Start? escrita por Sascha Nevermind


Capítulo 20
#18 - Espreguiçadeira e Cozinha


Notas iniciais do capítulo

HEY HO, LETS GO!
Yoo meus amores, cá estou eu de novo, pra reclamar que acordar 6:40 numa manhã de sábado chuvosa é uma merda ^^
Hahaha, mentira ~me ignorem, quero agradecer a:

#Monkey D Amanda
#Sassu
#Guelbs
#Kashir
#Anne Frank
#Yui Chan
#Julia Marques
#MistyAlbarnEater (Becca-chan)
#Breaker
#Vlad Ember

Obrigada por comentarem no último capítulo ^^ Vocês são incríveis, uma rodada de sundae por minha conta =v
Então, vamos para o capítulo! xD
E a música desse é:
~Feel Again - One Republic (http://www.kboing.com.br/onerepublic/1-1168367/)
Até lá embaixo xD



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– Maka, onde você estava? – Tsubaki perguntou, preocupada, assim que apareci.

– Estava caçando fantasmas. – sorrí, então virei para Kid, deitado na minha espreguiçadeira, e encarei-o, com as mãos no quadril. – Ei, sr. Death, esse lugar é meu!

Ele sorriu, encolhendo um pouco os ombros.

– Você saiu.

– E você disse que iria guardar meu lugar.

Ele gargalhou.

– Disse?

– Perdeu, Maka-chan. – Blair cantarolou, cruzando as pernas e inclinando a cabeça pra mim. – Esse guri está só a morte hoje.

Revirei os olhos diante da piada nonsense, e ameacei:

– Vou deitar em cima de você se não sair, Kiddo.

Ele me encarou, surpreso, então um sorrisinho apareceu em seu rosto, ao mesmo tempo que corava um pouco.

– Era pra me assustar? Você só me deu mais um motivo pra não sair.

Corei um pouco, e Black apareceu atrás de mim, se pendurando no meu ombro.

– E aí, lerda? O que eu perdi?

Fiz bico pra ele, e Patty, sentada na areia, respondeu:

– A Maka vai deitar em cima do Kid.

Black riu, escandalosamente, e me deu uns tapinhas nas costas, enquanto fazia um sinal de positivo pro Kid.

– É, cara, eu achava que você era fraco, mas tô vendo que não perde tempo!

– Maka Chop!

Dar Maka Chop com a mão era ruim – aquela cabeça dura do Black quase a quebrou – mas em compensação ele se afastou, massageando-a e remungando:

– Sua peste... Eu só tava brincando... Não adianta tentar quebrar o crânio de alguém grande como eu!

Rí, e me contentei em sentar na beira da espreguiçadeira, cruzando as pernas embaixo de mim. Kid sentou e se inclinou para frente, até sua cabeça estar quase na mesma direção da minha, e perguntou:

– Você não ia deitar?

– Você não ia guardar meu lugar? – rebati, rindo.

Kid só fez “Hum”, e então deitou de novo. Black foi para perto da Tsubaki e ficou encarando-a, com os braços cruzados, e cara de decepção. Ela o ignorou por uns dois segundos, então ergueu as sobrancelhas e perguntou, confusa:

– Algum problema, Black?

– O problema, - ele explicou. – é que te chamei pra vir pra praia e até agora você não entrou na água.

Tsubaki deu uma olhadinha no mar, desanimada, então sorriu de leve.

– É que eu não nado muito bem.

– Nesse caso, - ele sorriu. – eu te faço companhia.

Então Black simplesmente se abaixou, pegou Tsubaki no colo, e saiu com ela em direção á água. Observei, incrédula, enquanto Tsubaki ficava mais vermelha que um tomate, e não pude segurar a risada quando começou a brigar com ele, batendo em seu peito e se sacudindo. Black se limitou a segurá-la mais próxima de si e rir, sem parecer se importar com seus protestos – nem com seu peso. Dei uma olhada no Kid, lembrando de como tinha me pego mais cedo, e vi que ele também estava me olhando, e com uma cara muito suspeita.

– Nem pense nisso. – avisei.

– Claro que não. – respondeu, mas não dava pra botar muita fé.

Patty logo saiu correndo atrás dos dois, animada com a ideia de ter companhia pra nadar, e totalmente alheia ao fato de que ia ficar de vela. Blair, ao nosso lado, suspirou.

– Se é pra segurar vela, pelo menos vou ficar onde tenho companhia.

E se levantou também, seguindo preguiçosamente atrás dos outros. Fiquei meio sem saber se ria ou ficava envergonhada, mas não tive muito tempo para decidir, pois logo que ficamos sozinhos Kiddo se sentou, envolveu minha cintura com os braços e deitou de novo, me puxando com ele.

Acabei meio em cima, meio de lado, com a parte de cima das costas apoiada no seu peito. Rí e me contorci, tentando me afastar.

– O que está fazendo?

– Te obrigando a cumprir uma ameaça. – ele riu. – Agora fica quietinha.

Ao invés disso me contorci mais, até ficar de lado, com a cabeça apoiada no braço dele. A espreguiçadeira era pequena pra duas pessoas, e tínhamos que ficar bem colados. Kid havia deixado um braço embaixo da minha cabeça, para apoiá-la, e o outro repousava no meu quadril. Já eu, simplesmente não sabia o que fazer com as minhas mãos, e acabei deixando-as entre nós, espalmadas sobre seu peito.

Era meio constrangedor, mas nem tanto, já que eu estava totalmente vestida desde que fomos almoçar, e Kid estava com a bermuda. Ele estava sem camisa, então sua barriga estava praticamente colada a minha, e eu conseguia sentir ele respirando e as batidas do seu coração sob minhas mãos. Era difícil ignorar aquilo. Quando dei por mim, estava olhando fixamente para seu peitoral e imaginando se, como ele era branco, iria ficar marcado se eu o arranhasse, ou mesmo apertasse um pouco mais do que deveria. Por alguma razão, aquilo era meio sexy.

Corei um pouco ao notar no que estava pensando, e evitei olhar em seu rosto, mas ele me chamou.

– Princesa, olha pra mim.

Ergui os olhos e vi que ele também estava sem graça, e parecia bem inseguro.

– Se você não estiver se sentindo... bem, aqui comigo, pode falar. Eu te solto.

Quase ri, e ergui minha mão para ajeitar seu cabelo, que caía de um jeito fofinho na sua testa. Eu amava o cabelo do Kid, e amava também o modo como seus olhos pareciam se aquecer quando me olhava – como agora.

– Estou bem, Kiddo. Acho que não deve ter nenhum lugar melhor para eu estar, agora. – confessei, meio tímida. – É só que pra mim é estranho ser tão... carinhosa em público.

Ele arregalou um pouco os olhos, surpreso.

– Sério? Porque?

– Porque... sabe, eu...

Parei, sem saber como continuar. Não sabia bem como explicar aquilo. Ia dizer que não tínhamos nada sério, mas pra mim, aquilo era sério. Se eu dissesse que não éramos namorados, poderia soar meio cafona, ou reprimido demais. Eu só achava estranho que nos tratássemos tão intimamente assim, os outros iriram perceber e implicar. No entanto, Kid encarou de outro modo, e fechou a cara, expirando com força.

– Maka, se você for falar do Soul agora, eu...

– Não, não, Kiddo! – interrompi, rápido. – Não tem nada a ver com o Soul.

– Tem certeza? – perguntou, sério.

Lembrei de Tsubaki me dizendo que Kid se sentia inseguro a respeito de mim e de Soul, e decidi que tinha que conversar com ele a respeito da minha decisão. Só ia ser um pouco constrangedor. Suspirei e me sentei, e Kid me imitou, tenso. Sorrí de leve, tantando acalmá-lo, mas eu mesma estava nervosa, então provavelmente não ajudou muito. De qualquer modo, comecei:

– Kiddo, eu sei que você está tenso com toda essa história... e queria até te pedir desculpas por isso. Eu realmente fui muito idiota esse tempo todo. Fiquei presa demais no passado, e isso não é legal. Enfim, queria te dizer que você não precisa mais se preocupar com o Soul.

Kid me encarou por alguns segundos, e então perguntou:

– Certo, só para ter certeza então... Você não está me deixando?

Rí de leve, negando com a cabeça.

– Não. Estou dizendo que o Soul não está mais entre nós.

Kid suspirou, aliviado, então abriu um sorriso tão grande que pensei que fosse rasgar seu rosto no meio. Não pude evitar sorrir também, então, do nada, ele se inclinou, segurou meu rosto e colou nossos lábios.

Por um instante, fiquei chocada demais pra fazer qualquer coisa que não fosse arregalar os olhos. O beijo também só durou um pouquinho, só um selinho mais arrastado, mas o suficiente pra Black*Star gritar “AÊ KID GARANHÃO!” lá da água. Corei e Kiddo riu, acariciando meu rosto.

– Viu? Era disso que eu estava falando. – reclamei, no entanto, sem poder parar de sorrir. –Agora Black vai ficar zoando a gente.

– A gente zoa ele e Tsubaki. – Kid riu.

Olhei pra ele, surpresa, então dei um tapa no seu braço.

– Death the Kid! Como pode?

Ele me abraçou, ao invés de responder, então franziu a testa pra mim.

– Nunca vou poder te beijar em público?

Desviei os olhos, sem graça.

– Pode, acho, é só que... Tecnicamente, nós somos amigos.

Kid assentiu, pensativo, olhando para o céu, então se virou para mim.

– Se eu te pedir em namoro, posso te beijar onde quiser, certo?

– Duplo sentido. – rí, corando com a possibilidade, e com o que Kid estava sugerindo. – Mais ou menos isso, mas isso não é um ultimato, Kiddo. – me apressei a explicar.

– Tudo bem. – ele concordou.

Pousei minha cabeça no peito de Kid, e ele me puxou para deitar de novo. Dessa vez fiquei quase inteira sobre ele, que encostou seu queixo no topo da minha cabeça. Suspirei, satisfeita. Eu teria que conversar com Soul e fazer as pazes, e se possível até com Liz, mas tinha um bom pressentimento. As coisas iam dar certo. Eu faria elas darem certo.

***

A tarde foi tão movimentada e divertida que eu me distraí de tudo que não fossem meus amigos. Nós nadamos, jogamos vôlei na água, fizemos guerra de areia e enterramos o Black*Star. Em algum momento, Blair teve a brilhante idéia de fazer briga de galo, e Kid disse que ia ser meu par, mas eu estava com vergonha de ficar sentada nos ombros dele. Resultado? Eu correndo que nem uma doida pela praia, com Kid atrás de mim, até ele conseguir me agarrar e me carregar de volta pra água.

(Observação: a dupla vencedora foi Black e Tsubaki, porque ele atacava a pessoa que estivesse embaixo na outra dupla. Meu cabelo não agradece.)

Liz e Soul acabaram se misturando com a gente também, mesmo com ele estranho comigo e mal me dirigindo a palavra. Liz parecia bem mais calma. Ela havia ficado a semana toda me olhando feio e virando a cara pra mim, mas hoje até que não parecia prestes a me assassinar ao menor descuido. Ou talvez ela simplesmente estivesse um pouco receosa de me atacar, já que Kid não saiu do meu lado a tarde toda. Ele ficava perto de mim, em todos os momentos – ou talvez eu que estivesse perto dele, sei lá. Mas, de um jeito ou de outro, sempre davamos um jeito de não nos afastarmos demais.

Só decidimos voltar pra casa quando já eram quase cinco horas, e todo mundo – menos Black*Star – estava morrendo. Mesmo com Soul morando no nosso apartamento, ele foi no carro de Kid, e eu sinceramente achei assim melhor. Seria estranho se ele voltasse pra casa comigo. Eu podia até ver: nós dois tensos, Tsubaki tentando conversar pra deixar o clima mais ameno, Blair ignorando o Soul em minha homenagem e Black*Star alheio a tudo, falando que é deus e tals. Não, nem rola.

Mas pra falar a verdade, não parecia muito que estávamos em carros separados. Tipo, a galera como um todo. Porque como todos estávamos indo pra Death City, nunca um carro ficava muito longe do outro, e sempre que um ultrapassava ficávamos gritando. Black fez um escândalo, dizendo que era o maioral do mundo e tinha que estar na frente sempre, e nós até que ficamos bastante tempo. Eu suspeitava que Kiddo nos deixava ultrapassar de propósito – como uma Belina ia ganhar de uma Toyota? – mas Black não parecia preocupado com isso. Quando chegamos, finalmente, eu já estava quase rouca de tanto comemorar.

Depois de deixarmos Tsu e Black em casa, Blair e eu só paramos para comprar uma pizza e refrigerante antes de irmos para o Lar Doce Lar. O apartamento estava vazio, Kid disse que não iria trazer Soul pra casa. Segundo ele, se Soul podia ir até a Mansão Cadafalso pra pegar carona, podia muito bem andar até em casa. A birra do Kid com o Soul era até útil, já que sem ele aqui, não tinha concorrência pra ser o primeiro a tomar banho – Blair sempre fazia questão de ser a última.

Demorei quase quarenta minutos, lavando o cabelo, hidratando, tirando areia dos lugares mais inusitados e me ensaboando até estar coberta de espuma cremosa e cheirosa. Mas como o banheiro era um lugar sagrado de meditação profunda, não pude evitar, fiquei pensando em Kid. E rindo igual uma idiota.

Não conseguia parar de pensar nele. No modo como ele me abraçou quando estávamos na água. Em como me deu um beijo na testa ao se despedir, antes que eu entrasse no carro, me apertando suavemente contra a porta. Em tudo que ele já havia feito, dito pra mim, e até em seus olhares, que também me diziam tanto... Eu já estava perdida. Aquilo era sério, o Kid havia me envolvido de um jeito que, agora, eu também não queria me libertar. Queria ficar em seus braços para sempre.

Eu havia até desistido de Soul.

Se bem que desistir não era a palavra certa... Você só pode desistir de algo que já tenha. E eu, definitivamente, não tinha o Soul. Eu não conseguia entendê-lo, primeiro me tratando maravilhosamente bem e me fazendo apaixonar por ele, depois ficando com Liz, e em seguida me tratando como uma completa estranha, mas tendo uma crisesinha de ciúmes quando me via sair. O que ele esperava de mim? O que eu devia esperar dele?

Mas nada disso importava agora, a não ser que eu tinha que fazer as pazes com meu parceiro. Aquilo não era só por mim, era pela nossa relação, nossa parceria e por Kiddo, também. Eu sabia que, enquanto eu estivesse mal com o Soul, Kiddo poderia se sentir como uma segunda opção, e eu não queria que aquilo acontecesse.

Ainda assim, estava com medo. Tinha muita coisa entalada na minha garganta, e temia que, se tentasse conversar com o Soul e as coisas saissem um pouquinho dos eixos, eu despejaria tudo. Isso, claro, considerando que Soul fosse aceitar conversar.

Quando finalmente saí do banheiro, com o cabelo pingando um pouco e já com meu pijama – a blusa de algodão grande demais pra mim e um short de lycra justo – dei de cara com Soul, sentado de frente pra porta, com as costas apoiadas na parede. Parei e fiquei encarando-o, surpresa, e acabei perguntando:

– Está fazendo o que aí?

Ele inclinou a cabeça preguiçosamente, erguendo os olhos.

– Mofando, e esperando você sair.

– Ah, ok. – disse, simplesmente. – Bom, está livre agora.

Fui para a área de serviço pendurar a toalha, enxugando o cabelo no caminho, e quando voltei a porta do banheiro já estava fechada e o corredor estava vazio. Lancei um olhar furtivo á porta de seu quarto, imaginando que talvez ele pudesse estar lá, mas o chuveiro foi ligado e eu ouvia Blair cantando na cozinha. Fui até ela, aliviada por Soul não estar presente e culpada por estar aliviada.

Blair estava cantarolando uma musiquinha da Avril Lavigne sentada na mesinha, com a pizza e o refrigerante na sua frente. Quando me viu entrar sorriu, animada.

– Maka-chan, estava te esperando pra comer a pizza! – declarou, contente.

Me sentei também, mas a impedi de pegar uma fatia.

– Deveríamos esperar o Soul. – sugeri.

Blair bufou, chateada, e fechou a caixa da pizza com força.

– Ela já está fria. Porque temos que esperar ele?

– Porque é educado. – respondi.

Blair apenas abaixou a cabeça e ergueu as sobrancelhas, me olhando por baixo dos cílios, incrédula. Sorrí, percebendo que eu a entendia apenas por aquele olhar, e expliquei:

– Tá, Blair, é que eu quero conversar com o Soul, e acho que ser gentil com ele é o primeiro passo.

– Quer fazer as pazes? Você? Mas ele que é o errado! – ela sussurrou, alto o sufucuente para eu ouvir, e lançando um olhar ao corredor para se certificar qua Soul não estava vindo.

Concordei com a cabeça, mexendo no garfo á minha frente.

– Eu sei. Também acho isso. Mas somos parceiros, Blair, e essa briga já durou o suficiente. Além disso, - completei, abaixando a voz. – eu decidi não me importar mais com o que ele faz ou deixa de fazer com a Liz.

Blair me olhou por um momento, confusa, então a compreensão a tomou e ela pateu palminhas, feliz.

– Isso significa que você e o Kid-kun...

– Que eu desisti do Soul. – confirmei, sorrindo e corando um pouco. – Eu já tenho o garoto ideal bem aqui, comigo. Não quero perder isso por algo que nunca aconteceu de verdade.

Blair deu um gritinho fino, me assustando um pouco, então levantou e deu a volta na mesa, me abrançando bem forte.

– Mal posso acreditar nisso! Ah, Maka-chan, pensei que você ia ser cega para sempre! – exclamou, contente.

– Como é?

– De qualquer forma, - ela continuou, dispensando sua última fala com um gesto da mão. – eu prefiro o Kid-kun. Ele te trata tão bem! Parece realmente apaixonado. E vocês fazem um casal muito fofo, realmente combinam.

– Obrigada. – ri, meio sem graça.

– Eu só não entendi porque você tem que fazer as pazes com o Soul porque desistiu dele.

– Porque Soul é meu parceiro, eu ainda quero ele como amigo, e enquanto não nos acertarmos vai parecer que o Kiddo é minha segunda opção. – expliquei.

Blair assentiu e se sentou de volta na sua cadeira, pensativa.

– Faz sentido... mas eu ainda acho que Soul-san é que devia se desculpar.

– Eu não vou me desculpar. – revirei os olhos. – Eu só quero que essa tensão entre a gente desapareça.

Blair negou com a cabeça, suspirando.

– Ela pode até mudar de forma, mas não vai sumir assim, Maka-chan.

– Como assim? – perguntei, confusa.

– Você e o Soul-san... Por mais que eu odeie admitir, vocês dois tem química. É meio difícil de notar, porque ele é mais na dele e você também não fica dando muito na cara em público, mas basta vocês se tocarem que dá pra sentir a estática no ar. – Blair suspirou, e me lançou um olhar de pena. – Se prepara, Maka, porque quando não tiver mais toda essa mágoa entre vocês, as coisas vão ser como antes. E você lembra como era.

Eu lembrava, e bem até demais. Sabia que, de certa forma, Blair estava certa, mas também sabia que estava errada. Não tinha como ser como antes. Eu tinha o Kid agora, e nunca poderia ignorar o que Soul fez comigo, como me tratou, muito menos Liz. As coisas seriam, sim, como antes, eu e ele seríamos amigos de novo. Mas sem aquela química que a Blair falava. Ela simplesmente não conseguiria sobreviver em meio á tudo aquilo.

– Não se preocupe, Blair, tudo vai dar certo. – sorri. – E além disso, acho que muito em breve eu e Kiddo vamos estar juntos... de verdade.

– Sexo? – ela perguntou, com um sorriso fofo. – Sei uma ou duas coisinhas que...

– Não! Namoro! – interrompi, rindo nervosamente. – Pelo que conversamos hoje, acho que ele está pensando no assunto.

– Ah, sim! – ela riu também, e então me deu uma piscadinha. – Claro que ele está pensando nisso, é o primeiro passo para o sexo!

Rí de novo e corei, jogando o pano de pratos nela.

– Você não presta, sua gata atrevida!

Blair riu também, revidando, e então ficou séria e me encarou de uma forma quase maternal, corando um pouco.

– Mas sério, Maka-chan...Eu sei que sou só uma gata, e não entendo muito do mundo dos humanos, mas se precisar conversar comigo eu estou aqui, tá? Pode contar comigo.

Talvez fossem todas as emoções daquele dia, mas senti meus olhos marejarem um pouco. Cara, como eu amava aquela gatinha boba! Sorrí, agradecida, e disse:

– O mesmo vale pra você, linda... Somos amigas, não é? Eu também vou estar sempre aqui pra você.

– Que cena linda.

Me virei para ver Soul, que entrava na cozinha, com o cabelo molhado, regata folgada e bermuda. Pude ver Blair revirando os olhos com minha visão periférica, mas notei, pela expressão dele, que não estava nos zoando. Ele estava contente, e meio... orgulhoso?

Sorri gentilmente, de verdade, pela primeira vez desde o baile, e até ele se surpreendeu. Blair suspirou pesadamente e anunciou:

– Acho que é minha vez de tomar banho...

– Toma banho direitinho, ouviu? – provoquei.

Blair fez um muxoxo e saiu da cozinha, me deixando sozinha com Soul. Me levantei, indo colocar a pizza no forno pra esquentar – de novo – e enquanto fazia isso, ele foi até a mesa e se sentou. Respirei fundo, tomando coragem. Eu precisava fazer aquilo.

Ainda de costas, disse:

– Soul, nós estamos meio chateados um com o outro ultimamente e eu estava pensando se... não está na hora de resolvermos isso?

– Uma DR de parceiros? – ele riu de leve, se é que se pode chamar aquilo de risada.

Mas me animei, um pouco. Ele não estava me ignorando. Virei de frente para ele, me apoiando na pia.

– Mais ou menos isso. – sorri de lado.

Soul suspirou com força, e passou a mão pelos cabelos, mas acabou concordando.

– É, acho que essa birra não é muito cool, mas... podemos deixar para amanhã? Estou um caco. – admitiu.

– Tudo bem. – concordei, satisfeita por não precisar lidar com aquilo hoje, e por ter a conversa mais amigável com Soul em uma semana. Mesmo que ela houvesse durado apenas dois minutos.

Me virei de volta pro fogão, colocando a mão na portinha para checar se estava quente. Sorri. Nós seríamos amigos de novo. Tudo iria dar certo.

Tsubaki: Maka, se eu t perguntar uma coisa, vc responde com sinceridade?

Maka: Sobre o Kiddo?

Tsubaki: Na, sobre vc.

Maka: Vc fala como se eu escondesse as coisas de vc. Pergunta lg.

Tsubaki: Aconteceu algo hj que vc queira me contar?

Maka: Hum... Eu desisti oficialmente do Soul, falei isso c Kiddo e ele deu a entender q pode me pedir em namoro ^^

Tsubaki: Aii, que incrivel!!!!!!! *----* Lindo lindo vc dois, casem logo ^^ Mas não era bem isso que eu estava falando...

Maka: Oq entao?

Tsubaki: Vc ficou meio estranha depois do almoço... ficou olhando pra rua o tempo td, e na hr de vir pra casa tbm. Parecia procurar alguém.

Maka: Naaao kkkkk eu tava vendo se Ox, Kim, Kirikou e cia iam brotar lá... porque do jeito q foi a praia hj, só faltava o Shinigami aparecer rsrs

Tsubaki: Humm, só isso mesmo? O.o

Maka: Tsc tsc, duvidando de mim, q feio u,u

Tsubaki: So acho q tem coisas q vc nao me contaria sem eu pressionar...

Maka: Nossa Tsu, ñ aconteceu nada, credo =( Oq vc pensou?

Tsubaki: Nada, nada.... Mas se acontecer algo importante, me conta, ok?

Maka: Ok, mamãe kkkkk Vou jantar agora, Blair saiu do banho o/

Tsubaki: Ok, tenho que ver oq fazer pra janta tbm rsrs Ate mais, flor

Maka: Bjus =*


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Notas finais do capítulo

Altas tretas rolam nas praias... menos comigo Y-Y
*cof cof*
É isso por hoje! E quarta tem especial Tsublack =3 (Ou terça, se eu estiver feliz...)
Até lá, babies! o/