Start? escrita por Sascha Nevermind


Capítulo 35
#EXTRA# A Noite


Notas iniciais do capítulo

OI OI GENTE ~Kefera feels~
Cá estou eu, numa visita rápida, para um extra em comemoração ao capítulo trinta
~soltando fogos de artifício e comendo batata~

ENTÃO, vocês sabem que eu costumo ficar quietinha (o tanto que eu consigo) nos extras, mas... Quero dedicar esse a duas pessoas.

Primeiro, á minha melhor amiga, Su e/ou Çu, que me encheu o saco pra escrever e me falou uma frase foda o suficiente para eu querer superar minha vergonha de escrever coisas assim só pra poder usá-la - ah, e me deixou usar! Dei uma adaptada, espero que me perdoe xD

E para Mikizin, que recomendou Start? *---* Tipo, ontem mesmo eu tava conversando sobre estar meio desanimada porque achava que tava ruim e tals, aí você vem e recomenda *---* me matou S2 Aí eu gritei, joguei meu travesseiro no teto e escrevi esse extra todo hoje pra agradecer =3

Espero que gostem!



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Tsubaki havia passado o dia todo ocupada. De manhã foram as aulas do doutor Stein, uma bateria de revisões para as provas que estavam chegando. Era difícil prestar atenção, porque quando o Black*Star estava animado ficava conversando o tempo todo e ela não conseguia ignorá-lo. Quando estava entediado, escorregava na cadeira, colocava os pés pra cima e fechava os olhos, fingindo cochilar até o professor chamar sua atenção ou jogar algo nele. Ela também não conseguia ignorar o modo como ele ficava lindo daquele jeito.

A tarde deveria ter sido mais tranquila, mas não foi. Tsubaki teve de sair para fazer um trabalho na casa de Kim e Jaqueline, e não foi nada fácil. Kim não estava dando muita importância, e Jaqueline estava dando importância demais. Entre chamar a atenção de uma e acalmar a outra ao mesmo tempo que fazia as pesquisas insanas do Stein, Tsubaki quase enlouqueceu.

E quando finalmente acabou a tortura, não pode ir direto para casa, como queria. Morar com Black*Star era como ter um filho, ás vezes – ela tinha que cuidar da casa, e isso incluía fazer compras. Ovos, leite, arroz, alga nori, peixe, algumas frutas e um iogurte qualquer. Nada que tivesse muito açúcar ou cafeína, Black não precisava daquilo. Já era elétrico o suficiente sozinho.

Se bem que talvez devesse parar de vigiar o que o namorado comia. Ela realmente parecia a mãe dele, daquele jeito.

Tsubaki só chegou em casa quando o sol estava quase se pondo. Ela esperava encontrar Black na sala, jogando ou fazendo flexões, ou talvez na cozinha, destruindo o estoque de comida da despensa. Mas ele não estava em nenhum daqueles lugares. O banheiro também estava silencioso, então talvez estivesse no quarto. Dormir de tarde não era do feitio de Black, mas quem era Tsubaki para entender a mente daquele garoto?

– Cheguei! – Ela anunciou, só para o caso de ele estar acordado. Se não estivesse, seria preciso bem mais que aquilo para tirá-lo da cama.

Estava acabando de guardar as compras quando ele apareceu. Tsubaki não o viu, nem sentiu se aproximar, até que dois braços envolvessem firmemente sua cintura e ela sentisse a boca do seu namorado em sua nuca. Arrepiou e se assustou, tudo ao mesmo tempo, mas acabou soltando uma risadinha.

– Você andou treinando. – Comentou, referindo-se ás regras do assassino. Seu namorado riu também, abraçando-a um pouco mais forte.

– Estava com saudades...

– A gente mora junto, você não tem porque ter saudades. – Ela respondeu, apesar de ter sentido o mesmo.

Ele a largou e se espreguiçou, e Tsubaki pensou que tivesse ofendido, até ele piscar para ela e rebater:

– Mas não tem ninguém para ver o quanto eu sou grande quando você sai.

Tsubaki riu, e lhe deu um selinho.

– Qualquer um pode ver isso. Se importa de pedirmos comida fora hoje? Senão o jantar vai sair atrasado.

– Para de se preocupar com isso, Tsubaki. – Black*Star reclamou, bufando. – Vai tomar um banho. Depois a gente pensa na comida.

Ela pensou em falar alguma coisa, mas nunca era uma boa ideia bater de frente com Black*Star. O melhor era ir manobrando-o. Além disso, Tsubaki queria mesmo tomar um banho, então acabou demorando um pouco demais na banheira, se ensaboando bem mais do que devia e pensando em coisas que eram e não eram da sua conta. Por algum motivo se banhar trazia um sentimento de paz imenso a ela, era um dos seus momentos preferidos do dia, até seu namorado ir bater na porta e reclamar que ela estava demorando.

Hoje, ele a deixou tomar banho em paz, e Tsubaki não sabia se agradeceria ou ficaria preocupada com a saúde dele.

Quando finalmente saiu, já usando seu vestido quase favorito – ele era lindo, mas ficava estranho no peito – a casa estava toda escura. As luzes apagadas, só entrava a claridade fosca das luzes da rua. A não ser pela cozinha, mas não era a luz normal, parecia meio amarelada. Foi para lá, só um pouco desconfiada do que Black*Star estaria aprontando dessa vez, e mal acreditou no que viu.

A cozinha estava toda iluminada por luzes de vela. Haviam velas na bancada, na pia, sobre o fogão, até em cima da geladeira. E bem no meio da pequena mesa, uma única vela, alta e fina, toda decorada. A mesa estava arrumada quase impecavelmente: a toalha branca parecia de seda e estava bem esticada, os melhores pratos da casa estavam ajeitadinhos sobre guardanapos vermelhos, haviam duas taças ao lado e um pequeno buquê de flores amareladas. E ali, de pé ao lado de tudo, estava seu namorado, que havia tentado se vestir formalmente mas perdeu uma guerra contra a gravata, e parecia com mais medo do que Tsubaki já havia visto.

Uma mistura de ansiedade e admiração preencheu a garota.

– Black? O que você...?

Ele pigarreou antes de falar:

– Eu quis fazer algo diferente. Pra te agradecer por ser uma namorada à altura de um cara como eu.

Tsubaki acabou rindo, e foi até ele, ajeitando sua gravata.

– Bom, conseguiu. E eu é que devia agradecer, Black. Você é o melhor namorado que eu poderia querer.

Ele lhe deu um selinho, satisfeito, e então a guiou para seu lugar na mesa, puxando a cadeira pomposamente para que sua namorada se sentasse.

Foi um jantar agradável, romântico, e até divertido. Tsubaki riu quando Black serviu uma fatia de pizza americana para cada um. Eles comeram enquanto bebiam Coca-Cola nas taças, o que quase arrancou outro riso de Tsubaki. Comeram devagar, falando sobre bobagens, soltando indiretas e ignorando completamente o barulho dos carros lá fora. Ela não conseguia imaginar nada que pudesse ser mais importante que essa cozinha.

Mas havia algo de estranho no ar. Black estava silencioso demais, sem se vangloriar tanto, e não comeu nem metade da pizza. Tsubaki não estava com um bom pressentimento sobre aquilo tudo. Ela precisava ter certeza. Provavelmente vou me arrepender disso, pensou, mas ainda assim deixou a comida de lado e olhou seriamente para seu parceiro.

– Black*Star...

Ele ergueu os olhos de sua segunda fatia de pizza, da qual não havia comido nem metade, prestando atenção na namorada. Tsubaki suspirou uma vez, antes de dizer:

– Foi uma noite maravilhosa... Eu me diverti, e você teve muito trabalho, e ficou tudo perfeito, Black. Mas eu tenho que te perguntar, você... espera algo mais?

Ele não respondeu imediatamente, só arregalou os olhos, surpreso, e então corou. Muito. Foi o suficiente para Tsubaki saber que eles provavelmente teriam sua primeira briga.

– Eu não vou te obrigar a nada. Só achei que seria legal se fosse, sabe, especial... E que está na hora. Porque a gente está junto a pouco tempo, mas moramos juntos a uns quatro meses e temos essa coisa da alma e...

– Black. – Tsubaki disse, com a voz fraca, olhando para seu prato como se fosse a coisa mais interessante do mundo. – Tenho que te falar uma coisa.

Ele a encarou atentamente, e Tsubaki teve dificuldade em encará-lo. Ela devia, mas não conseguia. Estava com tanta vergonha... Continuou olhando para o prato ao anunciar, quase como se pedisse desculpas:

– Eu não... Você não vai ser meu primeiro.

Tsubaki não precisou vê-lo para sentir como se surpreendeu. Bastou aquela arfada que deu ao ouvir aquilo, o silêncio estranho que pairou antes que Black murmurasse:

– Eu não sabia...

Era óbvio que não sabia. Ela não gostava de falar daquilo com ninguém, nem mesmo lembrar. Era um segredo que só a Maka sabia e as duas guardavam a sete chaves – até agora.

– Você pode me falar como aconteceu, Tsu? Foi algum namorado?

A voz de Black*Star estava estranha, um misto de ciúmes e decepção, mas ele a chamou por seu apelido, e isso lhe deu um pouco de coragem para contar.

– Eu tinha 14 anos, acabei me envolvendo com um garoto de 18. Ficamos por um tempo, depois ele começou a me pressionar querendo algo mais. Eu era apaixonada, e nunca fui boa em dizer não... Ele me deixou uma semana depois. Foi minha única vez.

Tsubaki não falou como se sentiu péssima depois daquilo, ou como se sentiu nojenta e chorou por vários dias. Não, aqueles detalhes ela guardaria para si. Fora seu primeiro coração partido, e ainda ficava com raiva ao lembrar do garoto. Porque ele era um garoto – alguém como ele nunca seria um homem.

– Foi bom?

Aquela pergunta quase ofendeu Tsubaki. Ela ergueu os olhos e encarou seu parceiro, séria.

– Não.

Black*Star se assustou com o tom da namorada. Ela nunca levantava a voz, ou era tão fria. Ele soou calmo ao dizer:

– Você vai ser a minha primeira.

A expressão de Tsubaki se suavizou, ao mesmo tempo que um arrepio lhe subia dos pés à cabeça. Black lhe olhava de uma forma quase desafiadora, mas havia algo doce naquela expressão. Algo quase hesitante, mas sem dúvida, estava presente. E aquela frase, ela significava tanto... Tsubaki não sabia que seu namorado era virgem. Pelo jeito que a beijava e que a acariciava, definitivamente não era. Era uma surpresa, uma que a fez amá-lo ainda mais. Mas ela ainda precisava confirmar algo.

– Você não se importa que eu...?

– Esse cara. – Ele respondeu, se inclinando em sua direção. – Ele não é nada. Ele é um pedaço insignificante do seu passado. Não é um idiota qualquer que vai atrapalhar o futuro do grande Black*Star. E o meu futuro é você, Tsubaki.

Tsubaki não soube bem como agir. Ela queria chorar de alívio, abraçar Black*Star, fugir com ele, tudo ao mesmo tempo. Nunca havia se sentido assim antes, e não sabia como mostrar a ele o quanto o amava.

Bom, havia um jeito.

Ela sorriu, suavemente, e então sussurrou:

– Eu te amo.

Tsubaki só viu o sorriso do namorado, o mais lindo que já vira na vida, antes de soprar a vela que estava entre eles. Ela viu seus olhos se arregalarem, e corou, mas ainda assim se levantou e saiu apagando as velas, uma por uma, até que não restasse nenhuma luz na casa além da que vinha do lado de fora. Então se aproximou dele, pegando sua mão e o puxando gentilmente até que ficasse de pé.

– Tsu, não precisa provar nada...

A voz dele, meio rouca e terrivelmente sexy como estava, fez o ventre de Tsubaki se contorcer. Provar algo?

– Eu quero você... – Sussurrou em seu ouvido, e então começou a puxá-lo em direção ao corredor.

Black*Star não a deixou entrar no quarto dela, apenas a guiou em direção ao dele. A luminosidade que entrava pelas janelas de vidro não era muita, mas o suficiente para Tsubaki notar o futon de casal no centro do quarto, coberto com sua manta favorita, vermelha e felpuda, e rodeado de flores, com uma ou outra vela apagada por perto. Ela se virou para ele e sorriu.

Black*Star parecia sem jeito pela primeira vez na vida, então Tsubaki o guiou. Suas mãos foram delicadas enquanto desfazia nós e desabotoava botões, e fez questão de as deslizar pela pele de seu namorado enquanto as peças que os separavam caiam ao chão. Hesitante, ele começou a ajudá-la. O som de suas respirações ecoava suavemente pelo quarto. Seus corações pulsavam rápido.

Tsubaki o beijou enquanto desabotoava sua calça, e pela primeira vez, seguiu seu ritmo. Lento, suave, sensual. Sua língua tocava a de Black suavemente, provocando-o, e quando ele a abraçou, ambos ofegaram juntos. Quando ambos estavam nus, ela o guiou até o futon, pressionando seu corpo contra o dele.

Nenhum dos dois sabia onde um começava e o outro terminava. Havia pele, bocas, toques e carícias. Ela o guiou, o beijou, o manteve perto quando ele parecia em dúvida. Quando finalmente aconteceu, doeu tanto quanto na primeira vez – mas dessa vez, algo estava diferente. Aquela dor não a fazia se odiar e odiar o namorado. Aquele ato só o fazia amá-lo mais. Black*Star demorou mais, porém ainda assim foi rápido. No entanto, quando ela pensou que houvesse acabado, descobriu que Black*Star sabia fazer coisas que nem imaginava. E quando Tsubaki chegou onde nunca havia ido, tudo que conseguiu foi ofegar o nome do namorado.

E no fim de tudo, ambos ficaram deitados juntos, cansados e satisfeitos. Ninguém falou nada por um bom tempo, apenas ficaram escutando enquanto suas respirações se normalizavam e os corações se acalmavam.

Até Black*Star dizer, com a voz divertida:

– E então, Tsu? O que achou da honra de tirar a virgindade do grande Black*Star?

Tsubaki riu, riu mais do que pensou que fosse possível, enquanto o cobria de beijos.

– Foi a maior honra que eu poderia ter. E quer saber? Você pode não ter sido o primeiro, mas foi o melhor. E vai ser o único daqui em diante.

Ele sorriu para ela, orgulhoso.

– Eu te amo.

E naquele momento, Tsubaki soube que não poderia amar a ninguém mais do que o amava.


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Notas finais do capítulo

Confesso que amei esse e deu vontade de fazer uma história só deles *-*
Então é isso! Kisuus ;*