Em Minhas Memórias escrita por Mary e Mimym


Capítulo 23
Passado


Notas iniciais do capítulo

Voltei de novo u.u
Vou contar para vocês como está a minha vida:

1. Tenho teste, sem ser essa semana, a outra;
2. Tenho a gincana (que eu já venho comentando com vocês), na qual eu preciso, junto com mais 24 pessoas, realizar VÁRIAS tarefas como: criar poema para a escola, uniforme, logotipo, uma paródia, entre outras coisas. Isso para depois do teste '-';
3. Tive que confeccionar uma bandeira do Brasil no tecido e não, não é fácil. Sendo que era o trabalho da turma e eu fiz quase tudo sozinha, quase, porque eu não costurei a bainha da bandeira, o resto eu fiz.
Ou seja, meu tempo e minha criatividade estão se disseminando cada vez mais, porém, contudo, todavia, eu consegui escrever *u*

Boa leitura!!



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Ronan ON

Abri os olhos lentamente, não recordava do que havia acontecido. Mas sabia que não estava em casa, uma luz impediu que eu abrisse meus olhos completamente, assim, ficando semicerrados.

–Bom dia, meu amor. – A voz era calma, carinhosa... Era a minha mãe. Olhei para o lado e lá estava ela, sentada em uma poltrona ao meu lado, passando a mão em meu cabelo e o jogando para trás – Fico feliz em saber que está bem.

–Mã... – Eu não tinha forças para falar, mas mesmo assim continuei – Mã... Mãe...

–Sim. – Ela se levantou – Você precisa de algo?

Como não conseguia pronunciar muita coisa, apenas neguei com a cabeça. Na verdade eu queria saber o que havia acontecido, mas não conseguia... O médico entrou no quarto e veio em minha direção. Ele olhou para a minha mãe e, com um jogo de olhares, a minha mãe saiu do quarto. Acho que ele queria falar comigo a sós...

O médico sentou na beirada da cama e eu tentei sentar na mesma, ao ver que eu faria esforço, o médico fez um gesto com a mão para que eu permanecesse como estava. Ele respirou pesadamente e começou:

–Ronan... Eu não gosto de dar notícias ruins para meus pacientes, até porque, como médico, eu devo fazer de tudo e mais um pouco para prezar pela saúde de cada um. Mas, infelizmente, o que eu tenho a dizer não é muito agradável.

–O que... – Nunca pensei que fazer uma pergunta fosse tão cansativo, eu tentei formar mais palavras, mas não estava realizando o que queria.

Quando fui continuar, uma enfermeira entrou no quarto e veio em minha direção. O médico se levantou. Ela se dirigiu até o soro, estava acabando. Assim que ela trocou, se retirou do quarto sem dizer uma só palavra.

O médico me olhou, esperando que eu prosseguisse com a pergunta.

–Eu... – Além de fraca, minha voz estava quase inaudível.

–Respira fundo antes de pronunciar as palavras. – Aconselhou o médico e assim eu fiz.

Respirei fundo e consegui dizer com mais facilidade.

–O que aconteceu?

–Sua imunidade baixou, sua mãe disse que mês passado você havia pegado chuva bem no momento em que as dores retornaram, foi isso mesmo? – O médico lançou um olhar ameaçador.

Assenti positivamente.

–Seus anticorpos vêm defendendo seu corpo como outras células empenhando suas funções. – Explicou o médico – Mas quando o vírus começa a se acumular, fica difícil defende-lo por muito tempo. Você ainda teve pressão baixa e um estresse acima do seu nível normal. Isso te afetou e gerou o seu desmaio. Mas conseguimos controlar isso, você já foi medicado e se sentirá melhor.

Fiquei bem atento no que ele dizia, já que não conseguia falar muito, prestar atenção era o mínimo que eu poderia fazer.

–Onde eu quero chegar com isso tudo? – O médico perguntou e logo depois respondeu – Mesmo com a estabilidade da sua pressão e dos seus anticorpos, o estágio do seu problema aumentou de uma forma que eu não consegui entender de imediato, até descobrir que você está terminando o Ensino Médio e que seus pais brigaram e você viu tudo.

Eu arregalei os olhos subitamente, minha respiração ficou mais descompassada, eu não queria tocar naquele assunto.

–O nível do seu estresse ainda não está regular, Ronan, você precisa manter a calma. Sei que é difícil passar por isso tudo e não se estressar, mas não queremos que você piore. O Traumatismo Craniano pode ser algo que nem incomode, mas também pode ser um vilão em sua vida. E isso está quase acontecendo.

–Não... – Murmurei – Por favor... – Minha respiração atrapalhava a minha voz – Não deixe que isso acabe com... A minha... Vida... Eu... Eu não quero--

–Respira fundo, Ronan. – Insistiu o médico. Eu fechei os olhos e respirei mais calmamente, mesmo sendo um momento de nervosismo para mim.

–Eu não quero passar por mais nada... Difícil na merda da minha vida! – Disse, sem medi as palavras que saíram da minha boca e levaram consigo a raiva que eu estava sentindo.

O médico me encarou.

–Eu sei que é muita pressão em cima de você, mas, por favor, não se exalte.

–O que... - Respirei fundo - O que eu devo fazer?

–Eu passei uma receita para a sua mãe com mais remédios, para te manter mais calmo diante a tudo que você está passando. Eu compreendo perfeitamente o que acontece com você, mas, Ronan, você precisa se conter. O seu estágio agora é um pulo para o agravamento do seu Traumatismo. Se você continuar assim, terá que voltar para o hospital e permanecer aqui em um tratamento.

–Não! – Num impulso surreal, me inclinei para frente, sentando na cama.

–Não? – Ele perguntou ironicamente – Você precisa se controlar, isso não depende apenas do que eu faço para te ajudar, isso depende de você também. E eu já te disse isso. Não está sendo fácil para ninguém, mas você precisa ser forte, Ronan.

O médico não disse mais nada, o recado dele já estava dado, ele se retirou e levou consigo as minhas esperanças. Neste momento, aqui, no quarto, ao som do Monitor Cardíaco, eu me encontrava ermo...

O pior de tudo é que eu não lembrava nada! Olhei para o teto e escorreguei na cama, voltando a deitar. A única coisa que me recordo é de escrever em meu caderno e, antes disso, ver a Elesis chegando com o Lass...

DROGA! O meu caderno! Eu o deixei na calçada! Coloquei a mão no rosto para conter meu desespero.

–Eu espero que ninguém tenha pegado...

Ronan OFF


Elesis ON



Acordei da pouca noite de sono que tive, nada me tirava da cabeça que eu deveria descobrir o que estava acontecendo. Levantei e fui até o quarto da minha mãe, para saber se ela estava em casa.


Abri lentamente a porta do seu quarto e ela estava dormindo ainda, era cedo. Fiquei surpresa por encontra-la em casa. Eu poderia muito bem perguntar a ela o que aconteceu com o Ronan, mas minha mãe não me contaria, ela já não quis me contar ontem, muito menos agora se eu a acordar. Ficaria uma fera comigo.

Fui até o meu quarto, peguei meu uniforme e fui tomar banho. Ao ligar o chuveiro, deixei que a água quente amenizasse a tensão que estava sentindo, que ela relaxasse todos os meus músculos pulsantes, como se quisessem que eu descobrisse logo sobre isso tudo, como se meus movimentos não fossem mais involuntários e tivessem vontade própria, contudo, eu precisava me acalmar e a água quente me ajudou bastante.

Saí do box e peguei uma toalha, enxugando meu cabelo, já que os pingos que nele caiam escorrendo em minhas costas, me incomodavam. Assim que terminei de me arrumar, fui para a cozinha. Olhei para o relógio e a hora não passava. Nunca fiquei com tanta vontade de ir para a escola logo.

Fiquei sentada na mesa, brincando com os farelos do pão que eu estava pensando em fazer para tomar café da manhã, mas apenas o peguei e cortei, mas nada fiz. Estava sem fome, iria para a escola em jejum mesmo. Pouco me importava, a descoberta estava sendo prioridade.

–Elesis? – Minha mãe me chamou e me “despertou” de meus pensamentos viajantes.

–Oi. – A olhei, largando uns farelinhos da mão e deixando-os cair na mesa.

–Acordou cedo. – Disse ela, bocejando.

–É que eu quero chegar logo na escola. – Dei uma pausa, tentei conter minha curiosidade, mas fora mais forte que eu – Chegou muito tarde do hospital?

–Não muito. Sua tia ainda está lá com o Ronan e, antes que você pergunte, ele está bem melhor. Ele só teve uma queda de pressão.

Eu sabia bem que presenciar os pais brigando não era nada fácil. Ele já vinha demonstrando sinais de estresse, mas não pensei que chegasse ao ponto de ficar inconsciente e ser levado ao hospital, a menos que fosse algo mais grave...

O Ronan não teve apenas uma queda de pressão... Não foi só isso. Olhei para o relógio. Acabei afastando tais pensamentos. Sete horas. Perfeito.

–Mãe, já vou. – Levantei-me da mesa e fui até a sala pegar a minha mochila.

Ela apenas me olhou, com certeza ficou surpresa por eu não perguntar mais sobre o Ronan.

Peguei minhas chaves na estante e saí. Estava um sol agradável, um clima ameno, uma leve brisa passou por mim. Nem parecia que hoje o dia seria... Tempestuoso.

Apressei os passos. Queria chegar à escola o quanto antes. E, se possível, antes mesmo da insuportável da Arme chegar.

Quando estava perto da escola, vi que uma das funcionárias ainda abria o portão de entrada. Esperei um pouco até que o trabalho fosse concluído e o portão fosse aberto.

Entrei na escola e aguardei. Não desgrudava os olhos do portão. Meu coração batia conforme o “tic tac” do relógio que ficava no corredor da escola, onde eu estava sentada em um dos bancos.

Olhei para ele, o ponteiro girava lentamente, o silêncio, pelo fato de eu estar sozinha, fazia com que o barulho do relógio fosse alto, ao ponto de abafar minha respiração.

Sete e dez da manhã. Olhei para o portão mais uma vez, apertei o pingente do cordão. Respirei fundo e levantei do banco. Arme havia chegado.


Flashback ON



Finalmente criei coragem e saí do quarto. Eu precisava falar com o Ronan, contar a ele que eu estava melhor e que estava preparada para recuperar o tempo perdido e, se ele ficasse chateado comigo, eu entenderia e daria o seu tempo.


Caminhei com um sorriso nos lábios, o que era um tanto difícil tê-lo em meu rosto depois de tudo o que me aconteceu. Parei em frente a sua casa, as janelas estavam fechadas, mas mesmo assim mantive a minha esperança de que tinha alguém em casa.

–Ronan! – Gritei e esperei um pouco – Ronan! –Insisti.

–Ele não está em casa. – Disse alguém, que, pela voz, eu não conhecia.

Virei-me em direção a pessoa. Era uma baixinha de cabelo curto e lilás, assim como seus olhos. Estranhei. Mas eu sou uma ruiva com olhos vermelhos, então...

–Como você sabe que ele não está em casa? – Questionei.

–Eu sou amiga dele. Acabei de voltar do hos... Da escola. – Disse ela, se enrolando um pouco com as palavras. Ignorei.

–Amiga, é?

–Sim. Melhor amiga, para falar a verdade. Ele viajou ontem. A mãe dele pediu para que eu viesse até aqui e pegasse o material dele para deixar no armário da escola. – Aquela baixinha parecia nervosa, pois não me olhava de jeito nenhum. Sempre com o foco em outro ponto – Assim eu anoto as matérias que ele precisará fazer assim que... – Ela abaixou a cabeça – Voltar.

–Nossa! Para alguém que foi fazer uma viagem, você está bem triste com isso.

–Claro. Você não sabe como é ter um amigo longe! – Ela se estressou comigo, é isso mesmo que eu estou vendo?

–Olha aqui, garota--

–Arme. – Disse ela - Meu nome é Arme.

–Olha aqui, ARME, - Enfatizei seu nome, usando um tom sarcástico – Eu sei sim como é ter um amigo longe. Não é à toa que eu vim falar com ele para quebrar essa distância fictícia entre nós.

–Então você deve ser a tal da Elesis... – Ela me encarou e cruzou os braços.

–Sim, eu sou a Elesis, por quê? – Devolvi o olhar de desdém que ela lançou para mim – O Ronan te falou de mim?

–Não muito, mas contou um pouco de certa amiguinha que o ignorou. – Arme nem esperou que eu rebatesse o que ela disse, ou indagasse algo. Saiu andando até a casa do Ronan, pegou as chaves do bolso e abriu a porta, adentrando logo em seguida.

–Que garota... Argh! Como ela teve a audácia de falar assim comigo!? – Meu sangue começou a ferver e eu estava me corroendo de raiva por dentro.

O que essa Arme insuportável disse só poderia ser mentira. “Amiguinha que o ignorou”? Fala sério! Isso não é verdade, não poderia ser. Ronan não falaria isso...

Ouvi a porta se fechando e a baixinha carregando uns livros abraçados com ela.

–Ainda está aqui? – Perguntou ela, como se mandasse na rua.

–Sim. – Respondi friamente.

–Elesis, o Ronan não voltará tão cedo, a mãe dele disse que ele foi espairecer um pouco a cabeça. Ele não estava se sentindo bem aqui perto de certas pessoas.

Cada palavra de Arme veio como fagulhas em minha direção. Ela mandou uma indireta.Tive de ouvir tudo calada. O ódio estava transbordando em meus olhos em forma líquida, pronto para escorrer em minha face, mas eu não permiti. Fechei meu semblante. As lágrimas tiveram medo da minha expressão e retornaram para dentro de mim, juntando-se com todo o sofrimento que eu havia acumulado, voltando para todas as lágrimas não derramadas.

–Você irá se encontrar com ele? – Engoli meu orgulho e perguntei.

–... – Ela virou o rosto em direção oposta a minha – Não.

Ela mentiu! Eu tinha certeza... Ela... Não poderia estar dizendo a verdade... Não poderia!

–Esqueça o Ronan, será melhor para você e melhor para ele. – Dito isso, Arme foi embora, havia um táxi a esperando.

Minha vontade era de bater naquela baixinha. Mas... E se tudo que ela havia dito fosse verdade... Eu não poderia fazer nada. Apenas aceitar. Eu deixei o Ronan sozinho, eu fui egoísta, mas... Agora eu preciso tanto dele...

Mas se for para continuar vivendo na sua ausência, eu vou tentar suportar mais tempo sem ele...

Flashback OFF


Fechei os olhos e encerrei a lembrança que invadira a minha mente.


Caminhei até Arme, ela estava com a Lire, que é da minha turma. Parei na sua frente e ela estranhou.


–Olá. – Disse, sorrindo, apenas pelo fato da loira estar ali.

–Oi, Elesis. – Cumprimentou Lire.

Arme permaneceu em silêncio. Segurou a mão da amiga e saíram de perto de mim.

–Se for procurar pelo Ronan, saiba que ele não virá para a escola hoje. – Avisei, provocando-a.

Arme parou.

–Como você sabe? – Perguntou ela, se interessando pelo assunto.

–Eu quero saber o que está acontecendo, então eu lhe digo o que ocorreu para o Ronan não vir hoje.

A baixinha se virou e voltou para a minha direção.

–O que você quer saber, Elesis? – Indagou ela, friamente. Era incrível como Arme mudava de humor na minha presença, até Lire percebeu.

–A verdade. – Disse, sem delongas.

–Que verdade? – Arme estava se fazendo de desentendida e aquilo estava me irritando.

–Lembra quando nos encontramos pela primeira vez? Você me disse uma coisa e eu quero saber se é fato: O Ronan viajou mesmo? Porque eu acho que não foi bem isso.

–E como você chegou a essa conclusão? - Arme tentava me confundi.

–Eu ouvi, sem querer, uma conversa sua com a Lire, em que você disse que não queria ver o Ronan sofrer de novo. Por quê?

–Você é bem mal educada mesma. Fica fofocando a conversa dos outros. – Disse a baixinha, me tirando do sério e mudando o rumo do assunto.

–Olha aqui garota--

–Meu nome é Arme! – Gritou ela, chamando atenção de alguns alunos. Eu apenas sorri de canto. Estava se repetindo o nosso primeiro encontro no passado.

–Arme, não precisa se equivocar. – Disse Lire, tentando amenizar a situação.

–Para o seu governo, eu não estava fofocando, pois pouco me importa o que se passa em sua vida, mas eu estava um pouco atrás de vocês duas e você, Arme, sinceramente, não sabe esconder quando está aflita e acaba falando alto.

Sorri mais uma vez, mas esse foi um vitorioso, pois senti que Arme havia ficado irritada com o que eu disse.

–Eu não te deixarei em paz, enquanto você não me contar o que eu não sei.

–Por que ficou tão interessada agora?

–Porque... Ora, porque eu quero saber, você mesma pediu para que eu ficasse longe do Ronan, preciso de motivos!

Pensei em contar que tive contato com o Ronan, mas ela viria com: “Já que você voltou a falar com o Ronan, fala com ele.”. E mesmo se ela não dissesse isso, eu queria saber pela baixinha toda a verdade.

–Então, Arme, não vai me dizer o que eu quero saber?


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Notas finais do capítulo

Será que a Elesis irá descobrir? Eu espero que sim e_e
O que acharam?
Espero que me desculpem pela demora, não tá fácil essa vida =/
Erros...?
P.S.: Como eu já mencionei, tem um desafio no meu perfil - junto com a Iasmym -, quem quiser participar ^.^
É isso, até mais!!



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