Start? escrita por Sascha Nevermind


Capítulo 3
#2 - Passado e Amigo


Notas iniciais do capítulo

O-oi?
*fugindo das pedras/tijolos/sofás/unicórnios sendo atirados*
Desculpa pela demora, gente, é sério! Deve até ter parecido que eu desisti da fic - e não foi isso. Chorem comigo: eu estava desde março sem internet. T^T
Em minha defesa, tenho a dizer que continuei escrevendo a fic durante meu período de abstinência de Internet no pc. E ainda estou sem internet, na verdade, mas eu tenho no celular e, com esse novo servidor do Nyah! , eu consigo postar aqui no celular mesmo! ♥
(Viu como eu amo vocês? Digitar um capítulo no Quick Office é um saco!)
Espero que me perdoem, não abandonem a fic (se já não abandonaram >×< ) e gostem do capítulo! :)
Kisus! =^*^=



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Conheci o Soul na quinta série, naquela época da vida em que a maioria das garotas começa a suspirar pelos garotos e a maioria dos garotos ainda é criança demais pra levar a sério.
A glória dos onze anos. O início da adolescência. As mudanças no corpo. Era um saco.
Soul não era o garoto mais bonito da sala, nem o mais popular. Era o mais bagunçeiro. Sentava lá atrás, não prestava atenção na aula, zoava todo mundo e respondia o professor. De um jeito meio estranho, eu o admirava, porque era preciso muita coragem pra fazer aquilo.
Isso não queria dizer que eu gostasse dele, eu o odiava. O motivo era simples: enquanto todas as outras garotas tinham corpos que começavam a se desenvolver, o meu continuava na mesma. Aí a praga do garoto começou a me chamar de tábua.
Brigávamos o tempo todo. Ele me chamava de tábua, e eu o chamava de babão - porque, bem, Soul realmente, literalmente, babava. O tempo todo.
Então, num lindo dia, um dos professores decidiu que a sala estava barulhenta demais e que para resolver isso precisava trocar a negada de lugar. Soul veio parar bem ao meu lado.
O mais incrível dessa baboseira toda é que acabamos amigos. Os apelidos não acabaram, mas viraram meio que... sei lá. Coisa de amigo. Não muito carinhosos, mas nada ofensivo, também. Implicância de irmão.
Tirando um primo meu, Soul era a pessoa com quem eu era mais apegada - e foi com ele que eu comecei a me abrir mais, a perder a timidez.
Até ele me contar que estava gostando de uma garota da nossa sala, uma loura chamada Kimy. "Ok, parabéns, vai fundo", eu disse. Só que depois, não consegui parar de pensar naquilo. Aquela tal de Kimy... Eu queria saber o que ela tinha de mais para conquistar o meu melhor amigo.
Seria o cabelo dela? Kimy tinha cachos longos e louros deslumbrantes. Os olhos? Talvez Soul gostasse de castanho. Seu sotaque? Ela falava quase cantando. Seu corpo? Com certeza, era mais desenvolvido que o meu.
O que Kimy tinha que eu não tinha?
Foi quando essa frase passou pela minha cabeça que percebi que estava apaixonada pelo Soul. Que eu amava o olhar sarcástico dele, o cabelo estranho, a mania de andar com as mãos no bolso, o modo como ele era corajoso.
Adoraria dizer que me declarei, ele confessou que era apaixonado também é foi com ele meu primeiro beijo. Seria uma história de amor melhor que Crepúsculo.
Mas... Não foi. Aconteceu exatamente o contrário.
Quando percebi que estava apaixonada, fiquei com medo. Era a primeira vez que eu gostava de alguém assim, e não sabia como agir, pensar, o que seria normal ou estranho. Então, meio sem querer, nos afastamos.
Não foi algo que quiséssemos. Eu comecei a ficar estranha perto do Soul, porque não sabia mais como agir, e ele percebeu e começou a me dar espaço. Então aconteceram tantas coisas comigo, com minha família, com meu mundo, que acabei esquecendo o Soul. Tanto como amigo como algo mais.
Quando tudo acabou e voltei a pensar nele, Soul havia saído da escola e eu mesma havia mudado tanto que provavelmente nós dois nunca voltaríamos a ser amigos como antes.
Claro, aquilo tudo era passado. Ele pode ter sido meu primeiro amor, mas não foi o único, nem o último. Então, quando o vi entrando na sala do Shinigami-sama, para mim era como ver um pedacinho do fim da minha infância de novo. Meu primeiro melhor amigo.
Abri um sorriso de orelha a orelha.
–Babão!
Soul deu um meio sorriso sarcástico, mas pode ver que ele estava feliz.
–Fala, tábua.
–Hey, como ousam esquecer a presença do maravilhoso Black*Star? - o garoto de cabelo azul reclamou.
–E que chamego é esse com a minha filha, Soul Eater? - o homem ruivo que os acompanhava perguntou, irritado.
Revirei os olhos, sorrindo. Meu pai era totalmente grudento, mas era legalzinho, até, as vezes.
Eu já odiei meu pai, e muito. Até porque eu cresci vendo-o trair minha mãe, mesmo dizendo ama-la - ou seja, uma mentira dupla. Eu nunca fui muito de confiar nos homens por isso, só que meu pai foi sempre tão atencioso comigo, sempre me mimou - ou tentou - tanto, que acabei quase gostando dele. Não o perdoava por trair minha mãe até se divorciarem, mas como ela mesmo dizia, além dele ser meu pai, foi ele que me salvou.
Meu pai é o Death Scythe, a atual arma do Shinigami-sama, e minha mãe foi que o transformou. Foi por isso que sempre sonhei em vir para a Shibusen - queria seguir os passos de minha mãe e criar uma arma mais forte que meu pai.
–Eu não to de chamego com a Maka, Death Scythe. - Soul respondeu. - porque você não vai lá catar as novinha e me deixa em paz?
–Ah, cala a boca, guri. - Meu pai revidou, e então me olhou docemente. - Maka, eu te amo.
Isso era uma das coisas que eu não gostava no meu pai. Ele adorava me constranger em público.
Fiz um bico enorme e resmuguei:
–Affs, pai, sai dessa. Vai lá catar as novinha, vai.
Enquanto meu pai ia para um canto da sala chorar, os meninos vieram para perto de nós e o Shinigami-sama explicou:
–Black*Star, Soul Eater, estas são Tsubaki e Maka. Tsubaki, Maka... bom, vocês já entenderam a coisa. Então, garotos, como já expliquei a vocês, vão trocar de parceiros. As novas duplas serão Black*Star e Tsubaki, e Soul e Maka. Vocês...
–Não acho que essa garota seja uma boa parceria pra mim, Shinigami-sama. - Black*Star interrompeu. - Ela provavelmente não irá suportar a minha grandeza.
Encarei-o, irritada por Tsubaki e entendendo na hora o motivo pelo qual ele e Soul não deveriam te se dado bem. Mas Tsubaki não pareceu se perturbar. Ela só sorriu e disse:
–Provavelmente não mesmo, já que não sou tão grande como você. Mas prometo me esforçar.
A frase soava engraçada, já que Tsubaki era uns 15 cm mais alta que Black*Star, mas ele gostou.
–Bem, pelo jeito você é inteligente. Talvez não seja uma má parceira, afinal.
–Arigato. - Ela sorriu.
–Death Chop! - Shinigami-sama gritou, logo antes de Black*Star cair no chão, sangrando. - Espero que agora aprenda a mão me interromper mais, Vossa Grandeza. Então, como eu estava dizendo, as ressonâncias de vocês nessas parceiros serão mais estáveis. Pelo menos, mais estáveis do que Black*Star e Soul. Talvez Maka e Soul possam ter algum problema, mas tenho certeza que resolverão. As almas de vocês parecem compatíveis. Quanto a Tsubaki e Black*Star, acho que não poderia haver uma dupla com mais chance de dar certo.
–Arigato, Shinigami-sama.
–Hiá-Huá, esse é o primeiro passo para eu superar um kami! Me aguarde, mundo! - Black*Star anunciou, e fez uma pose tão constrangedora que fui obrigada a rir.
–Se você diz... - Shinigami-sama murmurou. - Só isso mesmo que queria falar com vocês, galerinha. E não se esquecem que vão ter que morar juntos, viu? E os garotos vão pra classe das garotas. Falou, té mais.
Todos concordamos com a cabeça. Apesar de ser meio constrangedor, era normal que armas e artesãos morassem juntos, porque assim as ondas de alma costumavam ressonar melhor. Só que, para mim, além de constrangedor era assustador e decepcionante, também. Eu esperava dividir o apartamento com Tsubaki, e agora teria de dividir com Soul. Por mais que ele tenha sido meu amigo, eu não o vida a uns... quatro anos, mais ou menos? Ele podia ser uma pessoa totalmente diferente, agora.
Saímos da sala ao som do meu pai choramingando que me amava e tals. Passamos de volta pelo corredor das guilhotinas em silêncio, a não ser por Black*Star, que contava a Tsubaki sobre as habilidades dele, as qualidades dele, e como pretendia transformá-la na arma do Shinigami-sama rápido.
Tsubaki parecia gostar. Não que ela já tenha parecido entediada conversando com alguém - sempre dizia que é falta de educação e que, além disso, é interessante é observar como as pessoas se comportam. Mas você entendeu o que eu quis dizer. Provavelmente, Tsubaki e Black*Star seriam bons parceiros.
–Maka, Maka... Quanto tempo, hein?
Tirei os olhos da dupla a minha frente e olhei pra Soul, ao meu lado. Ele sorria de um jeito meio... sei lá. Um sorriso que dizia "eu não ia sorrir pra você, mas vou, só para não ficar triste". Antigamente, por mais que tentasse, nunca conseguia imitá-lo. Agora, já conseguia, e foi o que fiz quando respondi:
–Eu estava por aí, salvando o mundo das ameaças alienígenas.
O sorriso dele ficou um pouco mais natural, como se quisesse rir.
–Tenho que agradecer, então, já que até agora não fui abduzido. Mas, falando sério, onde você se meteu por esse tempo todo?
–Ah... você sabe, Soul. Meus pais se divorciaram e... tudo ficou uma loucura. E você, onde estava? - Rebati. Não queria falar daquilo.
–Nos mudamos e fui transferido pra uma escola mais perto de casa. Nada tão dramático quanto a sua história.
Olhei torto pra ele.
–Parece que você está brincando com isso.
–Não estou. - Soul garantiu.
Andamos um pouco em silêncio, até Soul dizer:
–Eu senti sua falta, Maka. - sorri para ele, que completou, rápido. - Quer dizer, não tinha mais ninguém de quem eu pudesse colar na prova, tábua.
Revirei os olhos. Garotos.
–Também senti sua falta, babão. Você era meu melhor amigo.
Ele balançou a cabeça, rindo de leve. Então chegamos na porta da classe. Houve meio que um... "impasse", do lado de fora. Black*Star queria e entrar correndo e gritando "Hiá-Huá, conheçam seu novo mestre", mas Tsubaki não quis deixar, porque pelo jeito ela já havia se tornado uma das alunas com medo de ser dissecada. Ela, Soul e eu nos juntamos e conseguimos fazê-lo mudar de ideia, embora eu, particularmente, queria saber o que o doktor Stein faria com o Black*Star.
Batemos na porta, educadamente, e logo quando estávamos entrando Soul sussurrou pra mim:
–Vou tentar voltar a ser seu melhor amigo, tá?
Ergui os olhos e ri.
–Vou tentar também. Só não se apaixone por mim. - disse, imitando uma fala de um dos meus filmes favoritos.
Ele revirou os olhos, brincalhão.
–Porque? Da primeira vez, você não reclamou.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? :3