo? O que ele tinha deixado de contar e o que Sam e Dean tentavam acobertar o tempo todo? Ai meu Deus... O que tinha acontecido entre ela e Castiel, afinal? Teve medo da resposta. Medo e euforia. E outra coisa que não sabia explicar o que era. Ou sabia, mas queria dar um nome. E por que não estava mais com raiva dele? E por que se sentia daquele jeito? Que jeito...? Como se estivesse... Não. Olhou para o celular novamente. Era Melissa. Ótimo... Ia ter que mentir para sua melhor amiga. O que diria? Deveria atender? Por que não conseguia tomar uma decisão racional com Castiel a olhando daquele jeito? Por que ele não parava de olhá-la daquele jeito?

Como se entendesse o que ela pensava, Castiel soltou o seu braço. Mia desceu o degrau que os separava. Era estranho, mas de repente foi como se ouvisse uma música dentro de sua cabeça. Como aqueles sinos que as pessoas dizem que você ouve quando está... apaixonada. Só que não eram sinos. Era Eternal Flame do The Bangles. Mas ela nem gostava de The Bangles. Ela gostava de rock e não de músicas extremamente românticas e... lindas... e ótimas para se dançar juntinho. Que coisa mais estúpida para se pensar naquele momento. Mas ficou feliz por perceber que ainda era capaz de pensar. Mesmo com ele ali a olhando daquele jeito e sentindo o que sentia por ele. O que sentia, mesmo? E aquela sensação de déjà vu? O celular continuava tocando. E por que eles tinham que ficar tão perto daquele jeito...? E por que sentia que o seu coração estava batendo a mil por hora...?

– Precisamos. - concordou Mia tentando agir naturalmente e ficando feliz por perceber que ainda era capaz de falar - Mas não agora. Eu preciso atender primeiro. Mais tarde? - propôs.

Castiel assentiu e desapareceu seguido pelo barulho de suas asas. Mia lembrou de algo. Ela tinha ouvido aquilo antes. No seu quarto. Na noite anterior... Ok, ele teria que explicar aquilo. Mais tarde. Respirou aliviada. Finalmente, podia tremer em paz. Sentou na escada. Por que suas pernas estavam tão trêmulas? Deus, será que ela estava com Parkinson? O que estava acontecendo com ela? Estava...? Sam e Dean eram os irmãos, Garth e Kevin eram os primos e Castiel era... Não. Não queria pensar naquilo. Pelo menos não agora. Atendeu:

– Oi, Melissa! Eu posso explicar...

– Olá, Mia... - respondeu a voz masculina do outro lado.

Mia reconheceu quem era e por um instante o chão pareceu sumir debaixo dos seus pés. Seu coração acelerou novamente, mas dessa vez, não era por uma sensação boa. Teve medo.

– Crowley... - disse com a voz trêmula.


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Notas finais do capítulo

Desconfio que vocês gostaram deste capítulo. Eu adorei escrever. Um capítulo para deixar o povo com o coração aquecido... Mais momentos fofos virão, mas também, momentos de tensão por aí...