Start? escrita por Sascha Nevermind


Capítulo 29
#26 - Melancolia e Arrependimento


Notas iniciais do capítulo

GENTEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEM!!!!!!! OUTRA RECOMENDAÇÃO *----------------*
Obrigada BabyPeach, sua diva x3 THAAAAAAANKS! Obrigada infinitamente, você merece um abraço =3
~forninho está caindo de emoção~
E obrigada também a quem comentou no último capítulo:
#Baka Kawai
#Beatriz Carvalho
#Kashir
#Misty Heartfilia (Becca-chan)
#Akemi Senpai
#Anne Frank
#Monkey D Amanda
#Ayumi Hayashi
#Vlad Ember
#RedPegasu
#Breaker
#Julia Marques
#Kagura May
#Sassu
#Guelbs
#BabyPeach

MASGENT, nunca teve tanto comentário junto S2 Fiquei até vesga huehuehue OBRIGADA SUAS LINDAAAS *U*

Aqui está o capítulo! Que ficou pronto NESSE EXATO SEGUNDO! Sério, só deu tempo de dar uma revisada e postar e-e ~le historinha~ então, eu tava fazendo ele de um jeito, mas a coisa não tava desenvolvendo, aí na terça eu bolei, disse "isso não vai dar certo assim", apaguei e comecei de novo. Aí tudo fluiu. E foi engraçado que nesse mesmo dia chegou a recomendação, aí eu fiquei tipo, "Isso é um sinal dos céus" ~(O-O)~

OkS Vamos lá então! Música do capítulo:
~Everybody's Watching Me - The Neighbourhood (http://www.kboing.com.br/the-neighbourhood/1-1242043/) Ouvi essa ÚNICA música tipo uma hora e meia direto, isso foi insano o-o

Até lá embaixo o/



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Eu apenas fiquei ali, no bosque, por algum tempo. Algo em mim se recusava a acreditar naquilo, não parecia ser possível que a minha conversa com o Kid houvesse acabado daquele jeito. Eu só... não conseguia entender. Tudo havia começado tão bem... Tudo estava perfeito, como sempre, mas agora eu estava aqui, sozinha, enquanto as lágrimas continuavam a descer silenciosamente, e as últimas palavras do Kid martelavam sem parar na minha cabeça.

Como havíamos chegado aquele ponto tão de repente?

Ele achava que eu estava brincando com ele, que estava com ele e com o Soul ao mesmo tempo. Kid foi tão frio, tão sério, tão insesível... E eu daria tudo para não ter visto toda aquela mágoa e decepção dirigidas a mim. Como? Como?

Me sentei de volta na mureta, repassando toda a conversa na minha cabeça sem parar, sentindo meu coração ser partido a cada frase do Kid e me odiando por cada coisa que joguei na cara dele. Porque eu tinha que dizer que pelo menos o Soul disse que me amava, e que a culpa era dele se eu estava confusa? A culpa não era, nunca foi do Kid. Era unicamente minha, por não deixar o passado no passado. E porque o Kid tinha que dizer que estava decepcionado comigo? Como se eu não pudesse perceber aquilo no modo como me olhou. Como se eu mesma já não estivesse me sentindo culpada pelo que fiz.

Só saí do bosque depois que consegui fazer as lágrimas pararem de cair. Catei meu livros do chão, abraçando-os contra o peito sem me importar se estavam sujos, e voltei para a Shibusen. Era o único caminho que havia para voltar para casa, mesmo correndo o risco de encontrar algum aluno ainda na escola. Parei no portão, hesitando apenas um segundo antes de entrar.

Meus passos estavam silenciosos, e a escola, vazia. Me lembrava um pouco o dia do baile. Eu odiava admitir, mas com Soul não doeu tanto como agora. Nós não tínhamos nada, só a minha paixão que não teve a chance de passar do nível de platônica e aquela pequena segurança de que ele também parecia interessado. Doeu terrivelmente quando eu vi Soul junto com a Liz – sim, doeu. Mas isso porque o que eu achava que ia acontecer, não aconteceu. Agora era totalmente diferente. Eu e Kid tínhamos algo. Nós dois, como eu podia explicar? Não foi algo que eu já havia planejado na minha cabeça, mas que não deu certo. O nosso “nós” existia de verdade, eu gostava dele, e ele gostava de mim também. Parecia tanto que ia ficar tudo bem... No entanto, agora ele havia partido meu coração. E também parti o dele.

Eu não sabia o que fazer.

Só encontrei uma aluna enquanto passava por dentro da Shibusen, uma garota de outra sala que eu só conhecia de vista. Ela estava saindo da biblioteca, e me olhou surpresa. Podia muito bem imaginar o motivo – meus olhos e meu nariz deviam estar vermelhos e inchados, e meus livros, sujos de terra. Sorri para ela quando me cumprimentou com um aceno de cabeça, já sabendo que na segunda-feira, quando eu voltasse para a escola, todo mundo estaria especulando sobre o motivo que a Maka Albarn estava chorado na Shibusen depois da aula. Para falar a verdade, pouco me importava.

Saí da escola e desci as escadas rapidamente, quase pulando de dois em dois degraus, e quando cheguei no estacionamento não pude evitar lançar um olhar para onde o Kid costumava estacionar o carro dele. Ainda estava lá. Parei por um momento, me perguntando o porque dele não ter ido embora, mas não perdi muito tempo com isso. Fosse qual fosse o motivo, ele provavelmente não iria querer me ver, assim como eu também não estava en condições de encará-lo. Então simplesmente peguei meu carro e fui para casa.

As ruas estavam movimentadas por causa do horário de almoço, mas não demorei muito. Em menos de vinte minutos, já havia chegado no prédio. Peguei minhas coisas e subi para o apartamento, a cabeça a mil e o coração pesado. Eu tentava não pensar, mas parecia impossível. E quando finalmente entrei em casa, planejando simplesmente ir dormir para ter um momento de paz, Soul estava na sala. Sentado no sofá de um jeito meio desleixado, jogava videogame, mas se virou para me olhar quando abri a porta.

Desviei os olhos para o chão, apertando mais os livros contra meu peito e indo para o quarto, mas quando passei pelo sofá Soul se virou e segurou meu braço por cima do encosto.

– Maka? O que você tem?

Não ousei encará-lo. Não tinha coragem. Só puxei meu braço de leve, respondendo:

– Nada, só estou um pouco cansada. Vou dormir.

Em vez de me soltar, Soul me segurou mais firme, e sua voz soou preocupada quando perguntou:

– Dormir? Não vai almoçar?

– Não estou com fome.

– Você não jantou ontem. E quase não comeu no recreio hoje. – Achei melhor não dizer que também não havia almoçado ontem. Com toda aquela história do Soul se declarando e eu indo “me esconder” no quarto, eu só comi as besteiras com as meninas, de noite. – Melhor você comer alguma coisa.

– Não quero. – Rebati, simplesmente.

Puxei meu braço de novo, e dessa vez o Soul me soltou, só para levantar e dar a volta no sofá rapidamente. Ele parou na minha frente, de braços cruzados, e ficou me encarando, me impedindo de passar.

– É sério, Soul. – Insisti, tentando dar a volta, mas sendo bloqueada de novo. – Eu não estou com fome.

– Aconteceu alguma coisa, não é? O que foi? – Questionou, se inclinando um pouco em minha direção.

Dei um passo para trás, hesitante.

– Soul...

– Estava chorando, não estava? – Não vi motivos para mentir, e nem queria. Devia estar na cara. Assenti, sem graça, e ele continuou, suavizando a voz. – O que aconteceu, Maka? Pode me contar. Eu sou o seu parceiro, estou aqui para isso.

Eu sabia que não devia contar. Quer dizer, eu briguei com o Kid por causa dele, como simplesmente ia confessar algo assim? Não tinha nenhuma lógica. Mas eu também não estava com muita paciência para ser lógica hoje, e quando vi o Soul ali, sorrindo para mim, tudo que pude fazer foi começar a chorar e abraçá-lo.

Foi um abraço meio desengonçado – eu ainda estava com os livros na mão, então acabei deixando-os escorregar e cair no chão. Agarrei Soul com força, e como ele estava de braços cruzados, acabei o “prendendo”. Por alguns segundos, ele não fez nada, apenas continuou ali, parado, enquanto eu chorava sem parar na sua camisa, e balbuciava coisas como “ele está com raiva de mim” e “é tudo culpa minha”. Quando se deu conta do que estava acontecendo, Soul deu um jeito de livrar os braços do meu aperto e me envolver de leve, dando umas batidinhas nas minhas costas. Ele parecia surpreso, e muito sem graça, mas ainda assim me guiou até que ambos estivéssemos no sofá, sentados lado a lado.

Depois que me sentei foi mais fácil me controlar. Devia ter sido só um surto, decidi, enquanto me afastava um pouco do Soul e limpava os olhos. Eu estava chorando demais ultimamente... Isso não era nada legal.

– Então... Você brigou com o Kid? – Soul perguntou, quando eu já estava respirando normalmente.

Encarei-o, meio sem graça por ter chorado na frente dele e ainda por cima ter dito aquilo. Assenti, e puxei minhas pernas para cima do sofá, abraçando-as.

– Briguei.

– E eu posso saber o motivo? – Continuou, uma nota de felicidade na voz.

Eu odiei aquilo. Tudo bem que Soul e Kiddo nunca foram melhores amigos, e eu havia dado o fora no Soul por causa do Kid. Até entendia o fato do Soul ficar feliz, mas aquilo me magoava. E me irritava um pouquinho, também. Poxa, eu estava aqui, toda triste, e o Soul ficava feliz?

– Por sua causa. – Resmunguei, virando a cabeça para o outro lado e apoiando a bochecha no joelho. – Porque você me beijou, e isso virou uma bola de neve.

Ouvi Soul ofegar, mas não me virei. Ele devia estar surpreso, e eu entendia – nem acreditava que disse mesmo aquilo, não era algo normal para mim. No entanto não estava ansiosa, sem graça, nada disso – era a verdade. Se Soul quisesse saber, ótimo. Caso se sentisse culpado, melhor ainda. Nada disso estaria acontecendo se não fosse ele.

Após alguns segundos em silêncio, ele questionou, constrangido:

– Só para confirmar... Você contou ao Kid que eu te beijei?

– Sim. – Respondi, simplesmente.

– Porquê? Não precisava ter dito nada. Achei que fosse algo só nosso.

Suspirei, tocada com o jeito que ele se referiu ao beijo. “Algo só nosso”. Era tão lindo... Seria legal se fosse assim. Mas não era. O beijo não havia sido só nosso, não quando a presença do Kid estava tão forte entre nós.

Era fofo e triste ao mesmo tempo. Como tudo na minha vida, ultimamente.

Me virei para o Soul, tentando soar o mais delicada possível ao dizer:

– Eu precisava ter dito sim, Soul... Eu e Kiddo tínhamos algo sério. Não podia deixar algo assim entre a gente, e também não queria que ele brigasse comigo. Não funcionou muito. – Completei, minha voz se tornando magoada no final.

Soul não me respondeu nada, apenas ficou em silêncio ao meu lado. Aproveitei para fechar os olhos um pouco e respirar fundo, meio que descansando. Estava tão confusa... Eu queria matar o Kiddo. Queria arrancar a cabeça dele fora por ter dito tudo aquilo, por ter pensado tão mal de mim. Era até difícil de acreditar. Mas ao mesmo tempo eu queria tê-lo aqui comigo, queria abraçá-lo e fazê-lo entender que não devia se preocupar tanto com o que os outros diziam, ou ter tantos ciúmes do Soul. Era difícil pensar sem ser arrastada nessas duas direções diferentes, e lutar contra isso era cansativo.

Quem podia me culpar por querer ir dormir?

Mas eu não queria dormir, de verdade. Eu queria... Não sei. Sumir.

– Maka?

Abri um olho e inclinei a cabeça em direção ao Soul.

– Sim?

– Você e o Kid estão juntos ainda?

Novamente aquela nota de felicidade na voz dele, novamente aquilo me magoou. Abri os dois olhos e levantei um pouco a cabeça, encarando a mesinha de centro enquanto explicava:

– Não sei... Ele me pediu um tempo, mas depois disso a gente brigou meio feio e cada um foi para um lado. Não sei se continua sendo só um tempo ou se a gente parou de vez.

Achei melhor não comentar que “pedir um tempo” me parecia só uma forma de dar o fora sem assumir. Não queria acreditar naquilo agora, embora me parecesse uma possibilidade totalmente lógica, ainda mais considerando como o Kid ficou com raiva e foi frio comigo. Mas eu também não fui lá muito gentil com ele, e nem por isso queria me afastar de vez.

Não sei.

Foi nesse momento que Soul tocou minha mão, hesitante. Me virei para olhá-lo, curiosa, e me surpreendi ao vê-lo corado.

– Maka... Eu sei que você está meio triste agora, mas não vou mentir. Eu gostei de ouvir isso. – Confessou.

– Imaginei que gostaria. – Suspirei, voltando a olhar para a mesinha de centro. – Você e o Kiddo nunca se deram muito bem.

Ele fez uma careta, concordando, e continuou:

– Sim, mas não é só por isso.

Enfiei a cabeça entre os joelhos, fechando os olhos com força, já sabendo onde o Soul queria chegar.

– Por favor, agora não... – Choraminguei. – A gente já conversou sobre isso. E mesmo se você quiser falar mais alguma coisa, eu não aguento agora... Já foi demais pra mim, por hoje. E pela semana toda. Só me dá um espaço, tá?

– Tudo bem. – Ele concordou, a voz surpresa e decepcionada. Pousou a mão no meu ombro rapidamente, antes de se levantar e se afastar. – Se precisar de alguma coisa, me chame. Ajuda, companhia... Eu sou seu amigo também, Ok?

– Ok. – Assenti, ainda sem olhar para ele.

Esperei até ouvir a porta do quarto do Soul batendo antes de erguer a cabeça novamente. Eu estava sozinha. Aquela frase tinha mais sentidos do que eu queria.

Os próximos dias provavelmente seriam um inferno, com Kid frio comigo, e eu magoada com ele. E o Soul tentando tirar proveito disso. Eu não era ingênua o suficiente para achar que iria ficar na dele, por mais que secretamente eu torcesse para que Soul não tocasse no assunto. Não sabia quanto tempo iria respeitar meu espaço, mas pelo menos por agora, eu não queria ter que lidar com ele daquele modo.

Eu não queria o Soul dando em cima de mim, nem o Kid longe, nem todas as outras coisas que de repente pareciam estar virando minha vida de cabeça para baixo. Só queria que tudo voltasse ao normal com o Kid, que o Soul fosse meu amigo, que os dois se dessem bem, que eu pudesse fazer escolhas sem que cada uma machucasse alguém que eu amava. Mas isso parecia impossível. Era demais para mim.

Suspirei novamente, o cansaço me impedindo de levantar do sofá e pegar os livros que estavam caídos novamente no chão. Só deitei ali mesmo, fechei os olhos e me concentrei em respirar. O que estava á minha frente não parecia nada, nada bom.

***

POV Kid

– Liz, o que eu faço agora? – Perguntei, pela centésima vez, a minha parceira.

Ela estava sentada ao meu lado no sofá, as pernas cruzadas para apoiar uma travessa um pouco exagerada de brigadeiro caseiro, e com lágrimas se acumulando enquanto assistia a um filme. Aquele olhar me lembrava da Maka, de quando conversamos. Meu coração apertava, e eu me sentia idiota e maldoso. Por isso estava evitando encarar a Liz – além do fato que sua tristeza lembrava que a minha era muito mais real.

– Como eu vou saber? – Liz rebateu, sem desviar os olhos da televisão. – A culpa disso tudo é sua.

Soltei o ar com força, chateado com ela. Não estava ajudando muito. Talvez estivesse sendo meio insistente com minha parceira, perguntando o que fazer e pedindo conselhos a cada oito minutos, mas não conseguia evitar. A situação na qual me encontrava era desesperadora.

Quando a Maka me contou que o Soul a beijou, eu perdi o controle. Simples assim. Eu só precisei ouvir aquilo para milhões de imagens dos dois juntos invadirem minha mente. Cenas deles se beijando no sofá, no corredor, na cozinha, no quarto, no banheiro – logicamente sabia que todas elas eram improváveis, mas era impossível focar naquela lógica com a imagem daquele idiota com a minha princesa nos braços.

Eu não conseguia raciocinar direito, nem pensar nas consequências das minhas palavras, simplesmente fui jogando tudo o que pensei na hora. Não me orgulhava nem um pouco daquilo, assim como não me orgulhava de ter pensado o pior da Maka. Já havia, sim, passado pela minha mente a possibilidade de que ela estivesse comigo e com o Soul ao mesmo tempo, mas foi algo passageiro. Não acreditava realmente – a Maka não era o tipo de garota que faria isso, e até pelo modo que ela tratava o Soul, ficava óbvio que não era o caso. Mas ainda assim, consegui cometer a idiotice de dizer em voz alta o que sentia vergonha de já ter pensado. E nada doeu tanto como ver o modo magoado como ela me olhou.

A Maka se vingou. Quase não acreditei quando gritou comigo, e jogou aqueles livros – seria cômico, se não fosse tão sério. Ela disse que não precisava de mim, que eu não dava valor a ela, que a estava deixando por causa de ciúmes, que era por causa de mim que ficava em dúvida. Não sabia o que pensar de tudo aquilo. Maka havia conseguido me magoar tanto quanto me deixar com raiva. Eu não lhe dava valor? Eu suportei, em silêncio, o tempo que nós estávamos começando, e era claro pra qualquer um que Maka se importava mais com o modo como Soul a tratava do que como eu estava me esforçando para ser quem ela precisava que eu fosse. Fiz de tudo para estar ao lado dela, e se ainda assim estava na dúvida, não conseguia pensar em mais nada a fazer, por mais que quisesse. Eu não estava a deixando – para mim, era só um tempo. Precisava colocar minhas idéias em ordem para saber o que fazer.

Mas Maka disse que não precisava de mim.

Nada me quebrou como isso. Eu imaginava que era importante para ela, de algum modo... Não sabia se Maka disse aquilo no calor do momento ou era assim que realmente pensava, e essa dúvida me matava. Se ela não precisasse de mim, o que eu faria? Precisava dela. Não gostava de admitir, me fazia parecer tão dependente, mas não podia mais imaginar como seria longe da Maka.

Suspirei, ansioso. Na sexta, quando brigamos, não liguei para ela, assim como ela não me ligou. Não houveram mensagens, também, apenas silêncio absoluto de ambos os lados. No sábado mandei uma mensagem de manhã, só um bom dia, para testar sua reação. Aquele silêncio já estava me matando, mas ela não me respondeu. Perdi a paciência e tentei ligar para ela meio dia, mas caiu na caixa postal. E após uma tarde mandando mensagens, aleatórias ou não, e com minhas ligações caindo na caixa postal, cheguei ao ponto de ligar para a Tsubaki.

Ela me disse algo que eu não esperava: a Maka havia deixado o celular em casa, e foi passar o fim de semana na casa da amiga. Segundo Tsubaki, ela estava tentando se impedir de fazer besteiras. Perguntei que tipo de besteiras, e pedi para falar com a Maka, mas Tsubaki não deixou. Me pediu para conversar com ela na segunda – amanhã. Esperar estava me matando, e ocasionalmente eu ainda mandava uma mensagem para o número da Maka, mesmo sabendo que não iria ler agora. Minhas mensagens iam de acusações a pedidos de desculpas. Eu só queria saber como estávamos agora.

– Liz. – Chamei, novamente, recebendo um resmungo issitado como resposta. – Você acha que eu mereço esse gelo da Maka?

– Eu acho que vocês não deviam ter brigado. – Disse, irritada.

Ela não estava muito bem comigo. Quando cheguei em casa na sexta, acabei contando a ela que o Soul beijou a Maka, e Liz decidiu terminar com ele imediatamente. Para sua surpresa, no entanto, quando os dois foram se encontrar para conversar, ele também queria terminar com ela. Liz chegou a conclusão que Soul iria investir na Maka, e agora me culpava por tudo.

Era injusto, já que eu também estava preucupado com a atitude que o Soul tomaria de agora em diante. Saber que a Maka estava na casa da Tsubaki me acalmava um pouco, e se a besteira que a Maka disse que não queria fazer fosse o que eu estava pensando – se envolver com o Soul – isso significaria que ela não me odiava completamente. Se fosse o caso, me deixava bem esperançoso.

Nós dois dissemos coisas nem um pouco gentis um para o outro, ela foi hostil comigo e eu fui frio com ela. Mas talvez, se conversassemos, poderiamos resolver isso. Ou brigar mais feio ainda.

– Liz...

– Sério, Kid, vai dormir. – Ela reclamou, finalmente me olhando. – Ou melhor, vai lá pra piscina com a Paty e não deixa ela fazer xixi lá dentro. Pelo amor de Deus, você está muito chato!

Pisquei, aturdido, então perguntei:

– E como você espera que eu saiba se a Paty está fazendo xixi ou não?

Liz deu de ombros, se virando de volta para o filme.

– Não sei. Você é um shinigami, não é? Se vira.

Acabei saindo da sala, Liz realmente não parecia muito satisfeita com a minha presença. Fui para o meu quarto e tentei ler algo para me distrair, mas estava difícil. Jogar ajudou mais. Passei a noite toda jogando, só parei para ir ao andar de baixo pegar algo para comer, e fui dormir bem tarde, pensativo. Quando a Maka me disse que tinha algo sério para contar, pensei que fosse outra coisa. Ela estava tão estranha ultimamente, e o que eu li na sua ficha escolar, logo que comecei a me interessar por ela, ainda estava fresco na minha mente.

Aquele não foi o assunto de nossa conversa, mas talvez eu não estivesse totalmente errado. Havia aquela presença estranha em Death City ultimamente, Maka não estava dormindo bem e parecia sempre meio pensativa, desde o dia da praia. Estava preocupado. Talvez fosse melhor investigar um pouco sobre aquilo, decidi, antes de cair no sono.

Acordei um pouco mais tarde do que o costume na segunda. Liz costumava me chamar de manhã, pois sabia da minha mania de checar o estado da casa antes de sair, mas hoje não se deu ao trabalho. E nem eu planejava rodar a casa vendo se tudo estava em ordem. Só queria chegar logo na Shibusen e ver a Maka.

Naquela manhã, comi correndo, me arrumei mais rápido ainda e fui eu quem apressou as meninas, e não o contrário, como sempre. Patty estranhou, Liz reclamou – ela não queria ver a cara do Soul logo de manhã. Bom, nem eu, mas valia o esforço para parar de se preocupar com o que a Maka pensava de mim. Eu precisava vê-la.

No entanto, minhas expectativas foram frustradas. Quando cheguei, Black*Star e Tsubaki já estavam em seus lugares, sentados confortavelmente e conversando bem próximos, mas não havia sinal da Maka – e nem do Soul. Subi os degraus correndo, sem dar importancia ao que Liz dizia – algo sobre ser bem conveniente os dois faltarem juntos – e parei ao lado de Tsubaki. No entanto, foi Black*Star quem me notou primeiro:

– Oe, cara! Você encheu o saco ligando para a minha namorada!

Franzi a testa para ele.

– Só liguei uma vez.

– Três. – Tsubaki corrigiu, sorrindo de leve. – Veio perguntar da Maka?

Assenti apenas – aquilo era meio óbvio.

– Onde ela está?

– Numa missão, com o Soul.

Subitamente, entrei em estado de alerta, e me inclinei em direção a Tsubaki, preocupado.

– Missão? Mas os dois estão conseguindo lutar juntos? – Perguntei, e continuei, sem esperar a resposta. – Foram sozinhos? E se não conseguirem ressoar? Quando que a Maka pegou essa maldita missão?

Tsubaki riu da minha reação, o que me irritou um pouco, mas logo em seguida respondeu:

– Ela pegou hoje mais cedo, logo que chegamos aqui. Não é muito perigosa, eles dão conta fácil. E não sei se estão conseguindo ressoar, a Maka não ia em nenhuma missão desde antes do baile. Por isso mesmo disse que precisava ir. Mas não se preocupe tanto! – Insistiu, ao notar minha expressão. – Não é muito longe, amanhã mesmo eles devem estar de volta.

– É, agora dá para dar licença aqui, cara? – Black reclamou.

Tsubaki deu uma cotovelada de leve no namorado, mas me despedi e voltei para o meu lugar. Mais essa, agora. Não me bastava ter brigado com a Maka e ela faltar, ainda tinha que ir numa missão, com o Soul, sem nem saber se iriam conseguir lutar juntos.

Aquela garota ainda ia me deixar louco. Mas por hora, eu só podia esperar e torcer para que tudo desse certo – para nós e para a missão.


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Notas finais do capítulo

AOOOO! Isso aí, capítulo postado com sucesso!
~The treta is coming...~

AAAAAH! QUEREM FAZER UMA AUTORA FELIZ?
Quem assistiu Soul Eater NOT? Alguém sabe o nome da música que a Tsugumi, a Meme e a Anya cantam para as abóboras, e depois a Tsugumi canta para a Meme quando ela é controlada pela bruxa? Essa música é diva, necessito dela na minha vida Y-Y Mas nenhum dos meus identificadores de música sabem qual é Y-Y
Dou uma bala pela informação =3

E eu tinha prometido um especial, certo? Desculpem... Como esse capítulo não ficava pronto de jeito nenhum, não fiz o especial, pra não atrasar. Vou tentar fazer essa semana! x3
Até mais, amores o/