Strawberry against Blood escrita por Miahh


Capítulo 2
Seus olho verdes


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora,obrigada a todos os reviews. Eu acho que esqueci de comentar,mas o Jane narra toda a história.



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Pov Jane

Eu me sinto culpado. Mais que isso, eu sinto que a trai...

Não me lembro de mais nada além de Lorelei me sacudindo, sorridente como sempre. Ela vestia apenas a minha blusa branca de pijama, que a cobria perfeitamente até perto do joelho.

Um cheiro agradável de ovos mexidos e chá invadiu o ambiente, acordando o meu estômago que como resposta, roncou baixinho.

–Aqui está amor – Disse me entregando uma bandeja com um prato dos esperados ovos mexidos, chá de morango e um bolinho de cereja que eu ganhei da Grace, como agradecimento a uma ajudinha que eu fiz. – Era tudo que eu achei dentro dos seus armários, desculpe.

–Tudo bem - Respondi, dando uma garfada no ovo que estava, no mínimo, esplêndido.

–Achei que deveria ganhar um café da manhã na cama antes de ir trabalhar, aliás...- Ela se sentou na cama, na minha frente. – Sua chefe ligou, ela está muito brava com você por estar escondendo uma fugitiva da FBI em casa.

Eu congelei, quase engasgando com o gole de chá.

–Estou brincando – Afirmou feliz após ver a minha reação – Mas sua chefa realmente ligou.

–Vo....você não atendeu? – Gaguejei, tentando ler sua expressão corporal.

–Claro que não, você acha que eu sou burra?

–Não...- Respondi quase soltando um sim.

Não que ela fosse realmente burra, mas o seu jeitinho submisso lhe fazia parecer ser menos inteligente do que aparentava.

Passaram alguns minutos, Lorelei continuava sentada me assistindo tomar o café que ela havia preparado. Parecia orgulhosa de si por isso.

Logo, fui tomar um banho e me vestir para o trabalho. Já eram quase onze horas e eu ainda não havia saído do quartinho de motel alugado.

–Amor... – Lorelei me esperava na porta, com os braços cruzados e um belo sorriso – Eu preciso de roupas novas.

–Roupas novas? – Perguntei me sentando na cama para colocar minhas meias – Que tipo de roupas?

–Todos os tipos de roupas. Eu realmente não trouxe nada comigo.

Suspirei alto, prevendo que gastaria um bom dinheiro nessa tarde no shopping.

–Tudo bem Lorelei, eu compro.

Lorelei pulou em minha direção, feliz, me jogando na cama com força. Ela me deu uns beijinhos molhados pelo rosto todo, enquanto alguns fios de seus cabelos castanhos caiam sobre mim.

–E..eu...prec..preciso ir – Tentei dizer essas três simples palavras, mas ela não deixava.

–Você volta que horas,querido?- Ela finalmente cessou, sentando quase sobre minha barriga.

–Lá pelas nove.

–Só as nove? – Perguntou decepcionada, fazendo uma carinha de cachorrinho que caiu do caminhão de mudança.

–Sim, eu tenho muito trabalho, sabia?

–Sabia, sabia – Ela se levantou e abriu a porta para mim – Tchau amorzinho – Me deu outro selinho antes que eu saísse.

–Tchau – Respondi sorridente.

Realmente Lorelei parecia me amar de verdade. E era isso que me assustava, pois eu não queria ter nada com ela, a noite que tivemos juntos foi mais que o suficiente para mim. Mas se é isso que eu tenho que fazer para que ela me diga quem é o Red John, eu faço, sem problemas.

Ao chegar à CBI, percebi que todos me olhavam, como se me repreendessem pelo atraso.

Lisbon se aproximou de mim, nitidamente irritada. Não sei o motivo, mas ela estava mais radiante hoje do que os outros dias.

–Patrick, você está atrasado – Me repreendeu – O que aconteceu?

–Nada de mais, Lisbon. Apenas perdi a hora – Menti, olhando em seus olhos.

–Ok,hoje temos um dia cheio, precisamos ir à casa do senhor Birck, para fazer algumas perguntas e depois passar no trabalho da vitima.

–Meh...tudo bem – afirmei sem vontade alguma de ir ouvir o senhor Birck me xingar por não encontrar o assassino da filha.

Fomos para o carro. Lá, fiquei observando Teresa dirigir o carro por longas três horas até o grande rancho do pai da vitima.

A culpa por mentir para Teresa me remoia por dentro de um jeito inexplicável. Era como uma traição de minha parte, uma traição contra alguém que eu amava incondicionalmente.

Eu queria contar para Teresa o meu novo plano, mas eu sabia que ela ficaria tão furiosa comigo, que talvez nunca mais olhasse na minha cara. Isso por que uma pessoa que ela realmente odiava era Lorelei e seu jeitinho doce mas manipulador de ser. Ela deixou claro alguns milhões de vezes que a detestava do fundo da sua pequena alma, e o que eu fiz? Dormi com a mesma.

–Patrick...você está tão quieto que está me deixando nervosa. Fale comigo. –Ordenou enquanto aumentava a velocidade do carro gradualmente.

–Quer falar sobre o que?

–Sobre qualquer coisa.

–Sobre qualquer coisa?

–Não sobre qualquer coisa....Pode ser sobre qualquer coisa que você queira falar.

Pensei por alguns segundos. O que eu gostaria de falar iria acabar na minha morte, então era melhor falar sobre outra coisa.

–Vamos falar sobre roupas femininas. – Conclui.

–Roupas ? – Ela me perguntou confusa.

–É, por exemplo,qual tipo de vestido é melhor para dormir?

–Você quer dizer camisola? – Ela me corrigiu, sorrindo.

–Pode ser isso.

–Hum....As de seda são muito gostosas, mas eu prefiro algodão.

–Qual tipo de algodão?

–Jane...qualquer tipo de algodão.

–Mas tem algum algodão mais fofo que outros?

–Você tá brincando com a minha cara? – Ela me encarou séria.

–Não Teresa, eu apenas não sei muito sobre roupas femininas – Tentei explicar.

–Por que quer saber sobre roupas femininas?

–Por que não saber?

Eu sorri e ela sorriu alegremente de volta. Adorava quando conseguia fazê-la sorrir assim, feito uma criancinha inocente.

Chegamos ao rancho. Era bem bonito, com uma linda cerca de madeira recém-construída eu acreditava, e vários cavalos espalhados pelo campo.

O senhor Jack Birck nos recebeu muito irritado. Queria que nós compartilhássemos informações e documentos confidenciais do caso. E ele era do tipo que não gosta de ouvir um não.

–Me desculpe, mas nos estamos cuidando disso – Teresa tentava contornar a situação, o enrolando. Mas ele era irredutível.

–Eu quero ver os documentos do caso, é a minha filha e eu mereço conhecer os suspeitos.

Enquanto os dois quase se matavam, eu fiquei observando suas coisas que estavam na sala, desde as prateleiras até os livros sobre uma pequena mesa de madeira.

Conclui que ele estava nervoso depois da esposa descobrir na noite passada, ou talvez em duas ou três noites atrás, que o marido tinha um caso com a empregada doméstica. Isso explicaria o porquê de não vermos mais a senhora Brick há algum tempo e o sumiço de uma foto do casal que ficava pendurada na parede.

–Vocês vão pagar seriamente por isso – Jack nos ameaçava gritando.

– Foi há quantos dias? Dois ou três? – Perguntei, não completando a frase. Queria ver a cara de confuso dele.

–Como é que é? – Ele respondeu com uma pergunta, diminuindo o tom de voz agressivo.

–Meh, você sabe, foi a dois ou três dias que sua esposa descobriu que você a traia?

Ele ficou boquiaberto. Teresa me encarava seriamente como se falasse mentalmente a si mesma “ele não fez isso, ele não fez isso, fique calma Teresa...”

–Eu não sei do que está falando.

Eu dei uma risadinha.

–Provavelmente ela te pegou na cama com a empregada, ficou com raiva e foi embora, e pelo que eu vejo sobre seus livros de advocacia espalhados sobre a mesa, vocês tinham um acordo pré-nupcial que previa que qualquer traição por parte de um dos dois, o cônjuge tinha o direito de não dividir os bens com o parceiro. E bem...você sairia deste rancho, já que ela o comprou, além de outras coisas a mais.

Ele me olhava com um olhar raivoso. Apenas sorri.

–Mas, infelizmente há uma semana, Melissa, sua filha descobriu tudo, e você precisou mata-la. – Prossegui com a brincadeirinha.

Teresa se levantou do sofá e ficou parada ao meu lado. Ela lá se preparava para reagir, caso algo desse errado.

–Eu nunca mataria minha filha. – Ele afirmou. Eu pude ver a verdade em seus olhos.

–Claro que não. Você pediu para sua amante Carmen a matar. – Conclui.

–Claro que não, seu desgraçado - Afirmou - Eu nunca faria isso.

–Acho que teremos uma longa conversa na delegacia, senhor – Ela o interrompeu, já indo algema-lo.

Ele ficou no banco de trás do carro. Nos primeiros minutos da nossa longa jornada até a CBI, ele proferia palavras nada agradáveis a mim. Depois de uma ou duas intervenções da Lisbon, ele ficou quietinho.

Ao chegar à CBI, o levamos para a sala de interrogatório aonde eu, Teresa e Cho faziamos as perguntas. Tudo acontecia normalmente, até ele me questionar.

– Você nunca traiu senhor Jane? Você sabe o que é cometer um erro e isso acabar com sua vida?

Aquilo me pegou desprevenido. Eu sabia muito bem o que era cometer um erro. Além do erro que eu cometi anos atrás, eu estava cometendo um enorme agora, traindo a pessoa que eu amo.


– Eu sei...- Respondi murmurando cabisbaixo, enquanto me retirava apressado da pequena sala.



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Notas finais do capítulo

Tá bom ficou muito longo esse... Eu dei uma enroladinha básica,mas os próximos capitulos serão mais Jisbon.