Strawberry against Blood escrita por Miahh


Capítulo 21
Cinco dias e uma despedida


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente, tudo bem? Espero que gostem desse cap (algo me diz que muitos vão amar).


Obrigado por todos os review fofos, eu amo vcs *----*



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Pov Patrick Jane  

Já fazia mais de horas que eu estava preso em uma pequena e nada confortável cela da CBI, apenas com a companhia solitária dos bichinhos que passavam caminhando ou se rastejando pelo chão úmido.

Eu não sabia o que o futuro me aguardava. Eu poderia ficar aqui por um bom tempo ou ir direto para o presídio de segurança máxima, já que eu tenho um histórico de fugir das cadeias de segurança média.

Eu acho que estava quase amanhecendo quando eu dormi. Eu deduzo isso, pois na minha cela não tem nenhuma janela onde eu possa me basear nesta afirmação. Cheguei nessa conclusão depois do tanto de horas que eu fiquei preso ali. Deveriam ser muitas.

Bom, pelo menos eu estava mais protegido aqui do que perto de Teresa, que deveria estar furiosa pelo meu discurso apaixonado à Lorelei. Eu precisei mentir para todos. Não tive escolha.

Só sei que até agora ela não veio me ver. Ninguém veio me ver. Chega a ser deprimente, pois eu iria visita-la se ela estivesse no meu lugar. Mas não, ninguém veio. Sinto como se ninguém se importasse com isso. Espero que ninguém além de Teresa esteja bravo comigo.

Depois das tentativas fracassadas de contar carneirinhos, eu finalmente dormi. Passei um pouco de frio, pois o lençol não era suficiente para o vento frio do corredor, mas tudo bem. Eu sabia que essa era a consequência dos meus atos.

Atos esses que poderiam ser evitados.

Se Lorelei nunca tivesse batido na porta do meu quarto de motel naquela noite, se eu não tivesse aberto a porta, o que será que tinha acontecido? Eu certamente ficaria com a Teresa, mas eu nunca imaginaria quem seria o Red John. Talvez pelo fato de eu não ter a Lorelei para descobrir isso, eu acabaria com medo de me relacionar com a Teresa e ela acabar morta e para protegê-la, eu ignoraria os meus sentimentos como sempre e garantiria que ela ficasse viva, nem que eu morresse em seu lugar.

Bom, eu nunca saberia o que teria ocorrido. E eu acho melhor assim. Acredito que tudo tem um por que, mesmo que idiota, e se Lorelei era para entrar em minha vida, era por que tinha que entrar.

 Não havia opção.

**

-Patrick Jane, Patrick – Uma voz feminina me chamava – Acorde logo, o senhor Bertram está a sua espera.

Acordei confuso e meio tonto. Olhei em volta e constatei que não era um pesadelo e sim realidade. Eu fui mesmo preso. Droga.

-Vamos logo, senhor Jane, não tenho o tempo todo aqui não – A moça baixinha e de cabelos oleosos disse apressando-me – Tenho muito pra fazer.

-Calma, já estou indo.

Calcei os meus sapatos e passei os dedos no cabelo, arrumando-os. Eu sentia meu mau halito de longe. Se a boca já estava assim, imagine o resto, já que eu não tomava banho desde o dia anterior e permanecia com a mesma roupa de consultor de sempre.

Eu não tinha espelho perto, mas deduzi que eu deveria estar péssimo. Mas quem liga? Eu estava preso mesmo, não iria sair de uma cela feito um modelo internacional.

-Vire de costas senhor Jane – A moça ordenou, algemando-me logo em seguida.

Ela me guiou até o elevador, e neste, subimos até o andar onde Teresa ficava. Fomos até a sala dela e para minha surpresa quando eu entrei, Bertram estava a minha espera junto de Teresa. Ambos conversavam animadamente, mas pararam ao me ver.

-Pode solta-lo, Lilith – Bertram ordenou calmo – Ele não é tão perigoso assim.

A tal moça que agora descobri que se chama Lilith, tirou as algemas apertadas do meu pulso, me deixando muito mais feliz e confortável.

-Sente-se – Teresa apontou para a cadeira a sua frente, ao lado de Bertram – Temos muito para conversar.

-Ok.

Sentei-me e notei em como ambos estavam nervosos, movimentando as pernas e braços toda hora.

-Bom Jane, você sabe muito bem o porquê de ser preso, certo? Acho que não preciso explicar – Lisbon começou com um discurso que duraria um bom tempo – Alguém te denunciou para a policia e te acharam. Basicamente isso.

-Foi o Red John. Ele me denunciou.

-Como sabe? - Ela perguntou-me desacreditada.

-Ele me quer longe, pois sabe que eu cheguei muito perto.

-Muito perto do que? De descobri-lo ou de pega-lo? Você sabe quem ele é? – Bertram questionou-me.

-Não sei quem é ainda, mas irei descobrir – Menti descaradamente. Eu não sabia se Bertram era confiável.

-Ah, mas vai mesmo. Nós fizemos um acordo com a FBI pra te deixar em regime semi aberto por cinco dias – Bertram revelou – É o tempo máximo que a Lorelei poderá ficar aqui antes de ir para uma prisão de segurança máxima.

-Regime semi aberto? O que a FBI quer em troca?

-Quer que você descubra e prove nesses cinco dias quem é o Red John.

-Cinco dias para descobrir e provar algo que eu não consegui em doze anos?

-Exato.

-E como eu vou fazer isso?

-O mentalista aqui é você, Jane – Lisbon respondeu zangada – Você vai achar uma forma como sempre.

-Meh, talvez... – Comecei a pensar se eu realmente conseguiria provar que o Ray é o Red John. Bem que a Lorelei poderia me ajudar nisso – O que irá acontecer se eu não conseguir nesses cinco dias?

-Você é demitido da CBI e vai parar em uma cadeia. Uma que você não consiga escapar.

-Então ainda trabalho na CBI?

-Como consultor, sim. Entretanto você não poderá sair daqui nos próximos dias e terá que voltar para a cela todas as noites. O máximo que você poderá ir é o seu sótão e olhe lá. Farei questão em botar guardas de olho em tudo que você faz.

Até que essa prisão é melhor do que aguentar Lorelei querendo satisfações sobre tudo.

-Tudo bem.

O silencio tomou conta da pequena sala. Mas foi por pouco tempo. Antes que eu pudesse ao menos pensar em algo, Bertram começou a desabafar:

-Por que você fez isso, Jane? Por que traiu a confiança de todos aqui? Você sabe que cada um de nós, cada um dos agentes, dariam a vida por você, colocariam a mão no fogo por você. Para que? Para você nos trair do jeito que você nos traiu?

-Eu não trai ninguém, eu estava atrás do Red John e eu precisei ficar com a Lorelei. Não tive escolha.

-Patrick, eu não sei se você percebeu isso, mas você a engravidou.

-Foi um acidente.

-Ah, muito fácil falar que foi um acidente depois que a besteira foi feita... – Ele respirou fundo antes de continuar – Sabia que sua má conduta, deixou a CBI cheio de problemas com a FBI? Eles estão dizendo que se um agente nosso de maior confiança, estava escondendo uma fugitiva, imagine o resto.

-Eu não sou agente.

-Você entendeu o que quis dizer.

Assenti com a cabeça. Discutir com ele não iria levar a nada.

Gale suspirou alto.

-Eu vou resolver esses e mais problemas causados por você, Patrick – Ele afirmou, levantando da cadeira – Espero que cumpra a sua promessa e ache o Red John em cinco dias ou eu infelizmente terei que prender o melhor consultor que já tivemos.

-Eu vou, não se preocupe.

-Espero... Bom, vou deixar você e Teresa a sós. Acho que vocês têm muito para conversar – Ele deu um sorriso discreto para a agente, que ficou corada – Até logo.

-Até – Nós dois respondemos em uníssono.

Bertram saiu da sala e fechou a porta calmamente. Era hora de conversar com a minha princesa.

-Meh, acho que deveríamos conversar algo...

Ela ficou mais corada do que nunca.

-Eu vou é te bater por dizer que a Lorelei é a mulher da sua vida. Como assim? Você disse que eu era.

-Você é, eu precisei mentir você sabe disso.

-Sei... Você mente demais.

-Eu não menti sobre te amar.

Ela ficou quieta, envergonhada.

-Você me ama mesmo? De verdade?

-Claro que sim – Me levantei e caminhei até ela, que também ficou de pé – Eu te amo mais do que tudo, eu te disse isso.

Eu me aproximei dela, roubando um beijo rápido em sua boca. Foi ai que eu me recordei do meu bafo horrível.

-Eu preciso que você continue aqui, comigo – Ela ignorou esse fato e me beijou, colocando uma das mãos em meu rosto e a outra em minhas costas – Você não pode ir preso, entendeu?

-Eu não vou.

-Isso mesmo, você não vai, você não pode – Afirmou entre beijos e mais beijos dados com certa urgência.

-Por que eu não posso, querida Lisbon? Você me parece esconder algo.

Teresa estava realmente estranha. Olhando bem fundo em seus olhos, você sentia que ela estava prestes a chorar descontroladamente na minha frente, mas não de tristeza – Ou talvez também – Mas de felicidade. Ela estava magicamente, radiante.

-Patrick, eu preciso te contar uma coisa.

-Diga – Ela me pressionou para mais um beijo apaixonado antes de continuar.

-E... Eu... E... – Gaguejou, tremendo um pouco – Eu... Eu esto...

Antes que ela pudesse finalizar a frase, o telefone toca.

Ela pensa um pouco antes de atender, mas o faz.

Foram quatro minutos de respostas rápidas como “Uhum, tá, nossa, eu digo, está bem”. Ela também passou a me encarar com um olhar desesperador, até meio boquiaberta como se fosse responsável por algo ruim.

Ao desligar o telefone, Lisbon pegou em uma das minhas mãos e guiou-me até o seu confortável sofá.

-Acho melhor você sentar.

Acatei ao pedido, acomodando-me naquele delicioso assento. Minhas costas agradeciam.

-Patrick, acabei de receber uma ligação da FBI... Era sobre a Lorelei.

Comecei a me desesperar. Lorelei era a minha ultima chance de saber algo sobre o Red John. Sem ela eu estaria perdido.

-O que houve?

-Me desculpe ser eu a ter que te dizer isso mas... –Ela pegou em minha mão, antes de prosseguir – Lorelei... Lorelei está no hospital.

-No hospital? O que houve? Tentaram mata-la?

-Não, parece que ela passou mal ontem de madrugada e... E... E ela perdeu o bebê, Patrick. Lorelei perdeu o seu filho.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu sei que o cap ficou curto (comparando com a biblia do cap 19), mas os proximos caps (acho que os quatro proxs caps ) vão ser assim, mas em troca terá mt mt mt Jisbon :D Claro né, Lisbon grávida... Uma hora o Patty vai ter que descobrir.
Em falar em grávidas, oq acharam da Lorelei perder o bebê? Será que ela perdeu mesmo ou foi um plano? Ou melhor, será que o titio Red tem algo com isso? Eu vou fingir que eu não sei as respostas XD
Bom, espero que tenham gostado do cap.
Beijos *---*