A Filha Do Sol escrita por Let B Aguiar, Taty B


Capítulo 10
Recebo mais um convite inesperado


Notas iniciais do capítulo

E aí, gente bonita! O capítulo de hoje tá super legal, modéstia parte hehe. Leiam, aproveitem e comentem! :D xx



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Meu dia estava bom. Mas ficou mil vezes melhor quando Ryler veio falar comigo. Acredite em mim... Eu esperava qualquer coisa, menos o que ele fez.
As atividades do dia foram mais ou menos assim: praticar arco e flecha, treinar, treinar e treinar luta. Espera, eu já tinha dito treinar? Não sei como o dia estava sendo tão produtivo quando no dia anterior eu discuti com meus irmãos. E o motivo pelo qual nós brigamos foi tão estúpido quanto a existência de baratas. Porém, graças aos Deuses, meus irmãos voltaram conversar comigo mais rápido do que o esperado. Se eu te contar o motivo da briga você vai acreditar? Não, acho que não. Ou sim.
– Vocês estão com ciúmes? – perguntei, horrorizada. Meus irmãos sentavam de frente para mim com braços cruzados e caras emburradas. O jantar no meu estômago revirava por conta da minha raiva. E apesar de ainda não terem demonstrado, eles borbulhavam de ciúmes.
– Pattie, você tem noção no que se meteu? – Matt perguntou, alterado. Ele estava vermelho de tão nervoso e era provavelmente o mais irritado (e chato) de todos.
– Qual é o problema de vocês? As minhas aulas com o Ryler são completamente educativas. Ele está me ensinando a lutar. Vocês deveriam ficar felizes de eu estar me interessando em aprender alguma outra coisa além de arco e flecha.
– É, eu vi como a aula de vocês é “completamente educativa”. – Austin ironizou, revirando os olhos.
– Esse é o ponto, Pattie: ele estar te ensinando a lutar com espada. – Will falou. Ele aparentava estar calmo, mas era claro que se segurava para não explodir. - Nós somos filhos de um arqueiro, não podemos simplesmente começar a lutar com uma espada. Isso é quase uma ofensa ao nosso pai.
– E você ainda está aprendendo com o Ryler, que é um filho de Ares. ­­Ares! – Matt explodiu, berrando como uma gralha. – Você colocou no fogo a nossa rixa com o chalé de Ares. Quando nosso pai souber disso, ele vai ficar furioso.
– Pattie, você precisa parar com essas aulas. – Johnny foi direto.
Essa foi a gota d’água para mim, e não consegui mais me segurar.
– Eu não vou parar de fazer uma coisa que eu gosto por causa de vocês. – gritei, irritada. – Dane-se a droga da rixa com o chalé de Ares. Vocês estão completamente errados sobre o Ryler. Ele é um excelente professor e muito legal também, e eu não vou voltar atrás só porque vocês estão com ciúmes de algo que não está acontecendo.
– Não foi o que pareceu quando ele tirou aquela folha do seu cabelo!
– Eu e Ryler não temos nada! – berrei. – Não percebem que estão sendo tão estúpidos e ignorantes como um monstro? Parem de fazer todo esse drama por causa de aulas. Eu não ligo de estar fazendo algo que não é típico dos filhos de Apolo, e vocês também não deveriam. Afinal, estamos aqui para aprender a lutar com qualquer arma, certo? Ryler foi muito legal em oferecer aulas e eu não vou desistir porque vocês querem que eu pare. Pelos deuses! Chega de todo esse ciúme ridículo e todo esse drama. Não importa o que vocês disserem, eu não vou parar de treinar.
Eles ficaram em silêncio e me olharam contrariados.
– Continue fazendo, então. – Matt gritou. – Continue tendo aulas com um filho de Ares que já bateu no seu irmão, e destrua mais ainda a reputação de nosso chalé. Envergonhe mais os seus irmãos e ao nosso pai, Patricia.
Dizendo isso, Matt saiu como um búfalo e foi para a sua cama. Meus irmãos me encararam, apreensivos. As palavras de Matt mexeram comigo e me deixaram um pouco chateada. Será que eu realmente estava fazendo algo tão errado? Estava envergonhando o meu pai e os meus irmãos? Por um momento, pensei em desistir. A rixa que nosso chalé tinha com o de Ares era algo sério. Sentia como se estivesse cometendo algum crime tendo aulas com Ryler. Justo com ele, que já bateu no Will. Deuses, onde eu estava com a cabeça quando disse ‘sim’? Eu não pensei nas consequências, fui egoísta. O sentimento de culpa por ter discutido com meus irmãos começou a crescer em meu peito.
– Matt está de cabeça quente – Will tentou amenizar a situação, com a voz calma. – Ele não queria dizer aquilo.
– Mas ele disse. E ele está certo.
– Ele não está. Na verdade, nós não estamos certos. – Leroy desculpou-se. – Você tem o direito de fazer o que quer, com quem quer. Como somos seus irmãos, nos achamos no direito de lhe dizer o que fazer. Nos desculpe, Pattie. Essa não foi nossa intenção.
Os outros assentiram e Austin pronunciou-se.
– Nosso ciúme foi estúpido, e você está certa em fazer o que gosta. Nós não devíamos ter dado opinião, afinal, a vida é sua. Desculpe.
Percebi que eles estavam realmente arrependidos, e logo decidi me desculpar também.
– Eu não deveria ter gritado, vocês só queriam meu bem. Mas eu sei o que é bom para mim. Mesmo assim, me desculpem por ter ficado tão nervosa.
Eles concordaram e vieram me abraçar. Finalmente, tudo estava bem de novo.
– Você vai continuar com as aulas, não vai? – Johnny perguntou, desconfiado.
Dei um sorriso danado.
– Mas é claro que vou.
Meus irmãos riram e, então fomos dormir.
Sei o que você vai dizer: “Nossa, Pattie! Seus irmãos são tão legais.”, e eu concordo. Quando eu já estava deitada, Matt veio desculpar-se. E apesar de eu ter quase certeza que meus irmãos o mandaram ir até lá, eu o perdoei e vice-versa.
Voltando para a manhã em questão... No final da tarde, caminhava pelo acampamento com Leo. Piper tinha acabado de ir embora para tomar um banho, e eu também estava desesperada por um. Nós estávamos caminhando perto da Praia dos Fogos, e o dia estava muito quente. Xinguei meu pai mentalmente por deixar o clima tão sufocante e fazer o sol brilhar tão forte enquanto conversava com meu amigo. Eu lhe contei sobre a minha discussão com meus irmãos, e ele também fez uma cara de desaprovação quando mencionei o nome de Ryler. Qual era o problema desses meninos?
– Eu já disse que não gosto desse cara, Pattie. – Leo falou, com as mãos nos bolsos, olhando para o horizonte. – Ele é exatamente o tipo de pessoa que eu não gosto: arrogante, prepotente, sarado e bonito.
Quando ele disse ‘bonito e sarado’ eu acabei rindo.
– Impressão minha ou isso é inveja, Valdez?
– Inveja...puff. Até parece. Ele não é digno de ter a inveja do Sr. Leo Valdez.
Ficamos em silêncio por alguns minutos, até Leo começar a falar. Digo, gaguejar.
– Hum...Pattie, você sabe que dia é hoje, certo?
– Sei. É 4 de Julho, dia da Independência dos Estados Unidos.
Leo olhou para mim e riu.
– Olha, não é que ela sabe mesmo? Impressionante.
Eu dei um soco de leve em seu braço e ele prosseguiu. De repente, ele adquiriu uma postura tensa.
– Sabe... no Acampamento, todo 4 de Julho é comemorado com fogos, aqui mesmo na praia. –começou a desembuchar, como quem não queria nada.
Fiz menção para que continuasse, e ele pigarreou.
– Esse é o único dia em que nós temos a oportunidade de chamar alguém para um “encontro”. – continuou. Eu não entendia muito bem o porquê de estar dizendo tudo isso, mas o deixei continuar.
– Então, eu...hum... – Leo pegou algumas engrenagens no bolso e começou a construir algo. – Eu queria...hãm...você sabe... é que eu queria saber se, hum...você gostaria de...hum...
Ele estava tão nervoso que devia até ter começado a suar. Leo gaguejava tanto que a única coisa que entendi foi os “hãms” e “hums”. Parecia que ia vomitar um pégaso.
Quando Leo suspirou fundo e pigarreou para terminar de falar, alguém o interrompeu. Ele e a pessoa falaram ao mesmo tempo e não entendi nada.
– Você quer ver os fogos comigo?
– Pattie! – ouvi alguém exclamar atrás de mim, e acabei não escutando o que Leo disse.
Virei-me e vi Ryler correndo em minha direção. Por um milagre dos deuses, ele estava sem a armadura. Só vestia a camiseta do Acampamento e uma bermuda.
Leo parou ao meu lado, bufando, e assim que Ryler o viu, diminuiu a velocidade e o cumprimentou com um aceno de cabeça.
– Olá.
– Oi. – respondi.
– Espero não ter interrompido nada. – Ryler usou um tom provocador.
– Imagina, não interrompeu nada. – Leo resmungou.
Ryler pareceu não escutar o que Leo disse, porque continuou.
– Hoje é 4 de Julho, Pattie. E essa noite vamos ter uma queima de fogos aqui na praia para comemorar a independência. Essa é a oportunidade perfeita para convidar alguém para ter como companhia. – Ryler disse, um pouco sem jeito com as palavras, porém, confiante. – E eu queria saber se você... se você aceita me acompanhar na queima de fogos?
Quando ele fez essa pergunta, meu estômago deu cambalhotas de felicidade. Eu me arrepiei desde a unha do pé ao último fio de cabelo e abri um sorriso que ia de ponta a ponta no meu rosto. Ser convidada pela primeira vez para “sair” com o menino que você supostamente gosta é maravilhoso. Sério.
– É claro que sim. – respondi, envergonhada e rindo como uma idiota. – Que horas nos encontraremos?
– Me encontre na frente do seu chalé, depois do torneio de vôlei. – Ryler finalizou, sorrindo. – Nos vemos a noite, então.
– Nos vemos.
Devo ter soado abobada, porque Ryler riu e se despediu de mim e de Leo com outro aceno de cabeça, e voltou correndo na direção do refeitório. Enquanto o observava ir embora, comecei a rir como uma hiena, e só lembrei-me da presença de Leo quando ele chutou uma pedra e acabou fazendo barulho.
– Oh. Meus. Deuses. – exclamei, atônita. – Eu não acredito nisso! Preciso contar para Piper o que aconteceu.
Leo continuou com a cabeça baixa e concluí que não deveria ter dito nada.
– Me desculpe. – falei arrependida, devido a minha indelicadeza. – O que você estava falando mesmo?
– Nada...hum, importante. – ele pareceu chateado.
– Tem certeza?
– Sim. Na verdade, eu só queria te dizer que... os fogos de hoje a noite, a maioria foi eu quem fez. – Leo disse.
O clima ficou pesado, porque nenhum de nós dois disse mais nada. E Leo voltou a mexer em alguns parafusos.
– Leo – chamei. – Você está assim por causa do convite de Ryler?
– Não, é claro que não. – Leo tentou soar convincente, mas acabou soando muito falso. E ressentido.
Ele pigarreou e guardou os parafusos no bolso da calça detonada.
– Eu vou indo, Pattie. Tenho que trazer os fogos para cá e tomar um banho. – falou, um pouco rápido.
Assenti e dei um tchauzinho com a mão.
– Como, provavelmente, eu não vou te ver a noite, já que você vai estar muito ocupada com o Ryler – Leo se voltou para mim novamente, parando a alguns passos de distância. – Feliz 4 de Julho. Até amanhã.
Então ele se foi, sem ao menos me deixar responder. O sol baixava e a temperatura começava ficar agradável. Eu fiquei parada ali por um tempo, tentando entender o que se passava na cabeça de Leo. Na verdade, eu só queria saber por que ele tinha tanta raiva do Ryler. E também o que ele havia me dito que eu não escutei.
Parei de me incomodar com essas perguntas e fui contar para Piper sobre o convite de Ryler. No começo, ela ficou chocada e feliz por mim, mas quando eu descrevi a reação de Leo, assumiu uma postura receosa.
– Pipes, você sabe por que o Leo ficou desse jeito? – perguntei. – Antes ele estava tão normal e de repente, depois de Ryler aparecer, ele ficou...estranho.
Piper hesitou.
– Ah, eu não sei, Pattie. Talvez ele tenha ficado chateado porque queria te contar algo importante e Ryler arruinou tudo.
Olhei desconfiada para ela. Piper parecia tão certa do que dizia... tive a impressão de que sabia o verdadeiro motivo pelo qual Leo ficou chateado.
– Você deve tomar um bom banho se quiser que Ryler te beije. – Piper falou, sufocando um riso.
Eu estava um pouco suja e suada, então me despedi dela e parti envergonhada em direção ao meu chalé para tomar um banho maravilhoso, além de tentar esconder dos meus irmãos que eu iria ver os fogos com um filho de Ares.


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Notas finais do capítulo

É isso! Gostaram? Odiaram? Querem matar as autoras? Não importa! Só comentem, ok? Críticas construtivas e demonstrações de amor são super bem vindas ;) Até o próximo capítulo emocionante ♥



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