Kiss Me escrita por BFlove


Capítulo 1
Capítulo 1 - Esbarrão à primeira vista


Notas iniciais do capítulo

Começo das aulas. Primeiro esbarrão/encontro



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>Mariana

Primeiro dia de aula, qual roupa usar? Se ao menos minha mãe prestasse atenção em mim pra me dar uma opinião. Pois é, é bem assim mesmo, às vezes acho que nem existo perto dela. Papai nunca pára em casa, só viaja por causa do trabalho, o que também não ajuda, nem um pouco. Esse ano vai começar o ensino médio, falta pouco pra acabar a escola. Não vejo a hora de passar no vestibular e sair de casa, ir pra cidade, conhecer pessoas novas. Não iria fazer muita diferença pros meus pais, tenho certeza que não. Você pode achar que posso estar fazendo um drama, mas não, é a verdade. Sempre que chego em casa, não sou recebida, no máximo é um “oi”, apenas. Muitas vezes nem dou atenção, mas gostaria de ter alguém que pergunte como foi o meu dia, ou que dissesse que sentiu a minha falta, alguma expressão de sentimento, as vezes faz bem pro coração, pra mente. Família deveria fazer isso né? A minha nunca fez. Enfim, hora de ir pra escola. Coloquei a minha melhor roupa, de grife, é claro, e liguei pra Thay.

- Thay, cê ta pronta? Já estou saindo de casa.

- Oi Mariiii, to saindo de casa também, me encontra na frente de casa, pode ser?

- Claro, vou pedir pro Jairo parar aí na frente, ligou pra Ana?

- Sim, ela tá doente, vai pra escola só amanha.

- Ata, então até daqui a pouco, já estamos chegando. Beijo, tchau.

- Beijooo.

Depois do Jairo, meu motorista, pararmos para pegar a Thay, chegamos logo na escola. A distância entre a minha casa e a da Thay e a escola não é muito grande, mas se tem motorista com limusine, pra quê ir a pé, não é? Achei estranho a Ana não ir pra escola, logo no primeiro dia, ela deve estar muito mal mesmo.

Enfim, chegamos à escola. Vou explicar como funciona o esquema aqui da Escola Decididos Pela Educação, a EDPE. Há os nerds, como em toda escola, os “descolados”, que se acham descolados, são um bando de hipsters. Tem também os rockeiros, hippies, os pobrinhos, que ganharam bolsa integral pra estudar aqui, e nós, as gatinhas, haha. Como em toda escola, há esses bandos. Chamam-nos de gatinhas, porque além de sermos realmente gatinhas, somos as únicas muito bem vestidas e arrumadas nesse colégio, alguns costumam nos chamar de “grupo de patys/patricinhas”, mas a gente nem liga. Melhor assim, pelo menos sabemos nos comportar do jeito certo. Depois de chegarmos o sinal tocou, e fomos pra aula.

Não tiveram muitas aulas boas, como sempre. Não gosto muito de estudar, mas para passar no vestibular para Direito, é preciso estudar bastante, por isso, sou obrigada a me dedicar. Graças a Deus, teve aula de educação física, não que eu faça exercícios físicos,  mas pelo menos, podemos ficar na quadra conversando calmamente. O professor não gosta muito, mas quando eu digo que vou sujar e amassar toda a minha roupa, ele faz cara feia e ignora, porque sabe que não adianta entrar numa discussão comigo, eu sempre venço.

- Tá bom, Dona Mariana, não precisa fazer nada, pode ir lá pra arquibancada colocar seu papo em dia que é muito importante – ironizou o Professor Julio

- Realmente é muito importante, vem Thay, vamos lá – fiz sinal pra Thay, enquanto me dirigia à escada da arquibancada.

E toda a turma como sempre, revirou os olhos. Novidade.

- Espera aí professor! To meio atrasado, mas cheguei, sou aluno novo – veio do nada, um menino perdido, correndo pela quadra, quase morrendo pra falar. Do jeito que se vestia, com certeza era mais um pobrinho sortudo que ganhou uma bolsa.

- Ah sim, Sr. Rafael Silva, bem vindo – disse o Professor, que virou para o resto da turma e disse: Atenção turma, esse é o Rafael, novo integrante da sala de vocês. Sejam bonzinhos.

- Aposto que ganhou bolsa, pelo sobrenome, é pobrinho, hihihihi – sussurrei pra Thay

- Com certeeeeeza – falou a Thay e rimos juntas.

O menino até que era empolgado, logo fez amizade com os outros meninos. Só porque sabia jogar futebol muito bem, e também porque era da mesma origem que muitos bolsistas ali.

Assim que bateu o sinal, eu e a Thay descemos e fomos logo indo pra sala pegar as nossas coisas e ir pra casa. Provavelmente iriamos fazer as unhas.

Até que então, bum! Um daqueles meninos me deu um encontrão, que eu perdi o equilíbrio e acabei caindo no chão. E obviamente foi o novato, tinha que ser, ele nem me conhece. Coitado.

- CÊ TA FICANDO MALUCO POBRINHO? – falei pra ele, enquanto ele erguia a mão pra me ajudar a levantar. - VOCÊ AINDA POR CIMA TA TODO SUADO, ECAA – ignorei a ajuda e berrei com ele, ainda no chão, com nojo, limpando a minha roupa em que ele havia ensopado com o seu suor quando esbarrou em mim.

- Nossa gata, te acalma, nem foi nada, óh eu te ajudo. – disse ele estendendo a mão de novo

- Não preciso de ajuda, e pra você, não sou “gata”.

- tá certo, então, te vira – disse ele, saindo.

- Grosso! Vem Thay, vamos logo – levantei com a ajuda da Thay, e fiquei olhando aquele pobrinho indo embora pro banheiro. Folgado, pensei comigo.


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