Eu não estava numa nova cidade.

Talvez seja bom começar essa história assim, só para constar. Porque, sempre que alguém diz "escola nova" todos pensam "acabou de se mudar". Bom, muitas vezes é esse o caso, mas não comigo. Eu nasci, cresci e pretendo viver minha vida toda em Death City, embora minha mãe tenha uma estranha fixação por ir para o interior do Japão morar numa aldeiazinha para ser médica dos pobres moradores de lá.

Claro, nada contra os pobres moradores. Tipo, muita força aí para vocês na sua luta diária pelo pão. Não é fácil. Mas, também não seria fácil para mim deixar uma cidade cosmopolita para morar num lugar onde poderia ver vacas - VACAS!!! - pastando pela janela. E não, eu não sou uma patricinha.

Sem falar no fato que minha mãe não é médica.

Bom, de qualquer modo... eu ia para uma escola nova. E, tecnicamente, eu estava me mudando. Mamãe havia recebido uma promoção onde trabalhava e por isso teria de sair da cidade. Era bem longe de Death City, acho, porque ela decidiu me deixar morar sozinha. Então, me mudei para um apartamento no mesmo prédio de Tsubaki Nakatsukasa, minha melhor amiga. Assim, eu não prescisaria cuidar da casa enorme que eu e mamãe tinhamos sozinha e ainda ficava sempre por perto da minha best.

Só que eu teria que mudar de escola.

Minha mãe sempre quis que eu fosse para a Shibusen, e na verdade eu também, mas o amor - cegueira - materno a impedia de ver que não, eu não iria ter medo de ter que recolher almas, e sim, eu tomaria cuidado, e não, eu não deixaria de chama-la caso algo acontecesse, e SIM, mãe, eu quero isso com certeza e não vou desistir!

E é assim que descobrimos quem são nossos amigos mesmo: quando soube que eu sairia da escola, Tsubaki atazanou seus pais até eles decidirem transferi-la também.

Amo ela.

Ah, e meu nome é Maka Albarn. Tenho 16 anos, amo sorvete - é um caso sério de vício - e mandar SMS. Vou para uma escola nova bem no meio do segundo ano do ensino médio. E não estou nem um pouco nervosa. Sério, não estou. Tsubaki vai estar lá comigo, e tudo vai acabar bem.

Com certeza, "aquilo" não vai acontecer de novo.