Living a Teenage Dream escrita por A nova Cinderela
Notas iniciais do capítulo
Desculpem se sair uma merda, to sem criatividade!
Eu não conseguia reagir. Meus dentes se serraram. Minha garganta secou, meus olhos endureceram e minhas pernas e braços pareciam pedras. Eu estava imobilizada.
Seus olhos analisavam o local. Parecia perdido. Sua expressão era confusa e eu não estava conseguindo decifrar.
– Que lugar é esse? Como vim parar aqui? Quem é você? – perguntou ele e de repente meu chão se foi.
Como assim quem sou eu? Ele não pode ter se esquecido de mim, pensei, mas infelizmente era a realidade. Me lembrei de que o médico me disse que ele poderia sofrer sequelas e uma delas era a perda de alguma memória importante. Mas justo eu? Por que eu? Isso não podia estar acontecendo!
– Como assim quem sou eu? – consegui dizer me esforçando ao máximo.
– É – ele fez uma pausa e me olhou incrédulo – Cadê minha mãe, meu pai e minha irmã? – eu não podia suportar aquilo.
– Eles – fiz uma pausa e enxuguei uma lágrima – Eles foram embora a alguns minutos.
Ele me olhou de cima em baixo. Acho que estava procurando respostas, mas pelo jeito não as encontrou.
– Poderia ligar para eles por favor. Quero saber o que esta acontecendo – disse ele numa delicadeza infinita.
– Claro – respondi seca.
Finalmente consegui me mover. Fui até o telefone e liguei para Bruna. Ela, nesses meses em que Rafael esteve desacordado, fora minha melhor amiga e eu confiava nela mais do que tudo no mundo.
– Julia?– atendeu o celular e eu não sabia oque dizer, vasculhei minha mente em busca de algo.
– Bruna – sequei mais umas milhões de lágrimas – Eu to precisando de você, tipo, agora. Por favor.
– Tudo bem, eu peco pro meu pai voltar – ela entendeu que meu chamado era urgente.
Desliguei o telefone e me irei para ele. Me recompus e o encarei. Ele parecia ter nojo de mim. Um buraco havia se formado em meu peito e eu tinha certeza que nunca iria se curar.
Aquilo tudo era culpa minha.
– Quem é você? – repetiu ele.
– Ninguém importante – murmurei e meu coração se repuxou me causando uma dor imensa fazendo-me encolher.
– Se não fosse importante não estaria aqui – ele estava cada vez mais interessado e isso me machucava.
– Se eu fosse importante você se lembraria – e o silencio reinou.
Bruna entrou pela porta quebrando todo o silencio. Correu para perto da cama e abraçou-o com tanta força que achei que ela iria mata-lo.
Eu olhei eles dois abraçados e sorri torto. Era maravilhoso ele ter acordado, mas nada iria tirar aquela dor de mim.
Bruna se virou para mim e sorriu. Eu não consegui sorrir e chorei. Desabei no chão com os sentimentos a flor da pele. Ela correu até mim e me abraçou. Ela não sabia ainda o que estava acontecendo, mas mesmo assim estava ali, me apoiando. Me recompus de pé. Olhei em direção a cama e ele me fitava com desespero. Bruna me olhou se perguntando o que era aquilo tudo e eu apenas a abracei.
– Obrigada por estar sempre ao meu lado me apoiando. Eu não sei o que seria de mim se você não estivesse ao meu nado nesses meses todos– ela apenas assentiu.
Peguei minha bolsa que estava sobre a poltrona e sai daquele quarto sem olhar para trás. Passei pela sala de espera, Marizete e Amarildo vieram até mim e seguraram meu braço. Eu disse apenas:
– Seu filho quer te ver.
Ela saiu correndo pelo corredor com Amarildo a sua volta. Sorri imaginando ela quando visse Rafael acordado, mas as lágrimas ainda escorriam.
Sai do hospital e fui para meu carro que estava no estacionamento abandonado. Entrei, coloquei minha bolsa no banco de trás e segui para casa. Sem pressa. Quando cheguei minha irmã estava na sala assistindo TV. Estranhou minha presença em casa depois de tanto tempo e veio logo me ver.
– Por que você esta aqui? – perguntou ela, gentil.
– Por que ele acordou – respondi grossa.
– Graças aos deuses! – disse animada, mas logo percebeu que eu não estava feliz – Mas por que esta triste?
– Ele não se lembra de mim – murmurei e seus olhos enxeram de lágrimas, talvez por pena de mim.
Ela me abraçou forte e eu chorei de novo. Por mais que as vezes nós brigamos, eu amo minha irmã. Ela é minha princesinha, minha menina e ela poderia estar querendo me ajudar.
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