Lupin pegou a mão de Claire e eles desaparataram do local em e, em uma fração de segundo, Claire aparatou em um lugar que ela conhecia muito bem: a estação Kings Cross.

– Ouça menina, sinto muito pelo o que você passou nas últimas horas, mas agora você precisa pegar um trem para Hogwarts. - disse Lupin.

– Mas por que Hogwarts? - perguntou Claire.

– Somente lá você estará em segurança. Será breve, eu prometo.

– O que esta acontecendo? Por que toda essa confusão!? - começou a dizer Claire, que ainda estava chorando.

– Acalme-se menina. Sei que você deve estar confusa e triste pelas suas perdas… Mas eu te garanto que ficará tudo bem. Daqui alguns dias irei te procurar, confie em mim, eu prometo.

– Todos estão me fazendo promessas, cansei delas! Por que você me procuraria!? - gritou Claire.

Então, em silêncio, Lupin tirou do bolso interno de seu casaco um livro, que tinha a capa azul e destruída:

– Pegue isso. Nesse caderno estão algumas anotações minhas que são de muito valor; eu te darei ele como segurança de que irei te procurar. Pode lê-lo enquanto me espera, mas não mostre a mais ninguém. Você acha que consegue confiar em mim?

Claire pegou o caderno, acariciou a capa e depois um longo segundo, respondeu:

– Acho que sim… Mas como chegarei em Hogwarts nessa época do ano?

– Dumbledore consegue qualquer coisa, até um expresso para Hogwarts na madrugada do dia primeiro de novembro. - disse Lupin, rindo.

– Melhor eu ir agora, não?

– Sim. Guarde esse caderno em segurança. Boa viagem.

Só então Claire lembrou-se que não estava com uma bolsa para que pudesse guardar o caderno. Ela colocou-o dentro do casaco, que não tinha um bolso interno, e passou os braços em volta de si, para que ele não caísse:

– Até mais então. - disse ela.

– Até. - respondeu Lupin, sorrindo.

Claire andou pela estação até a plataforma 9 ¾ e entrou nela. Quando chegou do outro lado da parede, o expresso estava lá, esperando-a. Ela parou por um instante, pensando em qual vagão entrar e chegou a conclusão de que não faria diferença, então ela entrou no primeiro que viu.

Quando Claire sentou-se na cabine vazia e o trem começou a andar, ela sentiu-se triste e começou a chorar como nunca. Ela não tivera tempo de digerir tudo aquilo: a morte de seu irmão, Lucy e Daniel, a morte de sua mãe e aqueles três caras que apareceram de repente.

Na tentativa de tirar aqueles pensamentos de sua cabeça, a menina pegou o caderno e abriu-o na primeira página, que dizia:

"Lupin,

Espero que você preencha essas páginas brancas com seus pensamentos e que lhe sirva como consolo em seus momentos difíceis.

Com amor,

Lílian e Tiago."

Claire se perguntou, por um instante, quem seriam Lílian e Tiago, mas sua curiosidade de saber o que tinha escrito no restante do caderno foi maior, então ela virou a página e teve uma surpresa: na página havia uma foto colada, que mostrava um casal jovem e sorridente com uma criança de, Claire presumiu, uns dois anos de idade. Apesar dos traços joviais do casal, a menina não teve dúvidas, eram Lucy e Daniel.