A Filha Do Sol escrita por Let B Aguiar, Taty B


Capítulo 8
Eu defendo a bandeira


Notas iniciais do capítulo

Hello, semideuses! E aqui está o oitavo capítulo do nosso xodó... Não querendo ser chata, mas já sendo: seria muito legal se vocês recomendassem a fic para outro amigo(a) semideus(a). Recomendações são ótimas para trazer mais leitores para a fic, e se vocês pudessem fazer isso por nós, agradeceríamos infinitamente! Quanto mais leitores temos, mais ficamos empolgadas para postar novos capítulos e continuar escrevendo...Lembrem-se, vocês são o combustível das autoras.
Bom, já falei demais. Leiam e se divirtam!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/343062/chapter/8

Até meus seis anos de idade, eu costumava não dormir. Não dormir de verdade. O máximo que consegui foi três dias e cinco horas 100% acordada. Meus sonhos eram tenebrosos. Tinha pesadelos toda santa noite. E sempre acordava gritando ou suando em bicas. Isso me atormentava de uma maneira, que tentava ficar acordada apenas para que os sonhos não viessem. Depois que descobri o significado de minha vida e quem realmente sou, alguns sonhos (não conseguia lembrar perfeitamente de todos) ganharam sentido. Eu havia sonhado com o roubo do raio mestre de Zeus, com ciclopes gigantes, uma caçadora que vertia sangue dourado segurando os céus em seus ombros, labirintos intermináveis e com Nova York imersa num sono profundo. Os sonhos que eu tivera na infância eram, na verdade, previsões.
Num sábado quente de verão, depois de ter me divertido muito na piscina do condomínio com minha mãe e Fred, fui colocada para deitar por ele. Aquele final de semana tinha sido um dos mais felizes da minha vida. Fred aparecia poucas vezes em casa, mas quando aparecia, fazia mamãe irradiar felicidade e isso acabava me contagiando. Ele me trouxera um novo bichinho de pelúcia: um solzinho com perninhas curtas e uma cara sorridente. Fred me levou até meu quarto e eu me deitei em minha cama, agarrando meu mais novo amiguinho amarelo. Estava tão quente que Fred me cobriu apenas com um lençol fino. Eu sorri marota, e não fechei os olhos.
– Você não vai dormir... Não é mesmo, minha querida? – ele perguntou, sentado ao meu lado na cama. Seus olhos azuis brilhavam com um carinho tão grande que pareciam me aquecer. Fiz que não com a cabeça, e meu sorriso desapareceu.
– Não quero mais dormir. Nunca mais. – minha voz saiu trêmula. O medo já estava prestes a se tornar pânico.
– Eu entendo. Se você pudesse pedir alguma coisa agora, o que você pediria? – Fred falava baixo, mas seu tom me confortava de uma maneira única. E por mais que na época eu não associasse as coisas, ele sabia exatamente tudo o que eu pensava e sentia.
– Pediria que os pesadelos fossem embora. E não voltassem mais! – meus olhos se encheram de lágrimas, porém, eu as contive. Desde criança não gostava de chorar. E isso era estranho tratando-se, supostamente, de uma criança normal.
– Escute o Tio Fred... Feche seus olhos, e peça com todas as forças para que os pesadelos vão embora.
Assenti, e fechei meus olhos com tanta força que chegou a doer. Senti Fred colocar sua mão sobre minha testa e murmurar algo incompreensível, e sem aviso prévio, eu cai num sono profundo. Nada pesadelos. Nem sonhos. Dormi por várias horas seguidas, e mamãe agradeceu eternamente por nunca mais precisar me levar ao psicólogo ou passar noites em claro ao meu lado.
Desde então, nunca mais sonhei. Meu sono era como um veludo negro. Eu não sonhava com nada, nem mesmo com reflexos do meu dia ou com coisas loucas. E agora eu entendia tudo. Meu pai havia tirado esse pequeno dom de mim, anulado minha capacidade de prever coisas através dos sonhos. Piper me contara que muitos semideuses têm visões enquanto dormem. Mas veja, são visões, e não previsões. Eles sonham com acontecimentos paralelos ao que estão vivendo. Eu sonhava com coisas que iriam acontecer em dias, meses e talvez anos.
Bem, as coisas funcionavam desse jeito até a noite que se seguiu ao confronto com o leão. Fui para meu quarto, depois de dar boa noite para meus irmãos e pedir para eles pararem de encher o saco. Digo meu quarto porque o chalé tinha uma segunda parte escondida de beliches só para as meninas. Bastava puxar uma flecha que ficava atrelada a parede e tcharan, uma porta que levava a um quarto com dois beliches aparecia.
T
irei a roupa do acampamento e coloquei meu pijama. Joguei-me na cama sentindo-me exausta, e meus olhos se fecharam quase instantaneamente.
Para minha surpresa, imagens começaram a se formar. E então, o sonho veio.

Eu me encontrava num lugar parecido com um laboratório de cientistas do século XV. Béqueres cheios de líquidos de variadas cores e tamanhos enchiam as prateleiras infinitas. Nas mesas de trabalho, caldeirões borbulhavam, destiladores e estufas funcionavam intermitentemente. Ingredientes tão estranhos que nem prefiro comentar eram armazenados em potes de vidro. Chutaria que aquele era o covil de uma bruxa feia e nariguda.
Uma mulher belíssima abriu a porta do laboratório, e entrou. Vestia uma roupa tipicamente grega. Um vestido sem mangas, preto, que parecia tremeluzir à luz do local, e sandálias estilo gladiador. Seus cabelos também eram negros e caiam sobre seus ombros, trançados com fios de ouro. Tinha olhos verdes penetrantes, que pareciam devorar sua alma. Atrás dela, entrara uma mulher que vestia o mesmo tipo de roupa, porém, sua beleza nem chegava aos pés da primeira. As duas caminharam até uma bancada onde um caldeirão transparente borbulhava. O líquido dentro dele tinha cor de esgoto e aparência viscosa. A mulher de preto pegou uma colher e a afundou no caldeirão, mexendo seu conteúdo exatas três vezes. Depois disso, pareceu apreciar o aroma daquela coisa nojenta, e um sorriso estampou seus lábios.
– Ótimo. Está no ponto. Essa é sua hora, Érida. A missão de sua vida se aproxima.
A outra deu um passo à frente, um pouco hesitante. Sua expressão era firme e seus lábios estavam contraídos. A mulher bonita ergueu uma sobrancelha.
– Está com medo? – sua pergunta soou como uma ameaça. – Não quer a purificação da humanidade? Não mais homens, apenas a nossa legião dominando o que sempre pertenceu a nós... O mundo! – ela soltou uma risada horripilante.
– É claro que quero, minha senhora.
A feiticeira tirou a colher cheia de dentro do caldeirão, sorrindo como se estivesse prestes a conquistar o objetivo de sua vida. Aproximou a colher da boca de Érida, que bebeu todo o líquido. A garota piscou e então seu corpo inteiro se transformou em luz branca. Parecia ter se desintegrado. E então a luz se dissipou e revelou outra moça, tão linda que causaria inveja até à Afrodite. Seus olhos oscilavam entre o azul e o verde, sua pele era alva como leite, as bochechas rosadas, e seus cabelos castanhos trançados desciam até a sua cintura. Usava um vestido branco, parecido com o da feiticeira, e emitia uma aura divina e angelical.
– A transformação foi perfeita! – a feiticeira de negro comemorou. Seus olhos adquiriram um brilho sinistro. – Agora vá, Érida. Você sabe o que fazer.
Ela estalou os dedos, e a moça em sua frente desapareceu. O seu sorriso e seus olhos continuavam formando uma expressão macabra. Ela riu novamente, e então eu acordei suando, ainda me sentindo arrepiada com o som da risada daquela mulher.

– Pattie? Está tudo bem? – alguém perguntou do outro lado da porta.
Sentei-me na cama, assustada, e cocei os olhos numa tentativa de apagar o rosto da feiticeira da minha mente.
– Ei! Pattie, abra a porta. – outro chamou.
Cambaleei atordoada até a porta e a abri. Will e Matt me encaravam cheios de preocupação.
– Deuses! Você está suando? – Matt assustou-se ao me fitar.
– Você teve algum sonho ruim, não foi? – Will questionou. Os dois vestiam a camisa do Acampamento e, aparentemente, já tinham tomado banho.
– Sim...hum...eu tive um pesadelo horrível.
– Pesadelos são normais para semideuses, não se preocupe. – Matt garantiu.
– Você não está nem um pouco bem. – Will comentou. – Por que não vai tomar um banho? Nós arrumamos o seu quarto.
– É, só não demore. Nós temos que estar no refeitório em 15 minutos.
Assenti e entrei no chuveiro, com esperanças de que a água iria apagar o rosto daquela mulher desconhecida de minha cabeça.
– Então o seu ‘pesadelo horrível’ foi isso? – Johnny perguntou, com cara de deboche. – Sua cadela tinha morrido. Que baita pesadelo, hein?
Sim, eu menti para eles. Não queria preocupar meus irmãos com o meu sonho, além disso, conclui que era melhor guardar este pesadelo só para mim.
– Não fale assim, Johnny. – Leroy repreendeu-o. – Quando eu tinha 7 anos de idade, sonhei que minha mãe tinha morrido e fiquei sem dormir durante uma semana.
– Tá, mas a situação é diferente. – Johnny insistiu. – Você sonhou que sua mãe tinha morrido, e Pattie sonhou que a cachorrinha dela tinha morrido. Vê a diferença?
Leroy rolou os olhos e continuou comendo sua panqueca.
– Tudo bem, chega desse assunto. – Will ordenou. Agradeci a qualquer deus que o fez dizer isso e voltamos a comer.
Aquele sonho não tinha sido normal. Com certeza era uma visão. Uma visão ruim, mas de qualquer forma, uma visão. Eis a pergunta que me atormentava: quem eram aquelas mulheres? A de vestido negro, provavelmente era uma feiticeira ou algo do tipo, mas e a outra? Se quando eu era criança Apolo bloqueou meus sonhos, então por que voltei a ter essas visões?
Todas essas perguntas pairavam sobre meus pensamentos, me deixando atordoada. Até um pigarro alto me trazer de volta a realidade.
– Bom dia, semideuses. – Quíron nos saudou. Naquele dia, vestia uma camiseta que dizia “Centauros arrebentam!”, sua barba estava feita e o cabelo grisalho, penteado. – Primeiramente, gostaria de dizer que hoje será um dia livre, sem atividade alguma.
Imediatamente, o refeitório explodiu em conversas animadas e Quíron trotou para chamar atenção.
– Mas não significa que vocês não possam praticar nenhuma atividade. – continuou. – Antes da fogueira, iremos ter a Captura da Bandeira e...
– Nós podemos ir à praia? – um campista da mesa de Atena berrou, interrompendo Quíron.
– Se o nosso amigo Percy concordar em conversar com as náiades, sim.
– Deixa comigo! – Percy exclamou da mesa de Poseidon e saiu correndo do refeitório.
Quíron pigarreou novamente.
– Lembro-lhes que estamos abrindo uma exceção, então, isso não irá acontecer de novo tão cedo. – falou. – Aos que vão à praia: tomem cuidado com os mortais. A praia não está na protegida pela névoa, então, se por acaso algum mortal achar curioso ver tantos jovens no mesmo lugar, digam que é uma excursão da escola.
O refeitório voltou a conversar e Quíron desistiu de chamar atenção de novo, e apenas completou o que dizia.
– Tenham um bom dia, crianças. Aproveitem! – e retirou-se.
Algumas mesas sequer terminaram de tomar o café da manhã e já foram aproveitar o dia livre.
– Demais! – Adam exclamou, animado.
– Que tal uma partida de futebol? – Carlos perguntou. Os meninos largaram as panquecas pela metade e foram se divertir. E eu? Bem, eu fiz o mesmo. Fui relaxar e tentar esquecer aquele pesadelo horrível.

...........................................................................................................


Sentia-me em Los Angeles. O dia estava abafado e o sol brilhava lá no alto, deixando o clima muito quente, perfeito para um mergulho. Campistas de todos chalés andavam de um lado para o outro: alguns iam em direção à praia, outros preferiram praticar luta e uns só conversavam. O acampamento até parecia um acampamento normal, com adolescentes normais querendo se divertir.
Eu estava vestida para ir à praia: biquíni, shorts, blusa e chinelos. E uma menina com lindos traços de índia estava parecida comigo.
– Ei, Pipes.
Piper sorriu.
– Oi, Pattie. Um belo dia para tomar sol, não? – ela perguntou. Piper estava linda, como sempre. Os cabelos repicados e rebeldes caiam soltos, e quando o vento batia neles, ficavam mais bonitos ainda. Hoje seus olhos estavam azuis como o céu.
– Com certeza. Está indo para a praia?
– Claro! Quer me acompanhar? – Piper me convidou, simpática.
Eu sorri e caminhamos até a praia, conversando. Fazia pouco tempo que a conhecia, mas tínhamos nos tornado boas amigas. Eu até pensei em contar a ela sobre o meu sonho, mas acabei desistindo. Afinal, ninguém precisa ficar sabendo das minhas visões, certo?
– Eu tenho a impressão de que o Acampamento Meio-Sangue inteiro está aqui. – ela falou, observando a praia.
O lugar era lindo. A água possuía um tom azulado encantador e cristalino, e a areia parecia muito fofa. A praia estava abarrotada. Sério, de onde toda essa gente surgiu? Alguns grupos jogavam futebol na areia, outros vôlei, enquanto algumas meninas que com certeza eram do Chalé de Afrodite, tomavam sol. A maioria das pessoas estava na água. Logo eu avistei Percy, fazendo alguma gracinha para Annabeth, que sorria feliz.
Quando olhei para o lado, Piper já tinha tirado a roupa e estava só de biquíni. Sem dúvida alguma ela era a filha de Afrodite mais bonita. Fiquei um pouco envergonhada em ter que ficar de biquíni ao lado de uma menina tão perfeita, e hesitei em tirar a roupa. Sentia como se todos me olhassem. Minhas bochechas ficaram coradas e eu apenas tirei uma esteira de praia da sacola que carregava e a estendi no chão.
– Ué, não vai tirar a roupa? – Piper me encarava com uma sobrancelha erguida.
– Ahn... Eu estou com vergonha, Pipes! – fui sincera, e a cada momento minhas bochechas ficavam mais e mais vermelhas.
– Vergonha? Ah, para com isso! É normal que as pessoas prestem atenção demais em você na primeira semana. Depois isso passa! – o que ela disse não me reconfortou, mas discretamente comecei a abaixar o shorts. Estava morrendo de vontade de ir para praia, era verdade, mas não de mostrar meus atributos. Diferente dos meus irmãos, eu não gostava de ter toda a atenção direcionada só para mim.
Tentei não notar algumas pessoas comentando, mas foi impossível. Travis Stoll passou por mim e por Piper quase quebrando o pescoço de tanto olhar. Sentei na esteira com Piper ao meu lado e cruzei os braços em frente ao corpo.
– Pattie, de onde você realmente é? Digo, eu sei que mora em L.A assim como eu, mas não nasceu lá... Ou nasceu? – Piper passava protetor em seus braços. Sua pele tinha um tom muito bonito, diferente da minha, que estava mais para cor de palmito recém-colhido. Morava em L.A, porém, não tinha nenhuma companhia para ir à praia. Triste.
– Eu sou do Brasil! – respondi. A maioria das pessoas suspeitava que eu não fosse americana, só que não tinha coragem de perguntar – Como você percebeu que eu não sou americana?
– Vamos dizer que seus atributos não são os de uma americana – Piper riu, e acho que apenas fiquei mais sem graça ainda – Não me entenda como uma filha de Afrodite invejosa e com dor de cotovelo, por favor!
Ela não precisava dizer isso, eu sabia que suas palavras eram sinceras. E meu biquíni, apesar de não ser escandaloso como um biquíni brasileiro comum, era bem diferente do das outras meninas. Escolhi colocar um laranja, roxo e amarelo, com estampas de flores. Um pouco chamativo, eu sei. Porém, não conseguia usar os biquínis americanos, que para mim eram como fraldas.
– Esse é o poder brasileiro, baby! – coloquei meus óculos de sol, e Piper riu. Fui para trás e me apoiei nos dois cotovelos, observando o céu azul intenso e o sol que brilhava forte lá no alto. Deveria estar muito quente, só que eu não sentia calor como a maioria das pessoas sente. É como se os raios solares não me atingissem. Poderia ficar horas no sol, que nem sequer me queimava. Adorava isso.
Já comentei que eu e Piper nos dávamos super bem? Sim, aos poucos ela ia se tornando a melhor amiga que eu tinha no acampamento, e uma boa confidente. Coisa que não era muito comum no mundo de Patricia Veloso. Eu mudava de escola praticamente todo ano. As amizades ficavam para trás com cada mudança. Contava detalhes da minha vida para Piper, e ela contava da sua. Conversávamos sobre todos os assuntos existentes: desde escola até bandas de música indie e nossos antepassados. Ela se ofereceu para fazer tranças iguais as dela no meu cabelo, e eu deixei, virando-me de costas para ela. Foi aí que uma garrafa inteira de água caiu inesperadamente sobre nós, e eu me levantei xingando em português.
– Valdez! – Só podia ser Leo. Ele segurava uma garrafa de água aberta e ria de nós. Piper também o xingava e limpava a água que caíra em cima dela. Ele estava de bermudas, regata e chinelo. E tinha um óculos de sol na cabeça. Fiz menção de correr atrás dele, mas ele foi mais rápido e eu desisti. Leo parou e ficou olhando para mim, ainda rindo. Seus olhos não se concentravam em apenas um ponto fixo do meu corpo. Ele mal sabia para onde olhar. Cruzei os braços e não sabia se ficava sem graça ou com raiva da sua indiscrição.
– Toma aqui seu troféu de garoto mais discreto do mundo, Leo! – bufei, e voltei para a esteira. Não creio que foi uma boa ideia dar as costas para ele, porque assim ele só teria mais coisas para apreciar.
– Ei! Pequena Miss Sunshine, espera! – Leo pareceu despertar do seu transe e foi atrás de mim. Sentei-me novamente, cobrindo-me com uma toalha. Ele olhou desconcertado. – Eu só ia chamar vocês para dar um mergulho, poxa.
– Você confia nesse mar? Eu não. – Piper opinou, e eu concordei.
– Uma mata um ogro, a outra mata um leão de Neméia... E as duas estão com medinho de entrar na água do estreito de Long Island? Fala sério! – ele exclamou.
– Ok, ok, Leo. Mas se algum monstro puxar nosso pé, você vai se virar e salvar a gente. – o olhar de Piper foi ameaçador.
Leo piscou, e passou as mãos pelo cabelo rebelde.
– Podem deixar com o tio Leo!
Não estava confortável em me levantar, mas tive de fazer isso. Fomos rumando para a água, lado a lado, quando vi alguém saindo de um mergulho do mar e a conversa de meus amigos começou a ficar distante.
Ryler parecia um modelo da Hollister rodando um comercial na praia. Seu peitoral definidíssimo, seu abdome perfeitamente esculpido, seu rosto másculo e quadrado, seus bíceps e tudo mais, brilhavam com a luz do sol e a água que desprendia do seu corpo. Ele usava uma simples bermuda de banho, e não precisava de mais nada para ficar maravilhoso. Distrai-me tanto que tropecei num toco de madeira largado na areia, e Piper me segurou pelo braço para que eu não caísse. Bem nessa hora, Ryler olhou para mim. Me senti a pessoa mais ridícula do mundo. Com certeza ele havia percebido que eu o observava com todas as minhas forças.
– Quer um babador? – Leo provocou, mas ele não olhava para mim, e sim acompanhava Ryler com os olhos.
– Não, obrigada. – minha resposta foi amarga, e Piper pigarreou.
– Então, nós não íamos dar um mergulho? Vamos lá! – ela apertou o passo para chegar até a água. Nós entramos e, de início, me arrepiei com a temperatura da mesma. Alguns minutos depois já tinha me acostumado. Eu e Piper conversávamos, entretanto, Leo permaneceu quieto.
– Por que as garotas sempre gostam de fortões idiotas? – o ouvi murmurar, e me fiz de desentendida.
– O que você disse, Leo?
– Nada! Eu falei que pisei em pedras idiotas, só isso. – claro que sua resposta não me convencera. A água ao nosso redor começou a esquentar. Eu permaneci quieta, só que mais alguns segundos passaram e parecia que estávamos em uma jacuzzi.
– Leo, você está fazendo a água esquentar! – Piper ralhou, se abanando com as mãos. Leo fez cara feia e submergiu mais ainda seu corpo. Logo a temperatura voltou ao normal.
Os chiliques nervosos de Leo nunca duravam muito. Em cinco minutos ou menos, ele voltava a ser o mesmo Leo de sempre, fazendo piadinhas bobas e brincadeiras sem graça. Percy e Annabeth se juntaram a nós para um mergulho, e passamos um bom tempo jogando papo fora e rindo, até que a hora do almoço se aproximou e todos foram tomar banho.



.....................................................................................................



Eu e meus irmãos colocávamos as nossas armaduras ao mesmo tempo. A captura à bandeira começaria dali 15 minutos. De tanto falarem sobre esse jogo, eles me deixaram animadíssima para participar. Adam pegou minha espada e estava analisando-a, balançando a cabeça negativamente.
– Faz quatro anos que eu venho para o acampamento, e eu nunca vi um de nós lutar com uma espada e ganhar de alguém.
– Vou fingir que não escutei isso. Você tá me subestimando. – fechei uma amarra da minha armadura e olhei ferozmente para Adam. Se tinha uma coisa que eu odiava é que desacreditassem da minha capacidade.
– Não estou te subestimando, Pattie! Só estou querendo dizer que você está transgredindo uma tradição. E quando isso acontece, geralmente não é bom.
– O importante é que eu quero ser uma esgrimista. E fim de papo. – perdi a paciência, pois não aguentava mais todos eles opinando sobre isso. Sai do chalé, e rumei para o local onde os campistas se encontrariam para dar início ao jogo.
Nos reunimos no pavilhão. Uma parte do chalé de Hermes, Hefesto, Atena e Ares iria participar. Percy também se encontrava lá, sendo o único membro de seu próprio chalé. Ao todo, havia uns 40 campistas querendo participar da captura.
Não avistei Leo em lugar nenhum. Sabia que ele não era muito a fim dessas atividades, pois sempre acabava apanhando de algum garoto do chalé de Ares. Desviei esse pensamento penoso, e logo meus irmãos surgiram no pavilhão também.
Quíron chegou e dividiu os grupos. Os chalés de Hermes e Ares, os mais numerosos, iam competir juntos. O restante, incluindo o meu, seria a outra equipe. Tínhamos Percy no nosso grupo, e isso me deu quase certeza da vitória.
E então vi Ryler. Sua feição estava pesada, como sempre. Ele me encarouem desafio, e o meu time me chamou para irmos fincar a bandeira em algum lugar.
Andamos pelo bosque e fincamos a bandeira no buraco de uma árvore, do lado direito à margem do riacho. O jogo era bem simples: quem capturasse a bandeira adversária e levasse-a para o seu território primeiro era o vencedor.
Percy e Annabeth traçaram um plano infalível. O chalé de Hefesto e o chalé de Atena tentariam desviar a rota dos participantes do outro time. Alguns de meus irmãos iam se espalhar pelo bosque e atuar como armadilhas. Percy e Annabeth tentariam pegar a bandeira do time adversário. Eu, meus irmãos Adam, Johnny e Carlos ficaríamos de sentinela, protegendo a bandeira. Na verdade, apenas eu ficaria no chão. Eles ficariam em cima das árvores, para interceptar o ladrão com flechas antes que ele chegasse até mim.
A trombeta de concha soou, dando início ao jogo. O pessoal do meu time se dividiu, cada um indo para um lado do bosque. Carlos, Adam e Johnny subiram nas árvores mais próximas e colocaram seus arcos em riste. Desembainhei minha espada e fiquei esperando a hora certa de defender a bandeira.
Ouvia barulho de flechas zunindo, alguns gritos de dor e o som de espada contra espada. As coisas pareciam estar pegando fogo lá dentro do bosque. E a única coisa que eu devia fazer era...esperar. Simples assim.
Comecei a ficar inquieta, de saco cheio de permanecer parada. Embainhava e desembainhava minha espada toda hora. Eu queria agir. Participar efetivamente do jogo.
Parece que Zeus ouviu meus pensamentos, e vi meus irmãos dispararem suas flechas de gás fedorento em alguém que tentava chegar perto da bandeira. Levantei a espada, pronta pra atacar. Vi Carlos quase caindo da árvore, se segurando em galhos mais baixos. Ele fora atingido por uma granada de gás espesso. Era tanta fumaça que não conseguia ver quem vinha ao meu encontro. Ouvi o barulho de alguém batendo surdamente contra o chão, e pensei: oh oh. Meus irmãos e suas flechas já eram. Finalmente, a pessoa saiu do meio da nuvem de fumaça com a espada em posição de ataque.
Era Ryler.
Quando ele me viu, seus olhos se estreitaram. Baixou a sua espada. Eu continuei estática, não entendendo sua atitude.
– O que é? Pode vir, eu não tenho medo de duelar. – falei. A minha ânsia por usar minha espada era tanta, que eu nem me importava se iria perder para Ryler.
Um sorriso sarcástico (e lindo) se formou em seus lábios. E então ele avançou contra mim, me atacando.
Eu defendi. Deveria fazer como Percy me ensinou, se quisesse continuar viva. Ryler tinha um escudo. Eu não. Mas eu era mais ágil, menos pesada. Desviei inúmeras vezes de seus golpes, e na primeira oportunidade, o ataquei. A minha lâmina quase atingiu seu braço, mas ele voltou a interceptá-la. E a me atacar.
A luta começou a ganhar um ritmo melhor. Percebi que Ryler tinha dificuldade em se defender; ele era bem mais ofensivo do que defensivo. Comecei me aproveitar disso, e por várias vezes minha espada fez riscos em sua armadura. Porém, não conseguia atacá-lo de fato, fazendo com que fosse ao chão.
Meu braço tinha começado a doer. Nós estávamos naquela luta há mais de dez minutos. Ryler percebeu que eu estava fraquejando. Eu não queria demonstrar, mas o fazia. Ele não sorria. Não demonstrava nenhuma emoção. Até que sua lâmina fez um corte no meu braço, e eu gritei:
– Chega! Tá bom! Eu não sou páreo para você, pegue a porcaria da bandeira.
Ryler ficou me olhando, atônito. Baixou sua espada e não se moveu nem um centímetro.
– Não. – ele falou. É, foi isso o que saiu da boca dele. E sim, eu não esperava por essa palavra.
– O que? – minha voz era pura surpresa. Não acreditava que Ryler Langdon estava se recusando a pegar a bandeira que eu dera de graça a ele, que faria seu time ganhar o jogo.
– Não vou pegar essa bandeira. Não é justo você me entregá-la assim. Para pegá-la, eu devo te derrotar em combate. Mas não quero isso. – Ryler soou confuso.
Aquelas palavras não faziam sentido.
– Não quer me derrotar e nem quer ganhar o jogo para seu chalé? – demonstrei toda incredulidade que conseguia.
– Não, Patricia. – ele se aproximou mais, embainhando a espada – Você salvou a minha vida. E eu estou retribuindo, não te machucando. É o certo.
Alguém tinha feito uma lavagem cerebral naquele garoto. Sim, obviamente.
– Ryler... você... isso... – eu não sabia o que falar.
– Posso ser filho de Ares, Pattie, mas tenho meus próprios valores. – ele falou firmemente, e no segundo seguinte, Percy atravessou o riacho ao lado de Annabeth, sacudindo a bandeira azul do nosso time. O chalé de Atena e Hefesto vinha atrás, quer dizer, alguns deles, comemorando. Ryler se afastou de mim, e todos olharam para ele com pontos de interrogação estampados em suas faces.
O time adversário logo surgiu junto com Quíron, que anunciou a vitória.
– Vitória do time azul! Percy capturou a bandeira! – o meu time comemorou. Meus irmãos levantaram Percy nos braços, carregando-o por alguns metros. Carlos e Adam estavam mancando, e Leroy tinha um ferimento feio na testa. Os outros cinco se encontravam ilesos. O chalé de Ares todo foi para cima de Ryler, questionando-o sobre o que havia acontecido, e uns o ofendiam e esbravejavam. Ele me lançou um olhar significativo, como se dissesse ‘Olhe o que eu fiz por você, garota’ e deu as costas para seus irmãos, andando a passos duros de volta ao acampamento.
Os meus olhos se encontraram com os de Quíron. Ele pareceu entender o que havia acontecido, pois pude ver isso no brilho de suas íris. Eu não comemorava com o resto do time; sentia-me culpada, mesmo que Ryler tenha tomado tal decisão por vontade própria. Mas além de culpa, sentia algo bom. Sentia-me feliz por Ryler Langdon ter me dado alguma importância.




Nada melhor do que comer um belíssimo prato de macarrão na janta, depois de uma captura a bandeira. Meus irmãos comiam como ogros e não trocávamos nenhuma palavra, porque o único barulho na nossa mesa era o de talheres batendo e alguns arrotos. Eu estava faminta, mas não conseguia parar de pensar no Ryler. Digo, no que ele tinha feito por mim. Essa atitude me pegou tão desprevenida que me senti uma panaca, e seria egoísta da minha parte não admirar esse feito. Afinal, não é todo dia que um filho de Ares, deus da guerra e obcecado por vitória, perde de propósito e dá a vitória de graça para o adversário. Também não podia dizer que não estava pensando demais nele. Na verdade, eu ainda não sabia bem o motivo. Mas eu sabia que ele estava mexendo comigo, e isso não era legal.
– Não vai comer? – Johnny perguntou.
Eu estava completamente desligada, porque Will precisou me cutucar.
– Hãm...O que?
Johnny bufou.
– Eu perguntei se você não vai comer. O jantar já está acabando e você não comeu nem metade do seu macarrão.
Olhei para o meu prato e percebi que de fato não tinha comido quase nada.
– O que você tem? – Austin falou, com a boca cheia. – Cansada? Sem fome? Chateada? Brava? Com sono? Pode falar, Pattie. Desabafe com seus irmãos.
– Só um pouco cansada, não é nada demais.
Eles assentiram e voltaram a comer.
– Obrigada pela ambrosia, Will. Estou bem melhor. – falei, mudando de assunto.
– De nada.
– Afinal, você é o que aqui no acampamento?
– Ele é o Dr. Solace – Matt caçoou.
Will fuzilou-o com o olhar.
– Eu já disse que não sou doutor. – Will rosnou. – Eu sou o curandeiro do acampamento, só isso.
– Tá, tanto faz. Qual a diferença? Você está fazendo faculdade de medicina, de qualquer jeito. Em breve, você vai ser um doutor – Carlos concluiu.
Will resmungou alguma coisa e voltou a comer.
O meu macarrão já não estava tão apetitoso e a fome se esvaíra. Então esperei meus irmãos terminarem a segunda rodada da janta, para enfim irmos para a fogueira.
– Campistas! Que noite agradável, não? – Quíron chamou a atenção de todos. Ele estava com uma camiseta escrita “Centaurolândia. Convenção de 2005”. Cara, onde esse homem-cavalo arrumava essas camisetas?
Alguns campistas murmuraram em resposta e ele continuou:
– A Captura da Bandeira mais cedo foi espetacular. Todos se saíram muito bem, embora tenham cometido alguns erros de estratégia. Quero parabenizar ambas as equipes pelo o trabalho feito, e um parabéns especial para a equipe vencedora.
Quíron bateu palmas para minha equipe e os outros chalés o acompanharam.
– Acredito que o dia de hoje tenha sido relaxante e divertido para vocês, como foi para mim. – continuou. – Infelizmente, isso não acontecerá tão cedo de novo. Amanhã vocês já voltarão as suas rotinas e horários normais de atividades.
Quando ele disse isso, todos soltaram resmungos cansados e muxoxos desanimados, inclusive eu.
– Chalé de Deméter, amanhã vocês tem um trabalho a fazer: as rosas do jardim já estão prontas para serem colhidas. Chalé de Hermes, pela centésima vez peço para que parem de pregar peças no Chalé de Afrodite, senão serei forçado a tomar uma atitude drástica. Chalé de Ares, tenho recebido reclamações dos outros conselheiros em relação à limpeza, então, por favor, façam algo. Chalé de Hefesto, vocês estão passando muito tempo nas forjas e esquecendo-se de comparecer às atividades de combate. Trabalhem menos e se lutem mais. Chalé de Apolo, recomendo que evitem fazer tanta sujeira na mesa nos horários das refeições, as harpias da limpeza estão começando ficar bravas. Chalé de Hipnos, dormir em excesso é prejudicial a saúde. Percy, amanhã quero que você limpe os estábulos dos pégasos junto com o Chalé de Íris.
Depois de passar toda essa lista de afazeres e broncas, Quíron sorriu e pediu para que eu e meus irmãos tocássemos. Johnny começou cantando “Losing My Religion” do R.E.M, e até mesmo Quíron estava acompanhado a letra da música. Já eu escolhi uma versão acústica de “Pumped Up Kicks”, do Foster The People, e uma boa parte das pessoas gostaram da minha performance.
– Amanhã todos têm um dia cheio, então já para cama! – Quíron anunciou, assim que finalizei a música. – Boa noite, jovens heróis. Tenham uma boa noite de sono.
O Chalé de Hipnos foi o primeiro a sair. Bastava dizer as palavras ‘dormir’ ou ‘sono’ e eles já caiam onde estavam e começavam a dormir. Aos poucos, a fogueira foi esvaziando e todos se dirigiam a seus respectivos chalés. Piper e Leo desejaram-me boa noite e foram dormir. Bem, eu também pretendia fazer o mesmo, até alguém pigarrear atrás de mim.
– Por que você não me chama? Ou simplesmente me cutuca? Não é mais fácil? – perguntei.
Ryler rolou os olhos e cruzou os braços.
– Não enche. – reclamou. Ele não usava a armadura, e vestia a camisa laranja do acampamento junto com uma bermuda e chinelos. Parecia até um garoto normal, bonito e californiano. Já disse que ele é bronzeado?
– O que você quer comigo? Eu estou cansada e com sono. – resmunguei.
– Calma, eu só queria te fazer um convite.
Levantei uma sobrancelha e fiquei na mesma posição que ele. De repente, me interessei.
– Um convite? – indaguei, desconfiada.
– Exato. Mais cedo, percebi que você até que é boa com a espada, mesmo sendo filha de um arqueiro, e eu decidi te propor uma coisa.
– E o que seria essa coisa?
– Aulas particulares de luta greco-romana, esgrima e de força. – ele falou, simples assim.
Eu dei risada. Na verdade, eu gargalhei alto.
– Por que você está rindo, Veloso? Eu disse algo engraçado? – Ryler falou entre dentes, tentando manter-se calmo.
– Sabe, Ryler, é uma proposta tentadora. Mas a questão é: você vai ter paciência para me ensinar?
– É claro que vou. – ele retrucou, ofendido. – Eu tenho paciência para ensinar as filhas de Afrodite, então por que não teria com você?
Eu não esperava essa resposta e percebi que ele falava sério. Então, parei de rir.
– Por que você está me oferecendo essa oportunidade, assim, desse jeito?
– De que jeito?
– Tão de repente e...espontâneo. – respondi, sem esboçar uma expressão clara.
– Como eu já disse, - Ryler prosseguiu. – você não é ruim com a espada, só precisa de prática e aprender os movimentos corretos. Eu acredito que aulas extras diárias irão lhe ajudar, você só precisa da pessoa certa para te ensinar.
– E essa pessoa, no caso, seria você. – conclui.
– Obviamente.
Fiquei em silêncio por alguns minutos, pensando na proposta. Aulas particulares com o Ryler? Eu sequer o conheço!
– Eu sou o melhor com a espada aqui no Acampamento, você sabia? – Ryler comentou. - Então, se você quer ser uma boa esgrimista, suponho que você deve treinar com o melhor.
Esse era um bom argumento. Se eu quisesse ser uma boa lutadora, eu tinha que praticar mais e com alguém realmente bom. Queria tanto mostrar para todos que os filhos de Apolo também podem usar espadas, que acabei tomando uma decisão insana.
– Eu aceito. – concordei, decidida.
Ryler levantou uma das sobrancelhas e deu um sorriso.
– Eu sabia. – falou, convencido. – Você não iria recusar uma oportunidade dessas, não é? Afinal, você quer mostrar para todos que os filhos de Apolo têm capacidade para lutar com espadas, e não só com o arco e flecha.
– Os filhos de Apolo tem capacidade para lutar com espadas. E eu vou provar.
– Tudo bem, então. – ele debochou. – Nós vamos praticar todo dia, sempre no horário livre. Nos vemos amanhã.
Não pude protestar, porque Ryler passou rápido por mim e foi para o Chalé 5. Deuses, o que me ocorreu para aceitar o convite? Eu acabara de perder o único horário vago que tinha para descansar e relaxar. E os meus irmãos? O que ele eles iriam pensar quando soubessem que eu estava praticando esgrima? Será que iriam ficar bravos? Tantas dúvidas passavam-se pela minha cabeça por conta dessa decisão... Mas uma em especial me atormentava mais: Por que Ryler estava sendo tão legal comigo? Pelo o que escutei, ele é arrogante e estúpido com todos, quase não conversa com os outros campistas e não é nem um pouco querido no acampamento. Meus irmãos também me disseram que os filhos de Ares não gostam dos filhos de Apolo, pois nos acham covardes por não participarmos de fato de uma batalha. Tudo isso porque usamos o arco e flecha, que é uma arma de longo alcance. E também porque nossos pais... Digamos que não se dão tão bem. Então, por que ele estava tentando se aproximar de mim e agindo tão... normal comigo? Será que toda essa mudança aconteceu devido ao episódio em que eu salvei a vida dele?
Essas perguntas tiraram parte do meu sono. A outra parte foi tirada pelos roncos de meus irmãos.




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eeeee... Esperamos que tenham gostado! E esperamos que comecem a odiar menos o Ryler HAHAHAH ou não né! Inté a próxima! Beijos ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Filha Do Sol" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.