Em Minhas Memórias escrita por Mary e Mimym


Capítulo 11
Minha visão


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo e eu posso dizer que esse também não demorou muito. Bem, antes de falar sobre o capítulo, eu quero agradecer muito, de coração mesmo, à leitora JuChan pela recomendação LINDA que ela fez para essa fic *___*, eu fiquei tão feliz que gritei em casa, imaginem um silêncio total, imaginaram? Eu pus um fim nesse silêncio com o meu grito de alegria u_u kkkk.
Voltando ao capítulo, eu só quero avisar que a Elesis quem irá narrar ^^.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/341867/chapter/11

Ver Ronan agarrado com aquela baixinha fez meu sangue ferver e minhas veias pulsarem de raiva. Não sei o que me aconteceu, talvez aquele sentimento de quando éramos criança ainda esteja vivo em mim. Ronan sempre deixava de brincar com os garotos e ficava comigo, acho que acabei me tornando um pouco possessiva por conta disso.

Lass percebeu que eu estava inquieta e, quando olhou para frente, tentando encontrar o que meus olhos viam, encarou-me com seu semblante frio.

–Seu amiguinho parece feliz com a baixinha que está o abraçando. – Ele me disse, como se mandasse uma indireta para eu parar de olhar.

–É... – Comecei a olhar para outros pontos do pátio – Vou beber água, quer vir?

Lass apenas assentiu, ele não é muito de falar ou puxar assunto para diálogos, gosto disso, pois ele é um bom ouvinte, posso contar para ele o que sinto, só não digo tudo, porque também prefiro me manter em silêncio, que se mistura com o silêncio dele e assim conversamos silenciosamente.

Passamos pelo Ronan e meu coração insistia para eu olhar naqueles olhos azuis que trazia tantas lembranças, mas não o fiz, foquei apenas minha visão frontal, segurei firmemente na mão de Lass, que retribuiu e apertou a minha.

O sinal tocou e Lass resolveu ir para a sala dele, já que somos de turmas diferentes, teríamos que nos separar de qualquer jeito.

–Nos vemos no intervalo. – Ele se despediu de mim com um beijo em minha testa, como sempre fazia. Já virou uma marca registrada do nosso namoro.

–Tá bom. – Respondi, indo em direção ao bebedouro. Vi que Lire passou por mim correndo. Ela é nova, nos falamos algumas vezes, mas ela fica mais com a Arme, que é do terceiro ano, mas está assistindo durante essa semana aula na minha turma.

Ainda bem que ela já irá sair, não aguento mais olha-la e saber que ela vive grudada no Ronan.

Terminei de beber água e fui para a sala de aula, o professor já estava em sala. Fui para a minha carteira que era uma das últimas da fileira que fica encostada na parede. Vi que Arme entrou na sala cabisbaixa.

–“Será que ela brigou com a Lire? Ou com o...” – Interrompi meus pensamentos, não queria lembrar-me dele.

Na verdade, o que eu mais queria era ter minhas lembranças boas de volta, mas só consigo quando estou perto do Ronan... Deduzo, então, que não tenho muitas lembranças, já que não falo com ele. A aula começou e eu tentei prestar atenção, mas não conseguia, algo me perturbava. Talvez fosse o fato de a matéria ser chata, ou talvez fosse a curiosidade de saber se Arme havia brigado com o Ronan.

Vi que Lire balbuciou algo com a Arme, logo entendi que era mesmo com o Ronan que ela, supostamente, havia brigado. Balancei a cabeça e abri meu caderno na matéria do professor. Era melhor não me intrometer nesse assunto.

–Qual é a matéria dele? – Perguntei a um garoto que estava atrás de mim.

–Álgebra.

–Valeu. – Agradeci, voltei para o caderno e percebi que não havia separado a matéria de Álgebra, peguei qualquer folha e comecei a anator o que o professor escrevia no quadro.

Durante um tempo prestando atenção, ou melhor, ouvindo a voz irritante do professor, decidi beber água. Não sei por que, mas hoje eu estava com muita sede.

–Alguma dúvida? – Perguntou o professor, assim que terminou de explicar.

Vi a oportunidade perfeita para levantar a mão e foi o que eu fiz. O professor olhou esperançoso para mim, pensando que era alguma pergunta sobre a matéria.

–Diga.

–Posso beber água? – Prendi o riso e ele apenas me encarou.

–Pode.

Levantei-me e saí de sala, comecei a rir sozinha no corredor, típico de um aluno fazer isso em sala. Fui para o bebedouro a passos lentos, não estava a fim de voltar para a sala. Parei no meio do caminho.

–Ronan... – Murmurei olhando-o. Mas ele não me viu, estava bebendo água e logo depois voltou para a sua sala.

Senti um aperto no coração por ele ter me ignorado, mesmo que sem querer. Eu não poderia permitir que sentimentos começassem a fluir novamente, mas eles são mais fortes que eu.

Foi só eu ver o Ronan que lembranças tomaram conta de minha cabeça como um vírus, mas até que era um vírus bom, quero dizer, uma lembrança boa.

Flashback ON

“Olhei para o Ronan e sorri discretamente, levamos uma bela bronca da mãe do azulado. Acabamos brincando até tarde na pracinha e estávamos totalmente sujos de terra.

–Que tanto vocês brincam lá fora? Vocês não têm casa, não? Amanhã é dia de aula e vocês brincando lá fora, nesse frio! Eu hein! – Reclamou ela, encarando nós dois.

Estávamos parados na porta, juntinhos por causa do frio de Junho, olhávamos para a tia com carinha de anjinhos, olhos bem abertos para poder dar mais ênfase no pedido de desculpas.

–Desculpa, tia... Não iremos fazer isso de novo. – Disse.

–É, mãe, desculpa a gente?

Piscamos os olhinhos, geralmente isso amenizava a bronca. A tia respirou fundo, mas ainda continua brava.

–Entra já os dois! Ronan, suba e pegue uma roupa para tomar banho e Elesis, tem umas peças suas no quarto do Ronan, está na gaveta, pega uma peça e toma banho aqui embaixo, eu ligarei para a sua mãe e avisarei que dormirá aqui. Amanhã levarei os dois para a escola. Não quero mais brincadeira até tarde, entenderam?

Eu olhava para Ronan e só via seus orbes azuis fixados na mãe. Segurei sua mão, estava trêmula. Final de Outono e início de Inverno, o frio estava castigando naquela época.

Entramos e Ronan correu para seu quarto, fiz o mesmo e corri atrás dele.

–Ronan! – Chamei.

–O que foi? – Ele me perguntou, abrindo o armário e pegando uma roupa.

–A tia vai nos deixar de castigo? – Indaguei, um pouco receosa.

–Não. Ela já brigou com a gente, então... – Ele pegou uma roupa simples, já se preparando para dormir – Pode pegar a sua roupa, tá aqui. – Ronan abriu uma gaveta e saiu dali, dando passagem para eu poder pegar.

Escolhi uma peça simples também. Desci e pedi uma toalha para a tia.

–Tem algum problema de ser rosa? – Olhei a mãe do Ronan e queria responder que não, odiava e ainda odeio rosa.

Fiquei quieta, até Ronan aparecer descendo rápido na escada com outra toalha na mão. Uma de tom vermelho.

–Se enxuga com essa, Elesis. Eu pedi para a minha mãe comprar uma para você, quando viesse dormir aqui. Sabia que ele ia te dar uma rosa e eu sei que você não gosta. – Disse ele me entregando, sorrindo feito bobo. Era incrível como ele me conhecia.

–Ah é! Eu tinha até me esquecido disso. - A tia caminhou até a cozinha – Vou preparar a janta para vocês, quando terminarem de tomar banho, deixem a toalha e a roupa suja em cima da máquina.

Depois do aviso, Ronan voltou para o quarto e foi tomar banho, e eu fui para o banheiro. Tomei meu banho e fiz o que a tia pediu. Fiquei esperando o Ronan na sala, estava sentada no sofá vendo televisão.

–Elesis?

Olhei para ele.

–O que foi? – Indaguei.

–Não vai pentear o cabelo?

–Meu cabelo é muito grande e eu não consigo sozinha.

–Hum... – Ele parecia pensar em algo, o Ronan estava tão fofo com roupa de dormir, seu cabelo bem arrumadinho, parecia um pequeno príncipe – Já sei! – Ele falou alto e me desviou de meus pensamentos.

–O que irá fazer? – Perguntei, curiosa.

–Já volto. – Ronan foi para a cozinha, não havia entendido nada do que ele iria fazer. Eu nem ligava em ficar com o cabelo bagunçado.

Ele voltou de mãos dadas com a tia.

–Por que você não me chamou, meu anjo? – Ela se aproximou de mim.

–Não queria atrapalhar a senhora. – Disse um tanto envergonhada.

–Nada. – A tia olhou para Ronan – Filho, vai ao banheiro e traz uma escova para mim, por favor.

Ronan nem hesitou e correu até o banheiro, voltando rapidamente com o que sua mãe havia pedido.

–Toma. – Ele entregou a escova para a tia.

Ela se sentou no sofá e eu no colo dela, Ronan ficou em pé me olhando.

–Se eu puxar e te machucar, você fala, tá? – Eu assenti com a cabeça e a mãe do Ronan começou a escovar meu cabelo.

Ela era tão delicada que parecia que estava massageando meu cabelo ao invés de penteá-lo. Quase adormeci em seu colo.

Ronan segurou na minha mão.

–Dorme não, Elesis. – Ele riu e eu também.

–Você me perturba tanto que eu nem consigo descansar. – Disse, brincando.

–Eu que te perturbo, não seria o contrário, não? – Ele parecia indignado, de fato eu o perturbava bem mais.

–Não! – Cruzei os braços e fiz uma expressão de superioridade, erguendo meu queixo.

–Então você fica irritando a Elesis, é Ronan? – A tia me cutucou, como se demonstrasse que havia entrado na brincadeira.

–Claro que não, mãe. Elesis que me perturba.

–Vai acreditar nele, tia? – Virei o rosto para ela, tentando não rir.

–Eu acredito em você, Elesis.

Ronan fechou a cara e ficou emburrado.

–Estamos brincando, Ronan. – Dei um leve tapa no braço dele, mas ele continuou emburrado – Se continuar assim, eu não irei mais dormir aqui na sua casa.

–Para de chantagem emocional, Elesis. Tá parecendo a minha mãe.

–Eu? – A tia parou de pentear meu cabelo e olhou para Ronan.

–Sim. Vocês, mulheres, conseguem tudo com as suas chantagens. – Ronan estava estressado com a gente.

Eu e a tia começamos a rir.

–Pronto. – Ela terminou de escovar meu cabelo e eu senti minha cabeça mais leve.

A mãe do Ronan se levantou e voltou para a cozinha. Voltei a sentar no sofá e Ronan ficou na minha frente.

–Você está linda, Elesis. – Percebi que Ronan corou ao me dizer isso, ele ficou uma gracinha com a bochecha meio rosa.

–Obrigada. – Também havia corado, sorri um tanto envergonhada.

A janta já parecia estar pronto, pois o cheirinho era sedutor, o que me conduziu a ir para a cozinha. Para a minha sorte, a tia nos chamou.

–Meninos! A janta está na mesa! – Eu puxei o Ronan para irmos logo jantar.

–O cheirinho está uma delícia. – Comentei, chegando à cozinha.

–Obrigado pelo elogio, Elesis. Sabe... O Ronan não elogia a minha comida. – Disse ela, num tom melancólico.

–Ai que horror! Eu elogio sim!- Era incrível como o Ronan perdia a paciência rápido.

Percebi que a tia estava brincando com o Ronan de novo. Eu apenas ri da situação.

Sentamo-nos a mesa e nossos pratos já estavam prontos. Comecei a comer, logo depois a tia colocou um prato de batata frita na mesa, meus olhos brilharam ao ver aquele prato tão delicioso.

Ronan pegou uma batata com o garfo e comeu, depois pegou mais uma e levou em direção a minha boca. O olhei surpresa, mas comi mesmo assim. Ele sorriu.

Corei novamente, foi tão cortês da parte dele, peguei um chikenitos que estava no meu prato e dei um pedaço na boca dele.

Ele fez um som de quem devoraria o frango empanado na minha mão, recuei um pouco assustada, mas ri pela graça que ele fez.

–Vocês dois deveriam parar de brincar com a comida e jantar direito. – A mãe do Ronan interviu em nossa brincadeira, mas não impediu que continuássemos.

Ficamos trocando alimentos do nosso prato, foi tão legal e inocente.”

Flashback OFF

Fiquei surpresa com a lembrança que tive, uma das mais lindas que eu poderia recordar. Minha infância foi como um conte de fadas: Perfeita.

–Elesis. – Senti alguém me cutucar, olhei para trás e era a Arme.

–O que foi? – Perguntei num tom indiferente.

–O professor reclamou da sua demora e está pedindo para você voltar. – Ela me respondeu no mesmo tom que eu usei.

Bufei e voltei para sala, deixando-a para trás. Sei que deveria ter um relacionamento bom com as pessoas, mas essa Arme me tira do sério. Acho que ela também não gosta muito de mim, então não tenho porque ficar fingindo gostar dela.

O professor me encarou quando entrei na sala, eu o ignorei e voltei para a minha carteira. Acabei esbarrando no estojo de Lire, deixando-o cair. Abaixei-me rapidamente e o peguei, devolvendo.

–Desculpa, foi sem querer.

–Tudo bem. – Ela sorriu, foi tão graciosa e simpática.

Arme logo se aproximou da sua cadeira, que era perto de Lire, para não me aborrecer, voltei logo para a minha. Sentei e abaixei a cabeça, a aula já iria terminar mesmo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

>O capítulo foi sobre uma lembrança fofa *-* (espero que tenha sido fofa kkk), especialmente para a leitora Alana Broflovski, à quem eu havia dito que escreveria um capítulo assim XD.
>Ainda continuo extremamente feliz com a recomendação da JuChan, aliás, eu estou feliz pelas duas recomendações *ω*
>O que acharam?
>Se tiver erros, já sabem, é só avisar.
>É só isso que eu tenho a dizer nas notas finais, eu acho... '-'
P.S.: No próximo capítulo voltará a ser o Ronan a narrar.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Em Minhas Memórias" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.