POV HARRY!

---Onde eu coloco isso, cara? ---perguntou George pra mim, pegando uma caixa com ás minhas coisas. Lisa estava levando ás coisas pra baixo junto com a Sra Cris.  ---Meu Deus, nem bem acabaram de comprar a casa e já vão se mudar pra ela?

---Mas é claro, amanhã vão instalar ás câmeras.

---Em falar nisso, o que vão falar pra Sra Cris sobre isso? ---falou ele. ---Que tal dizer que vão fazer um Reality Show?

---Você ficou maluco? É claro que não, primeiro tenho que falar com a Bella e... --- então me lembrei que Bella estava trancada no quarto a duas horas e não reclamando com os ajudantes sobre alguma imperfeição. O que é estranho. Ela estava estranha desde a hora em que eu falei aquelas coisas.

---A Bella ta estranha desde daquela hora, não é? ---falou George lendo a minha mente. ---Eu pensava que ela tinha gostado da casa!

Eu não falei nada.

---Vou falar com ela... ---ele olhou pra mim como se isso fosse dar cem reais pra um mendigo. ---Não podemos fazer tudo sozinhos, ela tem que ajudar, não é? ---completei.

---Vai lá, só não me deixe aqui plantado!

Bati na porta. Ninguém. Bati de novo. Sabia que tudo isso era pelo que eu falei e não podia deixar de me explicar. Ninguém; Bati de novo, até que eu ouvi um grito:

---Não tem ninguém!

---Bella, abra a porta! Você não pode ficar no quarto sem fazer nada enquanto eu e os outros fazem o trabalho todo! ---falei. Demorou só um minuto pra porta se abri e Bella aparecer meio deprimida.

---Eu não estou sem fazer nada! ---disse me mostrando a caixa com as suas coisas dentro. Eu entrei mesmo sem ser convidado e olhei bem pra caixa.

---Podia fazer isso com a gente, não precisa ficar aí dentro escondida, alias isso não é o seu forte.

---Por que você se importa? Pensava que você não gostasse das minhas reclamações! ---falou ela sentando na cama.

---E não gosto, mas como eu disse, ficar sem falar não é bem o seu forte. ---falei. ---Enfim... Se está assim pelo o que eu te falei... Sinto muito.

Ela olhou pra mim.

---Isso não tem nada haver com você! ---falou na defensiva.

---Bella, eu sei que eu fui indelicado e até grosseiro. ---falei.

---Não foi culpa sua,... ---falou, quando eu ia revida, ela fala: ---Foi culpa minha, sabe? Eu meio que me esqueci do motivo de eu estar comprando uma casa, do motivo de eu estar em Nova York.

---Você pode agir assim, fugir da realidade não ruim... É só que eu não estava me sentindo bem naquela situação, sua mãe comprando uma casa pra nós morarmos, e que na verdade, não vai valer de nada.

---Você está enganado, Harry! Não é bom fugir da realidade, o bom é poder juntar a fantasia com a realidade sem minimizar a realidade, sem exagerar na fantasia. ---falou. ---Eu estou me sentindo culpada, minha mãe pagou caro por uma casa, que... Também pelo fato de á tanto tempo eu querer ter uma vida independente dos meus pais, minha casa, minhas contas pra pagar, um trabalho, eu estava tão ansiosa por tudo isso que... Acabei me esquecendo do motivo, e que uma dia vai acabar.

---Vai demorar um pouco, você não acha? Será que dá tempo de enjoar? ---falei tentando fazer ela se sentir melhor. Não sabia por que de eu estar querendo fazer isso, mas tudo bem.

---espero que sim. ---falou sorrindo, fiquei aliviado. Depois estranhei isso.

---Agora, eu acho melhor nós voltarmos, o George deve estar uma fera.

***

UM DIA DEPOIS!

POV BELLA!

---Me dá uma agua, por favor! ---falou o homem das câmeras pela milionésima vez. Eu já estava me estressando. Eles estavam instalando a ultima câmera, na sala. Eu ainda achava esse negocio de câmeras desnecessário. Fui até a cozinha e minha mãe estava fazendo bolinhos.

---Mãe!

---O que foi, minha filha!

---É por isso que eles estão demorando pra fazer o trabalho deles, eles estão esperando os bolinhos! Pode parar. ---falei irritada. Minha mãe não ajudava.

---Filha, eles estão trabalhando duro, não podem ficar sem comer... ---falou ela. Nesse momento Harry entrou.

---Olá pessoal! Oi meu amor... ---e me beijou, o que geralmente acontecia, só hoje foi umas cinco vezes. Eu acho que o Harry está meio que exagerando nesse negocio de beijar. Além do fato de ele não dar selinho e sim beijos, você sabe né, beijos! Eu to meio nervosa com tudo isso, e não posso deixar de corar sempre quando ele faz. ---Querem ajuda com alguma coisa?

---sim, entregue esses bolinhos...

---Mãe! Eles vão ficar aqui ainda mais, e eu quero que eles vão embora... ---falei.

---Mas não é assim, filha, vocês não pediram pra eles colocarem ás câmeras, por que vocês queriam registrar todos os momentos de casados? ---falou, eu ri, ás vezes era muito fácil enganar minha mãe. Harry me olhou com ás sobrancelhas erguidas e deu uma gargalhada. ---O que foi?

---Nada, Sra Cris. Eu vou lá falar com os caras.

---Eu vou com você! ---falei rapidamente. Assim que já estávamos na sala sem possibilidade de minha mãe ouvir a conversa eu falei: ---Qual foi o motivo da gargalhada? A minha desculpa foi tão horrível assim?

---Foi Incrível, não se preocupe, só... ---ele não terminou e eu estranhei. Nesse momento ali na sala, estávamos sendo filmados.

***

UMA SEMANA DEPOIS!

---Precisamos arranjar um emprego! ---falei quando eu e o Harry estávamos sentados no sofá sem fazer nada. Os nossos dias nessa casa eram sempre entediantes, nunca sabíamos o que fazer e muitas vezes discutíamos. Ele olhou pra mim sem entender.

---Como assim temos que arranjar um emprego? Eu já tenho, esqueceu?

---Se você chama aquilo de emprego... ---Falei.

--Eu chamo, eu ganho dinheiro com aquilo.

---O dinheiro que você ganha não vai nos ajudar a pagar os impostos dessa casa! É muito pouco. ---falei. Nós estávamos tão desleixados no chão da sala que parecíamos dois aleijados.

---E o que você propõe, minha esposa? ---falou.

---Eu tenho que arranjar um emprego também. ---falei. Olhei pra ele e ele estava rindo. Fiquei de cara feia. ---Como assim, senhor meu marido? Agora você vem com machismo? O dinheiro do seu “emprego” não paga nem a luz que você gasta no quarto de noite!

---Isso não tem nada haver! ---falou. ---Pelo amor de Deus, Bella, Isso não se chama machismo, se chama ter certeza de que você só poderá trabalhar de costureira no meio da rua... Se você souber costurar, é claro!

---Já acabou com ás humilhações? ---falei constrangida. ---Eu não vou trabalhar de costureira, tá legal! Eu não sou uma desclassificada como você que só consegue trabalhar fazendo estagio, por que ninguém confia em você o suficiente pra deixar você trabalhar no lugar. ---agora foi á vez dele de me olhar assustado.

---Já acabou com ás humilhações? ---Me imitou.

---Já.

---Enfim, vamos esperar o George e a Lisa chegarem para discutirmos melhor esse assunto!

---Não tem o que discutir, Harry! Eu vou trabalhar de qualquer jeito! ---falei me levantando. Eu estava com uma calça jeans, blusa branca e toda maquiada, tudo bem você me chamar de maluca, sendo que eu estava em casa e não tem necessidade nenhuma de me arrumar toda, errado! Tem, sim, necessidade, é claro que depois que ás câmeras foram instaladas eu ando meio paranoica com isso, mas é que, eu sei que eles estão nos vigiando, e sabe lá Deus, quantas pessoas estão vendo o que estamos fazendo agora. O Harry andou paranoico só dois dias, depois disso só faltou andar pelado, lembro de uma vez que eu o peguei andando de toalha pela casa e falei “ Harry, estamos sendo filmados!” e ele falou: “ E eu com isso? A juíza deve tá amando o meu corpo sarado!” e com isso não falei mais nada. Graças a Deus, só veem a gente, não ouvem!

---Ah e eu posso saber o que a senhorita vai fazer? ---falou levantando também;

---Eu vou fazer administração, que ao contrario de você, sou boa... ---falei. ---... O suficiente pra ter um emprego decente!

---Então se vire pra encontrar. ---falou. --- E ainda fazer Currículo, e mais outros malditos bregueços que me fazem querer continuar no estagio o resto da minha vida!

---Eu não sou você, Harry! ---falei. Mas estava com medo, não sabia fazer currículo, não sabia como começar! ---Mas é claro que vou precisar da sua ajuda...

---Vai mesmo? ---falou vindo pra mais perto de mim. ---E o que vai me dar em troca?

---Você pirou, Harry? ---falei assustada. --- Ok! Eu fico no quarto de hospedes e você fica no... Quarto principal.

---Fechado! ---falou sorrindo.

**

POV HARRY!

Realmente isso não é um trabalho!

Todos as pessoas que estavam fazendo estagio pareciam de férias e não trabalhando como deveriam estar. Fiquei com raiva da Bella por ela estar certa. Eu só ganho 500 reais por mês. Geralmente é meu pai que me dá dinheiro pra farra e tal. De repente me senti um nada. Nunca tinha parado pra pensar que um dia teria de arranjar um trabalho decente. Olhando ali pra tela do computador e tendo que fazer um currículo pra minha esposa, por que ela queria um emprego decente, eu fiquei de mal humor. Por que Bella tinha que ser mais responsável que eu?

Tinha uma coisa que eu não sabia o que botar. Quer dizer o negocio aqui perguntava se ela era solteira ou casada. O que Bella colocaria nessa situação? Tecnicamente ela é casada e devia colocar isso... Não é? E o que ela pensa sobre administração? Resolvi ligar pra ela.

PIIIIIII!

---Alô? ---falou ela, sua voz parecia entrecortada como se estivesse chorando.

---o que houve com a sua voz? ---falei.

---Estava assistindo Titanic!---Falou, eu ri, me lembrei quando ela teve que assistir uma parte de Titanic pra ter uma inspiração. ---Por que ligou pra mim, Harry? Você não devia estar fazendo o meu currículo?

---Devia, mas pelo jeito que você fala até parece que eu sou obrigado a fazer isso!

---E é! Pelo menos pra nossa sobrevivência. Harry...

---Não se preocupe, rainha do Gelo! Está tudo quase pronto, só falta duas coisas pra terminar, primeiro: O que você é?

---Como assim “O que eu sou”? ---ela parecia ofendida pelo telefone e eu não entendi.

---Ô mulherzinha burra, viu! Eu to falando se você é casada ou não.

---Use sua inteligência fantástica pra descobrir, Harry! Eu sou casada? ---falou estressada. Resolvi pular pra próxima pergunta.

---Ok, mal humorada. O que você pensa sobre administração? ---falei já com caneta e papel pra escrever.

---Eu penso que administração é a forma de ajudar diversos tipos de pessoas, por computador e outras formas contando que possa demostrar a sua inteligência e capacidade de ser gentil e ao mesmo tempo forte pra tomar decisões difíceis e complicadas!

Graças a Deus consegui entender tudo e não perder nada. Assim que terminei de colocar tudo no papel, falei rindo:

---Que negocio todo é esse? Afinal de contas Administração é só ficar no computador, dizer sim ou não, e explicar onde fica o banheiro pras pessoas...

---Só se for pra você, idiota! ---ótimo, desligou na minha cara.

****

Assim que voltei pra casa, encontrei Lisa no sofá assistindo alguma coisa, e a Sra Cris ajudando a Bella a fazer o café. Minha nossa, o que eu queria mesmo fazer quando chegasse em casa era inaugurar minha cama pro resto do mês.

---Querido, que bom que já chegou em casa. ---falou vindo até mim e parando. Geralmente era eu que beijava, ou melhor agarrava ela, perto da mãe. Decidi deixar que ela tomasse a iniciativa dessa vez. A cena devia ter sido grotesca, nós estávamos parados no meio da porta um olhando pra cara do outro querendo saber o que o outro iria fazer.

---O que aconteceu com vocês dois? ---falou Sra Cris assustada.

Bella estava parada. Até eu estava achando estranho, ela me olhava constrangida. Como se aquele fosse nosso primeiro beijo. Fala sério. Já estava ficando impaciente, peguei no braço dela e a puxei pra mais perto, e uma coisa horrível aconteceu, no mesmo momento que eu ia beijá-la, ela foi com toda força em minha direção, e nossa testa se batei como duas pedras de batem. Ela caiu pra trás batendo a bunda no chão com a mão na testa e eu me segurei pra não desmaiar. Tava doendo demais;

---Jesus, vocês desaprenderam a beijar, foi? ---perguntou Lisa indiscreta. Bella tentou se levantar, mas parecia tonta, fui até ela ajudar, mas acabei piorando, eu caí em cima dela, e nós batemos nossas testas de novo. Agora eu tava estressado.

---Ta repreendido, eu acho que eu alguém botou olhado em vocês! ---falou Sra Cris, nos ajudando a levantar.

Assim que eu e Bella já estávamos sentados e com uma bolsa de gelo na cabeça, a Sra Cris e Lisa estavam olhando pra gente completamente pasmas. Até eu não sabia o que estava acontecendo.

---O que está acontecendo? ---falou a mãe da Bella. Hora de inventar.

---Foi tudo culpa minha, eu estou cansado de tanto trabalhar e acabei batendo a minha testa na da Bella! Desculpe, meu amor. ---falei pra Bella que parecia envergonhada.

--- E filha, por que parou daquele jeito na porta? Estava se sentindo bem? ---falou ela. Estávamos em um interrogatório?

Bella se recompôs e olhou pra mãe com um sorriso.

---Está tudo bem, mãe, eu estava bastante ansiosa pra beijar meu marido, e acabei me precipitando um pouco ao fazer isso. Não foi sua culpa, amor. ---falou e olhou pra baixo. Eu tive vontade de rir mas me controlei.

---Acho melhor vocês irem dormir.

---Harr... Amor? Você fez o que eu te pedi? ---falou Bella.

---Fiz, ta tudo pronto. ---falei fingindo um sorriso.

---O que foi? ---falou Sra Cris.

---Eu pedi pro Harry, pra fazer um currículo pra mim. ---falou. ---Vou arranjar um emprego, mãe.

***

Eu acordei com uma dor de cabeça dos infernos. Provavelmente por causa daquela batida de testas ontem. Só de lembrar fico ainda mais confuso com a atitude da bella, realmente ela parecia estranha; Resolvi levantar da cama de manha cedo pra não chegar atrasado no trabalho. Encontrei ela sentada comendo um pão, fiquei olhando atrás da parede, ela olhou pro pão e viu que não tinha passado manteiga. Eu ri. Ela levantou parecendo uma morta viva e cortou o pão, passando a manteiga. Hora de entrar na cena.

---Bom dia!

---Mal dia pra você também! ---falou apoiando a cabeça nas mãos.

---Por que está com essa cara? Não era pra estar feliz hoje? ---falei fazendo meu café. Eu estava achando estranho aquilo tudo. Só passamos uma semana juntos e já tínhamos rotina.

---Era sim. O Problema é que eu não dormi a noite toda! Estou com dor de cabeça, e ainda vou ter que dar a volta ao mundo todo entregando currículo pra Deus e o mundo! ---falou.

---É por isso que eu fico com estagio. –falei, ela me deu um olhar fulminante. ---Nova York não é tão grande.

---Credo, pra você pode não ser, mas pra mim é como um oceano inteiro. To começando a achar isso uma má ideia. ---sussurrou.

---Isso o que? O emprego? ---falei. ---Fala sério! Isso tudo é preguiça?

---Não! É medo de me perder.

---Isso não vai acontecer, ou provavelmente vai, mas você tem aí o endereço, não é? ---falei com um sorriso; Ela me mostrou um papel com o endereço. Brooklin. ---Pronto!

---Eu quero morrer!

***

POV BELLA!

Eu estava dentro do metro quando o sono começou a vim.

Eu nunca peguei metro. Por que é claro o meu pai tinha motoristas particulares que me levavam aonde quer que eu fosse. Sinceramente me sentia bem daquele jeito. Parece que aqui nos Estados Unidos ás pessoas mais pobres pegam metro e ás pessoas mais ricas pegam TAXE! Estranho. Eu percebi logo de cara essa afirmação, quando um velho bêbado entrou no trem e ninguém disse nada. Meu Deus como eu estou com dor de cabeça. O motivo pra isso todo mundo sabe, alias eu não sei o real motivo pra aquilo ter acontecido. De repente eu me vi tendo que beijar o Harry. Eu beijar o Harry. Fiquei envergonhada. Eu sei o que vocês vão dizer. Isso é sintoma de quem está gostando de alguém. Mentira! Eu nunca vou gostar do Harry, nunca. Por isso essa hipótese, não virou teoria. O caso é que é estranho. Certo, certo, eu não sei o que deu em mim naquela hora. E por culpa disso eu estou morrendo de dor de cabeça. PERFEITO.

Que sono dos infernos, que horas esse trem vai parar?

---Moça, você pode me dizer quantos minutos faltam pra chegar no Brooklin? ---falei sonolenta.

---Mais ou menos uma meia hora. ---falou.

---Obrigado. ---disse. Encostei minha cabeça na parede e quando vi já estava dormindo.

***

---Senhorita? ---eu ouvi uma voz me chamando. Era grossa e parecia impaciente. Tentei abrir o olho, mas minha cabeça estava tão pesada que só consegui mexer minhas mãos. ---Será que ela está bem?

---Esse povo que anda de metro geralmente dorme muito. Só ontem eu encontrei três. ---falou um outro rindo. Resolvi abri o olho, o que foi uma luta. Encarei os dois homens, um era muito magro e barbudo e outro era meio loiro com uma forma sadia.

---Onde estou? ----falei com uma voz tão rouca que me assustei ao ouvi-la. O loiro riu.

---No mesmo lugar em que estava quando dormiu! ---falou. De repente eu me vi em pânico. Olhei ao redor e não tinha ninguém.

---Onde estou? ---repeti. O loiro me olhou confuso.

---Eu já falei, moça! ---falou. Depois encarou o magro. ---Eu acho que ela tá com traumatismo craniano.

---Ô seu lerdo, eu acho que ela quer saber em que lugar ela está! ---falou e olhou pra mim. ---A senhorita dormiu muito...

---E parou no fim de linha. ---falou o loiro.

---Aonde é isso? ---falei confusa, parecia que eles não falavam a minha língua.

---Ela é inglesa. Turista.

---Só pode! ---falou o loiro estressado. ---Fim de linha, senhorita, significa o lugar onde o trem para quando termina o seu trajeto.

---Eu não acredito. ---falei com a mão na testa. ---Como eu faço pra sair daqui?

---É só sair do trem, e depois virar a direita. ---falou o magro.

---Ok! Muito obrigado. ---falei e me levantei, pronta pra sair quando eu ouço o loiro falando:

---Cuidado pra não ser assaltada! Fim de linha é um lugar perigoso.

“deve ser por isso que se chama fim de linha” pensei. E então foi aí que o pânico me inundou!