Ilusão escrita por Mara S


Capítulo 6
Dez Demônios


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo ficou grandinho, mais pela demora *sorry* espero que vocês gostem LOL
Serão apresentados os outros membros da elite demoníaca – todos minha criação – quem quiser ler mais sobre (uma pequena biografia): ''Dez Demônios da Elite - Complemento" NÃO MAIS AQUI NO NYAH deletada, depois de mais de um ano, por invejosos. Quem quiser lê-la, corra ao fanficion.net. Grata.



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Livia havia sido despertada de seus pensamentos por uma batida na porta. Poucos poderiam chegar até ali sem serem anunciados e Livia pensou que o mensageiro do Mundus vinha trazer mensagens a ela. Levantou-se de sua cama e colocou um longo vestido cinza e leve que estava em uma das poltronas para cobrir seu corpo nu. Ao abrir a porta deparou-se com Argos que havia se apoiado em uma das paredes e sorria maliciosamente.

- Eu sabia que você estaria aqui – disse ao entrar nos aposento de Livia sem maiores cerimônias.

- Quem disse que você podia entrar? – Livia perguntou ainda na porta.

- Por que tantas cerimônias Livia? Eu pensei em trazer algumas notícias para alegrar seu dia...

- Ótimo. Notícias? – Livia fechou a porta curiosa, levantando uma das sobrancelhas.

- Sabia que você iria gostar – sentou-se em uma poltrona da sala. – Eu escutei algumas conversas entre os nossos iguais e creio eu que a prisão de Vergil vai criar certas divergências. Há quem queria que ele continue onde está... Esses não parecem divergir de Mundus, mas há também quem acredite que a decisão de Mundus em deixá-lo em suas mãos seja um ato irresponsável. Acreditam que seja melhor decidir logo seu destino e ocupar-se com o outro filho de Sparda.

- Insatisfeitos? Por que não pedem a Mundus uma reunião, se estão insatisfeitos com sua decisão? Talvez queiram maiores privilégios... – Livia parou em uma pilastra que separava o quarto da sala. – E você?

- Se Mundus confia em você não vejo motivos de duvidar de sua decisão. Aliás, você sempre foi muito eficiente nas suas missões. Acredito que haja certa inveja por partes de alguns membros...

- Eu vejo. Isso é normal entre nós, demônios. Naturalmente seria impossível conviver em uma sociedade, mas é necessário para nossa sobrevivência e depois de toda a luta contra Sparda e os humanos. Bem, haverá lutas, não duvido, mas a ordem não vai ser mudada. Ninguém tem mais poder que Mundus... E ele foi o único que conseguiu nos deixar mais unidos.

- Eu não duvido disso. – Argos falou em tom sério – Estou apenas te alertando que logo terão brigas para decidir isso. Mundus irá descobrir, ele sempre descobre. Seja por você ou sozinho... De qualquer forma é possível que haja algum tipo de reunião para se deixar claro toda essa situação. Mundus precisa firmar sua escolha novamente.

- Definitivamente haverá. Eu sei quem pensou ao contrário de Mundus... Os mesmos rebeldes... Eles terão a resposta final.

- E Vergil? – Argos perguntou repentinamente despertando a atenção de Livia.

- O que tem ele?

- Divertindo-se muito?

Livia cruzou os braços e caminhou até ele.

- Mudança de assunto? Cansado de discutir problemas maiores?

- Eu só lhe dei a notícia, mas por enquanto não há o que se preocupar...

- Eu não estou preocupada. – Livia disse cortando Argos.

- Eu sei. Sendo o único dentre nós com maior contato com você eu pensei que seria interessante lhe falar do que se passa lá fora enquanto você está presa com outras coisas. Mas agora... Diga-me: divertindo-se muito?

Livia não confiava em nenhum dos demônios ao seu redor, principalmente quando possuíam a mesma posição. Mas com Argos ela tinha uma estratégia própria.

- É interessante vê-lo sofrer... – disse com um olhar maldoso.

Argos sorriu maliciosamente enquanto se levantava da poltrona em que estava sentado e antes que Livia pudesse fazer alguma coisa a prende com as mãos na parede próxima.

- E quanto a mim? – sussurra em seu ouvido.

- Eu imaginava que você não queria apenas me alertar... – falou enquanto colocava as mãos no peito de Argos. - Agora não.

- Por acaso você gastou todas suas energias com Vergil?

- Eu sei o que você quer... – Livia disse irritada tirando uma das mãos que bloqueavam sua saída com violência. – E isso você não vai ter.

Caminhando até a porta diz em um tom sensual:

- Você deveria saber que não costumo realizar desejos de outros. Somente os meus. Além do mais, eu preciso descansar – abre a porta. – Se me der licença.

Argos segue contrariado até a porta e fala quase tocando nos lábios de Livia:

- Alguma notícia que queria passar aos outros demônios?

- Eles terão um veredicto mais cedo que esperam. Não precisa se preocupar com isso – comenta sem esconder sua impaciência com o atrevimento de Argos.

- Eu ainda não me esqueci...

Livia fecha a porta assim que Argos passa por ela.

- Não tenho tempo Argos, preciso resolver algo muito mais importante... – Livia falou sozinha fitando o vazio.

Caminhava pela sala pensativa, tentando refletir sobre o que o demônio havia lhe dito. Ela iria convocá-los para uma reunião e lá deixaria claro que ou eles seguiam aqueles planos ou teriam que conversar pessoalmente com Mundus. E isso ela sabia, nenhum deles, por mais velhos e poderosos que fossem, iriam querer.

Não voltou a dormir, esperou algumas horas até que pudesse voltar para onde seus iguais se reuniam. Na maioria das vezes eles ficavam todos juntos maquinando algo. Depois que Mundus decidiu que Livia deveria se encarregar de Vergil ela ainda não havia parado para discutir sua decisão com os outros. Poucos estavam presentes no momento em que Vergil havia sido capturado e ouviram Mundus proferir sua palavra. E agora queriam causar certo caos na organização? Isso ela não permitiria.

Depois de algumas horas Livia levantou-se de uma das poltronas e vestiu uma roupa para a reunião. Ela sabia que não seria fácil acalmar demônios contrariados, mesmo que fossem a minoria. Contanto que resolvesse o problema sem Mundus, já significava alguma coisa. Aliás, Livia resolveria sem chamar o Príncipe, mas não deixaria de levar ao seu conhecimento o descontentamento de certos membros, que ela já imaginava quem eram...

Após uma longa caminhada chegou ao local em que possivelmente os encontrariam. Era um salão de mármore iluminado por diversos candelabros e dividido em diversos níveis onde as pessoas poderiam se sentar, uma espécie de tribunal. De longe pôde ver a figura de três demônios sentados juntos e outro mais afastado. Livia reconheceu as quatro figuras e únicas a estarem ali, no momento. Os três reunidos eram: Accalia com sua irmã Aletta, ambas criadas por Mundus e Zagreu, o demônio sedutor. A figura solitária era Skoll, conhecido entre os demais por sua habilidade em se transformar em um belo lobo de pêlos alvíssimos. Livia pensou onde estaria os demais... Aurus ela saberia que não compareceria, estava trabalhando no mundo dos humanos há bastante tempo. Faltavam Lynceus, Perséfone, Hati e Argos.

Sua figura logo foi percebida pelos demônios. A conversa entre eles cessou e Skoll foi o primeiro a dirigir sua palavra:

- E quando pensei que o dia estava entediante. – virou-se para ela fazendo seus longos cabelos ruivos se mexerem levemente.

Livia ignorou o comentário de Skoll e perguntou para os presentes sem esconder seu descontentamento:

- Eu pensei que encontraria mais membros aqui. Pelo menos quase o total. Faltam quatro...

- Livia você não quer que todos seus desejos sejam realizados, não é querida? Seu ego realmente anda maior que pensei... – a mulher chamada Aletta disse com ar zombador, seus olhos amarelos brilharam sagazmente.

- A questão aqui não é ego, Aletta, e sim interesse. Esperava maior interesse por parte de pessoas que questionam as ordens de Mundus. Você sabe como é bom discutir nossas divergências, enriquecedor. – frisou a última palavra de forma ameaçadora.

Accalia, impossibilitada de participar da discussão, pois lhe faltava a voz, escreveu algo num pequeno papel e entregou a sua irmã antes que ela pudesse reiniciar a discussão com Livia. Ela, após a leitura, disse apenas:

- Não seja ridícula! É claro que você sabe!

- Algum problema Aletta? Talvez sua irmã esteja se sentindo excluída do debate... – Livia falou ironicamente.

A mulher lembrava Aletta do passado sujo de Accalia, chamada de traidora e castigada por Mundus por sua fraqueza em relação ao mundo humano. A jovem com doce aparência havia perdido sua voz e como forma de puni-la fisicamente de forma mais severa, para lembrar possíveis almas fracas, retirou um de seus olhos deixando apenas o buraco da órbita. Tentava inutilmente esconder sua punição com uma máscara de ouro.

- Deixe-me ver o papel. – Livia disse em um tom sério ao notar o olhar desesperador de Accalia.

Aletta entregou o papel contrariada, mas o fez porque sabia que seria pior iniciar uma discussão antes do necessário.

“Por que Mundus está contra essas pessoas?” Livia leu o papel e gargalhou. Com um aceno de mão queimou o bilhete e encarando Accalia disse ironicamente:

- Não me diga que você não sabe? Que tipo de demônio é você? – o ar inocente de Accalia a irritava profundamente.

- Você não tem o direito de... – Aletta falou aproximando-se de Livia para afastá-la da irmã.

- Esqueci-me que somente você pode humilhar sua deficiente irmã. – sorriu maliciosamente para a mulher.

Afastou-se de Accalia que a olhava com um misto de medo e raiva. Livia reprovava a existência das criações de Mundus, acreditava que eles eram mais suscetíveis a influência externa, principalmente Accalia que já havia pagado por uma traição no passado. O senhor do submundo a perdoou, pois vendo a figura patética do demônio pedindo por perdão acreditou que a humilhação que passaria e a vergonha seriam melhores. Livia não disse nada na época, mas sempre acreditou que elas deveriam estar mortas. Aletta era invejosa e fazia de tudo para afastá-la das decisões de Mundus, o que era impossível.

- Sua irmã finge que é idiota ou depois do castigo de Mundus ela realmente sofreu algum dano? Porque se esse for realmente o caso eu não vejo motivo para ela continuar viva, já que nem mesmo consegue entender o que se passa nesse maldito lugar!!! – seus olhos brilhavam intensamente e se não fosse seu interesse em começar logo o tema pretendido, já teria feito algo muito pior.

Caminhou lentamente pelo recinto mexendo nos longos cabelos escuros enquanto era seguida pelos olhos atentos dos demais demônios até que começou:

- O que eu mais gostaria de entender é porque certas pessoas sentem tanto prazer em tentar burlar regras... Minha Accalia, sua pergunta soou um pouco errada, o certo seria: “Por que certas pessoas estão contra o seu precioso Mundus?”. Eu pensei que você estivesse a par de todas as ações do conselho, apesar das diferenças você, infelizmente, é um membro também.

- Livia, é inútil você discutir com Accalia e Aletta, apesar de tudo, elas são fiéis à Mundus. – Zagreu disse delicadamente para Livia.

O demônio de pele pálida e olhos profundamente negros não mentia ao lembrar a fidelidade das irmãs criadas por Mundus para aumentar a força da legião infernal. Ninguém melhor que Zagreu para afirmar com tanta convicção sobre a fidelidade de membros do conselho. Ele mesmo acreditava que somente a existência de um líder poderia pacificar o caos demoníaco.

- Claro. – Livia voltou seus olhos para Zagreu e concluiu – Não devemos nos desvirtuar da discussão...

O demônio Skoll que até então havia apenas escutado toda a discussão apontou para as costas de Livia e disse:

- Talvez seja uma boa hora de começarmos a reunião, minha querida Livia.

Dois demônios caminhavam juntos seguidos ao longe por uma figura esquelética que vinha sozinha. Livia passou a prestar atenção nos três seres. A dupla era formada pelo arrogante Lynceus e Hati, o demônio de aparência angelical. Não foi difícil também reconhecer a andrógina Perséfone que caminhava de forma grotesca pelo salão.

Lynceus olhou para os presentes no salão com seu olhar arrogante característico.

- Há tempos que não vejo sua figura em reuniões, Livia – Lynceus falou gravemente enquanto caminhava para os bancos. – Talvez tenha desistido de política.

- Eu tenho estado muito ocupada... – o tom de Livia foi calmo e contido. A mulher conhecia o jeito do demônio Lynceus, este preferia a ausência em qualquer discussão desnecessária se sua situação não fosse prejudicada, sendo assim, não havia reais motivos para irritar-se com o homem de humor moderado e gosto aprimorado.

- Com seu brinquedinho, eu vejo – a voz de Perséfone vinda de trás de Livia denunciava sua desaprovação. Figura rancorosa e desconfiada, tão antiga quanto Mundus e conhecedora de mistérios de um passado remoto como ressuscitar mortos, era contrária a diversas medidas tomadas no inferno, e para Livia, membro mais possível de se rebelar contra a ordem.

- Eu entendo claramente porque queira ele só para você, Livia. – Aletta disse de forma sensual, fingindo não se importar com toda a posição da mulher.

- Isso não é uma brincadeira – Livia exclamou irritada. – E parece-me que muitos de vocês não entendem isso. Espalhando teorias nocivas à Mundus. Vocês sabem que não ganharão nada com isso e sabem também que cedo ou tarde ele saberá.

- Isso é uma ameaça? – Perséfone se aproximou de Livia e mesmo de menor estatura causava certo desconforto. Seu rosto macilento e até mesmo de aspecto doentio não deixava de ser repugnante.

Livia não se preocupava com o poder de Perséfone, sabia muito bem que cedo ou tarde haveria um conflito violento entre demônios.

- Ninguém é contrário a Mundus totalmente, Livia... – Skoll iniciou seu diálogo de forma contida para não irritar ambas as partes - Alguns membros só gostariam de maior explicação vinda do próprio Mundus. Ele não disse o que pretende fazer com Vergil e quando... Você não é boba e sabe que existem outras barreiras, incluindo o outro filho...

- E eu suponho que você queira tomar à frente disso? – o demônio de aparência pura, chamado Hati, dirigiu-se à direção de Skoll sem esconder todo seu ódio. Hati fora criado por Mundus numa época remota ainda no período da luta entre demônios e os seres brancos, conhecidos como anjos. De aparência angelical, com cabelos claríssimos e rebeldes e profundos olhos azuis, foi enviado como espião e após a vitória demoníaca ganhou um maior status. Seu físico escondia uma face sombria que detestava arduamente os falsos seguidores de Mundus.

- Não é compreensível todo esse medo, Skoll – Livia precipitou-se e barrou o caminho de Hati antes que este tomasse alguma medida extrema em relação ao demônio de longos cabelos avermelhados sentado à sua frente. Skoll apenas sorriu provocando ainda mais o outro.

Após encarar Hati por um tempo, Livia continuou:

- Todos sabem que quando o assunto é o mundo terreno precisamos medir bem nossas ações para não cometermos os mesmos erros que vêm nos assombrando há séculos. Se existe tanta preocupação por que não perguntam diretamente à Mundus quais são seus planos?

- Ele deve ter dito isso a você... Por ter lhe confiado Vergil... – Perséfone voltou a falar – Além do mais... Há outra questão: por que você? Não seria necessária a ajuda de outro demônio nisso! Ele já foi subjugado!

- É essa pergunta que me faço todos os dias... Por que você? – Aletta perguntou inconformada aproveitando a situação.

- Sempre soube que nosso pecado favorito era a inveja, mas isso está indo longe demais... Pedir maior participação à Mundus é algo, agora reclamar suas decisões que até então nos deixou vivos, isso é algo bem diferente. – Zagreu levantou-se nervoso e caminhando até Livia completou – Cedo ou tarde eles descobrirão seus erros, Livia. Eu prefiro não fazer parte dessa discussão inútil e deixo claro que não sou contrário às decisões do grande Senhor. Com licença.

Dizendo isso caminhou rapidamente para a saída sem olhar novamente para os presentes que o encaravam de forma inquieta. Zagreu sempre demonstrou sua lealdade à Mundus e vendo o ato do demônio, Aletta, que não queria parecer uma traidora e perder a confiança de Mundus como havia acontecido com sua irmã se levantou também e disse com um ar arrogante:

- Não concordo com sua posição Livia, mas não ouso discutir com Mundus suas escolhas, creio eu, que mais cedo que muitos acreditam, ele terá uma forma para resolver esse impasse.

Apenas acenou para sua irmã que a seguiu sem maiores problemas.

Apenas Skoll, Perséfone, Hati e Lynceus permaneciam olhando Livia que falou ainda irritada, mas de forma mais suave:

- Mundus não diz seus planos a ninguém Perséfone... E você sabe disso, sendo tão antiga quanto muitos aqui.

- Eu terei motivos para me preocupar somente quando as coisas começarem a sair do controle de Mundus. Você deveria fazer o mesmo, Perséfone, sempre se preocupando demais... – Lynceus falou ajeitando-se no banco.

- Mundus saberá disso, não será necessário Livia contar sobre o ocorrido. – Hati suspirou e saiu lentamente de perto dos outros demônios, sua capa amarelada arrastando no chão. Já longe falou rindo – Peça para Mundus que você cuide do outro filho de Sparda, Perséfone, se está querendo tanto isso!

Os olhos de Perséfone brilhavam de forma assombrosa, seu jeito assustaria qualquer mortal, mas não os membros infernais. Lynceus esboçou um sorriso ao ouvir as palavras de Hati e Livia, querendo dar aquele assunto como encerrado, disse:

- Parece-me que não há maiores dúvidas aqui... Creio eu que os interessados irão atrás de Mundus e verão sua resposta, que acredito eu, será bem menos amena que a minha.

- Definitivamente. – Lynceus provocou e levantando-se completou:

- Sinto que Argos está próximo, chegou um pouco tarde, eu suponho... Pelo menos ele conseguiu escapar de discussão tão inútil.

Perséfone falou num tom audacioso antes de sumir por um espaço no teto:

- Todos parecem estar tão seguros de si...

- Isso foi longe demais para mim. – Livia falou irritada num sussurro.

- Argos você chegou na melhor hora: o final. – Lynceus falou com o mesmo tom altivo enquanto caminhava para a saída encontrando Argos.

- Eu ouvi algumas coisas de longe, mas essa conversa não é novidade para mim... Todos sabem minha opinião.

Skoll riu baixinho, mas isso não passou despercebido por Livia que o encarou. Ele apenas sorriu para ela de forma provocadora e continuou sentado esperando Argos se aproximar. Não era desconhecido por Livia as intenções por detrás do sorriso de Skoll, ela sabia de seu interesse e tentava ignorar suas investidas, mesmo que fosse difícil contrariar seus instintos demoníacos, porque sabia bem o real motivo para elas existirem. Todos conheciam os privilégios que Livia possuía e, para Skoll, tê-la por perto seria muito conveniente.

- Um pouco atrasado. – Livia disse entediada voltando sua atenção para Argos que se aproximava de forma despreocupada.

- Estava ocupado... Ao contrário de muitos. – Argos encarou em seguida Skoll e completou – Parece-me que a reunião acabou...

Skoll olhou o demônio rival com um misto de inveja e ódio por que sabia muito bem o motivo daquela frase e disse secamente:

- Querida Livia, você tem meu apoio e deixarei claro, caso seja necessário, minha opinião à Mundus... Até mais.

Curvou-se lentamente para Livia e saiu com um ar triunfante.

Argos o encarou até que sua figura houvesse desaparecido.

- Eu não gosto desse demônio...

- E eu sei o motivo... – Livia falou sombriamente.

- Ele te deseja há muito tempo e eu...

- Não só ele... E você deveria saber que não sou sua para agir com tamanha raiva. Eu não pedi sua proteção das investidas de Skoll. – Livia falou indiferente enquanto caminhava até umas das portas do salão que levava á uma pequena saleta adjacente. Foi seguida de longe por Argos que decidiu mudar de assunto:

- Algum progresso hoje?

- O que eu sabia que aconteceria. Nada além. Eu não quero falar disso com você. Se não conseguiu assistir à reunião não é meu problema.

- Aparentemente as coisas não saíram tão bem, sinto um pouco de raiva na sua voz – Argos falou de forma desconfiada fechando a porta atrás deles.

- O de sempre, eu não aceito certas pessoas no conselho, só isso. – Livia reclamou irritada apoiando-se numa mesa.

- Relaxe... As coisas estão indo muito bem até agora. Mundus sabe o que faz. Você precisa parar de pensar um pouco nessas coisas para variar – Argos falou enquanto caminhava até ela.

- E você supõe que poderá fazer isso?

- Como se não me conhecesse...

- Tente. – Livia sentou-se na mesa puxando Argos em sua direção com uma das pernas.

“Nada melhor que esquecer-se dos problemas por alguns minutos usando Argos” pensou Livia.

Ela o faz beijar seu pescoço e colo enquanto tira a camisa do companheiro. O submete às suas vontades. Sempre fora assim. E lá estava Argos, como Livia desejara, beijando e tocando seu corpo que fora rapidamente despido, tentando fazer seu melhor. Satisfazendo também seus próprios desejos, ao passar seus lábios úmidos nos quadris e coxas da mulher que o fitava maliciosamente.

Argos vendo o olhar Livia, de alguém que não pretende perder seu tempo com demonstrações de afeto, a penetra com força, enquanto beija sua perna, escutando o gemido alto da mulher. Ele se abaixa mais na direção da mulher movimentando seus quadris violentamente. Argos beija seus seios sentindo suas costas sendo arranhadas intensamente, experimentando um misto de dor e prazer que só era sentido ao estar nas mãos de Livia. Ela passa os dedos úmidos de sangue na barriga de Argos enquanto recebe com mais força seu membro. No breve momento do orgasmo, entre gemidos, ele ainda troca um beijo com a mulher tão difícil de agradar. Mesmo sabendo que acabaria ali, ele sente uma pontada de raiva ao vê-la se levantar sem maiores cerimônias, retomando o olhar frio característico. Observa Livia colocar suas roupas no belo corpo sem falar nada e é acordado de seus pensamentos pela voz sua voz grave.

- Não demore muito aqui. Alguém pode aparecer... - diz com as mãos já na maçaneta.

- Não tente esconder o que todos sabem. – Argos falou a cortando.

- Não tente bancar o esperto pra cima de mim. – fala seriamente desaparecendo pela porta.

E tudo termina rápido como começou.


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