Sonhos Roubados escrita por Kátia


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Oi, desculpem a demora. Eu ia postar sexta feira mas acabei esquecendo. E fui para a fazenda no sábado e lá não tem internet :( Mas aqui estou eu.kkk Espero que gostem



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- Você fez o quê? – Gritou Jim após eu ter dito o que havia acontecido na escola. Ele começou a andar de um lado para o outro enquanto eu e Fred apenas olhávamos para ele. Ele cochichava baixinho para si próprio, coisas que eu não conseguia distinguir nem escutar direito. Afundei ainda mais na cadeira e encostei minha cabeça no encosto. Fred estava com as mãos em meus ombros como que para me manter ali. Acho que ele sabia que eu estava louca para correr dali a qualquer momento.

Jim e Fred eram caras legais e sabiam me divertir, mas eles também sabiam como dar broncas. Essa com certeza seria a pior. Eu agredi uma pessoa, acho que eu estaria de castigo por pelo menos um mês, se eu desse sorte de Jim estar de bom humor.

Depois de Jim quase fazer um buraco no chão de tanto andar em círculos ele falou:

- Jess, não sei o que fazer com você.

Sentei-me ereta na cadeira e o encarei. Jim sempre sabia o que fazer.

- Pode colocar-me de castigo. – Falei ajudando ele a me por em prisão domiciliar.

- E isso iria ajudar em alguma coisa? – Perguntou erguendo as sobrancelhas.

- Provavelmente não. – Ri. Fred apertou meu ombro esquerdo e eu parei de rir.

- Acho que agora é esperar o pai da Lolla nos processar. – Fred falou.

...

Era o terceiro dia após a briga e eu ainda não tinha entrado na escola desde então. Confesso que até tentei, mas o porteiro me botou para correr assim que me viu. É, acho que o diretor deixou as coisas bem claras. Mas o pai de Lolla também não havia entrado em contato. A única coisa que eu pensei foi: Ele está me vigiando e reunindo provas para acabar com meu futuro. Mas fui a única desta casa que não entrou na escola. Fred  e Jim tinham conversado com o Diretor, porem não me disseram nada sobre o que foi conversado. Eles disseram que era assunto deles. Protestei, afinal o assunto era eu e foi aí que eles disseram que eu era assunto deles, fim de discussão.

Eu poderia dizer que estava em uma boa por não estar na escola, mas o tédio me consumia. Apesar de Jim não ter me dado nenhum castigo assim cara a cara, ele fez questão de cortar o fio da internet e pegar meu celular. É claro que ele disse que não foi ele, que foi provavelmente por intermédio de um acidente que o fio foi cortado e que eu que havia perdido meu celular.

...

Sexto dia sem internet, celular, amigos e escola. E eu já estava quase pulando a janela. Eu mencionei que o Jim pediu um recesso no serviço? Ah, pois bem. Ele está em casa o dia todo e quando alguém bate na porta ele vira o flash e atende antes de mim. Certo dia eu flagrei ele dizendo que eu não estava em casa. Estou curiosa para saber quem era que veio me procurar. Não aguentava mais isso.

...

Décimo dia sem vida social e finalmente algo aconteceu.

- Jess, acorda. Jess. – Fred me balançou para me acordar.

- O que foi? Não tenho aula, lembra? – Falei colocando o travesseiro na cara.

- O pai da Lolla ligou e disse que nos espera na escola. – Ele me balançou mais uma vez, mas eu já estava desperta. A hora da verdade havia chegado. – Vamos?

- Vamos. – Falei com um grito preso na garganta.

Vesti-me rapidamente e nem tomei café. Assim que chegamos à escola o porteiro ligou para o diretor para perguntar se eu poderia mesmo entrar. E é claro que eu poderia.

O caminho até a diretoria foi lento e silencioso. Fred e Jim não falavam nada, acho que mal respiravam. Até que enfim chegamos. Ao lado do diretor estava um homem muito bonito. Ele era alto e estava em forma. Os seus olhos se voltaram para mim e pude ver que eram de um cinza surpreendente. Seus cabelos loiros estavam penteados para trás. Ele me olhou fixamente e perguntou:

- Então é você a garota que bateu na minha filha?

- É, acho que sim. – Falei olhando diretamente em seus olhos.

- Precisamos ter uma conversinha séria, garotinha. – Falou estreitando os olhos. E depois se virou para o diretor e acrescentou: - Queria conversar com ela a sós.

- Mas... – O diretor começou a falar, mas foi interrompido pelo pai de Lolla.

- Tenho certeza que ela não irá me agredir. – Falou exibindo um sorriso branco, perfeito e encantador.

Jim, Fred e o diretor saíram me deixando a sós com um cara gato e pai da garota que eu menos gostava no mundo.

- Por que você não se senta? – Disse indicando a cadeira que estava de frente para a dele.

Sentei-me, pois minhas pernas estavam bambas e eu ameaçava cair a qualquer momento.

- Então, qual é o seu nome? – Perguntou sorrindo.

- Jess. – Respondi com medo. Porque ele estava sorrindo?

- Prazer em conhecê-la Jess. Chamo-me Rick. – Falou estendendo a mão, a qual eu não peguei. Ele recolheu a mão.

- Pena que não posso dizer o mesmo, Senhor Rick.

- Devo dizer que a culpa não é minha. – Deu uma gargalhada. – Afinal foi você quem bateu na minha filha.

- Tudo isso por que sua filha é uma mentirosa e vigarista de marca maior. – Falei me inclinando para frente.

- Talvez você devesse mesmo ser processada.

- Não é isso que o senhor vai fazer de qualquer forma? – Suspirei.

- Não. Eu queria saber os seus motivos. – Ele me encarou por um longo momento. Eu sabia que ele estava me analisando. Reparando nos meus movimentos e nas minhas mãos trêmulas.

- Você acreditaria em minha palavra? – Ergui as sobrancelhas.

Ele levantou de sua cadeira e sentou-se à mesa do diretor. Ele estava mais próximo agora. Podia sentir o perfume forte que ele usava.

- Bem, eu vou ouvir o que você tem a dizer. – Disse passando a mão pelos cabelos. – Quero saber o que está acontecendo aqui.

Suspirei e me ajeitei na cadeira. Não existe chance nenhuma dele acreditar na minha palavra, mas não custa nada tentar, não é mesmo?

- Olha, ela me acusou de algo que eu não fiz. E eu fiquei com raiva.

- Só isso? – Ele sorriu. – Ela te provocou e você bateu nela? Você é bem estourada né.

- Digamos que as coisas se acumularam. Ela nunca gostou de mim. Vive me provocando. E eu só dei o que ela merecia.

- Então quer dizer que você não se arrepende?

- Não. – Falei apesar de saber que eu deveria mentir. – Ela está usando meu melhor amigo para me provocar. Ela tem prazer em me humilhar. E além de tudo me persegue. Até planejou tudo isso na sala de história e do rato somente para por a culpa em mim e eu ser expulsa.

- Eu acredito em você. – Ele falou rindo.

- Obrigada, eu acho. – Falei surpresa.

- Eu sei que a Lolla tem esse gênio impossível. – Ele suspirou e seu rosto se transformou em uma mascara de seriedade  que o deixou mais velho. – Não sei o que fazer com ela. Ela tem dado muito trabalho ultimamente.  E tem feito essas coisas estúpidas.

- Acho que ela tem algum distúrbio de personalidade ou algo do tipo. – Falei sem brincadeira.

- Às vezes acho que ela faz essas coisas só para chamar minha atenção. – Falou tristemente. Ele olhou para a janela e seu olhar ficou distante.

- Por que ela faria isso, Sr. Rick? – Perguntei fazendo com que ele voltasse a atenção para a nossa conversa.

- Sou uma pessoa bem ocupada. Quase não paro em casa durante o dia. Acho que eu sou o culpado por ela ser assim.

- Não é sua culpa. Ela que é idiota que não entende que o senhor só  está fazendo o máximo para dar conforto para ela. – Falei me lembrando de meus pais e senti um aperto no peito.

- Obrigada, Jess. – Ele sorriu. – Você é uma garota muito gentil apesar de tudo.

Ri e ele me acompanhou. Nunca pensei que o pai de uma garota tão nojenta fosse tão legal. Eu podia ver a bondade estampada nos olhos dele. Podia até tentar entender o lado da Lolla, na verdade não era muito difícil, mas acho que ela é bem radical nessa história de chamar a atenção do pai para si. Ela se mostrou egoísta. Afinal, que tipo de pessoa prejudica a outra em prol do seu beneficio? Mas a questão crucial aqui não era essa.

- O senhor ainda vai me processar? – Perguntei timidamente.

Ele estampou o rosto com um belíssimo sorriso e disse:

- Bem que eu gostaria, mas não posso. Não depois de conhecer você melhor. E você precisa me dar umas aulas de dança.

- Aulas de dança? – Franzi a testa.

- Sim. – Ele riu. – Vi você dançando na festa da Lolla.

- Ah, bem. – Fiquei sem graça.

- Acho que estamos resolvidos então. – Ele falou com calma. – Vou chamar seus tios e o diretor.

Ele saiu deixando uma Jess pasmada na diretoria. Mas logo todos estavam de volta à sala. Portanto fiz o máximo para que minha alegria, da recém descoberta de conhecer um cara legal, não se mostrasse presente.

- E então? – Perguntou o diretor olhando diretamente para o senhor Rick.

- A Jess é uma garota legal.

- O quê? – Perguntaram Jim, Fred e o diretor ao mesmo tempo.

- Ela teve seus motivos para fazer o que fez, apesar disso ser uma coisa errada. – Ele sorriu. – Eu não vou processá-la. E não acho que ela deva ser expulsa.

- Ela bateu na sua filha. – Jim falou com olhos esbugalhados.

- Sim. – Disse ainda sorrindo. – Mas acho que o melhor neste caso é proporcionar algo para que as duas possam se entender.

- Seria muito sensato fazer isso. Mas me dê uma garantia de que a Jess não vai estourar novamente e bater nela outra vez. – Fred falou com a maior tranquilidade.

- Ela não vai fazer isso. Porque a Lolla vai se comportar. – Rick disse sério.

- A questão aqui não é a Lolla. – O Diretor disse me fuzilando com os olhos.

- Será? Diga-me, como você tem tanta certeza que foi a Jess que fez aquelas coisas na sala de história e no armário da minha filha?

- Bem, por que tudo apontou para ela. E porque e a Lolla disse que tinha certeza que foi ela.

- E quando a Jess disse que não foi ela o senhor não acreditou. – Fred disse sorrindo.

- Acreditei de inicio. Mas aí o Evan e o Colin tiveram um desentendimento por causa da Jess. E tudo se esclareceu para mim. – O diretor disse sentando-se em sua cadeira.

- Você não nos contou isso, Jess. – Jim disse me olhando friamente.

Suspirei e disse:

- Não aconteceu nada de mais. Eu não queria falar com o Colin. O Colin insistiu. Evan chegou e tentou tirar o Colin dali. Os dois discutiram. Quase se bateram. O professor chegou. Fim.

Fred e Jim se encararam.

- Mas, o Colin não é o seu melhor amigo? – Perguntou Fred.

- Sim, mas ele está namorando a Lolla e eu fiquei com raiva. – Falei rapidamente.

- Ah. – Disse Jim. – O diretor achou que você estava com ciúmes do Colin aí fez aquelas coisas com a Lolla.

Fred riu e Jim o acompanhou enquanto o diretor olhava para eles com uma cara engraçada.

- Por que vocês estão rindo? – Perguntou o diretor.

- Isso é ridículo. – Jim falou depois de ter parado de rir.

- Senhores, me desculpem, mas eu preciso ir agora. – O senhor Rick disse. – Espero que já tenhamos resolvido a situação.

- Sim, em parte. – O Diretor disse. – Vou pensar a respeito e vou investigar a fundo. Assim, tomarei uma decisão sobre o que fazer com a senhorita Jess. Vocês podem ir agora.

Fomos todos embora. Dei um tchau para o pai da Lolla que sorriu como resposta. Uau, ele era mesmo bonito.

- É. Acho que você saiu dessa encrenca. – Disse Fred rindo.

- Também acho. – Ri também.

Já tinha resolvido parcialmente as coisas com o diretor. Agora eu teria uma tarefa ainda mais árdua: Resolver as coisas com o Colin. E acredite ou não, eu estava muito ansiosa para essa parte. 


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Notas finais do capítulo

E então? Bem, eu achei um pouco fraquinho. Mas para compensar prometo que o próximo trará algumas surpresinhas.



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