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Já se passara três meses desde o dia da escolha. As coisas têm estado perfeitas no Storne Hall. A doce e bipolar Valerie tem mantido um relacionamento de amizade colorida muito boa com Andrew. Eles simplesmente não se viam como namorados. A implicância era muito dos dois lados para isso.

Mas tudo corria perfeitamente bem. Lunna e Nich namoravam, Peter e Evanlyn também. David e Violet, Victória e Connor ficavam, enquanto Hannah e Ryan, Catrinna e Logan, mantiam um relacionamento de tapas e beijos. Tudo estava perfeitamente bem.

Menos para a pobre diretora e rainha Ruby Johnson. Ela tinha se dado bem com as filhas, mas não com seu verdadeiro amor. Mantinha-se com o rei, Noah, que definitivamente não se deu bem com Valerie.

Mellany, irmã de Andrew, havia se tornado uma amiga de Annabelle, embora as duas sejam completamente o contrário uma da outra.

A bruxa velha, cuja era denominada “a Voz”, foi presa nas mais escuras e distantes masmorras do reino, juntamente com Josh e Vanessa.

Max e Madson também estavam ótimos, viviam indo visitar Valerie. Aos olhos dela, tudo estava perfeito.

Valerie’s POV

Eu estava naquele lugar da floresta Black, onde eu e Andrew havíamos tido aquela enorme confusão. Havia se tornado nosso lugar. Era incrível como ele continuava frio e na dele, apesar de tudo.

– O que foi? – Perguntou Andrew para mim ao perceber que eu estava pensativa.

– Pensando. Em tudo. Eu sinto que isso não acabou. Sabe, alguma coisa está por vir. Algo terrível. Pior que a bruxa velha.

Ele sorriu, o tipo de sorriso que só ele pode dar. Do tipo “mesmo sorrindo continuo frio e um Black”. Bagunçou meu cabelo e eu franzi o cenho. Ele pegou essa mania.

– Você pensa demais. Relaxa e aproveita. É óbvio que tudo isso está muito calmo. Algo tem que acontecer para estragar isso. Mas por enquanto, relaxe.

Dei de ombros. Odiava que as pessoas dissessem para que eu relaxasse. Mas ele estava certo. Eu andava muito preocupada com algo que não tinha certeza.

– Sou a vidente. É minha obrigação prever o que vai acontecer.

– Bom, eu não sou um vidente, mas prevejo que você me arrastou para cá só para que a Lunna e o Peter terminassem de fazer uma festa não tão surpresa para mim.

Fiz uma cara emburrada. Ele vem andando tempo demais comigo. Tsc, tsc. E sim, é o aniversário dele. Três meses exatos depois do meu.

– Dezoito anos! Sabe como é uma data importante? Necessita de uma festa. E você vai aparecer lá como se fosse surpresa, ouviu?

Ele assentiu sorrindo, mas seu sorriso durou pouco, como se ele lembrasse de coisas desagradáveis.

– Equinócio de Primavera. 21 de março. Dia poderoso para todos os mundos.

– Não importa – falei. – Vamos, quero ver sua cara quando ver o que Peter tramou pra sua festa.

Ele revirou os olhos e nós dois fomos em direção à escola. Tudo ficaria bem, eu sei que ficaria.

Niko’s POV

Eles estavam lá embaixo, andando de mãos dadas pela floresta. Rosnei e enfiei minha espada no tronco daquela árvore.

Era assim? Depois de todo o meu esforço magicamente calculado para que tudo desse errado, aquela velha estúpida dá um jeito de estragar tudo. Aparecer na cerimônia? Idiotice.

Eu poderia ter ido na casa dos Black e arrancar o pescoço de todos os presentes, mas a aura da Johnson era muito forte. Ninguém sabe, mas eu percebi a aura de água envolta da cabana. Ela faz coisas sem sequer perceber! E eu poderia ter todo esse poder, se meus planos não tivessem dado errado.

– Não há o que temer. Tudo isso ainda será meu – disse, sabendo que em breve a Johnson escutaria isso em uma de suas visões.

Ela veria um garoto de cabelos verdes longos, com ar maldoso, roupas rasgadas, com uma espada na mão e realmente furioso.

– Você ainda será minha – falei por fim, enviando a mensagem.

Finquei a espada no solo da colina. A aura cinza se espalhou pela floresta, juntamente com um vento forte. As folhas das árvores caíram, as flores murcharam, as plantas apodreceram.

– Veremos quem é o mais forte. A água... Ou a dor.

– Milorde – a voz rouca me chamou. Revirei os olhos para a criatura magra, com rosto delicado e sujo, com aparente medo em toda sua face. – E-eu temo em dizer, meu amo, mas o feitiço demorará anos para ser terminado. Deixará que essas pessoas vivam assim, na felicidade?

Rugi e a árvore mais próxima explodiu. Meus poderes não estavam ligados à natureza, mas como era o que predominava, seria o que sentiria minha dor.

– Escrava estúpida! – A menina, Cassie, filha da criada de meus pais e minha assistente pessoal se encolheu. – Claro que não. Mas, deixemos que eles pensem que está tudo bem. Podemos esperar algumas décadas. Eles ainda são fortes, mas e os filhos deles? Certamente um alvo mais fraco. Não envelhecemos, de qualquer jeito.

– Sim, senhor. Por causa da maldição jogada em nós. Sou grata por me manter viva, senhor – murmurou Cassie, escondida por trás de seus cabelos loiros claros.

– Obviamente. Prepare as coisas para embarcarmos. Vamos soltar aquela velha e os idiotas. O trono será meu. Sabe disso, não sabe? Escrava.

– Claro, meu senhor – ela abaixou a cabeça, tremendo, e se virou para a embarcação que a esperava na margem do rio.

Olhei mais uma vez para o casal na floresta, que andavam apressadamente para chegarem àquela escola inútil.

Rosnei uma última vez e me virei. Ia adorar destruir o conto de fada daqueles que me destruíram. Seria divertido.

Dei as costas para a cena e fui para meu barco. Tinha um caminho longo pela frente.

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