Uma Noite na Biblioteca escrita por Ariel Andrade


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

''Quando fala o amor, a voz de todos os deuses deixa o céu embriagado de harmonia.'' - William Shakespeare.



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Tudo começou quando ela simplesmente resolveu ir assistir o meu jogo de quadribol, o maior clássico de Hogwarts: Sonserina contra Grifinória. Que é claro, a vitória veio para a Grifinória. Não digo que foi um jogo fácil, pois não foi... A Sonserina tinha armado um bom time para esse ano, mas mesmo assim ganhamos, pois éramos superiores, como sempre fomos.

Foi uma partida disputada, com a Sonserina saindo na frente com um belo ponto do artilheiro Brendan McFlurty. Mas em menos de cinco minutos, viramos o jogo e, finalmente, depois de quase três horas e meia de jogo, consegui capturar o pomo de ouro.

Mas a história não é sobre o jogo, por tanto, esqueçam ele agora. E de qualquer modo, eu simplesmente achei estranho o fato dela ter ido assistir o jogo. Ela nunca tinha assistindo um jogo de quadribol, não que eu me lembre. Parecia que ela odiava o esporte, preferia ficar trancada na comunal fazendo coisas que ninguém sabe, pois todos iam ao estádio nos dias de jogo de sua casa.


Pelo que pude perceber, ela passou a maioria do tempo me fitando na vassoura, e eu simplesmente não entendia o motivo pelo qual ela fazia aquilo. Ela me odiava, todos diziam isso e eu achava isso também, pois sempre que ia falar com ela ou toda vez que nos esbarrávamos pelo castelo: xingamentos e uma expressão de menosprezo. E isso me irritava, e muito.



Mas ela esteve lá, e isso me deixou mais motivado e eu, claro, não perdi a chance de fazer meu show. Busquei o pomo de ouro feito um caçador, atento a tudo. O dia ajudou muito, estava com um sol maravilhoso.


Quando finalmente a partida acabou, ela veio até o vestiário falar comigo e o resto do time começou a fazer hora de minha cara. E por incrível que pareça, ela pediu para encontra-la amanhã na biblioteca, exatamente meia noite. Não entendi direito e eu a perguntei o motivo daquilo, mas ela não respondeu e rapidamente saiu do vestiário. Será realmente era ela? Ou algum otário se passou por ela usando a poção polissuco para me pregar uma? Eu sinceramente não sei, mas iria mesmo assim.

O resto do dia foi tranquilo no castelo, Remo e Sirius estavam querendo sair para a floresta proibida e Rabicho desaparecera.

Opa, como assim? Rabicho desaparecendo e Lílian Evans querendo me encontrar na biblioteca. Haha, com certeza ele estava tramando para mim.


Quando deu o horário do encontro, peguei minha capa de invisibilidade, minha varinha e saí da comunal escondido. Não queria que ninguém soubesse o que iria fazer e com quem iria me encontrar, e mesmo aquele horário, tinha alguns alunos mais velhos vagando pela comunal e os mais ousados pelo castelo. Mas com minha capa de invisibilidade, não seria visto por ninguém.




Quando finalmente cheguei à biblioteca, pude vê-la sentada em uma das primeiras fileiras de mesas de estudos, observando-me com um olhar encantando. Ela estava vestida com as roupas da Grifinória, porém, estava com o cabelo arrumado – o que era uma novidade, pois ela sempre andava com os cabelos bagunçados. Não era muito vaidosa, pois sempre andava estudando.




– Aqui estou Lílian, o que você quer de mim? – Disse, caminhando lentamente a seu encontro e colocando a capa na mesa. Não pude deixar de olhar em seus olhos e vi que eles tinham um brilho intenso.


– Olá, Tiago! – Ela respondeu, com a voz trêmula. Parecia nervosa. – Eu não aguentava mais guardar isso comigo e agora sei que é o momento certo para dizer.

– O que Lílian? – Perguntei, hesitando um pouco. Eu não fazia ideia do que ela queria me contar, mas estava realmente curioso e prendi minha respiração quando ela finalmente disse:

– Eu te amo! – Disse e assim me agarrou, beijando-me.

Deixei, pois aqueles lábios com certeza foi o melhor que já tinha beijado antes. A forma que ela se jogava aos meus braços, tocando em minha nuca e bagunçando mais ainda meus cabelos, era simplesmente fantástico.


Depois de alguns minutos, ela parou e voltou a me olhar com aquele intenso brilho nos olhos, com um sorriso abobado no rosto. E eu de fato estava impressionado. Nunca passara por minha cabeça que Lílian Evans poderia me amar.



– Lílian... Eu nunca pensei que... – Tentei falar algo para quebrar o silêncio, mas a tentativa foi inútil. Eu realmente não conseguia pensar direito e muito menos falar.


– Eu sei que é uma surpresa para você, mas eu guardei esse sentimento durante dois anos. – Ela disse, abaixando a cabeça, sua voz voltando a falhar.

– Mas por que nunca me disse? – Perguntei, ajeitando-me na cadeira e aproximando mais meu rosto do dela.

– Tive medo, insegurança... Você é popular, nunca ia querer falar com uma sabe-tudo como eu. Uma garota que só pensa em estudar, que não é bonita.

– Mas você é tão linda Lílian – Disse, levantando sua cabeça e limpando uma lágrima que descia de seus olhos.

Depois de um tempo olhando-a, tomei seus lábios para mim, envolvendo-a em um beijo mais uma vez. E assim seguiu a noite, conversando e nos conhecendo melhor.

Ela era magnífica, tão inteligente. E o fato de ser uma trouxa não mudava em nada.

– Bom, acho que está na hora da gente voltar para a comunal. Já vai amanhecer, imagina se pegam a gente aqui. – Eu disse, levantando e pegando a capa.

– Você não quer que ninguém nos veja juntos? – Perguntou, levantando-se também e ajeitando as vestes.

– Não, não é isso... É que uma hora dessas... Entende? – Eu realmente não estava com medo de que as pessoas vissem a gente, mas pelo meu longo histórico de encrencas em Hogwarts, não queria correr o risco de mais uma detenção.


Assim fomos embora da biblioteca. Era um pouco estranho ter a Lílian Evans pertinho de mim, dentro da capa de invisibilidade. Nunca tinha levado ninguém lá, exceto Sirius, Remo e Pedro.



Quando chegamos à comunal, escondidos, alguns poucos alunos do último ano continuavam acordados, ou tinham acabado de acordar e outros dormiam nas poltronas da sala, com livros nas caras.


Andamos até a escada que levava ao dormitório feminino, ainda sob a capa. Ela virou-se para mim e me deu um último beijo de despedida e em seguida subiu apressada as escadas. Eu caminhei até o outro lado, indo ao dormitório masculino, desabando na cama. Aquilo tudo foi meio estranho de certa forma, mas não deixou de ser perfeito.


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Notas finais do capítulo

Uma review ajudaria muito! *-*