Duas semanas depois do ocorrido, eu estava em minha casa, precisamente em meu quarto, pensando em tudo, tentando entender o que aconteceu... Meus pais estavam fora ainda, porém não me mandaram se quer UM sinal de vida, nem ao menos um e-mail! E o Andy... Ah, ele sumiu do mapa, mas também não fui atrás dele, assim como ele havia me pedido, meus amigos, nem sei o que tinha acontecido com eles, estavam estranhos comigo, tinham um segredo! E de tudo que aconteceu, o que eu entendi foi: 

A Anne é filha de um cara muito “fodão” que me quer de um jeito ou de outro para depois conseguir o dinheiro dos meus pais... Ou algo parecido! Sei lá...

Ok, por que eu? Tem muita gente por ai mais rica que meus pais! De verdade... 

Mas então, o Andy, “trabalha” ou “trabalhava” para esse cara... E não sei de mais nada. 

“Hey kid! Do I have your attention? I know the way you've been living Life's so reckless, tragedy endless Welcome to the family” 

Puta que pariu! Que susto do cacete eu levei nesse momento. Era meu celular, o peguei e assim que vi quem estava me ligando, gelei, meu coração ficou apertado. Mas atendi. 

- Alô?! 

- Jesse?! Sou eu o Andrew, Andy! 

- Hum... 

- Eu sei que deve estar brava comigo! Mas, por favor, me entenda, só estou fazendo isso para te proteger!

– Ele estava meio aflito – Eu te juro que conto tudo assim que der! Mas me escuta, eu já sai do hospital, estou bem, e isso não importa, o que importa é você estar bem, e você está?! Durante esse tempo aconteceu algo, ahm... Fora do normal?! 

- Não... – Eu não estava digerindo tudo muito bem. 

- Ótimo! Bem... Estou em um aeroporto fora da cidade, Chuck está indo viajar, caso não saiba Chuck é o pai da Anne. Espero que Josh tenha te contado algumas coisas! 

- Sim... Espere como conhece Josh?! 

- Longa historia! Mas me ouça, não tenho muito... 

- ANDY?! 

Ele não respondia mais, eu ia desligar, mas comecei a ouvir uma conversa no fundo... 

- Com quem estava falando?! – Outra voz, de homem também, perguntou, acho que ao Andy. 

- Com o Ashley... 

- Ah sim... E onde ele se meteu?! 

- Ele disse que já está vindo, pegou transito! 

- Ah, claro! Devia imaginar... 

- Sim. 

- Bem, eu já vou indo, preciso ir ao Brasil resolver os problemas de você sabe o que... – Como do que ele está falando?! 

- Sim... 

- Ótimo! E não quero que a menina saiba! Preciso resolver e assinar uns papeis para ver se consigo a garota de volta! Lembro-me bem do dia em que a perdi... Malditos vizinhos bisbilhoteiros! 

- É... 

- Andrew! Você está ouvindo bem o que eu digo?! 

- Sim, claro. 

- Ok, não quero que nada aconteça com a garota, está certo? 

- Sim... 

Depois aquela outra voz, imaginei ser desse tal de Chuck, o pai da Anne. 

- Jesse? Ainda está ai?! 

- Andy?! Do que ele estava falando? De quem ele estava falando?! 

- Jesse, não posso falar agora, - Ele falava tudo muito depressa – me encontre na Starbucks, aquela perto do hospital em meia hora! Eu devo atrasar uns cinco minutos, mas um amigo meu, Ashley, vai estar lá! 

- Ok... 

E assim que comecei a ouvir o Tu... Tu... Tu... 

Desliguei o celular. Fiquei pensando em como eu era louca por estar fazendo uma coisa dessas, mas está bem! Depois de uns dez minutos pensando em como sou retardada o suficiente para tudo, fui tomar um banho... E assim que sai peguei uma blusa toda, nem toda, rendada e preta, uma calça jeans skinny com um desenho dos ossos da – nesse caso – minha perna, um salto preto, normal, em minha percepção. E uma bolsa (LOOK: http://www.polyvore.com/52/set?id=71785793 ) e fiz uma maquiagem meio pesada, mas bem “confortável” ao meu ponto de vista. E em meia hora eu estava indo para onde o Andy tinha me falado para ir. Como era longe eu peguei um táxi e fui. 

Em menos de quinze minutos eu estava lá. Porem, ao chegar lá não avistei Andy, mas sim o seu amigo, que ele tinha me falado que estaria lá... Entrei no local, ele, acho que Ash, alguma coisa assim, estava sentado em uma mesa lá para o fundo, bem isolado de todos, e de costas para a porta, então não viu quando cheguei e nem quando me aproximei. 

- Ash, certo?! – Perguntei. 

- Sim! – O mesmo se virou assustado. – Me desculpe, é que você me assustou. 

- Então eu é que devo me desculpar... - Ele sorriu, apenas. E tinha um belo sorriso! 

- Bem, o Andy pediu para que eu ficasse aqui com você até que ele chegasse, mas parece que ele pegou um transito e vai demorar um pouco, então... Quer tomar algo? – Ele falou e gesticulou que eu sentasse a cadeira a sua frente. E assim fiz, puxei a mesma e sentei logo ele voltou a sentar, a minha frente, pedimos algo para tomar e ficamos conversando. 

- Imagino que saiba o que Andy quer falar com você! 

- Não faço a mínima ideia... 

- Bem, me deixa só te dar uma introdução... Ele não quer que eu te conte. 

- Por quê? 

- Ele mesmo quer falar, mas nem sabe como! Mas então... Jesse, certo? – Assenti – Nunca se perguntou por que seus pais biológicos te mandaram para a adoção? – Cara, ele podia ser um pouco mais sensível! 

- Não... – Eu disse meio triste. 

- Desculpe... Mas então, nunca se passou por sua cabeça o real motivo? 

- Como assim? 

- Seus pais, a Rachel e o Peter, já te falaram alguma coisa dos seus verdadeiros pais? 

- Ah, me disseram que eles eram drogados e algumas coisas desse tipo. 

- Sim, entendo... Mas então, o real motivo deles terem que te “mandar” para a adoção foi que... 

- Foi que eu que continuo daqui, obrigado Ash. – Do nada Andy apareceu. Ele estava serio, serio até demais! 

- Ok... – Ash disse se levantando. Andy se sentou onde ele estava. 

- Andy... – Eu dei de ombros. 

- Por favor, Jesse, não faz isso... – ele disso triste. 

- Isso o que?! – Perguntei seca. 

- Isso! Ficar meio que me ignorando! 

- E quer que eu faça o que? O cara que eu acabo de conhecer, já me conhecia faz muito tempo, tem vários segredos, inclusive segredos com meu melhor amigo, sabe coisas sobre meus verdadeiros pais, e sabe muito mais da minha própria vida do que eu mesma! 

- Me desculpe Jesse, eu já te disse... 

- Eu te conto tudo assim que puder – Eu o interrompi. – Sim já disse, mas nunca disse nada! 

- É que ainda não posso! Não posso cometer esse risco de te perder! 

- Como?! 

- É que... – Ele ficou sem reação... E eu também. 

- Digamos que o Andy estragou o plano inicial, e fodeu com todo o resto! – De repente apareceu Ash, com uns três caras atrás. 

- Eu não estou entendendo nada... 

- Digamos que eu me apaixonei pela bela garota de cabelos azuis e olhos bem violetas... 

- Você... Você o que?! 

- Jesse, desde o momento em que te vi eu me... 

- Me apaixonei por você! – Disse um dos amigos dele, o interrompendo. – Que lindo Andy, mas não temos muito tempo! 

- Sim, claro! Continuando o que o Ash estava falando... 

- MAIS UMA PALAVRA E ESSE SEU AMOR MORRE ANDREW! – Porra, hoje ta foda em?! 

- Você não faria isso! 

- Duvida?! 

- Seu pai ficaria muito bravo! 

- Andy, Andy, Andy... Você não me conhece mesmo não é? Eu posso fazer com que a morte dela pareça um mero suicídio! Ou então... Que você a matou... – Ela sorriu cínica, provocando um pequeno medo em mim, admito. 

- Não acreditaria que eu a matei! 

- Quer mesmo duvidar de mim Andrew? 

- Não... – Ele se redeu. Até falaria que foi fofo essa reação ou sei lá o que dele, mas o momento estava muito tenso para qualquer coisa. 

Eu queria muito saber a verdade que todos me ocultam, mas o mundo me ama! E ninguém deixa com que me contem... Eu já estava pensando em que seria melhor que eu nem descobrisse mesmo, mas parte de mim pensava que era necessário que eu descobrisse o que tanto me escodem, que tanto fazem questão de não me contar. 

- Por que não querem que eu descubra?! – Finalmente me pronunciei. 

- Ok, vai lá Andrew! Conte a ela toda a verdade! Será que ele suportara tudo? Será que ela ainda ira gostar, ou sei lá, quem sabe... Amar você ainda depois de tudo? Depois de tudo que você esconde dela? Não, espere! Conte de uma vez... Ela é fraca! Não suportaria, nem Josh ela irá perdoar depois de tudo! 

- Jesse, se eu te contasse que realmente sei quem são seus pais verdadeiros... Quem são eles, você iria querer ir atrás deles? – Ele falou com receio. 

- Não... Eles me abandonaram! 

- E se eu te dissesse que não foi bem assim...? 

- Bem... Ai já é outra historia... 

- Eu disse! Assim que ela descobrir ela não vai aguentar!

- Cala a boca por um minuto Anne! Puta merda! – Disse um dos amigos de Andy e Ash.

- Ok... Jesse, assim, seus pais não eram drogados, nem nada, eles eram pessoas comuns! 

- Ta e dai? 

- Jesse, é que eles vieram a falecer há uns anos atrás... 

- Co-como?! Então, eu nunca vou poder... Tipo conhece-los? 

- Mais ou menos... Seu pai você ainda pode... Só que eu acho que assim que você descobrir quem ele é você não vai querer mais... 

- Andy! Eu não estou entendendo! 

- Você morava com sua mãe biológica e com seu padrasto... E eles morreram, mas seu pai verdadeiro ainda está vivo, e digamos que ele não é aquelas coisas... E então, você foi passar uns tempos com seu pai... 

- Ok, e por que eu fui para a adoção? 

- Por que descobriram o que ele fazia com você... Ele não era uma boa pessoa para você. Sua mãe estava com alguns problemas e você foi levada... Ela demorou para entender tudo que estava acontecendo, e já era tarde de mais para te terem de volta...

- E então eu fui levada? 

- Ah, quanto drama! Andrew! Conte logo a ela que você matou a verdadeira mãe dela! Sem dó, sem piedade. Ouvindo-a implorar pela vida! Mas você a matou a sangue frio! 

- Como?! – Eu me afastei dele. Estava completamente com medo. 

- Não! Jesse, por favor! 

- Você matou minha mãe...? 

- Sim, mas não foi bem assim! 

- Então como foi em?! – Eu já estava chorando! E o pior, chorando por alguém que eu ao menos conhecia. Mas esse era um dos fatos em que aquelas lagrimas escoriam por minha face, pelo fato de eu nunca ter conhecido ela, ter tido ódio deles, nesse caso dela, durante anos, e agora descobrir que ela me amava, que eu fui arrancada de seus braços sem mais nem menos, por causa de um, vejamos assim, descuido de meu verdadeiro pai! 

- Jesse, é como eu disse... Eu trabalhava pro Chuck e ele... 

- Andy, você a matou! – Eu acabei me agarrando ao Ash, que estava perto de mim. Se eu soubesse que era o Ash naquele momento eu acho que não teria o abraçado.