Termino de me arrumar, e vou ao encontro deles. Quando chego, vejo que Cato e Clove estão lá também.

– Kat! Pensei que você não ia vir. – Madge diz quando me vê.

– Mas eu vim, né? Isso que importa. – digo e nós rimos.

– Kat! Bom te ver! – Clove diz.

– Você também, Clove. – puxo ela pra um canto separado – Como vão as coisas com o Cato? Aconteceu algo?

– Não! Infelizmente. – ela bufa. – Ele não toma nenhuma atitude, não sou eu que vou tomar né? – concordo.

– Tá certa. Quer que eu fale com ele?

– Você faria isso? – ela diz com a mão no peito.

– Claro, vou lá. – digo e vou atrás de Cato. Chamo sua atenção e o chamo para conversar, separado dos outros.

– Nossa Katniss, não tá me reconhecendo não? – ele pergunta com indignação.

– Claro que lembro, acha que eu não ia me lembrar de um gato que eu esbarrasse na rua? – digo e começamos a rir.

Flashback on

Estava andando tão distraída, que dei de encontro com alguém. Vejo meu iPod ir beijar o chão. Se a tela quebrar, aí meu coração.

– Não olha por onde anda não? – digo, e quando vejo mais clareza, vejo em quem bati. Nossa senhora. Alto, cabelos loiros, olhos claros. Ponto.

– Eu não olho? Você que tava andando e cantando que nem louca aí. – ele diz juntando o iPod do chão. – Sorte sua que não quebrou. – ele diz tirando algo do bolso, socorro, será que ele vai me assaltar? Percebo que estou perto da casa de Gale, então qualquer coisa é só eu correr até lá como se não houvesse amanhã. Mas ele tira um iPod do bolso também e me amostra – Porque o meu, tá triste a situação. – nós rimos.

– Lamento –digo rindo – ér... obrigada, tchau. – digo botando o fone de volta, e indo em direção à cada de Madge.

Flashback off

– Então, o que foi?

– É... você gosta da Clove, né?

– Tá tão na cara assim? – ele diz e começa a rir.

– Não sei.. mas pra mim, sim.

– Ah, sei lá... ela me irrita, me bate, mas eu gosto dela.. de verdade.  Mas eu te vi trocando uns olhares com o Finnick, que papo é esse já?

– QUE? – digo com a voz fina, aquela típica de quando você tá mentindo, ou sei lá o que.

– Sério, Kat. Ele me falou que te acha a maior gata. Tenta algo com ele. Acho que você não pode ficar se privando por algo que aconteceu à anos atrás, sei lá.

– Gale te contou? – ele afirma com a cabeça. – Ah, Cato... não sei se posso confiar em alguém de novo, apesar de eu super confiar no Finnick, mas no quesito “magoar”, não sei se posso confiar nele..

– Arrisca, Kat. Se joga, miga! – ele diz com voz de mulher.

– Sei lá... É... Tá! Com uma condição. – digo e ele fica atento as minhas palavras. – fala com a Clove, e eu espero o Finnick falar comigo.

– Ér.. Okay. Vamos voltar que eles tão olhando pra gente. – ele diz e eu olho para eles. Seguro a mão de Cato e nós vamos ao encontro deles.

– ADVINHEM! – digo e Peeta, Finnick e Clove me olham surpresos. – Estamos namorando! – digo e eles fazem uma cara mais estranha ainda. – É brincadeira. Credo, podem reviver. – digo e Clove, Peeta e Finnick fazem cara de alívio. Cato vai conversar com Clove, Finnick fica jogando bola com Gale, Peeta e acredite se quiser, Madge. Já que não tem nada pra fazer, pego o iPod e começo a ouvir música. Depois de um tempo, Peeta senta do meu lado e fica me olhando. Estranho, doente, doido, maluco?

– Poderia parar de me olhar, por favor? – tiro o fone e falo pra ele.

– Ah, desculpa. – ele diz voltando à terra.

– O que veio fazer aqui?

– É que... O Gale viu que você tava sozinha e pediu pra mim ver se você tava bem.

– Mas porque, se ele é o meu melhor amigo, não você?

– Ouch Katniss, meus sentimentos.  Nós poderíamos ser amigos, o que você acha?

– Não, você é muito babaca pra eu te incluir na minha lista de amigos.

– Mas você é amiga do Gale, não entendo! – ele diz e faz menção de chorar. Começo a gargalhar dele.

– Tá bom. Mas só hoje. – digo e ele abre um sorriso que me faz ter vontade de chorar, de tão lindo. Ar, cadê você?

– Tá, me trata assim, amanhã vou ser o icon do seu Twitter, beijinhos miga. – ele diz e sai desfilando. Maluco? Acho que sim.

(...)

Depois de umas horinhas, vamos embora. Tá bem escuro, não quero ir pra casa sozinha. Socorro.

– Então, tirem 0 ou 1 pra ver quem vai me deixar em casa. – digo para Gale, Peeta e Finnick.

– Tá com medo de ir sozinha, Kat? – Finnick diz rindo.

– Vem Kat, eu te deixo. – Peeta diz e estende o braço pra mim.

– Eles não merecem minha amizade. – digo e empino o nariz. Peeta me leva até em casa e nós entramos. – Quer fazer o que? MÃE! – grito e não obtenho resposta. – Acho que não tem ninguém, além de nós, obviamente.

– Nossa, como você é inteligente hein Katniss, to passado. – ele aponta para um violão – é seu?

– Sim, mas eu não sei tocar muito. To aprendendo ainda. – digo rindo baixo.

– Posso? – ele faz menção de tocar.

– Claro. – digo e ele começa a tocar. Fico atenta a cada movimento. Ele me olha e sorri. Eu sorrio de volta.(n/a) bote a música pra tocar, se quiser.

– I've just seen a face I can't forget the time or place where we just met,

Eu acabei de ver um rosto, eu não posso esquecer quando ou onde nós nos conhecemos.

She's just the girl for me and I want all the world to see we've met

Ela é a garota para mim e eu quero que o mundo inteiro veja que nos conhecemos.

Had it been another day I might have looked the other ways and,

Isso foi outro dia...eu devo ter visto isso de outro modo e,

I'd have never been aware but as it is I'll dream of her tonight.

Eu não tinha percebido, mas é inevitável e sonharei com ela esta noite.

Falling, yes I'm falling,

Apaixonando, sim eu estou me apaixonando,

And she keeps calling me back again.

e ela continua me chamando de volta.

– Você... é ótimo! Muito bom! Amo essa música, ela é muito fofa! – digo e o abraço. Acho que to ficando emocionada. Acho que sou sentimental demais. Sim.

– Nossa Kat, não precisa chorar por causa disso. – ele diz rindo, e bota o violão no lugar. – Bom, acho que vou indo...

– Se quiser ficar, pode, até minha mãe chegar. Odeio ficar sozinha nessa casa, ela é muito grande pra mim. – digo e ele gargalha.

– Tá bom. Mas o que a gente faz?

– Podemos ver um filme, sei lá. O que acha?

– Pode ser. Se tiver pipoca, tá de boa pra mim. – ele diz e eu sorrio. Ele fica olhando meu sorriso. Maluco. Fazemos a pipoca e subimos pro meu quarto. Não pense merda, não fizemos nada de mais.

– Que filme? – digo olhando para a prateleira cheia de DVD’s.

– Sei lá, escolhe. – ele diz deitado na cama.

– Esse aqui então. – digo e boto o DVD. Desligo as luzes e deito do lado dele.

(...)

(n/a): se você não viu Marley e Eu, a cena a seguir contém spoiler. Muito spoiler.

– Kat, não chora, ela vai conseguir superar isso, meu Deus, ela vai ficar bem! – Peeta diz tentando me acalmar.

– Mas ela não podia perder o bebê! Eles tentaram tanto! Ai meu Deus – digo chorando no colo de Peeta. Ele limpa uma lágrima que insistia em cair, e ficamos nos olhando diretamente por minutos. Ele olha para minha boca, e sabendo o que ele ia fazer, deito em seu ombro, e continuamos a ver o filme.

(...)

– Kat, Kat, acorda. São 00h30, posso ir embora? Se não eu não consigo ir pra escola amanhã. – Peeta diz.

– Ah... sim... claro. – digo e me levanto, o levo até a porta. – Obrigada por ficar aqui comigo... – digo de braços cruzados, encostada na porta.

– Por nada. – ele diz, e por fim, eu dou um beijo em sua bochecha, mas ele vira, e eu beijo o canto de sua boca. Não sei por que, sorrio. Tá louca, Katniss?

– Ér... Tchau, Peeta. Até amanhã. – digo e sorrio, observando-o ir embora.

Troco de roupa, escovo meus dentes e fico deitada na cama, pensando no que aconteceu hoje. Eu e Peeta, viramos amigos. Ele cantou uma música pra mim. A tradução da música é bem suspeita. Vimos um filme juntos. Quase nos beijamos. MAS QUE PORRA É ESSA? NÃO, NÃO E NÃO. NÃO É POSSÍVEL.