Sonhos Roubados escrita por Kátia


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem :)



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De acordo com as minhas contas, faltava cerca de 15 minutos antes da família Siqueira chegar. Tivemos alguns imprevistos para entrar na casa. Depois de 1 mês de observação ainda tivemos aquele pequeno problema com o alarme de ultima geração na porta da frente. Sim, porta da frente, somos o que você chamaria de ‘caras de pau’. Mas posso te dizer que não há nada que não possamos enfrentar, ou melhor não há nada que nos impeça de entrar. Quando se tem Jim em sua equipe fica fácil entrar em qualquer lugar. Eu e Fred gostamos de o chamar de “O rei das trancas”.

O Sr. Siqueira é aquele tipo de vigarista que acha que sempre ficará por cima de qualquer outra pessoa. Ele é arrogante e tenho certeza de uma coisa: ele nunca imaginou que seria roubado. Quando entramos na casa sabíamos exatamente onde procurar, alias sabemos como ele pensa, e por isso sabemos que os cofres principais ficariam em seu quarto. Demoramos cerca de 10 minutos para acharmos o quarto certo, a mansão era enorme e estava vazia, por isso foi fácil, sem criados, sem seguranças. Logo que encontramos o quarto, começamos a procurar os cofres. Sabíamos que ele tinha três. Faltava apenas procurar a localização dos mesmos. Nos dividimos e fomos procurar pela imensa suíte. Jim, procurou atrás dos quadros. Fred olhava cada canto do quarto, e eu como sempre fui para o closet. Foi impressionante a facilidade que eu encontrei os cofres. Estava escondido atrás de seus ternos, logo que bati na madeira percebi que algo pendia ali atrás.

-Ei, encontrei. – Encontrei o lugar onde a maneira se soltava e abri e dei de cara com três cofres de aproximadamente tamanho 30x30 .

- Parabéns, super-poderosa.- Disse Jim, rindo.

- Qual abrimos? Os três?- Perguntei. Automaticamente Jim e Fred fizeram com sim com a cabeça. Normalmente quem abria os cofres era Fred, mas os cofres dos Siqueira eram aqueles mais simples, os que eu era a especialista, uma vez que aqueles cofres tinham o mesmo tipo de segredo dos do armários da escola, e acredite ou não, eu consigo abrir qualquer armário daquela estúpida escola, cheia de estúpidas garotas. Coloquei meu ouvido no cofre da esquerda e comecei a girar a primeira tranca, quando escuto um baixo clic, pronto. Primeiro digito de 4. Fui para o segundo, clic, pronto. Terceiro, clic, pronto. Quarto e último do primeiro cofre, clic e pronto. Abri o cofre então, e levei um susto com tamanha a nossa sorte, o cofre que aparentava ser de 30 centímetros se expandiu e ficou 3 vezes maior. O cofre que eu acabara de abrir era o único que podia ser aberto. Vou explicar melhor. Não eram três cofres, era apenas um cofre com apenas uma “entrada” e eu tive a sorte de acertar, aposto que se eu tivesse tentando abrir os outros dois “cofres fakes” um alarme soaria.

- Parece que hoje é o seu dia de sorte, pequena.- Fred diz em tom de brincadeira e pega a bolsa e começa a pegar o dinheiro que ali estava. Deixo-o fazer essa parte do serviço. Quando ele pegou tudo do cofre, o que era bastante dinheiro e algumas poucas joias, saímos. Descemos as escadas, fomos em direção á cozinha. E saímos pelas portas dos fundos, já que o nosso ponto de fuga estava localizado no quintal dos fundos. Sem sinal de vida de qualquer coisa exceto nós ali, seguimos em frente e chegamos em um ponto de fácil acesso a rua, já havíamos olhado cada centímetros daquele lugar, saberíamos se tivesse câmeras, e se tivesse saberíamos muito bem como fazer com que elas não mais funcionassem. Jim ajudou-me a pular o muro, logo eles estavam atrás de mim. A rua que estávamos era bastante iluminada. Por isso assim que conseguimos entrar em um beco que estava do outro lado da rua, tiramos nossos macacões pretos, e como Fred costuma falar, nossos macacões extra sexys já estavam dentro da bolsa. Claro que sabíamos que teríamos que tirar-los foi por isso que viemos com uma roupa leve e de pano fino por baixo. Nossos macacões eram grandes e estranhos. Eu ficava parecendo um garoto com ele, o que era ótimo para o caso, e é claro tocas. Pois sabíamos que tinha câmeras na entrada da casa dos Siqueira. E assim estávamos. Uma garota que a pouco parecia um menino desajeitado, e dois homens normais, passeando pela avenida iluminada e pouco movimentada. Nosso carro estava ali logo na próxima rua. Estávamos radiante. Não havíamos contando o dinheiro, ate porque tivemos que partir logo. Chegamos em casa sem nenhum problema, moramos a cerca de 30 minutos da casa da família Siqueira. Estávamos exaustos. Era quinta feira, e foi um dia longo para todos nós. Assim que chegamos fomos para a cozinha, colocamos todo o dinheiro em cima da mesa. Jim e Fred contavam, e eu com a minha preguiça ficamos olhando.

- E então? Dá pra esse mês?- Perguntei.

-Sim, na verdade dá pra 2 meses. Essas jóias valem uma fortuna. –Diz Fred

- 2 Meses? Com ou sem seus salários?

- Sem nossos salários. O que significa que podemos ir comer pizza 7 dias da semana.- Fred fala, com aquele sorriso pilantra..

- Ok. Mas aposto que depois nem conseguiremos entrar mais em nossos macacões. Querem ajuda pra separar o dinheiro?- Eu perguntei.

-Não, estamos bem, vá tomar um banho e depois vá dormir, foi um dia cansativo e amanha você tem aula.- Jim diz

- Eu não posso, sei lá, faltar?

- Negativo. –Jim diz e faz aquela cara de “não tente argumentar, não tente discutir, não adianta esforços. A resposta é não.”

- Ok, então boa noite.- Falei e subi para o  meu quarto.

 Você deve estar pensando que eu estou com medo da policia, mas acredite ou não, eu sei que ela não vai aparecer. Sabe porque? Porque é esse o nosso diferencial. Enquanto ladrões roubam coisas de lojas, roubam bancos, roubam casas de pessoas honestas e boas, nos roubamos eles, os ladrões. Um jeito perigoso mas eficiente. Já que eles nunca se imaginaram sendo roubados dentro de suas próprias casas. E sendo que eles não vão nos denunciar, até porque eles tem algumas dividas não pagas com as autoridades. O máximo que eles fazem é colocar um preço sobre nossas cabeças. O que significa que estamos na lista negra de alguns dos mais perigosos ladrões. Mas eles só tem um pequeno problema, crimes perfeitos não deixam rastros. Então eles nunca nos encontraram  a não ser que queremos e não nós não queremos.

Minha vida nem sempre foi assim, eu era feliz, tínhamos dinheiro suficiente. Mas algo aconteceu. Algo sempre acontece. E diante disso, essa foi a minha única alternativa. Jim e Fred estão nessa porque eu insisti. No começo eles não queriam, mas viram que talvez o que iríamos fazer não seria tão ruim assim. Alias, o quanto que “pegamos” não altera nada na vida daqueles que roubamos. Uma vez que o muito que pegávamos, não chegava à pouco para eles.

Bem, então acho que devo me apresentar. Oi, meu nome é Jess e sou uma ladra nas horas vagas. E tudo que escrevo aqui é uma parte insana da minha vida.


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Notas finais do capítulo

Eai? Gostaram? Ei, toda opinião é bem vinda. Resolvi apresentar logo a vida de Jess. Espero ter dado um incentivo para que você(s)continue(m)a ler minha história. :)



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