Em Minhas Memórias escrita por Mary e Mimym


Capítulo 29
Aproximação


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas *-*
Eu sei, eu demorei u.u
Olha... Eu não sei quanto a vocês, mas a minha vida está indo de mal a pior. Tipo, estou apaixonada (ferrou tudo pra mim), estou com pressão sobre o vestibular até a nuca. Tá tenso pra mim... Mas isso não me impediu de escrever =3
Hoje, olhando da janela o brilho reluzente da lua cuja majestosidade está tão visível, que eu paro de escrever para admirá-la.
Enfim, hora de saber quem viu a cena do beijo *o*. Boa leitura!!



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Não conseguia acreditar no que havia acontecido. Afinal, quem acreditaria?

-Vo-vocês… Eu não acredito nisso!

-Nem eu! – Afastei-me de Arme e me aproximei mais de Lire, que havia nos visto.

-Ronan, eu sinto muito. – Arme começou com suas desculpas e explicações – Eu só fiquei com medo de te perder… Eu sei, eu fui irracional ao tomar tal atitude, mas… Perdoe-me, por favor?

-Ainda bem que fui eu quem vi essa cena. – Comentou Lire e ela tinha toda razão. Imagina se fosse a Elesis…?

-Arme, eu não vou te recriminar agora. Ainda estou processando tudo o que aconteceu. Não foi certo de sua parte ter me beijado sem mais nem menos. – Disse, fitando-a seriamente.

-Eu sei, eu sei, foi um ato de desespero e incompreensão. Estávamos nos afastando muito e… - Arme respirou fundo e prendeu o choro, mas eram visíveis seus olhos lilases marejados – Eu te amo muito, Ronan, para te perder de uma hora pra outra.

Uau! Arme estava bem afiada em suas indiretas bem diretas.

-E quem colocou essa ideia na sua cabeça?! – Perguntei – Você não me perdeu. Mas está fazendo de tudo para que isso aconteça.

-Eu ainda conversei com você, Arme. – Declarou Lire.

Arme desabou na escada, tampou o rosto com as palmas das mãos e ficou de cabeça baixa, chegando a tocar as costas das mãos no joelho. Acho que o sentimento de arrependimento lhe fez ficar assim.

Eu acabei ficando sem ter alguma reação, sinceramente, não imaginava, em hipótese alguma, que Arme faria isso.

O sinal tocou, anunciando que deveríamos ir para a sala, sinceramente, foi a melhor coisa que poderia acontecer esse sinal tocar.

Olhei Arme seriamente e fui para a sala, ouvi Lire murmurar “Deixa o momento esfriar, depois vocês conversam.”; realmente, não dava para conversar depois do ocorrido. Estou confuso e irritado com isso. Arme não tinha o direito de fazer aquilo, ela... Não!

Entrei na sala e me sentei perto de Ryan, o que foi estranho, porque a cadeira que sentei ficava atrás da do Lass. Talvez fosse até uma forma de aproximação. Talvez...

-Bom dia. – Disse o ser que eu jamais pensei que fosse gentil comigo.

-Oi, Lass. – Respondi, quase gaguejando.

-Fala aí, Ronan. – Dessa vez foi Ryan, que sentou na cadeira ao meu lado – O que houve para você sentar aqui? Geralmente você senta perto da Arme, ou perto da janela.

-Nada não, resolvi segui seu conselho, sabe? – Fiz um jogo de olhares e indiquei que era sobre o Lass que eu estava falando. Ryan entendeu na hora e sorriu satisfeito.

Lass nos olhou de canto e sentou na cadeira a minha frente, prendendo a alça da mochila no ganchinho da cadeira.

-Bom dia, alunos. – Disse a professora de Literatura – Vou passar olhando e dando visto nos exercícios do livro que eu passei semana passada e eu tenho certeza que meus alunos super-responsáveis do terceiro ano fizeram.

Cochichos do tipo “Você fez?” começaram a correr pela sala, até Ryan estava nesse meio, tanto que me perguntou se eu havia feito, mas com tanta coisa que me aconteceu, esqueci totalmente desse exercício.

Lass se virou para pegar seu material na mochila, mas nem olhou para mim, manteve a cabeça baixa o tempo todo. Fuçou alguma coisa na mochila, aprofundando o braço na mesma e pegou um lápis pequeno, quase sem ponta, uma caneta e depois tirou o livro da mochila.

-Filhos da mãe que ficam pegando meu material! – Resmungou baixo, mas deu para ouvir. Achei o momento perfeito para falar com Lass.

-Eu tenho lápis sobrando, você quer?

-Eu quero que você esconda suas coisas, porque senão já era, vão pegar e você nem vai ver. – Avisou Lass, como se nunca houvéssemos nos estranhado.

-Valeu. – Dei uma risada e prossegui – Mas você quer emprestado um lápis?

-Pode ser. – Ele permaneceu sério e virado para mim. Percebi que Ryan nos olhava de canto.

Peguei meu material e abri meu estojo, até isso pegaram do Lass, não sabia que na turma tinha gente tão idiota a ponto de pegar um estojo , ri do meu próprio pensamento. Retirei o que eu precisaria e algumas coisas para emprestar para o Lass.

-Toma. – Entreguei.

-Mas era só o lápis, não pedi borracha.

-Pode ficar, cara. Até porque, se pegarem de mim, tenho reserva com você.

Lass me encarou e virou para frente. Acho que isso foi uma forma de agradecimento, sei lá.

Hoje o dia estava sendo bem irônico comigo. Primeiro, briguei com a pessoa que adoro e, agora, estou me socializando com uma pessoa que começou a me odiar desde o primeiro dia de aula…

Voltei minha atenção para a realidade e encerrei meus pensamentos. Observei a sala e vi que a professora começou pela fileira da Arme, que era a primeira. Tentei não manter contato visual com ela.

-Ronan, amanhã terá aula de Educação Física, estamos montando um time de futsal, quer entrar? – Perguntou Ryan, puxando conversa durante a aula, na verdade, a aula não havia começado direito.

-Pô cara, pode ser. – Respondi entusiasmado.

-Fechado, então. Lass, você está no time, né?

-Hunf. – Essa foi a única resposta do Lass... Agora eu quero ver como ele joga, até porque é preciso comunicação pra jogar e criar jogadas. Já pensou? O Lass tá jogando e temos que olhar para seu rosto e ver suas reações para entender o que ele quer? Seria muito engraçado.

-Ryan? – Eu e o próprio Ryan olhamos para a professora e eu acabei me assustando com o fato de ela já estar bem perto da minha fileira. Não havia percebido que me afoguei em meus pensamentos novamente.

Ryan sorriu maroto para ela e a professora balançou a cabeça, já sabendo que ele não havia feito os exercícios.

Lass abriu o livro na página marcada. Ele tinha feito. Eu não poderia usar a desculpa da minha doença, não queria que ninguém soubesse. Então, quando a professora chegasse perto de mim, eu simplesmente diria que não fiz.

Não demorou muito e a professora já estava na minha fileira. Rápida. Ela estava corrigindo de uma menina que sentava na primeira cadeira, logo depois olhou o livro do Lass e parou a minha frente.

-Eu não fiz, professora, desculpa. – Disse.

-Eu entendo. – Ela me oljou, como se já soubesse o motivo de eu não ter feito. Talvez ela realmente soubesse… Droga.

A professora continou a dar os vistos. Esperei ela sair de perto de mim e escorreguei na cadeira, colocando minha cabeça no encosto da mesma.

-Tá tudo bem, cara? – Indagou Ryan.

Eu virei o rosto e assenti positivamente, forçando um sorriso. Ao desvencilhar meu olhos de Ryan, acabei me direcionando à Arme, que me olhava.

Ignorei.

-Bem, alunos, hoje eu passarei alguns exercícios de vestibulares , assim, estudaremos tanto para as avaliações de semana que vem, como também para as provas de faculdades, para quem fará. – Avisou a professora, voltando para a sua mesa e pegando uma pilha de papel.

Eu deveria… Deveria não, eu devo começar a me preocupar mais com o vestibular e as avaliações escolares.

Mas quem, em sã consciência, consegue se concentrar nisso, tendo um Traumatismo, uma reconstrução de uma amizade abalada, um aproximamento de um garoto que não expressa nenhuma reação e é namorado da sua melhor amiga e, para piorar tudo, a sua outra melhor amiga toma uma atitude impensável para demonstrar o que sente, quem?

Eu não consigo, sinceramente, eu não sei… Quem sabe os meus pais entendam isso e não me pressionem para escolher o que quero fazer? De qualquer forma, ainda não chegamos na metade do ano, acho que consigo me recuperar e melhorar minha desenvoltura nos estudos.

-Ronan? – A professora chamou minha atenção, tirando-me de meus devaneios.

Endireitei-me na cadeira, pois estava meio desleixado e ajeirei meu material em cima da mesa.

A turma, comsequentemente, me olhou. Ignorei. Já estava até me acostumando com isso. A professora entregou a folha para cada um e deu um aviso.

Fiquei rabiscando a folha de exercícios, até levar outra chamada da professora, que percebeu minha distração e ainda mandou uma indireta, dizendo que a folha valia ponto, só para eu – e quem estava distraído – fazer os exercícios.

Parei de rabiscar. Olhei a primeira questão. Passei minha visão para a segunda questão. Virei a folha. Como tem textos para ler…, pensei. Poemas, crônicas, comparações entre o Texto I e o Texto II. O que me dava mais raiva eram as perguntas sobre “O que o autor quis dizer/expressar com a seguinte frase: (…)?”. Sei que é preciso interpretar o texto e ter conhecimento sobre isso, mas… Eu lá tenho a cabeça do autor para saber? Talvez o que eu vejo na questão, não é o mesmo que a Banca escolheu como resposta da pergunta de vestibular.

Bufei descontente com meus pensamentos. Ryan me chamou, cutucando-me. Ele queria a resposta da questão quatro, mas eu nem tinha feito e, pelo que a professora havia avisado, a folha de exercícios era individual e sem consulta ou informações alheias.

Neguei com a cabeça e ele murmurou um “Vacilão”. Eu ri.

O sinal finalmente tocou. Eu nem tinha terminado os exercícios.

-Quinta-feira eu estarei aqui na escola e irei vir na sala para pegar as questões de quem ainda não terminou, O.K.? – A professora recolheu de quem havia feito – Podem ir.

Barulho de cadeira sendo arrastada, mochilas e bolsas sendo abertas começou. Eu fiz tudo calmamente, não queria ir para o intervalo, só queria não ter mais aula.

Lass se levantou e já estava para sair, apenas esperou que Ryan pegasse algo na mochila.

Arme passou para sair da sala, exatamente no momento que Lass se virou para sair da sala. Os braços deles colidiram e um esbarrão aconteceu.

-Desculpa, foi mal mesmo. – Pediu Arme, olhando preocupada para Lass.

Eu tentei ignorar a cena, como já vinha ignorando muitas coisas. A palavra ignorar estava fazendo parte das minhas frases.

Mas não deu. Fiquei vendo qual era a expressão de Lass, até Ryan parecia curioso também. Lass nada disse, seu semblante não era raiva ou coisa do gênero.

Ele se dirigiu à porta e ficou parado do lado de fora da sala. Ryan saiu da inércia que se encontrava e foi se encontrar com o Lass.

Arme, por um momento, me olhou. Eu levantei apressadamente, seguindo Ryan. Passei por ela e ouvi um suspiro pesado.

-Ronan… - Arme me chamou.


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Notas finais do capítulo

1. Será que o Ronan vai ficar na sala pra falar com a Arme?
2. Erros safados? Podem falar u.u
3. Como minha vida está totalmente imprevisível, não sei quando postarei novamente =/, espero que me entendam, mesmo sendo difícil, eu sei bem como é esperar por uma atualização TT^TT
Até mais ver õ/