Anteriormente em My Dark Side:

Como assim ? O Klaus chega amanhã? Não...

Então é assim. Não dá para voltar atrás, para o jeito que as coisas eram. Do jeito que eu pensava que elas eram.
E é por isso que eu acho que a única razão de sermos tão apegados às memórias, é que elas não mudam, mesmo que as pessoas tenham mudado, morrido e é o mesmo com a vida.

Estavam todos em silêncio absoluto. E todo o silêncio tem um nome, tem um motivo.

E este não era diferente. Tinha um nome e um motivo.

Klaus e morte.

Atualmente em My Dark Side:

Pov. Cassie

-Como assim? - perguntei eu, com a voz tremula.

Todos se olhavam, mas ninguém soube me responder. A Bonnie apenas chegou-se perto e rodeou-me com os seus braços. Como se me protegesse de algo... ou de alguém.

-Ele não te pode ver. - mencionou-se Stefan. A voz dele soou-me tão distante, como se ele estivesse a 1000km de mim.
Tomei consciência novamente, passado alguns segundos e então respondi:

-Vão esconder-me ?
-Tem de ser. - disse a vampira loira, Caroline.

Eu olhei-a com indignação. Eu não quero viver desta maneira.

-Não há outra maneira. - manifestou-se a Rebecka.

-E se ele resolver ficar? - questionei eu, olhando todos. - Que faço?

A Elena olhou para a Caroline, como se tivessem tido uma ideia. Uma grande ideia. E isso podia não ser bom.

-Oh não...- sussurrou Tyler e o Damon concordou.

-Calma. Há outra maneira. - disse Elena.

-Se ele não a reconhecer. Não vai saber que ela está viva, certo? - perguntou Caroline.

-Acho que não.- respondeu Bonnie, descolando-se de mim.
Eu apenas observava, sem me pronunciar.

-Então ... temos uma ideia. -disse a Lena e sorriu para mim.

Algo me diz que ía ser uma longaaaaaa noite.

Pov. Autora

Enquanto a lua subia mais no céu, cinco raparigas dirigiam-se para uma pequena casa.
Quando chegaram , entraram na casa e fecharam a porta da rua. Talvez com medo, ou talvez apenas uma coisa habitual. Como se uma porta as fosse proteger do que estava por vir.

-Esta é a minha casa .- anunciou Caroline à sua nova convidada.

Cassie elogiou a casa da loira, enquanto era empurrada, pelas outras raparigas , para o quarto da Caroline.

-E quando nos vão dizer a vossa brilhante ideia? - perguntou a vampira original.

A dona da casa dirigiu-se ao guarda-fato no canto do quarto e retirou lá de dentro uma caixa de cartão, pousando-a de seguida em cima da cama de madeira.

-O que é Car? - perguntou Cassie , sentando-se na ponta da cama, sendo imitada pelas restantes. Contrariamente Caroline ficou de pé, de frente para a caixa.

-Já vais ver. - sussurrou ela, em resposta.

Quando a vampira loira abriu a caixa e retirou o conteúdo , exibindo-o para as raparigas sentadas na cama e apontando para a nova bruxa de Mystic Falls. Elena, Bonnie e até Rebecka começaram a rir, quando perceberam assim como Cassie de que se tratava.

-Vai pôr! - ordenou Elena, continuando a rir.

Nenhuma das raparigas notava o quanto o assunto era sério. O que o vampiro original poderia fazer se soubesse da existência da dollpenganger de Gisela, parecia que nem o conheciam de antes. Cassie podia ser apenas uma novata, mas as restantes sabiam do que Klaus era capaz.

Depois de Cassie voltar da casa de banho, todas se limitaram a rir.

-Só podem estar a gozar.- falou a loira que se encontrava com uma peruca, comprida e de cor castanha escura com franja, que lhe ía até a meio das costas, e trajava de um vestido preto elegante juntamente com um casacão da mesma cor.

-Não.- respondeu Caroline. - Preferes que ele te descubra?

Cassie limitou-se a olhar-se ao espelho e negando com a cabeça.

-Fica-te bem, Cass. As botas pretas e o vestido são lindos. - elogiou Rebecka e sorriu para a filha com orgulho, que foi retribuído pela mesma.

- Concordo.- falou Elena, concordando com as outras duas loiras.

-Pões o carapuço e ele não te vai conhecer. Ninguém vai. - disse Bonnie e a Caroline completou:

-Sexy. - todas começaram a rir. Alheias ao que as rodeava , ao que as rodeia.

~dia seguinte~

Pov. Damon

Ontem tinha sido uma grande surpresa , penso eu. Afinal nós a pensar que ele se ía ficar por outro qualquer sitio, e afinal ele resolve voltar. Bolas! Logo agora!
Levantei-me, fiz a minha higiene e vesti-me. Quando já estava pronto peguei nas chaves do carro e dirigiu até à escola do meu querido irmão.
Cheguei e estacionei algures no estacionamento, perto o suficiente para visionar o Stefan e todos os outros. Então aproximei-me.

-Damon? - perguntou Elena. Eu coloquei as mãos sob os ombros do meu irmão mais novo, que estava sentada no banco de madeira ao redor da mesa, também de madeira.

-EU mesmo.- respondi e desta vez falei para o Stefan. - Onde ela está? Presa algures?

-Nem queiras saber. - respondeu ele. Talvez ele estivesse certo. Eu talvez não quisesse saber.

Algo nos chamou à atenção. Um som de um carro e então todos olhamos. Era um Ferrari, por isso chamou à atenção, mas o que mais nos surpreendeu foi quem saiu lá de dentro.

-É ele.- sussurrou a voz da Rebecka que estava ao meu lado.

Klaus saiu do carro e caminhou até nós com aquele estilo de : sou o mais poderoso. "Like a boss" ! Já referi que o odeio?!

-Olá gente de Mystic Falls! - saudou o hibrido. E então virou-se para a sua irmã e completou - Olá Becka!

-Klaus! - saudou em resposta a loira e eu reparei ao fundo da escola duas pequenas figuras , passando-se despercebidas por entre as multidões, mas não para mim. Talvez pelos olhos azuis brilharem tanto, ou apenas pelo facto de que aquela rapariga que caminhava ao lado de Caroline costumava ser loira.

Então concentrei-me na conversa delas:

-Cassie, anda mais depressa, ele está ali.- sussurrou Caroline para a morena.

-Caroline, não consigo mais rápido. - sussurrou de volta Cassie e olhou de relance para a nossa mesa. Então eu sorri-lhe , e ela retribuiu antes de entrar para o prédio da escola.

-Para quem tanto ris Damon? - perguntou uma voz, carregada por sotaque.

-Para ninguém, Klaus. Estava só aqui a pensar no quanto estou feliz por estares de volta, amigo.- ironizei eu e ele começou a rir.

-Eu também estou. Não é mesmo? - perguntou ele a todos, que seguidamente fecharam a cara e olharam-se entre eles.

-Já vou indo. - despedi-me.

-Eu acompanho-te. Vamos ao grill. - falou Klaus e eu sorri sinicamente, concordando.

Que remédio. Era só o que faltava!

Pov. Cassie

Mal entramos na sala de aula, eu descalcei as botas de salto , em baixo da mesa, sem ninguém ver. Quando digo ninguém, isso não incluí a Caroline.

-Que fazes? - perguntou ela, baixinho.

-Doí-me os pés. - respondi, no mesmo tom.

-Picuinhas. - acusou ela. - E eu a pensar que eras a minha melhor amiga.

"Eu não sou mal educada", repeti eu dentro da minha cabeça. Porque eu adorava esta rapariga, mas ela era ... a CAROLINE.

-Bem alunos. Como sabem hoje à noite é o baile de Primavera. Não se esqueçam. - anunciou o professor de química, antes de começar a aula.

-Baile? - inquiri eu à Car.

-Descansa. Arranjei ontem à tarde um vestido para ti. - respondeu ela e eu arregalei os olhos, voltando a tomar atenção na aula.

Quando regressamos a casa, o meu telemóvel começou a tocar, e eu atendi:

-Alô? - falei para o outro lado do telemóvel.

-Oi... - saudou uma voz conhecida.

-Damon, como vais , amigo?- perguntei, em tom de brincadeira.

-Vou bem , apesar de ter ido tomar o café da manhã com um hibrido. E a senhora de cabelo preto? - perguntou ele de volta.

-Por acaso é castanho. Mas estou bem, razoavelmente. Mas para que saiba continuo loira.- respondi, enquanto subia em direção ao meu quarto e me sentava na cama.

- Soube do baile... - sussurrou Damon e eu ri.

-Porque sussurras? - perguntei-lhe.

-Apetece-me. - respondeu o vampiro e riu. Então depois acrescentou - Posso acompanha-la, senhora?

-Não sei. - falei eu. - Eu nem sei se devia ir. Hoje só quero que o dia termine bem.

-Comigo nunca termina mal... - sussurrou Damon , de forma maliciosa.

-Ah Ah.- fingi eu. - Mas ok.

~horas depois~

Depois de ter desligado a chamada, fui tomar banho. E quando a Caroline chegou começamos a nos arranjar.
Antes de descer coloquei a peruca e o lenço preto em volta da face. Talvez neste momento estivesse parecida com as viúvas.

Tocaram à porta e fui abrir a porta.

-Boa noite , Cassie. - saudou Damon, vestido com um terno.

-Boa noite, Damon.- saudei de volta.

-Mal te conheço. Mas estás linda. - elogiou ele e eu agradeci.

Quando chegamos à escola, estava lotada de gente.
Entramos , com os braços enlaçados e demos de cara com a Elena e o Stefan que apenas acenaram. Se bem que pareceu que o Stefan lançou um olhar assassino ao Damon, e não um de "oi irmão".

-Danças? - perguntou o vampiro.

-Claro.- respondi e pousei a minha mão, em cima da dele. Senti algo estranho passar pelo meu corpo. Como se fosse um choque elétrico. Mas ignorei.

Pov. Damon

Enquanto dançávamos eu consegui ver o quanto ela era linda , mesmo com aquela peruca e o lenço, que lhe tapavam os brilhantes cabelos loiros.

- Para de me olhar - sussurrou Cassie , enquanto dançávamos.

- Porquê? - perguntei-lhe, fingindo de confuso.

- És um idiota- eu continuei a encara-la. - Tu és tão idiota, Damon. - acusou ela rindo, olhando-me agora nos olhos.

- Sou? - perguntei sério.

Ela apenas desviou o olhar e voltou a encostar o queixo no meu ombro.
E parecia que tudo nela me atiçava, me convidava, me atrai-a.

Enquanto isso, a conversa que tive com o Stefan veio-me à cabeça.

Flashback on:

Acabei de chegar a casa, depois de encontrar a loirinha no cemitério, e ouvi o meu irmão a chamar-me da sala.

-Onde andas-te? - perguntou ele e eu suspirei , enquanto me sentava no sofá.

-Por aí. Com pessoas. - respondi vagamente, enquanto bebericava do meu copo de sangue.

- Não voltas-te a matar, não? - perguntou ele , em tom acusador.

-Não , Stefan. Não voltei! - confessei eu, com sarcasmo, mesmo sendo verdade.

Stefan sentou-se no braço do sofá, ao meu lado, pousando as mãos entrelaçadas nas pernas e olhando para baixo.

-Seja o que for que possas andar a fazer ou a pensar. - começou ele em tom reprovador e continuou - Não a machuques! Não a prima da Elena!

-Porque haveria?! - exclamei alto, levantando-me do sofá, ainda com o copo na mão.

-Porque tás magoado. Pela Elena e eu estarmos juntos novamente. Eu conheço-te. - respondeu Stefan e depois , acrescentou - Mas tu sabes que eu quero que sejas feliz!
O que aconteceu contigo não vai acontecer comigo, Stefan! - disse eu alto, novamente.
Acredita, vai sim, Damon. E quando acontecer Quando tu tiveres completamente apaixonado por ela Sabes o que ela vai fazer? Ela vai embora, e vai-te deixar só. E quando isso acontecer, tu vai perceber o quanto és infeliz sem ela, e o quanto ela conseguiu lixar contigo e com a tua vida, para depois simplesmente desaparecer como se nada tivesse acontecido.

Eu olhei-o sem acreditar no que ele tinha dito. Como ele pôde?! Ele estava errado, ele estava errado, ele estava errado...

-E nessa altura, quando ela desaparecer, eu espero sinceramente que vás atrás dela. - terminou o meu irmão , antes de se dirigir escada acima.

Flashback off:

-Damon? Damon? - chamava Cassie repetidamente. Eu finalmente olhei-a e respondi:

-Estava distraído. Que se passa? - perguntei enquanto a rodava na pista.

-Eu estou a sentir qualquer coisa... - respondeu ela com a voz urgente.

-Já não te estou a encarar.- disse eu , rindo.

-Não estás a perceber. - informou ela, e parou de dançar. - Algo estranho. Talvez seja alguma coisa de bruxa.

Eu já devia ter adivinhado.

-Stefan? - chamei , sussurrando. Consegui ouvir o Stefan responder, a metros de distância então continuei - A bruxinha aqui está a sentir algo... maligno.

-Eu sei. A Bonnie está aqui comigo. - respondeu o Stefan, sussurrando, também.

-Ótimo! O que é? - perguntei eu.

-Quem é. Acho que é a melhor pergunta.

Avistei o Stefan, a Elena e a Bonnie chegarem. Sendo seguidos pela Caroline, Tyler e Jeremy.

-Então e onde ela está?- perguntou a Bonnie.

-Quem? - perguntei, confuso.

-A Cassie. - respondeu a Caroline, quase gritando.

- Ela estava mesmo aqui. - disse eu , olhando á volta.

Onde está ela? Maldita bruxa!

-Temos de a ir procurar. - gritou Elena, por cima do som da musica. E assim nos dispersamos pela escola.

Pov. Cassie

Enquanto o Damon falava com o Stefan , ouvia alguém chamar-me na minha mente . " Cassie", "Cassie" ...
Segui a voz e saí da escola. Dirigi-me ao jardim da frente.
Consegui visualizar uma silhueta masculina, a alguns metros. Aproximei-me mais.

-Quem está aí? - perguntei eu , para o homem que agora se virava.

-Achavas mesmo que uma simples peruca e um lenço esconderiam a tua verdadeira identidade, Cassie? - perguntou a voz, do homem, que se aproximava de mim.

-Quem és? - perguntei novamente, enquanto o homem ficou visível, com os cabelos loiros e os olhos azuis.

-Os Salvatore nunca te falaram de mim? Nem mesmo a tua mãe, querida? - perguntou o homem que se aproximava mais, e mais. Eu estava petrificada, não me conseguia mexer.

-Klaus... - sussurrei como resposta para ele.

-Ótimo! Afinal sempre sabes quem sou. - acusou o Klaus , enquanto esticava uma mão e tocava no meu rosto. Depois tocou no meu lenço e na minha peruca e puxou, revelando os meus cabelos loiros.

-Deixa-me em paz. Eu não sou a Gisela. - disse eu, com a voz firme.

-Nem fazes ideia. - sussurrou ele.

De repente senti uma pancada na cabeça e apaguei.

Retomei à consciência ao ouvir uma voz chamar-me ao longe:

-Cassie, acorda! Por favor, acorda! - eu senti as minhas mãos atadas. Resolvi abrir os olhos, o que fez a minha cabeça começar a doer, como se fosse explodir. Depois comecei a olhar em volta e a voz continuou a chamar-me:

-Olha para mim, Cassie! - e eu obedeci. Olhei para a minha direita e agora, que a minha visão já não estava tão turva, pude reconhecer a Bonnie, ajoelhada.

-Onde estamos? - perguntei num sussurro.

-É isso que eu quero saber. Onde estás? Rápido. - pediu a bruxa.

-Como assim? Porque não vês tu? - perguntei eu , desesperadamente.

-Porque eu estou a conectar-me contigo pela magia. Não estou aí! - explicou ela, rapidamente. - Diz-me, senão a conecção vai acabar!

Olhei ao redor , mais uma vez, e pude ver um armário do meu lado esquerdo e o que pareciam ser umas escadas.

-Parece um porão, Bonnie. Algo escuro. - descrevi eu, olhando para a morena, que ía desaparecendo. - NÃO BONNIE!

-Nós va-mos sal-var-te, C... - falou a voz distorcida da Bonnie, à medida que se ía sumindo. À medida que eu ía entrando na solidão.

Ouvi uma porta bater, e então um homem desceu as escadas. Chegou perto de um interruptor, acendendo a luz, que vinha na direção dos meus olhos.

-Hmmm... - resmunguei eu, pelos meus olhos.

-Bom dia ! - saudou Klaus, sorridente, puxando uma cadeira e sentando-se de frente para mim.

-Eu sou uma bruxa, posso soltar-me! - exclamei eu, gritando.

Ele riu, e então eu percebi. Percebi que estava tramada.

-Já olhas-te para o chão? - perguntou ele, como se fosse uma risada. - Essa erva, digamos que trava a tua "magia negra" , amor. Sinto muito.

-Eles vão voltar por mim. - confessei. Tentando não deixar as lágrimas rolarem pela minha cara.

Ele levantou-se e veio-me na minha direção. Colocou-se atrás de mim. Eu senti qualquer coisa perfurar junto ao meu ombro , e só então percebi que era uma navalha.

-Isto é uma navalha , mergulhada naquela tal erva que te falei. Dói, quando usada assim. Dói muito! - disse ele, sombriamente.

Ele tinha razão doía mesmo. E tudo o que eu queria fazer era desistir. Pressionar a navalha mais fundo e deixar aquela dor consumir-me de vez.

-AHHHAHHH!- gritei, quando ele correspondeu aos meus pensamentos, e perfurou a navalha mais fundo. Mas não fundo o suficiente para acabar com tudo isto.

- É tão idiota achares que alguém se importa, que alguém te ama, e que algum dia alguém vai ajudar-te. Para de te enganar, não tens ninguém, nunca tiveste, nem nunca terás. Mas dessa maneira, que estás agora, assim acabada, morta por dentro, se tu morresses ninguém iria sentir sua falta. - disse Klaus, e então , depois, retirou a navalha o que me fez dar mais um grito de dor.

Eu não disse nada. Por que se falasse, poderia começar a chorar, como uma pobre coitada que perdeu os pais num incêndio e que descobriu que toda a sua vida foi uma grande mentira, e eu não queria chorar assim.

Então limitei-me a chorar em silêncio, como a dor, enquanto o hibrido acabava com a minha vida, assim com o meu sangue.

-O teu sangue é delicioso, querida...- sussurrou Klaus, antes de tornar a sugar a minha vida, os meus sonhos. Antes de matar-me.