Mar De Monstros - Brittana escrita por Ju Peixe


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Capítulo duplo porque eu sou legal. Boa noite!



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- Eu peguei Ninguém! - exultou Polifermo.

Voei para a entrada da caverna e vi o ciclope com um sorriso perverso segurando ar vazio no alto. O monstro sacudiu o punho e um boné de beisebol esvoaçou para o chão. Lá estava Santana, pendurada pelas pernas, de cabeça para baixo.

- Ah! - disse o ciclope. - Menina invisível detestável! Já tenho a mal-humorada para esposa. Isso quer dizer que você vai ser grelhada com chutney de manga!

San se debateu, mas parecia atordoada. Tinha um corte feio na testa. Seus olhos estavam vidrados.

- Vou pegá-lo - sussurrei para Kurt. - Nosso navio está na parte de trás da ilha. Você e Finn...

- Claro que não - disseram eles ao mesmo tempo. Kurt havia se armado com uma lança de chifre de carneiro, verdadeira peça de colecionador da caverna do ciclope. Realmente era difícil de acreditar que ele era ótimo em um campo de batalha. Finn encontrara um fêmur de carneiro, o que não o deixou muito satisfeito, mas o segurava como um porrete, pronto para atacar.

- Vamos pegá-lo juntos - rosnou Kurt.

- Sim - disse Finn.

- Tudo bem - disse eu. - Plano de ataque Macedônia.

Eles assentiram. Tínhamos passado pelos mesmos cursos de treinamento no Acampamento Meio-Sangue. Eles sabiam do que eu estava falando. Iriam dar a volta e se aproximar, um de cada lado, atacando o ciclope pelos flancos enquanto eu atraía sua atenção na frente. Provavelmente, isso significava que iríamos todos morrer, e não apenas eu, mas fiquei grato pela ajuda. Ergui minha espada e gritei:

- Ei, feioso!

O gigante se virou para mim.

- Mais uma? Quem é você?

- Fui eu quem te insultei! Ponha minha namorada no chão agora!

- Você é Ninguém?

- Certo, seu monte de merda! – gritei de volta e desviei meu olhar rapidamente para o rosto de Santana, que estava branco como papel. – Agora a solte e venha me pegar!

O monstro urrou e deixou Santana cair no chão. Meu coração parou no meu peito no instante em que vi a latina caindo de cabeça em um monte de rochas. Ela não se mexeu, o que me fez agoniar ainda mais. Mas tive que correr no instante em que o ciclope veio em minha direção, apontando seus punhos gigantes para mim.

Kurt e Finn apareceram dos lados do monstro, atacando-o. Finn atirou seu porrete na testa do monstro, que ricocheteou sem efeito. Kurt atirou a lança no chão, bem na hora em que o ciclope pousava seu pé gigante em cima dela.

O monstro urrou de dor e arrancou a lança como se fosse uma farpa. Avancei para cima dele com Contracorrente e desferi um golpe em sua perna. Esperei ver o ciclope desintegrar-se, mas nada aconteceu. Ele era forte demais.

- Pegue Santana! – Berrei para Finn, que correu em direção a latina.

Tinha que admitir: Kurt era brilhante. Por trás de seu jeito afeminado, ele escondia um grande gênio no quesito de batalhas. Ele era rápido e esperto, se esquivava dos golpes de Polifermo com extrema facilidade.

Finn pegou Santana no colo e começou a carrega-la em direção a ponte de corda. Essa não teria sido minha primeira escolha, considerando os carneiros comedores de gente do outro lado, mas, naquele momento, parecia melhor do que o lado do precipício onde estávamos, e isso me deu uma ideia.

- Recue! - disse para Kurt.

Ele rolou enquanto o punho do ciclope esmagava a oliveira ao lado dele. Corremos para a ponte, Polifermo logo atrás de nós. Ele estava todo cortado e mancava por causa dos muitos ferimentos, mas tudo o que tínhamos feito foi deixá-lo mais lento e enfurecido.

- Vou moê-los para fazer comida de carneiro! - prometeu. - Mil maldições sobre Ninguém!

- Mais depressa! - disse eu para Kurt.

Disparamos colina abaixo. A ponte era nossa única chance. Finn acabara de atravessar para o outro lado e estava deitando Santana no chão. Tínhamos de passar antes que o gigante nos pegasse.

- Finn! - gritei. - Pegue a faca de Santana!

Seus olhos se arregalaram quando ele viu o ciclope atrás de nós, mas balançou a cabeça como se tivesse entendido. Quando Kurt e eu nos precipitamos pela ponte, Finn começou a cortar as cordas.

O primeiro fio de corda arrebentou com um estalo.

Polifermo pulou atrás de nós, fazendo a ponte oscilar loucamente. A corda agora já estava metade cortada. Kurt e eu mergulhamos para a terra firme, aterrissando ao lado de Finn. Num golpe, cortei os fios restantes com minha espada. A ponte despencou no precipício, e o ciclope uivou... de prazer, pois estava em pé bem ao nosso lado.

- Fracasso! - berrou, felicíssimo. - Ninguém fracassou!

Kurt e Finn tentaram atacá-lo, mas o monstro os afastou com um tapa, como se fossem moscas.

Minha raiva aumentou. Eu não podia acreditar que tinha chegado até ali, depois de perder Joe, de sofrer e passar por tanta coisa, apenas para fracassar - detido por um monstro grande e estúpido de saiote azul-bebê feito de smokings. Ninguém iria derrubar meus amigos como moscas daquele jeito! Quer dizer... ninguém, não Ninguém. Ah, você sabe o que eu quero dizer!

A força percorreu meu corpo. Ergui a espada e ataquei, esquecendo que estava em irremediável desvantagem. Golpeei o ciclope na barriga. Quando ele se dobrou de dor, eu o atingi no nariz com o punho da espada. Cortei, chutei e bati até que, quando me dei conta, Polifermo estava estatelado de costas no chão, atordoado e gemendo, e eu estava em pé em cima dele, com a ponta da espada pairando sobre o seu olho.

- Uhhhhhhhhhhhh - gemeu Polifermo.

- Brittany! - arfou Finn. - Como você...

- Por favor, nããããão! - gemeu o ciclope, olhando com tristeza para mim.

Seu nariz sangrava. Uma lágrima se formou no canto do olho meio cego.

- M-m-meus carneirinhos precisam de mim. Estava só tentando proteger meus carneiros!

Ele começou a soluçar. Parecia tão indefeso, tão como Joe.

- Mate-o! Ele só está brincando com você! – Kurt gritou.

Não consegui. Lembrei-me de Joe, de como ele era indefeso e inocente. Não podia, não conseguiria.

- N-nós só queremos o Velocino. – gaguejei – Se nos deixar leva-lo, não o matarei. Certo?

- Leve-o, humana cruel! Meu pobre Velocino... – ele choramingou.

Comecei a me afastar lentamente. Com um golpe, o ciclope me colocou no chão e ergueu-se.

- NUNCA levarão o meu Velocino, humanos estúpidos! – ele berrou – Comerei vocês primeiro!

Encolhi meu corpo enquanto era levada em direção a boca do ciclope quando algo o atingiu na cabeça e eu me vi sentada no chão novamente.

- Polifermo mau! – Joe gritou – Nem todos os ciclopes são bonzinhos.

Joe nos deu uma versão resumida: Arco-íris, o cavalo-marinho - que aparentemente vinha nos seguindo desde o estreito de Long Island, esperando para brincar com Joe -, encontrara-o afundando sob os destroços do Birmingham e o puxara para um lugar seguro. Ele e Joe estiveram vasculhando o Mar de Monstros desde então, tentando nos achar, até que Joe sentiu o cheiro de carneiros e encontrou esta ilha.

Tive vontade de abraçar o grandalhão bobo, só que ele estava no meio dos carneiros assassinos.

- Santana! Ela... Ai meus deuses! – gritei correndo em sua direção.

A latina estava pior do que eu pensava. A linha de seus cabelos estava empapada de sangue, sua pele estava pálida e fria. O corte em sua testa tinha uma aparência terrível, e de repente senti as lágrimas tomarem conta de meus olhos.

Subitamente, uma ideia me ocorreu.

- Joe! Pegue o Velocino para mim! – gritei.

- Qual deles?

- O de ouro. Rápido!

Joe correu em direção à árvore e voltou com o objeto em mãos. Estendi-o pelo corpo de Santana e fiz uma oração chorosa aos deuses. Não vi nenhum efeito, então puxei o corpo da latina contra o meu.

- Por favor, não morra. Por favor... – murmurei chorando contra seu pescoço. – Eu preciso de você, minha Sabidinha. Eu te amo tanto...

Senti braços apertarem contra meu corpo com firmeza. Afastei-me do pescoço de Santana e encontrei a latina com um leve sorriso nos lábios, completamente curada.

- Eu não poderia te deixar. – ela murmurou – e eu também te amo.

Voltei a chorar e colei meus lábios nos dela, abraçando-a com mais força. San e eu nos separamos sorrindo. Senti minhas bochechas ficarem vermelhas ao ver todos nos encarando com sorrisinhos nos lábios.

- Consegue levantar, Salsa Caliente? – Kurt perguntou.

San tentou levantar e imediatamente ficou pálida de novo. Peguei-a no colo e começamos a fazer nosso caminho em direção ao navio. De volta para casa.


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Notas finais do capítulo

Aprovado?



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