Segredo! escrita por Pupils Nómada
–Demoras-te um pouco, Leigh! – diz Rosalya, abraçando-o.
–Não sabia onde o tinha posto.
–Posto o quê, primo Leigh? – perguntei.
–A tua prenda de boas vindas.
Ele estendeu-me um embrulho. Peguei nele e abri-o. Era um vestido azul escuro com rendas brancas e uma flor.
–Que lindo! Obrigada primo!
–De nada.
Levantei-me para levar o vestido para o quarto. Ia a subir os primeiros degraus quando Leigh me chama.
–Pupils?
–Sim? – respondi, parando e olhando por cima do ombro.
–Tas a cometer um crime da moda ao utilizares calções com essa camisola e essas meias.
–Então que devo vestir aqui primo?
–Eu vou contigo.
Ele subiu comigo e esteve a minha roupa e acabou por escolher uma saia branca. Como as meias tinham uma fita com lacinho em cada uma, Leigh pegou em mechas do meu cabelo e prendeu-as com fitas brancas, fazendo lacinho.
–E tens as mãos muito vazias… Que acessórios tens?
Dei-lhe a minha caixinha de jóias e ele teve a ver o que ficava melhor com a roupa. Acabou por tirar o pequeno cristal e pôs uma gargantilha num tom de branco que cruzava as pontas mesmo à frente e uma fita no pulso.
Ele tinha achado umas sabrinas brancas com um pequeno lacinho dentro de uma caixa e fez-mas calçar.
–Perfeito! – diz ele, vendo-me no fim.
–Concordo! Obrigada primo! – digo eu, vendo-me ao espelho.
“Estou tão fofa…!”
Ele sorri.
–De nada!
Descemos. Rosalya vinha aos saltos ter comigo para me abraçar, mas Leigh segurou-a com os braços.
–Não vás estragar a minha obra prima.
Eu fixava Lysandre, que me fixava de olhos arregalados. Sorri-lhe e ele corou um pouco.
–E o que querem almoçar? – perguntou Leigh.
Toquei-lhe no braço.
-Posso ser eu hoje a fazer o almoço? – perguntei-lhe.
–Hoje não, Pupils. Não quero que estragues a obra prima.
–Está bem… então apoio pizza!
–Também eu! – apoia Rosalya.
–Pode ser pizza também. – diz Lysandre.
–Então será pizza! – decidiu Leigh.
Enquanto as pizzas se faziam, Rosalya ia falando sobre a escola para mim. Lysandre e Leigh falavam de várias coisas, principalmente de uma banda. Fomos então almoçar, e quase no fim Lysandre recebe uma chamada.
–É Castiel. Devo atender.
Ele levantou-se da mesa e foi até à entrada da cozinha. Pouco depois voltou para a mesa.
–O que ele queria? – pergunta Leigh.
–Ensaio daqui a meia hora.
–Tens uma banda? – perguntei.
–Sou o vocalista.
–Ainda lembro-me quando cantavas em pequeno! – ri-me ao recordar. – Que bom que tens uma banda agora!
Ele riu-se também.
Acabámos de comer e Lysandre foi buscar o casaco, enquanto Leigh procurava as chaves.
–Até logo primo Lysandre! – disse, dando-lhe um beijo na bochecha.
Ele sorriu e saiu.
–E eu não recebo um beijo? – pergunta Leigh.
–Tu já voltas! – respondi-lhe, mas dei-lhe também um beijo na bochecha e saiu.
–Nunca vi ninguém assim tão inocente! – comenta Rosalya.
–Que eu me lembre sempre fui assim… mas acho que não é comum com 16 anos, não é?
–É. Mas não tem mal!
–Meus pais têm-me mimado muito desde que fomos para a cidade. Nos primeiros tempos em que estive lá, eu não falava e isso fê-los mimarem-me demasiado. Eles ficaram desesperados por eu de repente não dizer uma única palavra.
–Devias-te sentir revoltada por teres ido para lá.
–Não sei bem… só sei que não tinha vontade de falar e pouco tempo depois, quando tentei, já não conseguia.
–Deve ter sido horrível…
–Mas já passou! Agora estou de novo com eles! – disse, sorrindo.
Eu e Rosalya lavámos a loiça e fomos ver um filme que estava a dar na televisão. Leigh chegou pouco tempo depois e ficou connosco a ver o filme. Quando terminou, começou mais outro filme e depois ainda outro. Já era quase pôr-do-sol quando Rosalya se levanta e me convida a dar uma volta. Eu concordei logo sem hesitar.
–Leigh, também vens? – perguntou ela.
–Talvez numa próxima. Divirtam-se!
–Vamos apenas até ao parque próximo daqui. E vamo-nos divertir imenso! – disse ela.
Eles beijaram-se e saímos logo.
–O parque fica a caminho da escola e tudo! – informa ela.
–Que bom!
–E aposto que vais gostar de lá ir… Chegámos!
Era um jardim enorme com um pequeno lago numa ponta, uma fonte no meio, bancos, flores e arvores por toda a parte, um pequeno labirinto ao fundo e…
–Baloiços! – exclamo ao avistar os balancés.
Eu e Rosalya fomos até lá praticamente aos pulinhos mas ao chegarmos lá apenas nos sentámos e nem a dois metros os balancés se levantaram.
–Isto me faz lembrar um balancé que o pai do primo Lysandre e do primo Leigh me fez… normalmente era Lysandre que me empurrava. Leigh ficar sentado a desenhar-nos.
–Tu davas-te melhor com Lysandre, não era?
–Sim! Eu ouvia-o a cantar muitas vezes músicas que inventava na hora… mas agora a voz dele mudou… e eu ainda não a ouvi! – lamentei-me.
–Ahahah! Tu hás-de ouvi-la! Eles darão outro show daqui a alguns dias!
–Show? – perguntei, arregalando os olhos.
–Sim! Eles têm feito shows nos últimos tempos.
–Então eles já têm fãs!
Ela começa-se a rir.
–Sim! E há por aí das loucas!
–E clubes de fãs?
–Claro!
Fiquei sem acreditar. Ela começou a rir-se da minha expressão.
Já era pôr-do-sol. Uma borboleta branca passa mesmo à minha frente, voando. Eu levanto o braço, tentando tocar-lhe com o dedo, para que ela poisa-se. Ela afasta-se começa a voar para fora do jardim e eu fico ali, observando-a.
–Rosalya, achas-me criança demais?
–Só na inocência. – admite ela.
–E isso é mau?
–Depende… um pouco.
–E isso afectar-me-á na escola?
–Um pouco.
–Mas eu acho que sou mais assim quando me sinto muito à vontade… quando me sinto em casa e protegida.
–Então de certeza que na escola serás um pouco diferente.
–Espero que sim.
–Já está a ficar tarde. Vamos para casa? – pergunta ela.
–Sim, vamos!
Ela me agarrou pela mão e me levou para fora do jardim, calmamente. A borboleta branca de ainda à bocadinho poisou na sua cabeça e eu tirei-a, ambas a rirmo-nos, deixando-a subir para o meu dedo. Ia para poisá-la numa flor mas ela levantou voo novamente. Voltei a dar a mão a Rosalya quando alguém me chama.
–Pupils?
Eu e Rosalya olhámos por cima do ombro para ver quem era… mas claro que eu reconhecera a voz. Era Lysandre.
–Primo Lysandre!
Eu larguei Rosalya e aos pulinhos fui ter com Lysandre e abracei-o. Ele me abraçou também e depois olhei para o rapaz que o acompanhava. Era quase tão alto como Lysandre, de cabelo pintado de vermelho e um estilo roqueiro. Ele me olhava de uma maneira que me desagradava, mas também parecia meio admirado.
–Lysandre, pensei que tinhas dito que a tua prima era da tua idade. – falou ele.
–Olá Lysandre! Olá Castiel! – cumprimentou Rosalya.
–Olá Castiel… - disse eu timidamente mas já não parecendo tão criança. Era o mesmo tom que eu falava para todos em França. O meu tom sério e quase “normal”.
–Olá.
–Castiel, lembra-te que ela é minha prima, por isso não terei muita paciência para isso. – defendeu-me Lysandre, olhando-o com um olhar sério.
–Está bem então. – disse Castiel.
Eu soltei Lysandre e logo de seguida ele olha para mim docemente.
–Não te preocupes com ele. Ele sempre é assim. – explicou-me.
–Está bem. Mas não tem mal.
Lysandre olhou-me por momentos, analisando-me, e depois voltou a olhar para ele. Eu realmente já estava habituada com comportamentos parecidos com os de Castiel para comigo.
–Então, Castiel, esta é a Pupils, minha prima e Pupils, ele é o Castiel, meu melhor amigo.
–Prazer Castiel! – e sorri.
–Prazer. Vamos continuar? Quero chegar a casa. Estou com fome.
A meio do caminho, Castiel corta por uma rua em direção a sua casa. Rosalya ia falando sobre várias coisas que lhe vinham. Ao chegarmos a casa, pouco depois Leigh saiu com ela para ir levá-la a casa.
–Tchau Lysandre! Até amanhã Pupils! – despediu-se ela.
–Tchau Rosalya! – disse eu.
–Até amanhã. – disse Lysandre.
Rosalya fechou a porta e segundos depois ouviu-se o motor do carro de Leigh.
–Enfim sós… - diz ele, envolvendo-me com os braços, agarrando-me de trás.
Inclinei a cabeça para trás para poder olhá-lo nos olhos, acabando por ficar mais próxima dele.
– Gostava de saber como é a tua voz agora… - admiti.
Ele sorriu de leve e continuou-me a olhar docemente.
–Ah! Não aguento mais! – disse ele, fazendo-me rodar nos seus braços, como numa dança.
Eu sorri, já sabendo ao que ele se referia. Rodeei o seu pescoço ao ficar de frente para ele e beijámo-nos. Desde manhã que já não estávamos assim tão próximos, o que fez-me o querer ainda mais próximo de mim.
Quando afastámo-nos para respirar, eu e ele sorriamos como dois sóis. Eu já brincava com o seu cabelo com os dedos, enrolando-o ou passando apenas as suas madeixas macias nos meus dedos.
–Pena não podermos estar muito tempo assim… - suspirei.
–Pois… Leigh também não demora muito a vir…
–Então temos que aproveitar! – disse eu.
Ele apenas me sorri e de repente ele me pega au colo sem eu mal me aperceber e me leva até ao sofá grande, sentando-se e sentando-me no seu colo.
–Leigh fez um óptimo trabalho contigo. Pareces uma boneca.
–Obrigad…
Mas logo ele me calou com um beijo. Eu apenas me mantinha quieta no seu colo, sentindo o seu beijo e o meu coração a bater fortemente, com um enorme balão enchido no meu peito que me fazia doer de uma forma agradável.
Poisei as minhas mãos na sua cara e ele afastou-se uns centímetros, olhando-me por momentos e logo de seguida agarrou-me suavemente as minhas mãos e puxou-me apenas uma mão, acabando por encostar a sua face à minha. Inclinei a minha cara para o lado oposto sentindo seus lábios pelo meu pescoço, fazendo-me arrepiar.
Deixei cair a minha outra mão da sua face, mas ainda mantínhamos as mãos dadas. Eu afastei-me um pouco para encontrar novamente seus lábios e me entreguei completamente.
Ouviu-se umas chaves do lado de fora e Lysandre fez-me cair para trás, para cima do sofá e pôs-se em cima de mim, para que eu não escapa-se, e começou-me a fazer cócegas… meu pouco fraco que ele sempre aproveitara em todas as hipóteses.
–Pára Lysandre! – dizia eu em meio das nossas gargalhadas e tentando-me escapar daquilo.
–Já na brincadeira? – diz Leigh, ao ver-nos ali os dois.
Lysandre parara para me deixar respirar e sorria-me.
–Não iria resistir por muito tempo… - responde Lysandre.
–Está bom! – e dá uma pequena gargalhada - Vou fazer o jantar. – diz, indo para a cozinha.
Eu sorrio para Lysandre e ele pisca-me o olho, dando-me um último beijo, antes de se sentar e ajudar-me a sentar também.
Ficámos a ver tv. Pouco depois Leigh foi-nos chamar para pôr-mos a mesa e jantar-mos.
–Estão matando saudades destes anos todos? – perguntou Leigh ao jantar.
–Sim! – dissemos ao mesmo tempo eu e Lysandre.
Eu olhei para ele e ele sorria-me, com um brilho nos olhos. De repente um pé bate no meu e Lysandre volta-me a piscar o olho.
–Ainda bem que estão ambos felizes com isto.
Acabámos de jantar e fizemos como no dia anterior. Lá em cima, Leigh despediu-se e foi para o seu quarto.
–Tchau… - disse Lysandre.
–Tchau… - disse, indo para o meu quarto.
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A continuação logo virá... ownt!! até estou ansiosa por acabá-lo!! *o* ~~ ♥