Acordo e vejo que Mad já se levantou. Crio coragem e me levanto, vou para o banheiro e faço minha higiene.

Troco de roupa e desço, encontro Madge na cozinha, fazendo, ou melhor, tentando fazer o café.

– Bom dia – ela diz e me abraça.

– Bom. Tá preparada? – pergunto, enquanto pego um suco.

– Aham. Eu vou contar pra ele. Se ele quiser se responsabilizar, ótimo. Se ele não quiser, isso não será um problema. – ela diz, tranquila.

– Tá certo. – digo e ela volta a tentar fazer o nosso café. Ajudo-a do jeito que posso, cozinha não é meu forte. Pego a massa da panqueca e bato no liquidificador. Madge bate panela com panela. Como não abrimos nosso restaurante ainda?

– Que barulheira é essa? Tenham dó de mim! – Finnick diz choramingando.

– Desculpa, não queria te acordar. – digo. Ele olha pra mim como se estivesse se lembrando de ontem.

– Eu sei que não. – ele diz com frieza.

– Nossa, o que aconteceu com vocês? Vocês só andam agarrados pra cima e pra baixo, e agora essa frieza? – Madge diz.

– Não aconteceu nada, né Finnick? – Digo e faço ele me abraçar. Olho para ele, e ele parece entender.

– É, não aconteceu nada. – Ele diz com indiferença, pega uma maçã e sai da cozinha. Vou atrás dele.

– Finnick. – o chamo, mas ele continua a subir as escadas. – Finnick! – digo, e ele fecha a porta do quarto. – Finnick! Abre a porta. – digo, mas ele não me responde. – VOU ARROMBAR ESSA JOÇA AQUI! – ele coloca a música bem alta. Abro a porta, que o idiota não tinha trancado. – O que tu tem menino?

– O que eu tenho, Katniss?

– É Finnick, o que você tem? Pensei que a gente já tinha encerrado essa conversa.

– Kat, eu gosto de você! Eu tento passar por cima disso... Mas isso me mata, me mata ver você com ele. Não porque ele é perfeito pra você, não porque ele te faz sorrir. Honestamente, eu não aguento mais isso! Eu não consigo ver você com ele, eu não consigo! – ele diz, quase chorando. – Eu tentei ser forte, eu tentei deixa-la ir, pensando que seria o melhor pra mim, mas eu estava apenas enganando a mim mesmo... mas Kat, eu ainda te amo. – eu já estava o acompanhando no choro.

– Finnick... – eu já estava chorando – eu também te amo, mas não do mesmo jeito... Olha, deixar ir é difícil, mas ficar segurando, é mais difícil ainda... Você precisa ser paciente, e esperar quem você merece... pode demorar, mas você vai conhecer alguém muito melhor que eu, Finn. Eu te amo demais, não quero que as coisas entre nós fiquem estranhas. Eu não te quero longe de mim. Nunca.

– Me desculpa. – ele disse, e veio correndo me abraçar. Encachei minha cabeça em seu ombro, e o abracei forte.

– Me desculpa você. Eu queria tanto gostar de você, não queria te ver sofrer, você não merece. – disse, e olhei pra ele.

– Você não tem culpa, Kat. Eu sempre gostei de você, mas nunca tive “coragem” pra admitir, acabei me ferrando por conta disso. – ele disse, e riu.

– Sério? Por que você não me contou antes? – disse, sorrindo.

– Sei lá. Medo de não ser correspondido, talvez?

– Não ser correspondido? Pelo amor de Deus né Finnick, era o sonho de qualquer garota ser a namorada do “Finnick Odair”. – disse, rindo.

– E era o seu também? – ele se aproximou de mim.

– Pra falar a verdade? Eu tinha uma crush em você também. – eu disse.

– Sério? Não acredito – ele diz rindo. – Bom, vamos ver se você já superou. – E então ele me beija.

E eu correspondo. MAS EU SOU COMPROMETIDA, MAS O FINNICK É IRRESÍSTIVEL MAS, MAS...

– Kat, vamos lo... QUE PORRA É ESSA? ALÔ? – Madge nos “interrompe”.

– Ah... vamos logo. – digo e saio do quarto correndo.

– Onde vocês vão? – Finnick pergunta.

– Casa do Gale. Não sei se vou demorar. – Madge responde. Ela pega as chaves do carro e nós vamos para casa de Gale.

POV Madge

Não estou com medo, não estou desesperada. Só queria ouvir uma simples frase, “Eu te amo, vou te ajudar no que você precisar, estamos juntos nessa”.

Toco a campainha e Peeta nos recebe.

– Oi – digo, e o abraço. O mesmo faz Katniss, porém ele a beija, dã. – O Gale tá aqui?

– Aham, vou chamar ele. GALE! ELAS CHEGARAM – ele grita.

– Lembra de quando eu não era surda? – Katniss diz. Gale chega e me da um selinho.

– Gale... a gente precisa conversar.

– Ahm... Peeta? Acho melhor a gente subir. – Katniss diz e eles sobem, deixando eu e Gale a sós.

–Gale, eu não faço ideia de como vou te contar isso... então vou ser direta. Eu to grávida. – digo, e ele fica paralisado. – Gale? – digo, e ele continua me olhando, confuso. – Tudo bem, quando estiver pronto me avise. – digo e me sento numa poltrona e começo a folhear uma revista. Passam-se alguns minutos, então digo: – Ah, e você é o pai, mas já deve saber.

– Um... filho? Madge, como isso foi acontecer?

– Bem, na hora você sabia muito bem o que tava fazendo.

– Mad Mad... eu sou muito novo pra ser pai!

– Eu também sou muito nova pra ser mãe! Mas não tem nada que eu possa fazer!

– Eu não posso ser o pai dessa criança! A gente se preveniu Mad! Eu não to preparado pra ser pai, eu não quero ser pai!

– Escuta aqui, Gale. Você pode se envolver o quanto quiser. Se você não quiser se responsabilizar, problema seu. Eu vou cuidar dessa criança, e vou cuidar muito bem. Bem, foi só isso que eu vim fazer aqui. Passar bem. – digo e não espero ele falar nada, nem abrir a porta. Abro a porta e a bato com força, entro no carro e dou partida. Começo a chorar , não era pra ser assim! Ele fez tudo errado, tudo!

POV Katniss.

– E ai, como vai meu namorado preferido? – digo, enquanto me jogo na cama.

– E o seu namorado preferido sou eu ou esse da foto? – ele se joga na cama e deita do meu lado, me mostrando a foto.

– Peeta...

– Katniss, você não tá feliz comigo? Eu não sou suficiente pra você? Por que você ta me traindo com ele?

– Eu não to te traindo, amorzinho. E para com esse ciúme, PARA. Ele é só meu amigo.

– Amigo, melhor amigo, amante...

– PEETA, PARA! Para com essa desconfiança! Você não confia em mim?

– Não sei, Katniss. – ele diz olhando pra baixo.

– Essa não era a resposta que eu queria ouvir. Melhor eu ir. – digo e pego minha bolsa.

– Eu te ligo depois. – ele diz. Com certeza não vai ligar, mas eu também não faço a mínima questão.

– Cadê a Mad? – pergunto para Gale.

– Já foi.

– Ah Gayle, que merda você fez?

– Não fiz nada, Kat!

– Katniss! Espera! – Peeta me chama. Mostro o meu dedo menos amigável pra ele, e vou embora.

Chego ao prédio de Mad e o porteiro me autoriza a subir. Chego ao andar dela e não encontro Paul. Ainda bem. Toco a campainha e Finnick atende.

– A Madge já chegou? – digo entrando.

– Mas vocês não saíram juntas? – ele diz coçando a cabeça.

– Piolho? Sim, mas isso não vem ao caso. Cadê ela?

– Não. Ela tá no quarto, mas Kat, sobre o beijo...

– Finn, eu não to com cabeça pra falar sobre isso agora, tá? Depois nós conversamos. –digo e subo as escadas.

– Mad? Cadê tu?

– Aqui! – digo e a acho embaixo da cama.

– O que tu tá fazendo aí?

– Resolvi tomar um banho de sol. To me escondendo, Kat. Não quero ver ninguém. Não quero que ninguém saiba que eu estou grávida.

– Af, para com isso Mad. O Gayle reagiu mal, mas eu conheço ele, sei que ele vai se arrepender, ele vai vir te pedir desculpas.

– Espero! Achei que seria diferente, achei que ele seria mais compreensível!

– O Gayle é um bestão mesmo, depois ele vem correndo pedir desculpas, é só esperar amiga.

– Tá... vou dormir então, to morrendo de sono.

– Mas são 20:50 ainda...

– Kat, eu to grávida, lembra? – Mad diz e eu rio.

Deito-me na cama/colchão e pego meu celular. Tinha uma mensagem de Peeta.

Peetinha do meu corassaum: Oi.

Amanhã a gente conversa.

Peetinha do meu corassaum: Tá bom ):

Faço minha higiene, fico vendo tv, e acabo pegando, felizmente, no sono.