Kiss Me escrita por BFlove


Capítulo 3
Capítulo 3 – Olhos brilhantes / Sentimento novo




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>Mariana

Fui dormir muito tarde, e adivinha, acordei com um péssimo humor. Novidade. O dia já podia estar acabando né? Enfim, tive que levantar, me arrumar, falar com a Thay e ir pra aula. Chegando à escola, vi de longe aquele pobrinho de novo. A raiva subiu dentro de mim. Fui falar com ele.

- Que cê ta fazendo Mari? – falou a Thay enquanto me puxava de volta.

- Vou resolver isso, aquele pobrinho folgado – fiz ela me soltar e fui em direção a ele.

-Eii, pobrinho, hoje não se atrasou, foi? – provoquei.

- Oi gata, não, vim mais cedo pra te ver – provocou de volta.

- Já disse pra não me chamar de gata, cê nem me conhece pobrinho – e saí dali. Garoto folgado.

> Rafael

Enquanto ela ia embora, puxei o Marcos pra falar com ele.

- Oh Marcos, quem é essa garota hein?

- Ah, é a Mariana, é a “rainha” da escola, se acha pelo menos – disse ele fazendo aspas com as mãos.

- Aéh? Parece mais a rainha das patricinhas, ela é sempre assim é?

- Sempre, quer dizer, ela nunca vem falar diretamente com a gente, ela só fala da gente e ri de longe, alias, pensando assim,  você deve ser especial, haha – brincou ele batendo no meu braço

- Credo cara, essa menina é louca, nem fiz nada, até já pedi desculpa.

-Ela é assim mesmo velho, não tem coração, não desculpa nada, não sei nem como tem amigas, dizem que ela é um gelo.

- Sério? Mas raiva ela sente bastante hein

- Isso é verdade, hahaha, vem moleque, vamos pra aula logo.

As aulas passaram muito devagar, muito mesmo. Tão entediante que merecia um Oscar de tédio. O recreio não foi nada legal, afinal tive que ficar copiando matéria do dia anterior. Escola particular não perde tempo, já tem que passar páginas e páginas de matéria.  Quando as aulas terminaram e já podíamos ir pra casa, fiquei esperando todo mundo sair, queria falar com a tal Mariana, ainda bem que a garota ia sair por último, ainda estava guardando suas bugigangas.

- Ei, garota – chamei-a. Ela levantou a cabeça, fez careta e voltou a arrumar suas coisas.

- To falando com você cara – tentei de novo.

- Não sou “cara” – ela respondeu nem levantando a cabeça.

- Só sabe dizer isso? Que não é isso, não é aquilo? – falei. Me diz uma coisa, o que você tem contra mim? Precisava vir me provocar hoje?

- Cê quer saber quantas coisas? Me fez trilhões de perguntas. Enfim, tenho que ir pobrinho. – ela falou, saindo.

- Não vai não, espera e me explica, e não me chama de pobrinho. – puxei o braço dela, fazendo-a derrubar o livro do seu braço. Ela acabou tropeçando no livro e tive que segurá-la pra não cair de novo. Mas dessa vez ela acabou ficando tão perto, seu rosto pertinho do meu. Os olhos verdes brilhando, nosso narizes quase se encostando. Senti um arrepio na barriga, quando eles enfim se encostaram sem querer. Ficamos ali, pequenos segundos, trocando olhares, tão perto. Até que ela se deu conta do momento, e me deu um empurrão, me fazendo tropeçar e cair pra trás.

- Tá ficando maluco, pobrinho? Não quero você assim tão perto de mim, não quero mesmo. E eu falo o que eu quiser, se eu quiser te chamar de pobrinho, vou te chamar. Agora, não fica assim perto de mim, nunca mais – disse ela, bufando de raiva.

- Quem disse que eu quero, sua louca? Quer saber, me chama do que quiser, patricinha – eu disse, me levantando, e provocando-a.

- Não me chama de patricinha – disse ela, entre os dentes.

- Não me chama de pobrinho – fiz o mesmo.

- Aff, me erra moleque! – saiu ela, bufando de novo.

Garota louca. Folgada e patricinha. Preconceituosa. Mas aqueles olhos. Nossa, nunca vi olhos tão brilhantes. Lembrei-me da cena em que nossos olhos se encaravam e do momento em que a ponta do meu nariz encostou-se ao dela, e senti aquele arrepio de novo. Foco Rafinha, pensei. Foco. Melhor ir pra casa.

>Mariana

AI MEU DEUS, QUE GAROTO MAIS FOLGADO. Droga, nunca fiquei assim tão perto de um garoto. Nem tive nenhuma ação. Ele me olhando daquele jeito. Não consegui nem pensar. Odeio me sentir assim, impotente. Deveria ter batido nele, aquele menino irritante. Pobrinho filho da mãe. Não vou falar isso pra ninguém. Ninguém pode saber. Imagina: Mariana Smith de caso com o Pobrinho da escola. Que horror! Apressei o Jairo pra chegar em casa logo, e descansar a cabeça. Não posso deixar isso acontecer de novo não. Senti algo muito estranho quando a gente estava assim pertinho. Meu coração quase me matou. Que tá acontecendo, meu Deus? Não deveria sentir isso, nem sei o que é. Nunca tinha sentido antes. Ainda por cima, me chamou de patricinha. Que ódio! Odeio que me chamem assim, odeio profundamente. Droga. Tô pensando nisso de novo, preciso ouvir uma música, pra distrair a mente. Urgentemente.


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