Derek e Amy decidiram se mudar, com os filhos, para uma casa "assombrada".

Amy é corretora, por isso, por não conseguir vender a casa pela fama de "assombrada", decidiu ir morar lá com seu marido, Derek, e seus três filhos: Thalia, Mikey e Nina. A mulher alta e morena se aproximou da janela de sua antiga casa e viu seus filhos, de 16, 14 e 9 anos, jogando galhos de árvores um nos outros. Mesmo sabendo que um acabaria ferido e chegaria chorando em seus braços, estava ocupada demais para mandar eles pararem, e também seria injusto não deixá - los se divertir no último dia na casa onde nasceram e cresceram. Já os obrigara a se mudar contra sua vontade, deixá - los aproveitar era o mínimo que podia fazer.

- Thalia, Michael, Nina, venham arrumar suas coisas - Gritou Derek, tirando Amy de seus pensamentos.

As três crianças largaram os galhos no chão e se arrastaram até a porta de entrada, resmungando. Subiram as escadas e, se esbarrando um no outro, foram cada um para seu quarto, jogaram suas coisas de qualquer jeito dentro das malas e desceram, jogando as malas pela escada. Difícil foi não perceber que a ideia de se mudarem não agradava a eles. Ouvir música alta em seus Ipod's não os livrou de ouvirem de seus pais que eles deveriam se acostumar com a sua nova casa. Para Mikey, todos deveriam morar apenas em uma casa pelo resto de suas vidas. Nina tinha certeza que ele achava isso por estar com medo da fama de assombrada da nova casa. Não que ela não estivesse com medo, claro. Thalia não ligava. Adorava coisas assustadoras e sombrias, mas mesmo assim, tinha um mal pressentimento sobre a casa.

Ao chegar, os três irmãos deram um sorriso sarcástico. Mas não por eles, mas pela cara de arrependimento dos pais. A casa era realmente assustadora. As janelas e a cerca estavam quebradas, havia marcas de tiros e sangue nas paredes. Ao entrarem, perceberam que a casa estava em ordem, sem móveis, mas parecia que que alguém acabara de limpar tudo, e saiu correndo se esquecendo da parte da frente. 

- Não pode ser tão ruim - Afirmou Derek, mais para eles do que para os filhos, mas todos ouviram

- Sei - disseram os três filhos, em uníssono. Respiraram fundo e arrastaram suas coisas para dentro.

- Lá em cima, há quatro quartos. Três em ordem e um do outro lado. Escolham um dos três  - Gritou Amy do lado de fora. Aquilo não os animou, mas eles correram para escolher o melhor quarto, já que, pelo menos isso eles mereciam.

Os três pareciam que já haviam combinado: Chegaram rápidamente e em ordem escolheram seus quartos. Sem reclamar mais, espalharam suas coisas pelo cômodo que já tinham cama, armário e prateleiras. Desceram rápido, e pareciam que já gostavam da casa, pois estavam rindo.

- Que bom que estão felizes - Disse Amy - Hoje à noite vocês vão ficar sozinhos. Seu pai e eu vamos sair para jantar. Se comportem, hein?

Os três assentiram e correram para o quarto pegar o resto de suar coisas. Repetiram essa ida e volta umas trinta vezes, e na maioria se esbarravam na escada e derrubavam suas coisas. Sempre que o faziam, riam. Sua mãe já estava enlouquecida, mandava parar, mas sempre acabava ajudando a pegar as coisas no chão, arrumar e sempre terminava rindo. Quando terminaram, ajudaram a mãe a fazer o almoço, ajudaram o pai a arrumar a cerca quebrada, a recolocar os vidros na janela, a limpar e pintar as marcas de sangue e a cobrir as marcas de tiro. Ao final do dia, Amy e Derek se arrumaram de forma elegante, se despediram dos filhos que assistiam à televisão e saíram. Ao ouvir a porta batendo, eles levantaram correndo, desligaram a televisão, as luzes e subiram para o quarto de Thalia.

- Querem ouvir uma história que meu colega me contou? É sobre essa casa, sobre algo que ocorreu a muuuito tempo - Provocou Thalia, fazendo sons de fantasmas ao terminar de falar.

- Fala! - respondeu Nina, batendo palmas, sorridente.

- É melhor não... - Disse Mikey, meio nervoso

- Está com medo? - Perguntou Thalia

- Claro que não! - Gritou ele - Estou falando por Nina, ela é muito criança, e a mãe não vai gostar se tiver que dormir com ela toda noite por sua culpa.

- Hum, sei. Vou contar mesmo assim. A muito tempo, moravam aqui um casal com seus dois filhos: Um mais velho, de mais ou menos 17 anos e uma mais nova, de 9 anos. Essa menina sofria muito, pelos colegas, pelos pais e pelo irmão, pois coisas estranhas aconteciam quando ela estava por perto. Uma noite como essa, quando seus pais saíram, a menina levantou de sua cama e foi a cozinha. Ela ouviu passos e ruídos, e ao se virar...

Thalia parou de falar ao ouvir um grito agudo de menina. Os três se entreolharam, assustados.

- Você vai lá - Disse Mikey à Thalia - Você que resolveu contar a história.

Thalia bufou e se levantou, caminhou rápidamente em direção a porta e a bateu. Seguiu andando vagarosamente, e parava a cada ruído. Não podia negar que foi uma péssima ideia contar a história, agora até ela estava com medo. Ela seguiu até a cozinha, sem ligar nenhuma luz. Chovia, e os raios iluminavam a casa. Ao acender a luz da cozinha, viu uma poça de sangue. Isso não era o mais estranho, pois não era só uma mancha qualquer de sangue, era uma poça. Thalia se segurou para não gritar e parou em frente a poça. Um raio caiu, e ela se virou rapidamente. A última coisa que ela viu antes de apagar foi a sombra de um homem com olhos verdes brilhantes lançando uma faca em sua direção.